Planeta Terror

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Planeta Terror

Pra quem não sabe de nada, uma explicacao antes: Quentin Tarantino e Robert Rodriguez resolveram fazer uma homenagem às sessões duplas que rolavam em cinemas poeiras nos anos 70, sempre com filmes vagabundos com roteiros que privilegiavam sexo e violencia gratuitos, não se importando com eventuais erros de continuidade ou falhas no roteiro. O projeto se chamava Grindhouse, e incluía um longa de cada um, e alguns traileres fakes (de filmes que nunca existiram, nem nunca vão existir).

Grindhouse foi lançado assim nos EUA, mas como as sessões ficavam muito longas (mais de 3 horas), resolveram lançar como filmes separados no resto do mundo. O que é uma pena…

Logo no começo da projeção, uma vinheta com cara de anos 70 avisando os traileres. Sim, temos um trailer! Machete, um assassino de aluguel violentíssimo, estrelado por Danny Trejo e Cheech Marin, figurinhas fáceis nos filmes de Rodriguez.

Findo o exagerado e genial trailer (pena que a gente não vai ver o filme), outra vinheta anunciando “our feature presentatio”, Planet Terror!

A historia de Planeta Terror é simples. Um gás venenoso transforma pessoas em zumbis comedores de carne humana. Um grupo forma uma resistência contra os zumbis, e ainda tem que lutar contra militares com motivos para manter o gás.

Mas a história é o menos importante aqui. O que vale é o formato. E um formato cheio de falhas na projeção, com riscos na tela e alterações nas cores. Tudo proposital, claro, pra fazer de conta que a copia do filme é muito velha e surrada. Aliás, no meio da projeção, uma destas “falhas” arrebenta um dos rolos do filme, e perdemos uma parte da história! E perdemos algo importante – de propósito!

Além das falhas, o roteiro é cheio de deliciosas situações caricatas muito engraçadas, como o cientista que coleciona testículos dos seus adversários, ou a médica anestesista com pistolas de seringas, ou ainda o mocinho com mira perfeita andando numa moto miniatura para criancas.

O elenco é otimo. Os televisivos Rose McGowan (Charmed) e Freddy Rodriguez (Six Feet Under) fazem o casal principal, e ainda temos Josh Brolin, Marley Shelton, Naveen Andrews (o Sayid de Lost), Michael Biehn e Stacy Ferguson, além do próprio Tarantino e um não creditado Bruce Willis. Todos eles exercitando ao máximo suas canastrices!

Robert Rodriguez é um gênio sem par em Hollywood. Ele dirige, escreve o roteiro, produz, edita, faz a fotografia e a trilha sonora e ainda trabalha nos efeitos especiais. E não é só isso: o cara tem duas carreiras paralelas. Além dos filmes para adultos (como Sin City e Era uma vez no Mexico), ele ainda faz filmes infantis, como Shark Boy & Lava Girl e a série Pequenos Espiões. Como ele consegue tempo pra isso tudo? Não sei, mas sei que Hollywood ia ser menos divertida se não existissem caras como ele…

O filme é violento e muito escatológico. Não é recomendado para estômagos fracos! Mesmo assim, divertidíssimo. Vários momentos são ao mesmo tempo muito violentos e muito engraçados!

Pena que era pra ser sessão dupla… E À Prova de Morte, a segunda parte de Grindhouse, dirigida pelo Tarantino, inexplicavelmente nunca foi lançada aqui no Brasil…

p.s. – ATUALIZAÇÃO – À Prova de Morte foi lançado no circuito brasileiro em julho de 2010 – três anos de atraso!!!

E estão fazendo um longa Machete! 😀

As Bonecas Safadas de Dasepo

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As Bonecas Safadas de Dasepo

O título em português deste filme sul-coreano de 2006 engana, porque parece tí­tulo de filme de sacanagem. Como não entendo nada de coreano, não sei se foi mal traduzido ou se é por aí­ mesmo… Pelo menos a tradução é fiel ao nome em inglês: Dasepo naughty girls.

O filme fala sobre o dia-a-dia de um grupo de estudantes da escola Dasepo. O visual é kitsch, o clima é uma mistura de filme fantástico, musical e comédia. Tem algo de Porky’s, musiquinhas divertidas com um clima à la Grease, vários personagens bizarros, algumas situações hilariantes – seria um bom filme trash, mas… falta algo…

Pesquisando pela internet, descobri que o filme foi baseado em pequenas histórias publicadas em www.dasepo.com. Então eis o problema: são boas idéias, mas falta um bom roteiro para reuní-las.

Um filme até pode ser muito bom e ser baseado apenas em personagens estranhos e situações esquisitas, como O Grande Lebowski ou Delicatessen, dois bons exemplos de filmes onde a forma é mais importante que o conteúdo. Mas falta ao diretor Je-yong Lee o talento de um Coen ou de um Jeunet…

Dasepo começa bem. A cena inicial e a sequência de abertura são maravilhosas, apresentando-nos a escola multi-religiosa e os vários personagens bizarros, como um cíclope (!), com apenas um olho no meio da testa; ou uma menina pobre com uma “boneca de pobreza” sempre às costas.

Até o meio do filme, as historinhas funcionam muito bem. Mas em certo ponto o diretor se perde, infelizmente.

Ainda tem a genial sequência no fim com o duelo contra o diretor da escola; e um número musical final tão divertido como o inicial.

Vale pela novidade. Afinal, já estamos nos acostumando com filmes sul-coreanos (Oldboy, O Hospedeiro), mas é a primeira vez que vejo um trash coreano!

Bad Taste – Náusea Total

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Bad Taste – Náusea Total

Quando a gente ouve o nome Peter Jackson, a primeira coisa que lembra é a trilogia Senhor dos Anéis, certo? Super produção, recordista de Oscars (ao lado de Titanic e Ben Hur), incluindo um de melhor diretor, recordes de bilheteria…

Quem diria que esse cara começou fazendo filmes trash na distante Nova Zelândia…

Lançado em 1987, Fome Animal durou 4 anos para ser filmado, somente nos fins de semana e usando equipamentos emprestados. O elenco e equipe eram amigos de Peter Jackson.

O resultado? Um dos melhores filmes trash da história!

Um grupo de amigos descobre que a cidade está abandonada. É que um grupo de alienígenas está levando os habitantes para abastecer uma rede de fast food intergalática!

Mas a história aqui é pouco importante. O que importa é a quantidade de sangue jorrando, pedaços de cérebro espalhados, cabeças arrebentadas, vômito verde e tudo o que pode agradar qualquer fã de gore! O filme é realmente um dos mais nojentos da história do cinema…

E o filme é divertidíssimo. Ao mesmo tempo que as cenas são nojentas, também são muito engraçadas. Gargalhadas correm soltas pros de estômago forte.

Curiosidade interessante: o próprio Peter Jackson interpreta dois dos personagens principais, um humano e um alienígena.

Pra quem gostar desse, recomendo Brain Dead – Fome Animal, outro trash neo-zelandês dirigido por Jackson.

House of The Dead

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House of The Dead

O diretor Uwe Boll parece que quer tomar o lugar de Ed Wood como “o pior diretor da história do cinema”. Então, pra que perder tempo vendo um filme dele? Afinal, já sabemos que será ruim!

Mas é que li por aí pela net que a continuação, House of The Dead 2, é um bom filme, apesar do primeiro ser muito ruim. Além disso, queria comparar os dois diretores supracitados…

Um grupo de jovens vai a uma rave numa ilha. Chegando lá, não encontram ninguém, apenas zumbis mortos-vivos assassinos.

Sim, podia ser um bom argumento prum filme trash. Mas nem pra isso serviu… É daqueles que, de tão ruim, é ruim mesmo!

Pra começar: se um morto volta à vida, como é que ele morre de novo levando um tiro? Não estou questionando coisas como a habilidade relâmpago que as pessoas adquirem para artes marciais ou tiro ao alvo quando veem zumbis pela primeira vez; não estou questionando quem carregaria tantas armas “por coincidência”; não estou questionando o método bizarro de se “criar” novos zumbis. Minha questão básica é: se já está morto, não vai sangrar até morrer se levar um tiro!

O filme é baseado num videogame. Nunca joguei esse videogame, não sei se é fiel ou não. Mas posso dizer que, como filme, não funciona. Aliás, de vez em quando flashes do videogame pipocam na tela, para unir cenas… Patético…

Vou ver a continuação, espero que valha a pena!

Sobre o folclórico título de “pior diretor da história”, Uwe Boll está no páreo. Heu, particularmente, acho Ed Wood um injustiçado. ele era picareta sim, e muito. Mas normalmente usam o seu filme Plano 9 do Espaço Sideral como exemplo de pior filme. Mas esse é divertido. Ruim é quando ele tenta ser sério, como em Glenn or Glenda

É, acho que vou deixar essa disputa de lado e ver uns filmes bons… Vai me fazer melhor… 🙂

Dance of the Dead

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Dance of the Dead

Quase toda a população de uma pequena cidade vira zumbi, e logo na famosa “Prom Night”, no dia do baile de formatura da escola!

Sim, o argumento é clichê. Mas é daqueles clichês que, se bem conduzidos, podem ser bem divertidos!

Essa é a onda de Dance of the Dead. Nada demais. Apenas engraçado, divertido e despretensioso. E precisa de algo a mais?

O diretor é desconhecido, assim como o elenco. Os efeitos especiais são simples e eficientes. Situações e personagens clichês desfilam pelo filme. Mas ninguém compromete. E o espectador ganha uma boa diversão, pra se ver com galera e pipoca!

Vi no imdb um box com 8 filmes de terror semi-desconhecidos (será que ainda tem hífen depois da reforma ortográfica?):

http://www.imdb.com/media/rm3528889344/tt0926063

Um é esse Dance of the Dead; outro é O Bosque Maldito, que vi em março do ano passado num festival de cinema trash aqui no Rio (http://www.fotolog.com/helvecioparente/15689461).

Pelos dois que já vi, acho que vou procurar os outros seis…

Tokyo Gore Police

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Tokyo Gore Police

Em agosto do ano passado, falei de um filme trash japonês onde o gore era visto de uma maneira exageradamente exagerada, o Machine Girl. A mesma produtora, a Tokyo Schock, agora nos traz mais um filme no estilo: Tokyo Gore Police!

Se, naquele, tínhamos uma história de vingança com o uso de apetrechos bizarros (como uma guilhotina voadora ou um sutiã-furadeira), aqui os apetrechos bizarros são parte dos personagens! Numa Tokyo do futuro, onde a polícia foi privatizada, aparece um novo tipo de criminoso: os “engenheiros”, pessoas que alteram seus corpos para, quando feridos, seus ferimentos virarem armas perigosas e mortais.

É assim mesmo, cortam a mão do cara e “nasce” uma motosserra no lugar…

Quem curte o estilo vai dar boas gargalhadas. O sangue é exagerado, jorra como hum chuveiro aberto no máximo. Lógica? Não existe. Mas quem vê um filme desses não espera lógica…

Talvez o filme pudesse ser um pouco mais curto, temos uma hora e cinquenta minutos. Mesmo assim, não chega a cansar. E temos gancho pra continuação! Será que a Tokyo Schock quer virar a nova Troma?

Última recomendação: não veja durante as refeições!

Zombies Gone Wild

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Zombies Gone Wild

Poucas vezes na minha vida desisti de ver um filme no meio dele. Mesmo quando é muito ruim, vejo até o fim. Nem que seja pra falar mal.

Mas não consegui terminar este filme Zombies Gone Wild. Isso se é que podemos chamar essa coisa de filme…

A princípio, a idéia parecia boa: uma mistura de American Pie com filme de zumbi! Legal! Isso deve ser tão trash que o filme dificilmente vai ser ruim…

Mas… Engano meu: é REALMENTE ruim.

Por que digo isso? Aparentemente um grupo de amigos comprou ou ganhou uma filmadora e resolveu filmar qualquer coisa. Até acredito que eles devem ter se divertido filmando isso e depois assistindo ao que saiu. Mas… Por que fingir que é um filme de verdade e lançar no mercado?

A imagem é tosca, video mesmo, câmera na mão. As atuações são caricatas no mau sentido – os personagens são clichês exagerados e mal interpretados pelos pretensos “atores”. O humor (?) é sem graça, não dá nem pra tirar um leve sorriso.

Até aí, ainda aguento. Mas as cenas são looongas, arrastadas, nada acontece no filme… Aí não deu mais. Avancei. Será que melhora quando aparecerem os zumbis?

Nada… Vi zumbis melhores no calçadão de Copacabana na Zombie Walk. Os daqui do Rio são melhores em dois sentidos: em fantasia e interpretação. Como assim, um zumbi pode ser mal interpretado? Acredite, pode.

Gosto de filmes ruins. Mas gosto de filmes, não disso aí.

p.s.: até esse cartaz é fake. Nada disso acontece…

Black Sheep

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Black Sheep

Um filme trash neo zelandês sobre ovelhas assassinas. E precisa dizer algo mais? Esse é um daqueles casos onde “o filme já ‘nasceu’ bom”!

O argumento deste filme deixaria feliz o mestre Roger Corman: uma fazenda tem um laboratório para criar um novo tipo de 0velha, geneticamente modificada. Mas algo acontece de errado, e as ovelhas viram carnívoras e assassinas…

O diretor Jonathan King  nos traz tudo o que é necessário em um filme desse tipo: personagens caricatos, idéias absurdas e muito, muito gore!

Não sei se tem algum dedo do Peter Jackson aí (afinal, o cara é neo-zelandês e gosta de filmes trash), mas sei que os efeitos estão a cargo da WETA, companhia do próprio…

Infelizmente, acho que não tem por aqui. Mas vale o download!

2001 Maníacos

2001 Maníacos

Alguém aí conhece o “clássico trash” 2000 Maníacos, dirigido por Herschell Gordon Lewis em 1964?

Bem, como isso é um blog, acho que posso contar uma história pessoal… Alguns anos atrás, acho que 1994, numa Mostra Banco Nacional de Cinema (atualmente chamada de Festival do Rio), havia uma mostra trash. Num sábado à tarde, heu estava num Estação Botafogo 3 lotado numa sessão histórica de Papai Noel Conquista os Marcianos – filme ruim, ruim, mas a platéia estava tão inspirada que parecia que estávamos vendo uma sessão de The Rocky Horror Picture Show, com todos os apetrechos e coreografias combinadas.

O cara que trouxe esse filme ficou tão empolgado com a reação da platéia que resolveu oferecer uma sessão dupla extra, depois da última sessão, com dois filmes que não estavam na programação: o lançamento mundial do hilário A Gangue das Garotas (filme que tinha sido feito nos anos 60, para alertar as pessoas sobre o perigo das drogas, mas que tinha sido engavetado e esquecido), e 2000 Maníacos (sobre uma cidade onde todos os habitantes eram assassinos).

A sessão dupla foi histórica. O projetor apresentou um defeito que ficava travando a imagen e o som. Ninguém conseguia entender nada, porque o som ficava indo e voltando, “uóm uóm uóm”… Em qualquer platéia do mundo isso seria motivo para o cancelamento da sessão. Mas naquele particular momento, foi muito divertido!

Bem, assim vi, no cinema, 2000 Maníacos. Anos depois consegui uma versão em dvd e revi, agora com o som direito…

Bem, tudo isso foi pra introduzir a divertida refilmagem 2001 Maníacos, de 2005, dirigida por Tim Sullivan e estrelada por Robert Englund, o nosso querido Freddie Kruger.

A história é a mesma: alguns turistas vêem um falso desvio e vão parar numa cidade onde está acontecendo um festival, e aos poucos descobrem que o grande objetivo do festival é justamente matá-los.

O filme todo é exagerado, puxando para a comédia em vez do terror, o que torna um programa realmente divertido. Todas as atuações são caricatas, mas neste caso específico, é uma boa notícia! Recentemente vi Robert Englund no fraco Zombie Strippers. Lá a caricatura não combinava…

Senti falta de algumas mortes que estão no original – não usaram o barril com pregos! – , mas por outro lado, nesta refilmagem existem outras mortes bem criativas… Na dúvida, veja os dois então!

Último comentário: o badalado Juno, sobre a adolescente grávida, tem um personagem que cita Herschell Gordon Lewis, diretor do original, como o “mestre do horror”!

The Boy from Hell

The Boy from Hell

Um garoto morre num acidente de carro. Sua mãe, ajudada por uma velha esquisita, faz uma feitiçaria pra ele voltar à vida, mas ele volta como um monstro.

Parece pouco, e é.

Tosco, tosco e tosco. Já vi muito filme tosco na vida, mas se bobear, coloco esse em primeiro lugar!

Os atores são tristes de tão caricatos. A história além de clichê não faz nenhum sentido. Os cenários e efeitos são mal feitos ao extremo – só pra dar um exemplo, o garoto é substituído por um anão quando vira monstro!

Agora, se você conseguir relevar esses “detalhes”, até que o filme pode ser divertido… Sabe quando algo é tão ruim que fica engraçado? Pois é o caso aqui.

Outra coisa que ajuda é a duração. Na verdade é um média metragem, são 45 minutos apenas. Segundo o que pesquisei na internet, faz parte de uma hexalogia, todos baseados nos mangás Hideshi Hino’s Theater of Horror.

Devo ser um cara estranho. Quero ver os outros 5…