The Room

Crítica – The Room

Quando vi Birdemic, li no imdb algumas comparações com este The Room, que seria um filme tão ruim quanto. Poucos dias depois, estive com o diretor curitibano Paulo Biscaia Filho (Morgue Story, Nervo Craniano Zero), que coincidentemente comentou sobre o mesmo filme. Os sinais estavam claros: heu precisava ver The Room!

Johnny é um bem sucedido executivo de um banco. Mas sua noiva manipuladora está tendo um caso com o seu melhor amigo.

The Room é ruim, muito ruim. Mas é um ruim diferente de Birdemic ou Cinderela Baiana. The Room é ruim porque tenta ser sério.

The Room é quase uma aula de cinema ao inverso. Se você quiser fazer cinema, veja tudo aqui e faça o oposto, é um bom ponto de partida. São muitos exemplos de erros.

Aqui é fácil vermos quem é o culpado: Tommy Wiseau, o diretor, roteirista, produtor e protagonista de The Room. O cara é muito ruim, é difícil saber em qual função ele é pior. Acho que a única tarefa que Tommy Wiseau fez direito foi a produção. Afinal, ele conseguiu realizar seu sonho – seu filme ficou pronto, diferente de muita gente por aí que não consegue isso. Mas…

– Tommy Wiseau é um péssimo roteirista. The Room traz alguns pontos no roteiro que seriam importantes, mas são ignorados logo depois – como a sogra de Johnny declarar que está com câncer, ou o envolvimento de Denny com o traficante de drogas. E olha que não estou falando da cena onde os personagens vão jogar futebol americano de fraque, nem do personagem do psicólogo, que aparece do nada e desaparece também do nada, nem das duas cenas de sexo com imagens repetidas, nem do jovem Denny querendo assistir o “pai adotivo” fazer sexo, nem…

– Tommy Wiseau é um péssimo diretor. Um exemplo: perto do fim do filme, seu personagem precisa pegar uma caixa e abri-la. Mas a caixa já estava aberta. Sem problemas: Johnny pega a caixa, a fecha e logo depois a abre.

– Mas acho que o pior de tudo é a atuação. Tommy Wiseau é um péééssimo ator. Olha, arrisco a dizer que nunca vi um ator tão ruim. A gente vê atores fracos aqui e ali, inclusive aqui em The Room, mas ele é muito pior do que se pode imaginar. Pra piorar, ele é feio, tem um físico horroroso e um sotaque bizarro. Uma frase sua virou meme de internet – procurem no google a expressão “you are tearing me apart, Lisa!”.

A trilha sonora também é muito ruim, mas não sei se teve dedo de Wiseau. Só sei que os temas não combinam e parecem encaixados à força.

Como falei lá no início, o pior de tudo é que estamos diante de um filme sério. Aparentemente, Wiseau acha que fez um bom filme. Por isso, dependendo do ponto de vista, The Room é ainda pior que um Birdemic ou um Cinderela Baiana, já que os risos aqui são de vergonha alheia.

Acho que a única coisa boa deste filme é a nudez gratuita da personagem principal feminina, que gosta de tirar a roupa sem motivo. Mas, mesmo assim, ainda preferia que fosse uma atriz mais bonita.

A recomendação para o público “leigo” é simples: evite ao máximo e seja feliz. Mas, para aqueles iniciados no mundo trash, recomendo ir com cautela. The Room não é para qualquer um!

Birdemic: Shock And Terror

Crítica – Birdemic: Shock And Terror

Existem filmes ruins. Existem filmes muito ruins. E existem filmes que desafiam os limites da ruindade cinematográfica. São raros. Lembro de Plano 9 do Espaço Sideral, de Manos – The Hands of Fate, do nacional Cinderela Baiana, talvez Vampires Vs Zombies mereça vaga na lista. E agora tenho mais um: este Birdemic: Shock And Terror.

A sinopse é simples: sujeito encontra uma ex-colega do tempo do colégio que acabou de virar modelo da Victoria Secret, mas que deve passar por uma grave crise de auto-estima, já que resolve dar bola pra ele. Até que, do nada, pássaros começam a atacar e matar as pessoas.

Birdemic é ruim, mas não é um ruim comum. Esqueça a Troma, esqueça o Uwe Boll. O buraco aqui é mais embaixo. É muito, muito pior.

Tudo aqui é muito ruim. O roteiro é ridículo, mas isso não é nada demais, a gente até vê roteiros ruins em filmes “normais”. As atuações são patéticas, todos os atores são péssimos. O som do filme é horrível, alguns takes têm ruído externo, outros não – detalhe: takes na mesma cena! A edição é tão ruim que o filme é cheio de buracos. E não existe sincronia entre os atores e os diálogos. A trilha sonora nem é tão ruim, mas seus monótonos temas estão bem longe de ser bons.

Os efeitos especiais merecem um parágrafo à parte. Já vi muito efeito tosco, mas acho que nunca tinha visto algo tão ruim. Os pássaros são exatamente iguais, ctrl c ctrl v – e desafiam a gravidade flutuando no ar. Não sei se usaram cgi, li no imdb que seriam gifs animados – e não duvido disso! Mas não para por aí. Tudo piora quando os pássaros começam a soltar bombas! As explosões fazem as produções dos Trapalhões nos anos 80 parecerem a Weta…

Heu podia continuar falando de mais coisas ruins que tem no filme. Mas quero logo passar pro próximo filme da lista!

Heu costumo recomendar filmes trash, mas Birdemic: Shock And Terror não é uma experiência para qualquer um. Veja por sua própria conta e risco!

Li no imdb que existe uma continuação prevista para este ano. Que os deuses do cinema nos protejam e que este novo Birdemic nunca seja lançado!

O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar

Crítica – O Clube do Vamos Fazer a Professora Abortar

Quando li que teria um filme japonês de apenas uma hora de duração, com o nome “O Clube do Vamos Fazer a Professora Abortar”, lembrei logo de divertidos trashs japas como Tokyo Gore Police, Machine Girl ou Vampire Girls Vs Frankenstein Girl. Que nada, O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar é sério…

A sinopse tá quase toda no título do filme. Cinco adolescentes de uma escola japonesa gastam seu tempo fazendo pequenas maldades dentro e fora da escola. Quando descobrem que uma das professoras da escola está grávida de quatro meses, elas resolvem fazer de tudo para causar o aborto.

Escrito e dirigido por Eisuke Naitô, O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar (Let’s-Make-the-Teacher-Have-a-Miscarriage Club em inglês ou Sensei wo ryûzan saseru-kai no original em japonês) é um filme sério, como falei no primeiro parágrafo. Sério e bobo. Ao não assumir a vocação trash desta trama, O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar perdeu uma ótima oportunidade de criar mais um clássico da recente podreira japonesa.

O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar é apenas um drama. Tem uma cena engraçada aqui, outra ali, mas no geral, um drama. Bobo e desnecessário.

Saudades dos trashs japas…

Kid-Thing / Coisa de Criança

Crítica – Kid-Thing

Sinopse tirada da programação oficial do Festival do Rio:

Annie é uma menina rebelde de 10 anos, agressiva e destrutiva. Ela vive com seu pai, que passa grande parte do tempo dormindo. Sem limites ou parâmetros, ela passa o seu tempo roubando, vandalizando e se engajando em um comportamento antissocial. Um dia, ao andar pela floresta, ela é surpreendida pela voz de uma mulher pedindo socorro de dentro de um poço abandonado. Assustada, ela a princípio não sabe como agir, mas acaba voltando ao local repetidas vezes, primeiro com sanduíches, depois com walkie-talkies, e mais tarde com um pedido.

A sinopse de Kid-Thing (traduzido como Coisa de Criança pelo Festival do Rio) dava sinais de que poderia ser um bom e violento filme independente. Ou então que seria mais um filme independente chaaato.

Claro, segunda opção. Chaaato…

Cria da dupla de irmãos David Zelner (direão, roteiro e elenco) e Nathan Zelner (produção, fotografia e elenco), Kid-Thing tem um problema comum: falta uma história. A personagem da menina rebelde é interessante, mas se ela não tem nada para contar, temos um filme monótono onde nada acontece. Assim, temos vários momentos sonolentos em um filme de apenas uma hora e vinte e três minutos. Algumas cenas são insuportavelmente chatas, tipo aquela das raspadinhas na mesa. E a cena do professor de violão causa vergonha alheia.

Pra não diz que Kid-Thing é completamente inútil, aprendi como se hipnotiza uma galinha. Uau. Mudou a minha vida.

Agora, o pior de tudo é que me conheço: heu não aprendo. Por pior que tenha sido Kid-Thing, ano que vem vou achar um filme semelhante na Midnight Movies de 2013. E vou comprar ingresso…

Aí Vem o Diabo

Crítica – Aí Vem o Diabo

Durante uma viagem em família, o casal de filhos pré adolescentes vai explorar as montanhas da região e desaparece. No dia seguinte, eles retornam, mas o alívio logo dá lugar à preocupação: os dois passam a se comportar de maneira estranha, evitam a escola e causam sustos em sua babá.

Não sei se foi intencional (espero que sim), mas Aí Vem O Diabo (Ahí va el diablo no original) tem cara de produção vagabunda dos anos 70. Tive a impressão de que o diretor e roteirista Adrián Garcia Bogliano quis dar uma de Tarantino e tentou fazer uma homenagem ao cinema exploitation. Cortes e movimentos de câmera, e, principalmente, abuso de zooms deixam o filme com ar de exploitation. Pena que Bogliano não tem o talento de Tarantino, em vez de cult, Aí Vem o Diabo parece uma caricatura.

Outra coisa que lembra o cinema exploitation é a nudez gratuita (uma coisa que Tarantino não usa muito). Todas as atrizes adultas tiram a roupa, mesmo quando não precisa. Taí uma coisa que podia ser feita com mais frequência… 😉

Aí Vem o Diabo traz um pouco de gore. Nada excessivo, mas uma das cenas tem tanto sangue que a plateia de gargalhadas. E a cena inicial é um bom resumo do que vamos ver: sexo nudez e violência, tudo gratuito – a cena podia ser cortada que o roteiro não mudaria nada.

A programação do Festival informa que Aí Vem O Diabo é um filme argentino. Mas o imdb diz que é mexicano. Confio mais no imdb…

No elenco, nada demais. Nenhum destaque positivo. Achei as crianças Michele Garcia e Alan Martinez inexpressivos demais, mas não sei se era opção do roteiro.Ainda no elenco, Laura Caro, Francisco Barreiro, Barbara Perrin Rivemar e David Arturo Cabezud.

No fim, fica aquela dúvida sobre a qualidade do filme: será que é ruim propositalmente, ou será que é ruim por falta de talento? Pelo menos é divertido e despretensioso. Bem melhor do que outros exploitation recentes que vimos por aí, como Nude Nuns With Big Guns ou Hell Ride.

A Little Bit Zombie / Um Pouco Zombie

Crítica – A Little Bit Zombie / Um Pouco Zombie

Comecemos o Festival do Rio!

Às vésperas de seu casamento, Steve é picado por um mosquito e começa a sentir estranhos sintomas: não sente mais seu pulso, rejeita comida normal e passa a ter desejo por cérebros. Steve logo descobre que ele se tornou um zumbi. Mesmo assim, nada fará com que sua noiva Tina desista do casamento.

Ver filmes em festivais é “loteria”. Precisamos de sorte, já que como são filmes muito recentes, temos poucas referências por aí. E muitas vezes criamos uma expectativa errada sobre um filme. Foi o que aconteceu aqui. A página do imdb dava a impressão de que A Little Bit Zombie seria um “trash clássico”, daqueles com muito humor negro e muito gore. Mas não é.

Dirigido por Casey Walker, A Little Bit Zombie (Um Pouco Zombie, na tradução brasileira) não é exatamente ruim. Mas está bem longe de ser um bom filme. O pior problema foi não assumir a vocação trash. Uma trama onde a “zumbificação” é transmitida por um mosquito não pode ser séria. Acredito que A Little Bit Zombie seria melhor se fosse mais escrachado. Do jeito que ficou, parece mais uma comédia leve com ar de sessão da tarde.

Ok, o filme traz algumas boas piadas. Mas são poucas, o humor é bem bobo. E pra piorar, o ritmo é leeento…

As atuações são fracas, mas isso não é nenhuma surpresa. No elenco, só atores poucos conhecidos: Stephen McHattie, Kristopher Turner, Crystal Lowe, Kristen Hager, Emilie Ullerup, Shawn Roberts e Robert Maillet.

A Little Bit Zombie não é ruim, mas é fraco. Espero ter mais sorte nas próximas escolhas.

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Se você gostou de A Little Bit Zombie, o Blog do Heu recomenda:
Chillerama
Evil Dead
Todo Mundo Quase Morto

Nervo Craniano Zero

Crítica – Nervo Craniano Zero

O novo filme da Vigor Mortis, companhia que fez o genial Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos!

Com medo de uma possível crise criativa, uma escritora de sucesso chama um antigo namorado, neuro-cirurgião com o registro cassado, para reativar sua fracassada experência que usa um chip indutor de criatividade ligado ao cérebro. Mas antes de testar nela mesma, ela contrata uma ingênua garota do interior como cobaia.

A dúvida que heu tinha era se Nervo Craniano Zero seria do mesmo nível do ótimo Morgue Story. Boa notícia: sim, é tão bom quanto!

Nervo Craniano Zero segue a linha de terror / comédia, com fortes (e visíveis) influências de quadrinhos e de filmes dos anos 80. O clima é bem trash, boa solução para o apertado orçamento de apenas R$ 180 mil. Claro, o filme não é pra qualquer um. Mas quem entrar no espírito, vai se divertir muito. O filme tem vários momentos antológicos, a plateia dava gargalhadas ao longo da projeção.

Depois do filme, o diretor Paulo Biscaia Filho, acompanhado dos atores Leandro Daniel Colombo e Uyara Torrente, falou um pouco com a pequena porém lotada sala de cinema do CCJF. Ele explicou que os atores sabem que tudo é sátira, o público sabe que tudo é sátira – mas os personagens não sabem. Os personagens levam aquilo a sério! Isso proporciona ao filme uma série de diálogos sensacionais, todos no limite da caricatura.

O elenco está ótimo. Leandro Daniel Colombo, um dos destaques de Morgue Story, e Guenia Lemos, mezzo americana, mezzo curitibana, que já fez alguns filmes e seriados em Hollywood, mas nunca tinha feito nada aqui no Brasil, estão excelentes como o médico perturbado Bartholomeu Bava e a escritora de moral duvidosa Bruna Bloch. Mas o melhor de Nervo Craniano Zero é Uyara Torrente, que ficou famosa um tempo atrás por um video de sua banda que virou viral de internet. Aqui ela mostra que é uma excelente atriz, com sua Cristi, que começa como uma ingênua (e engraçadíssima) caipira, para depois mostrar que o personagem tem muito mais a oferecer.

A trilha sonora é outro destaque. Demian Garcia compôs várias trilhas eletrônicas com um delicioso ar oitentista. E a cereja do bolo é a única música que não foi composta para o filme: Total Eclipse Of The Heart, da Bonnie Tyler, vira a trilha pefeita para uma cena completamente imprevisível de cirurgia craniana. Nunca mais ouvirei Bonnie Tyler como antes!

A exibição do filme era pra ser em alta definição, Paulo Biscaia Filho trouxe uma cópia em blu-ray. Mas o projetor do cinema não deixou a imagem ficar boa. Paulo disse para vermos isso como algo positivo: a qualidade da imagem ia nos lembrar dos velhos vhs dos anos 80… Ainda quero rever Nervo Craniano Zero com imagem boa, mas posso dizer que isso não atrapalhou a boa fotografia do filme, cheia de cenários estilizados e com muito contra-luz. Soma-se a isso a boa maquiagem e os efeitos especiais, poucos e simples, mas eficientes para o que o filme pede.

A notícia ruim é que não sei quando nem como o leitor vai conseguir ver Nervo Craniano Zero. Até onde sei, Morge Story só passou aqui no Rio no Festival do Rio de 2009, e foram poucas sessões mal divulgadas. Paulo Biscaia Filho deu a dica: o dvd está à venda na Livraria da Travessa. Mas sem divulgação, pouca gente vai saber disso…

Que Nervo Craniano Zero consiga um espaço no circuito cinematográfico, ou pelo menos um bom lançamento no mercado de home video!

Porto dos Mortos

Crítica – Porto dos Mortos

E vamos ao RioFan 2012!

Em um mundo devastado por um apocalipse zumbi, um policial vingativo persegue um serial killer, sem saber que este está possuído por um demônio.

Dirigido por Davi de Oliveira Pinheiro, Porto dos Mortos tem algumas falhas. Na minha humilde opinião, a maior delas é se classificar como um “filme de zumbi”. Não só os atores que interpretam os zumbis usam algumas das maquiagens mais mal feitas que já vi, como todos os personagens vivem tranquilamente com os zumbis em volta – porque os zumbis não atacam! Aí quando a gente vê que o mais importante no filme é a trama do serial killer possuído, a gente se pergunta: pra que os zumbis?

O roteiro tem altos e baixos. Por um lado, alguns diálogos são fracos – a cena do jovem de capacete conversando com o zumbi dá vergonha. Mas por outro lado, no meio do filme há uma corajosa reviravolta de roteiro que muda radicalmente o rumo do filme – gostei disso, foi totalmente inesperado. Mesmo assim, o roteiro tem problemas no ritmo.

O elenco de nomes desconhecidos está bem. As locações também foram bem escolhidas – lembro de Capital dos Mortos, filme de zumbis feito em Brasília, que mostra carros em movimento no fundo das cenas – Porto dos Mortos se preocupou com esse detalhe e parece que estamos realmente vivendo uma situação pós apocalíptica. Já a trilha sonora só funciona às vezes, em outras ela parece inadequada – como no momento que os garotos aprendem a atirar.

Descobri que este filme já está no imdb, com o título Beyond the Grave, como se tivesse sido lançado em 2010. Mas nunca tinha ouvido falar, e não achei nada sobre ele em sites de torrent.

Apesar de não ser top, torço por um lançamento melhor de Porto dos Mortos. Entre altos e baixos, o saldo é positivo. Vida longa ao terror independente brasileiro!

Batman – O Homem Morcego

Crítica – Batman – O Homem Morcego

Tempos de badalação em volta de Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge, achei este Batman de 1966 que já estava no meu hd há um tempão e resolvi (re)ver.

A Dupla Dinâmica tem que enfrentar quatro super vilões, Mulher Gato, Coringa, Pinguim e Charada, que se juntaram para roubar um raio que desidrata as pessoas.

Este longa foi feito na época do seriado do “Batman barrigudo”, aquele interpretado por Adam West. O tom do seriado era puro escracho, com personagens e situações caricatas ao extremo. Nada era pra ser levado a sério. E por isso mesmo, a série era divertidíssima!

O filme tem o mesmo tom de comédia escrachada. Algumas cenas até beiram o ridículo, como aquela na qual o Batman está carregando uma bomba com o pavio aceso e precisa desviar de freiras e mães com carrinhos de bebês! Mas pra quem gosta, é um prato cheio. Gargalhadas garantidas!

Um dos trunfos de Batman – O Homem Morcego é a manutenção de quase todo o elenco do seriado – tirando a Mulher Gato (aqui interpretada por Lee Meriwether), todo o elenco principal da série esta aqui: Adam West (Batman), Burt Ward (Robin), Cesar Romero (Coringa), Burgess Meredith (Pinguim), Frank Gorshin (Charada – chamado de Enigmista na dublagem) e Alan Napier (Alfred). Além disso, o filme também traz algumas marcas registradas do seriado, como Batman e Robin subindo pela parede ou as câmeras inclinadas no esconderijo dos bandidos, além de vários bat-veículos e bat-acessórios.

O maior orçamento permitiu uma produção melhor do que no seriado. Temos várias cenas externas, vôos de helicóptero, cenas no mar… Pena que o roteiro é tão ridículo, mas tão ridículo, que às vezes dá raiva. Quatro super bandidos, caracterizados com fantasias espalhafatosas, entram em uma reunião da alta cúpula das Nações Unidas, começam a desintegrar um a um dos membros, e os outros continuam discutindo sem olhar pro lado???

Mesmo assim, me diverti e dei boas risadas revendo o filme. A versão que tenho é a dublada, foi bom pela nostalgia, acho que é a mesma dublagem da minha época de criança.

Só não sei se Batman – O Homem Morcego vai agradar os fãs do Batman atual de Christian Bale. Porque este Batman é divertido, mas ninguém pode negar o potencial trash!

Chillerama

Crítica – Chillerama

É a última noite do último drive-in da América. Seu dono, Cecil B. Kaufman, programou para esta noite especial uma sessão quádrupla de filmes trash raros.

Chillerama segue o formato adotado em filmes como Creepshow: uma trama une algumas historinhas, independentes entre si. A temática também é terror, a diferença é que o resultado aqui é assumidamente trash.

Uma coisa que funcionou bem em Chillerama foi a estrutura de pequenas histórias. Nenhuma das historinhas teria fôlego para segurar um longa metragem. Mas o conjunto ficou bom – apesar que, na minha humilde opinião, poderia ter uma história a menos e fechar o longa com cerca de uma hora e meia em vez das quase duas horas.

Na verdade, era pra ser quatro filminhos dentro do filme, mas o quarto é muito curto (felizmente, porque é muito ruim). Assim, a quarta história acaba sendo a conclusão da trama que rola no drive-in.

A primeira história, sobre um espermatozóide gigante que ataca Nova York (!), é a melhor – apesar de ser um trash tosco com efeitos especiais mais toscos ainda. A seguinte é um musical gay com lobisomens que são ursos em vez de lobos (!!), numa onda meio Grease. Depois veio O Diário de Anne Frankenstein (!!!), onde Hitler rouba o diário de Anne Frank e lá tem instruções para fazer uma criatura monstruosa – e judia. O quarto (e curto) filme é sobre fezes – e isso não é engraçado. Felizmente, acaba rápido e temos logo a conclusão da história principal, sobre zumbis com apetite sexual (!!!!). Nenhuma das histórias é lá grandes coisas, mas como tudo é muito rápido, Chillerama flui bem.

Chillerama é um projeto em conjunto dos diretores e roteiristas Adam Rifkin Detroit Rock City), Tim Sullivan (2001 Maníacos), Adam Green (Pânico na Neve) e Joe Lynch (Wrong Turn 2: Dead End). E no elenco, alguns nomes “lado B”, como Ray Wise, Eric Roberts e Lin Shaye. Ou seja: ninguém que vai fazer você ficar com curiosidade…

O resultado final, como já era previsto, é irregular – parte pela inconsistência das histórias; parte porque é tudo propositalmente tosco demais. Mas quem gosta de trash vai se divertir e pode dar umas boas gargalhadas. E a parte final ainda tem uma sequência de frases tiradas de filmes famosos que quase parece o Top 10 de Melhores Frases de Filmes!

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