Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo

Crítica – Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo

Sinopse (imdb): Quando Mônica, Cebola, Magali, Cascão e Milena descobrem que o Museu do Limoeiro será leiloado, decidem se unir para salvá-lo. Enquanto investigam o que está acontecendo, eles se deparam com segredos assustadores do bairro do Limoeiro.

E vamos pra primeira grande decepção do ano…

A recente adaptação cinematográfica da Turma da Mônica dirigida por Daniel Rezende é muito boa, com os filmes Turma da Mônica Laços (2019) e Turma da Mônica Lições  (2021), e a série de 2022. Foi um feliz caso onde tudo dá certo, a escolha do elenco foi excelente e os roteiros são envolventes. Tudo funciona redondinho!

Ok, entendo que a produção deste Turma da Mônica Jovem não tem nada a ver com a outra produção (assim como acontece nos gibis). Mas como a qualidade daquele foi tão boa, claro que gerou expectativas!

E Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo é tão fraco…

Se no anterior tudo deu certo, parece que aqui tudo deu errado. Começo pelo roteiro preguiçoso. Vou dar um exemplo só. Determinada cena a Mônica e a Magali estão vasculhando um baú, e chega a tia da Magali e diz que elas terão que fazer um ritual de feitiçaria (ou algo parecido). Corta, vemos a Mônica sozinha fazendo o ritual. Ué, a tia não deveria estar por perto pra auxiliar no ritual? Mas, calma que piora. Algumas cenas depois a Mônica está com o mesmo livro, e a tia da Magali diz “você não pode pegar esse livro sozinha!” Ué?

A edição também tem falhas. Não só algumas cenas parecem desconexas, como tive a impressão de ter cenas de dia e de noite na mesma sequência. E os efeitos especiais me lembraram Shark Boy e Lava Girl. E, em 2024, não é uma boa referência você lembrar de Shark Boy e Lava Girl.

As atuações não são boas. E ainda pioram com a inevitável comparação: os quatro principais da outra versão da Turma da Mônica atuam melhor e, principalmente, são muito mais carismáticos. Naquela versão, acaba o filme e quero ver mais da turminha. Nesta versão, que eles fiquem presos no espelho, ninguém se importa!

Se o desenvolvimento do filme já estava mal, quando chega na parte final tudo piora. Várias coisas não fazem o menor sentido na conclusão, a ponto de, na cena chave onde as pessoas são salvas, aparece um personagem que ainda não tinha aparecido antes! E, pra piorar, o filme acaba com um gancho desnecessário. E ainda tem uma cena pós créditos péssima.

Depois da sessão, conversei com alguns críticos, alguém disse que o filme podia fazer que nem Scott Pillgrim e usar elementos de mangá – como acontece nas HQs. Podia ser uma saída. Mas, do jeito que ficou, parece uma produção pobre feita pra TV.

Ouvi algumas pessoas comentando como se fosse negativo o fato de Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo flertar com terror e ao mesmo tempo ser direcionado ao público infantojuvenil. Mas não vejo problemas nisso, a gente tem alguns filmes pra garotada que fazem isso e funcionam. O problema aqui é que o filme, infelizmente, é ruim.

Torço muito pra sair o filme do Chico Bento. Feito pela mesma galera da outra Turma da Mônica. E não faço questão da continuação deste Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo.

O Sequestro do Voo 375

Crítica – O Sequestro do Voo 375

Sinopse (imdb): Um tratorista desempregado sequestra o voo 375 da VASP e ordena ao comandante Murilo que derrube o avião no Palácio do Planalto para matar o presidente – que ele considera culpado pela devastadora crise econômica do país.

Heu sempre defendi que a gente precisa ter mais filmes de gênero feitos no Brasil. E a notícia é boa quando a gente vê um filme de gênero nacional sendo lançado no circuito, e é melhor ainda quando o filme é bom.

Antes de entrar no filme, heu queria falar um pouquinho sobre cinema nacional, que é composto, basicamente, de dois tipos de filme: a comédia besta com cara de Globo Filmes, e o filme hermético feito para passar em festivais. E heu não falo mal de nenhum dos dois tipos de filme. Porque a comédia é besta, mas muita gente curte e muita gente vai ao cinema por causa disso, e heu sempre defendi um filme que leva público para o cinema. Por outro lado, o filme hermético leva o cinema nacional para festivais importantes como Cannes e Veneza. Defendo que existam esses tipos de filme. O que não defendo é que quase todos os filmes lançados no circuito sejam desses dois tipos. Heu acho que a gente deveria ter vários estilos de filmes, como ação, terror, suspense, ficção científica, aventura…

Por isso fico feliz quando eu vejo um filme como O Sequestro do Voo 375, que não tem cara de nenhum dos dois tipos citados, e é um filme que pode levar público para o cinema, e vai agradar o “espectador de multiplex”.

A história é muito boa. Em setembro de 1988, o Brasil passava por uma crise econômica muito severa e um cara, desesperado, resolveu sequestrar um avião e levá-lo até Brasília com o objetivo de jogar o avião em cima do Palácio Planalto para matar o presidente Sarney. Nessa época não existia raio X em voos domésticos, por isso o cara conseguiu embarcar com uma arma.

Por uma sorte minha, heu não lembrava de quase nada da história real – quem conhece a história, na verdade, está tomando um spoiler. Se você não se lembra, vai ter uma experiência melhor vendo o filme.

A princípio achei que não tinha história suficiente pra sustentar um longa metragem (o filme tem aproximadamente uma hora e quarenta, não sei exatamente qual é a duração e não achei nem no imdb, nem no filmeb, nem na wikipedia). Achei que o filme podia ficar chato no meio do caminho. Mas não, o diretor Marcus Baldini consegue segurar a tensão do espectador durante o filme inteiro, e a parte final é alucinante.

Heu preciso elogiar a reconstituição de época. O filme se passa em 1988 – ok não faz muito tempo, mas a gente vê várias roupas, penteados e apetrechos que não são mais comuns nos dias de hoje. Além disso, o avião da Vasp é quase um personagem, e a gente tem que lembrar que a Vasp é uma companhia que fechou há décadas. Segundo li em algum lugar, conseguiram um avião da Vasp cedido por um colecionador.

Um parágrafo para falar dos efeitos especiais. Por um lado os efeitos especiais são muito bons, vemos várias cenas aéreas com o avião da Vasp, além de várias cenas aéreas com o avião da Vasp acompanhado de um caça da Força Aérea Brasileira. Todas essas imagens aéreas são bem feitas, não sei se é computação gráfica, não sei se é algum modelo, não sei se pegaram um avião real e pintaram. Não sei qual foi o efeito, mas reconheço que essa parte ficou realmente muito boa. Por outro lado, na parte que o avião vai pousar, a sensação que deu é que acabou o dinheiro dos efeitos especiais e tiveram que contratar um estagiário qualquer. Os efeitos especiais do avião pousando sao um CGI muito vagabundo!

No elenco, nenhum grande nome. Danilo Grangheia está bem como o piloto. Já Jorge Paz às vezes é um pouco exagerado como o sequestrador, mas nada grave (a gente tem que lembrar que era uma pessoa fora do seu normal). Agora, achei estranha uma decisão da produção. No fim do filme, vemos imagens das pessoas reais, e todos os atores são bem diferentes. Não entendi por que não tentaram uma caracterização mais próxima da realidade.

O Sequestro do Voo 375 estreia no circuito dia 7 de dezembro.

A Praga

Crítica – A Praga

Sinopse (imdb): Em um passeio pelo campo, Marina e Juvenal param para tirar fotos em frente à casa de uma idosa. Irritada, a velha revela-se uma bruxa e lança uma maldição sobre o jovem casal.

Hoje vou falar de um filme que quase ninguém viu. Vou além: quase ninguém ouviu falar! A Praga, filme “novo” de José Mojica Marins, o Zé do Caixão!

Antes de A Praga rola um pequeno documentário de uns 17 ou 18 minutos contando a história do filme. Filmado em 1980, eles perderam os negativos. Anos depois, no meio de um material separado para descarte, encontraram os arquivos. E então veio o cuidadoso trabalho executado pelo produtor Eugênio Puppo, que restaurou o material, filmou novas cenas, dublou o filme e incluiu trilha sonora (o material encontrado estava sem som).

(Se esse breve documentário tem um problema, é que vemos cenas do filme que vai começar em breve. Ou seja, temos spoilers…)

Dirigido por Mojica e com roteiro de Rubens Francisco Lucchetti (o maior autor de terror e literatura pulp do Brasil), A Praga foi originalmente feito para um programa de TV chamado Além, Muito Além, exibido na rede Bandeirantes entre setembro de 1967 e julho de 1968. Infelizmente, depois do cancelamento do programa, as fitas onde eram gravados os programas foram reaproveitadas pela Bandeirantes para outras atrações, sendo assim não existem mais registros em vídeo do programa (prática que infelizmente era comum na TV).

(Considerado “o papa do pulp no Brasil”, Rubens Francisco Lucchetti não é um nome muito conhecido, mas tem um currículo impressionante. O cara lançou dezenas de livros e HQs de teor fantástico, e, no assunto que nos interessa, ele escreveu o roteiro de alguns filmes do Zé do Caixão e do Ivan Cardoso (incluindo As Sete Vampiras, um dos meus guilty pleasures favoritos).)

Finalmente, falemos do filme. A história em si não tem nada de excepcional, lembra aqueles filmetes no estilo Tales From the Crypt. O Zé do Caixão narra uma história onde um cara discute com a velha e é amaldiçoado.

O resultado final é estranho. O estilo do Mojica não é pra qualquer um, os ângulos de câmera são estranhos, com closes igualmente estranhos. As atuações estão bem longe do convencional. Mas essa tosqueira faz parte do estilo do diretor. Como diz o crítico Mario Abbade: “O que pode parecer algo de mau gosto e/ou tosco, por causa do baixíssimo orçamento, é na verdade uma pequena pérola do terror feito no Brasil, com o intuito provocar desconforto, repulsa ou risos nervosos. Um estilo de cinema que foi reverenciado e reconhecido mundialmente, pelo uso de alegorias visuais e narrativas.

Sobre o elenco, claro, nenhum ator conhecido. Mas, existe um detalhe curioso: cada personagem tem dois créditos de ator, um para o “corpo’, que é quem aparece na tela; e outro para a voz, que é quem dublou. Os diálogos tiveram que ser recriados do zero, usando uma pessoa com prática em leitura labial e os quadrinhos de Lucchetti como base.

Agora, ver um filme desses lançado no cinema é uma experiência ótima. Pena que temos poucas oportunidades, e pena que pouca gente valoriza – eram duas sessões por dia no Rio de Janeiro inteiro, e na minha sessão eram só 3 espectadores. Pena…

Cidade Invisível – segunda temporada

Crítica – Cidade Invisível – segunda temporada

Sinopse (wikipedia): Após um bom tempo ausente, Eric aparece em um santuário natural protegido por indígenas e procurado por garimpeiros, perto de Belém do Pará. Ele descobre que sua filha, Luna, e a Cuca estavam morando na região com o objetivo de trazê-lo de volta à vida. Embora queira retornar imediatamente para o Rio de Janeiro com Luna, Eric percebe que a menina tem uma missão maior a cumprir na região. Ao mesmo tempo, ao tentar protegê-la, ele se torna uma ameaça para o delicado balanço entre natureza e as entidades.

Não escondo de ninguém que sou fã de folclore nacional, inclusive fiz um curta de câmera encontrada com o Boitatá em 2012. Claro que gostei de Fábulas Negras, e claro que gostei da primeira temporada de Cidade Invisível. E agora temos a segunda temporada, em um lugar diferente, e com entidades diferentes!

Comecei a temporada empolgado, cheguei a gravar uma dica pro Instagram do Podcrastinadores, mas, preciso reconhecer que não gostei da conclusão da temporada. Mas, vamos por partes, vou trazer os elogios e depois falo por alto do que não gostei (pra não dar spoilers).

Uma coisa que achei bem legal foi trocarem a ambientação da série. Se a primeira temporada se passava no Rio de Janeiro, agora a trama está no Pará, onde uma entidade misteriosa quer achar uma reserva de ouro escondida por mágica. E se antes a gente tinha o Saci, a Iara, o Boto e o Curupira, agora temos contato com outros seres fantásticos do folclore brasileiro, como um lobisomem, a Matinta Pereira, e tem até uma mula sem cabeça!

Um parágrafo à parte pra falar da Matinta Pereira, interpretada pela Letícia Spiller. A Matinta é uma personagem misteriosa e assustadora; e a Letícia Spiller, irreconhecível, está ótima! E os efeitos especiais do personagem são discretos e eficientes.

Já que entrei no elenco… São poucos os nomes da primeira temporada que voltam aqui. Marco Pigossi e Alessandra Negrini estão de volta como Eric e a Cuca; Luna, a filha do Eric, trocou a atriz, agora é interpretada por Manu Diegues. Julia Konrad também reaparece aqui, mas só em poucas cenas. Além da Letícia Spiller, temos outra atriz conhecida, Simone Spoladore. Não gostei do ator mirim Tomás de França, que faz o Bento, achei ele bem ruim. Também no elenco, Zahy Guajajara, Tatsu Carvalho, Mestre Sebá e Rodrigo dos Santos.

São só cinco episódios, e assim como acontece na primeira temporada, a história fecha mas abre uma porta para uma possível nova temporada. Não gostei do fim, não entendi por que todo mundo precisava ir para o Marangatu, achei tudo muito forçado. Não chegou a estragar a boa experiência que a série proporcionava até então, mas quando um filme / série termina mal, perde pontos na avaliação.

Sobre o gancho: um dos últimos frames da temporada traz de volta um personagem da primeira temporada. Por que? Como? Bem, este é aquele tipo de gancho que, se tiver uma terceira temporada, será explicado. Mas se deixarem pra lá, ok, não atrapalha.

Turma da Mônica – A série

Crítica – Turma da Mônica – A Série

Sinopse (Globoplay): Quando a festa da popular Carminha Frufru é misteriosamente sabotada, Mônica e seus amigos se tornam os principais suspeitos, e vão precisar superar suas inseguranças e revelar seus segredos para decifrar o mistério.

Antes de tudo, vou fazer uma crítica que não tem nada a ver com a série, mas com o formato adotado. Tivemos dois filmes longa metragem com a Turma da Mônica, e agora anunciaram uma série de oito episódios. E ouvi um boato de que Fernando Caruso interpretaria o Capitão Feio na série. Sou fã do Caruso, sou fã do Capitão Feio, fui logo catar qual episódio seria. Tem um episódio chamado “Lama”, opa, vamos ver esse logo!
Só então descobri que a série segue o formato “filme dividido em capítulos”. Ok, entendo que atualmente todas as séries seguem esse formato, falei aqui de Reacher, The Boys, Peacemaker, Pam & Tommy, gravei Podcrastinadores sobre Ruptura e Stranger Things, todos são no mesmo formato, Turma da Mônica não faz nada diferente. Aquele formato de séries com episódios independentes foi deixado de lado, acho que ninguém mais faz séries assim. Mas, sei lá por que, achei que seria naquele formato.

E aí fica minha bronca: se é pra ter esse formato, por que não um filme longa metragem?

Ok, passado o meu mimimi, vamos à série!

Curti muito o segundo filme da Turma da Mônica, Lições, que passou nos cinemas no iniciozinho do ano. Vimos um problema: o elenco está crescendo, um elenco infantil muda muito ao longo dos anos (um ator adulto pode voltar a um papel de anos atrás e continuar com a mesma aparência, tipo o Tom Hiddleston que filmou a série Loki em 2021, dando continuidade ao papel feito nove anos antes em Vingadores.) Kevin Vechiatto, o Cebolinha (o mais velho dos 4 principais), nasceu em 2006. Tinha 13 anos no lançamento do primeiro filme e hoje tem 16. Dos 13 aos 16 um jovem muda muito…

Essa era uma preocupação que tive ao fim do filme Turma da Mônica – Lições: como vão lidar com esse elenco para o terceiro filme? (Os filmes foram baseados em uma série de 3 graphic novels, teoricamente teremos um terceiro filme, acho que o nome é Lembranças.) E não tem como mudar o elenco agora, todo o elenco infanto-juvenil é excelente, são bons atores, são carismáticos. O filme admite esse problema, e mostra que eles agora não podem mais ir ao parquinho porque estão crescendo! A solução foi começar a entrar no clima do outro gibi, Turma da Mônica Jovem. O Cebolinha fala o “R”, só troca pelo “L” quando está nervoso; já começa a rolar um clima entre Mônica e Cebolinha…

Aliás, é bom avisar: Turma da Mônica – A Série não perde tempo explicando nada. A série parte do princípio que todo mundo conhece os personagens e suas características. Achei uma decisão acertada, afinal duvido que alguém fique perdido sem reconhecer ninguém.

Daniel Rezende foi o diretor dos dois filmes, aqui ele é o show runner e dirige alguns episódios. Mais uma vez ele faz um excelente trabalho: não existe nada a ser criticado na parte técnica da série. E vou além: Rezende criou um mundo mágico – assim como existe nos gibis. Ninguém precisa dizer onde se passa, quando se passa, as histórias se passam naquele mundinho e todos os elementos presentes em tela funcionam redondinho.

A história aqui é bem construída. Temos um “whodunit”, aquele formato onde temos vários suspeitos e uma investigação para descobrir quem é o culpado, como nos livros da Agatha Christie ou no filme Entre Facas e Segredos. Isso ficou muito legal, porque revemos várias cenas sob outros pontos de vista, o que gera alguns plot twists bem bolados. Só não digo que ficou perfeito porque foram muitos flashbacks, cansa um pouco, talvez fosse melhor um pouquinho menos (e aproveitar pra transformar num longa metragem… 😉 ). E esses plot twists acabam trazendo umas lições de moral bem encaixadas na trama – a gente tem que se lembrar que o público alvo é infantil!

Como falei na crítica sobre o filme Lições, o elenco é ótimo. Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira voltam aos seus papeis, e os quatro são ótimos e muito carismáticos, a gente acaba o filme com vontade de ver mais dessa turminha. Dentre os secundários, o roteiro foca mais na Carminha Frufru, na Denise e na Milena. E o roteiro consegue equilibrar bem a importância de vários outros personagens secundários, como Marina, Quinzinho, Humberto, Titi, Jeremias… E, mais uma vez, as melhores piadas estão com o Do Contra, que é um excelente alívio cômico.

De novidade no elenco temos Mariana Ximenes como a mãe da Carminha Frufru, e Fernando Caruso como Feitoso, o tio do Cascão. Ambos estão caricatos, claro, uma série dessas vai ter adultos caricatos, é inevitável. Achei o personagem do Caruso mais bem desenvolvido, porque ele começa como um nerd que sofria bullying, pra depois se apresentar como um vilão vingativo. Mas posso ter achado isso porque sou fã do Caruso e porque ele é meu amigo, então, sim, estou sendo parcial.

O filme Lições me impactou mais do que esta série, mas podemos dizer que a qualidade se mantém no alto. Parabéns à produção, e que venham mais filmes e séries!

Areias Escaldantes

Crítica – Areias Escaldantes

Sinopse (wikipedia): Num futuro próximo (1990), no país fictício de Kali, um grupo de jovens terroristas executa roubos, sequestros e assassinatos sob as ordens de um misterioso chefão conhecido como “Entidade” e são perseguidos pela pomposa e ineficiente Polícia Especial.

Às vezes é melhor deixar as memórias lá no passado. Lembro que este Areias Escaldantes foi um filme marcante na minha vida, e nunca tinha revisto. Devia ter continuado sem rever…

Escrito e dirigido por Francisco de Paula, Areias Escaldantes parece um videoclipe. Imagens desconexas, atuações caricatas, tudo meio nonsense. Agora, o problema é que temos um videoclipe longa metragem. Cansa.

O roteiro é um lixo. Vou citar só dois exemplos pra mostrar como é um roteiro tosco. Um é que o filme deveria se passar na fictícia província de Kali. Mas tem um momento onde o personagem precisa ir até o Maracanã, num jogo Flamengo x Vasco! Se é pra termos um local fictício, qual é o sentido de usar um clássico no estádio mais famoso do Brasil? O outro exemplo é o Lobão, que tem um personagem policial, e que de repente aparece cantando e tocando guitarra. A gente entende ter um momento musical do Lobão (que era produtor musical do filme), mas não desse jeito à moda bangu!

Emendando os momentos musicais, a gente tem umas esquetes bem bobinhas. E como o elenco tem Luis Fernando Guimarães, Diogo Vilela e Regina Casé, impossível não lembrar de TV Pirata. Só que um TV Pirata bem mais bobo que o que a gente conhece. Também no elenco, Cristina Aché, Lobão, Jards Macaé, Guará Rodrigues, Eduardo Poly, Sérgio Bezerra e o Neville De Almeida fazendo um espião que é um dos papéis mais desperdiçados da história do cinema – ele aparece ao longo do filme como um cara misterioso, mas que não era ninguém importante no final, e ainda fala ao elenco e ao espectador que não está entendendo nada.

Pensando no personagem do Neville, a gente vê que o roteiro tinha potencial para ir longe. Existe uma tentativa de se criar um futuro distópico com uma espécie de polícia totalitária (apesar do filme se passar em 1990, apenas 5 anos no futuro). Mas essa tentativa falha miseravelmente. Areias Escaldantes é ruim como comédia, e é ainda pior como ficção científica. O filme se basta em uma trama sonolenta e sem graça de terroristas bonzinhos. Areias Escaldantes não serve nem pra criticar a ditadura militar que estava na reta final (no mesmo ano de 1985 o país teria o primeiro presidente não militar desde a década de 60).

Agora, a trilha sonora é fantástica. Músicas do Ultraje a Rigor, Titãs, Lobão, Gang 90, Ira!, Metrô, Capital Inicial e Lulu Santos. E ainda temos videoclipes inteiros, um dos Titãs e um do Lobão.

Também gostei de um detalhe aqui e outro ali, como uma corrida de táxi onde o carro se movimenta para frente e para trás ao mesmo tempo (não tem sentido, é um gag visual). Mas é pouco.

Vale pela nostalgia e pela trilha sonora. Mas parecia melhor na minha memória.

A Macabra Biblioteca do Dr Lucchetti

Crítica – A Macabra Biblioteca do Dr Lucchetti

Sinopse (imdb): Em 1959, uma mulher sedutora contrata um detetive e se encontra em uma trama densa com vampiros, monstros e um médico louco.

A Macabra Biblioteca do Dr Lucchetti é a adaptação da peça de teatro homônima, escrita e dirigida por Paulo Biscaia Filho, e baseada na obra de R F Lucchetti. Foi lançada como websérie, com 10 capítulos entre 5 e 16 minutos cada, e com a promessa de ser reeditada como um longa metragem a ser lançado ainda este ano.

Considerado “o papa do pulp no Brasil”, Rubens Francisco Lucchetti não é um nome muito conhecido, mas tem um currículo impressionante. O cara lançou dezenas de livros e HQs de teor fantástico, e, no assunto que nos interessa, ele escreveu o roteiro de alguns filmes do Zé do Caixão e do Ivan Cardoso (incluindo As Sete Vampiras, um dos meus guilty pleasures favoritos).

A história contada em A Macabra Biblioteca do Dr Lucchetti não tem nada demais. O legal aqui é a forma e não o conteúdo. O visual lembra Sin City – preto e branco com alguns detalhes coloridos, com muita coisa filmada em fundo verde (não sei sobre Sin City, mas pelo que entendi, toda a série A Macabra Biblioteca do Dr Lucchetti foi filmada em fundo verde).

Confesso que não conheço muito a obra de Lucchetti, então fui ao Boca do Inferno para catar informações: “Helen Zola (Michelle Rodrigues) é baseada na femme-fatale do livro Os Amantes da Senhora Powers. O detetive John Clayton (Ed Canedo) vem de Museu dos Horrores, assim como a misteriosa Vonetta (Caroline Roehrig). Kenni Rogers interpreta o perverso cientista Anton Zola, o vilão de O Abominável Dr. Zola. Os personagens se encontram em uma história concebida pelo diretor e roteirista Paulo Biscaia Filho com ação central na Curitiba de 1959, mas com acontecimentos que atravessam séculos.

Claro, este estilo não vai agradar a todos. O visual camp às vezes beira a tosqueira (não podemos nos esquecer que toda a obra de Biscaia tem um pé no trash) – teve uma luta no episódio 9 que foi mais tosca que as lutas do seriado do Batman barrigudo! Por outro lado, a maquiagem é muito boa. Aparece um monstro tipo Frankenstein no terceiro episódio, que teve alguns segundos de tela, mas provavelmente levou horas pra maquiar. A maquiagem do lobisomem também é bem feita. Também gostei muito da trilha sonora de Demian Garcia, que lembra o theremin de Dr Who.

Preciso falar que não curti muito as atuações com cara de teatro, mas entendo que é a proposta. A Macabra Biblioteca do Dr Lucchetti era uma peça de teatro, e as pessoas que trabalharam na peça também estão na adaptação.

Paulo Biscaia disse que é uma batalha conseguir colocar um longa de pé, ainda mais nos tempos de hoje, e que isso só é possível com fé e dedicação da equipe inteira. Parabéns, queremos mais filmes / séries nacionais assim!

Como se Tornar o Pior Aluno da Escola

Crítica – Como se Tornar o Pior Aluno da Escola

Sinopse (google): Os estudantes Bernardo e Pedro têm dificuldades para cumprir todas as regras de uma escola que adota medidas politicamente corretas graças ao diretor Ademar. No banheiro do colégio, Pedro encontra um diário com dicas para instaurar o caos na escola sem ser notado.

Lançado em 2017, Como se Tornar o Pior Aluno da Escola virou “o assunto da semana” por causa de uma polêmica sem sentido. Mas, antes de falar da polêmica, vamos falar sobre o filme?

Não tinha visto Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, mas vi Exterminadores do Além contra a Loira do Banheiro, que é um divertido trash movie brasileiro, também dirigido pelo mesmo Fabrício Bittar. O humor tem qualidade duvidosa e às vezes resvala na grosseria gratuita. Mas o filme é engraçadíssimo! E, vou além: acho importante um filme desses, que quebra o estilo padrão de quase 100% do cinema nacional. Sempre gosto de ver filmes com propostas diferentes.

Como se Tornar o Pior Aluno da Escola tem algumas semelhanças com Exterminadores do Além contra a Loira do Banheiro. O humor também resvala na grosseria. Mas, pelo menos na minha opinião, Como se Tornar o Pior Aluno da Escola tem um problema bem mais grave: as piadas são sem graça. Dei umas duas ou três risadas leves ao longo de todo o filme. Pouco não?

Existe uma outra crítica que pode ser feita com relação ao humor apresentado no filme, mas aí seria uma crítica ao estilo. É que heu, particularmente, não curto muito piadas escatológicas. Piada com xixi, cocô e pum tem que ser genial pra ter graça – porque mostrar alguém fazendo som de pum com as axilas não é engraçado. Mas, esse tipo de humor vende, tem parte do público que gosta de humor escatológico, então entendo que o filme opte por este caminho.

Mas não é só o humor grosseiro. Como se Tornar o Pior Aluno da Escola é repleto de cenas que não fazem o menor sentido, começando com o ponto de partida do filme: por que um adulto ajudaria dois adolescentes daquele jeito? E a partir daí, várias situações ilógicas, como o cara levando adolescentes numa boate onde não entram menores de idade. Detalhe:o carro foi roubado na frente do dono e dos motoristas do hotel e ninguém fala nada!

Se isso tudo viesse com boas piadas, heu até relevava o roteiro esdrúxulo. Mas se é piada de xixi cocô e pum, a tolerância diminui…

Pelo lado bom, a edição do filme é muito boa. O filme usa os rabiscos do “livro” para emendar as cenas, isso deu agilidade. A trilha sonora rock’n’roll também combina bem com a proposta. E, perto do fim, tem uma cena – uma única cena – onde Danilo Gentili e Carlos Villagrán conversam, onde a metalinguagem rola solta. A cena é muito boa, eles sacaneiam as carreiras de ambos os atores, e ainda tem quebra da quarta parede. Ah, se todo o filme fosse nessa pegada…

Sobre o elenco, nenhuma boa atuação. O garoto principal Bruno Munhoz não é ruim, mas não faço questão de revê-lo em novas produções. Daniel Pimentel, o amigo gordinho, é ruim, mas não sei se é culpa do ator ou do roteiro, que transformou o personagem em um alívio cômico sem graça. Danilo Gentili não é um bom ator, ele funciona muito melhor como apresentador. Talvez com um bom diretor de atores ele estivesse melhor aqui. Fábio Porchat tem uma ponta, aparece em duas cenas, no papel desconfortável. Nem dá pra julgar a sua atuação. Aliás, se a gente parar pra pensar, essas duas cenas poderiam ser cortadas e o filme não perderia nada. Carlos Villagrán, o Quico do Chaves, faz o diretor da escola, uma presença interessante, mas um papel caricato e sem nenhuma profundidade. Ah, achei engraçado ver Rogério Skylab entre os professores. Também no elenco, Joana Fomm, Moacir Franco e Raul Gazolla.

Não é um grande filme. Mesmo assim, defendo a existência de um filme nacional assim, com humor grosseiro. Assim como Exterminadores do Além contra a Loira do Banheiro, Como se Tornar o Pior Aluno da Escola é um filme diferente do rótulo “cinema nacional”.

Agora, vamos à polêmica. Danilo Gentili é um cara que sempre se envolveu em polêmicas em sua carreira. Claro que ele coleciona inimigos com este comportamento. Aparentemente um desses inimigos resolveu espalhar uma fake news, e recortou uma cena onde aparece um pedófilo. Só que é desonesto você mostrar parte da cena sem mostrar o conceito onde ela está inserida. Porque os protagonistas têm contato com o pedófilo, e isso é mostrado como algo extremamente negativo. Em momento algum o pedófilo é exaltado.

E o pior foi acusar o ator Fábio Porchat, que apenas interpreta um papel. Sim, acusaram um ator por atuar. Seriously?

E como tem muita gente preguiçosa por aí, a galera saiu compartilhando como se fosse verdade. Como se Como se Tornar o Pior Aluno da Escola realmente fizesse apologia à pedofilia. A cena é ruim, é desconfortável, é desnecessária, mas não é apologia. Se qualquer um quiser falar mal do filme, é fácil. O filme não é lá grandes coisas, tem um monte de coisas reais pra se falar contra o filme.

Mas, espalhar fake news aparentemente é mais fácil.

Bem, acho que o tiro saiu pela culatra. Como se Tornar o Pior Aluno da Escola é de 2017, ninguém mais se lembrava da existência do filme. Danilo Gentili deve estar feliz com a divulgação retardatária.

A Jaula

Crítica – A Jaula

Sinopse (filmeb): É só mais um carro de luxo sendo roubado numa rua de São Paulo… ou não. Um ladrão entra com facilidade no SUV estacionado numa rua pacata, mas, ao tentar sair, descobre que está preso em uma armadilha, incomunicável, sem água ou comida. Recai somente sobre ele a vingança que um famoso médico planejou depois de sofrer inúmeros assaltos. Quem passa em volta não percebe o embate que se arma entre o sádico vingador e o ladrão prisioneiro dentro do carro.

Dirigido por João Wainer, A Jaula é a refilmagem de 4×4, filme argentino de 2019. Não tinha visto o filme original, e recomendo que você também não o faça. Esta versão brasileira é quase igual ao original hermano. A refilmagem pega quase todos os detalhes, até o grilo que estava dentro do carro!

Dois terços do filme se passam dentro do carro, com apenas um ator. Me lembrei de Enterrado Vivo – que é uma experiência ainda mais radical, já que é o filme todo dentro do caixão. Assim como acontece no filme do Ryan Reynolds, A Jaula tem soluções criativas tanto no roteiro quanto em ângulos de câmera para não cansar o espectador. Já o terço final, quando aparece o médico e eles saem do carro, é mais fraco. Fica parecendo uma versão de programa jornalístico sensacionalista, tipo um Datena da vida.

Teve uma coisa que achei uma falha. O carro tem vidros polarizados e é à prova de som. Quem passa ao lado não pode ver se tem alguém dentro ou não. Mas… Por que o assaltante não balançava o carro? Pessoas em volta veriam que o carro estava balançando e iam desconfiar!

Tenho uma crítica relativa ao posicionamento político. Acho que não precisava disso (o filme argentino não vai por este caminho). O filme levanta uma crítica social interessante: ambos os personagens são escrotos, ambos são mau caráter, nenhum dos dois tem razão. O filme poderia desenvolver esse questionamento – até onde um cidadão pode se defender por conta própria, já que o Estado é falho neste aspecto? Mas quando personagens falam frases e expressões ditas pelo atual presidente (“cidadão de bem”, “Deus acima de tudo”) o filme entra na polarização política que vivemos hoje em dia, e a discussão sobre o problema real fica em segundo plano.

No elenco, preciso confessar que como não vejo novelas, não conhecia nenhum dos dois principais, Chay Suede e Alexandre Nero. Mas li que não só são nomes conhecidos, como ambos já interpretaram o mesmo papel em uma novela, em fases diferentes da vida do personagem. Enfim, ambos estão bem. O único outro nome que merece créditos no elenco é Mariana Lima.

A Jaula é curto, segundo o filme B tem uma hora e 41 minutos, mas tive a impressão de ser menos de uma hora e meia. Boa opção para quem quer um filme nacional fora dos clichês de sempre.

Eduardo e Mônica

Crítica – Eduardo e Mônica

Sinopse (imdb): Será que o romance entre uma estudante de medicina e um colegial pode dar certo? Um casal que deve superar suas diferenças significativas para viver um grande amor.

Preciso falar que rolava um certo pé atrás com este filme. É dirigido por René Sampaio, o mesmo diretor de Faroeste Caboclo, que é um bom filme, mas que altera algumas partes essenciais da música original. Ok, admito, o meu head canon me atrapalhou. Mas não consegui curtir aquele filme por causa das adaptações.

Felizmente, aqui em Eduardo e Mônica as adaptações funcionaram – pelo menos para mim – e posso dizer que “entrei no filme”.

Tudo funciona redondinho no filme, que usa o formato de comédia romântica – duas pessoas se conhecem, se gostam, se estranham, se separam, se reconciliam, etc. Fórmula batida, mas eficiente.

Os trechos da música entram naturalmente no roteiro, tipo rola um telefonema onde eles decidem se encontrar e o Eduardo sugere uma lanchonete enquanto a Mônica sugere um filme da nouvelle vague – ou seja, um filme do Godard. Sim, alguns elementos da música estão colocados discretamente, por exemplo, na música a Mônica cita Mutantes, no filme tem uma rodinha de violão tocando Ando Meio Desligado.

Uma boa sacada foi situar o filme na década de 80. Não fala exatamente em quais anos, mas a gente sabe que se passam alguns anos durante o filme. Tem pelo menos dois indicativos: Eduardo tem um poster do Fluminense campeão brasileiro de 1984 no quarto; e um tempo depois aparece ele fazendo o vestibular em 1987.

A reconstituição de época é muito bem feita – tem um personagem que usa mochila da Company! E tem uma cena que a galera da nossa idade vai lembrar do perrengue que era telefonar interurbano com fichas de telefone!

Tem um detalhe que gostei mas que vai passar desapercebido por boa parte da audiência. Tem uma trilha sonora instrumental, tocada por violões e outras cordas, que evoca os acordes da música título. Fica aquele clima no ar, mas sem entrar na música propriamente dita (que só é tocada nos créditos finais).

A música não citava nada de política, mas política era um tema recorrente na época, o Brasil estava saindo da ditadura militar, e duas das principais bandas que vieram de Brasília traziam política e críticas sociais nas suas letras (Legião Urbana e Plebe Rude). No filme, o pai da Mônica foi exilado por causa da ditadura, e o avô do Eduardo é um ex militar. Achei uma boa sacada.

Ok, vou reclamar de uma coisa. Admito que é um problema que acontece muito no audiovisual: a idade dos atores. Não sei exatamente quando foi filmado, a data no imdb é 2020, ou seja, essas filmagens já aconteceram há um tempo. Hoje, Alice Braga tem 38 anos, e Gabriel Leone (Dom) tem 28. A diferença de idade entre os dois é boa, compatível com ele fazendo vestibular enquanto ela se forma em medicina. Mas, o Gabriel Leone, com vinte e muitos anos, dizendo “eu tenho 16 anos” não ficou legal. Mas, sei que é um problema recorrente no cinema, lembro de um Espetacular Homem Aranha onde a Emma Stone, com vinte e muitos, grita “eu tenho dezessete anos!”.

Dito isso, preciso dizer que os dois estão ótimos, são grandes atores e a química entre o casal está perfeita. Excelente escolha de elenco.

(Tem uma participação de Fabricio Boliveira, que fez o João de Santo Cristo no Faroeste Caboclo. Será que existe um “legiãoverso”?)

Como falei, ao fim do filme estava feliz e com vontade de rever. E ao mesmo tempo frustrado, porque não sei quando o filme será lançado – inicialmente a data de estreia era pra ser 06 de janeiro, mas já adiaram de novo pro dia 20.

Mas, posso dizer que, dos últimos quatro filmes que vi no cinema, dois nacionais (Eduardo e Mônica e Turma da Mônica Lições) e dois blockbusters gringos (Matrix e King’s Man), os nacionais são muito melhores!