Evil Aliens

Crítica – Evil Aliens

Empolgado com Doghouse, fui procurar este Evil Aliens, de 2005, o filme anterior do mesmo diretor, Jake West.

Inglaterra. A repórter sensacionalista Michelle Fox apresenta um programa com matérias fakes sobre ovnis e alienígenas. Ao saber de uma mulher no País de Gales que diz que está grávida de um alien, ela vai para lá com uma equipe.

Hoje em dia é fácil conseguir quase todos os filmes. É só fazer uma busca com o nome do filme pelos sites de torrents e de legendas e o filme tá na mão. O “quase” é porque alguns filmes são difíceis de encontrar uma versão boa. Evil Aliens foi assim: primeiro, baixei um arquivo com legendas embutidas em sueco (que embaralhavam com as legendas em português); depois baixei outro arquivo, onde as legendas em português não ficavam sincronizadas; na terceira tentativa, consegui sincronizar as legendas, mas o filme estava “achatado” para o formato 4 x 3… Será que é porque o filme é inglês e não americano?

Enfim, agora que consegui ver, digo que Evil Aliens não vale tal esforço. O filme é divertido, mas bem mais fraco que Doghouse. Se este tinha um ar trash (como Todo Mundo Quase Morto), Evil Aliens é trash assumido. Efeitos toscos (cgi paupérrimo), atuações caricatas, trama absurda… Mas este não é o problema – heu gosto de filmes trash. O problema é que boa parte das piadas é sem graça!

Ok, vamos reconhecer alguns méritos. Evil Aliens traz muito gore e muito sangue, com direito a várias cabeças arrancadas e diferentes partes de corpos decepadas – tem espaço até pra olhos voadores, numa cena que lembra Uma Noite Alucinante. Rola até uma cena de sexo entre um humano e uma “etéia”, com direito a nudez extra-terrestre (mamilos com ganchos!). Mas… Logo numa das primeiras cenas, já tem uma desagradável (e sem graça) cena onde a famosa “sonda anal” entra em ação – mas é uma sonda com lâminas giratórias. Cena de extremo mau gosto – mau gosto que fica aparecendo de vez em quando ao longo do filme.

Outra coisa que atrapalha é o roteiro (escrito pelo mesmo Jake West), caricato demais. Muitas das cenas são tão absurdas e desnecessárias que deu preguiça de terminar o filme – por exemplo: pra que aquela cena da casca de banana? E que papo é esse de “massagear o cérebro” pra guiar a nave???

No elenco, todos caricatos como era de se esperar. Mas, pelo estilo do filme, ninguém atrapalha. Só achei que poderia ter algo de nudez feminina, afinal, Emily Booth, Jodie Shaw e Jennifer Evans não são feias.

Existem trashs melhores por aí. Mesmo assim, Evil Aliens pode agradar os apreciadores do estilo.

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Evil Dead 3 – Army Of Darkness – Uma Noite Alucinante 3

Crítica- Evil Dead 3 – Army Of Darkness – Uma Noite Alucinante 3

E vamos ao último filme da trilogia Evil Dead!

Ash (Bruce Campbell) vai parar em um castelo medieval ameaçado por forças do mal. Acham que ele é um salvador citado em uma profecia, que seria capaz de pegar o livro Necronomicon e afastar o mal. Mas, ao pegar o livro, ele recita as palavras erradas e acaba libertando um exército de cadáveres.

O ano era 1992. Sam Raimi já não era um nome desconhecido, mas ainda estava no underground – além da trilogia, ele tinha feito apenas Crimewave e Darkman (mal sabia ele que exatos dez anos depois, ele estaria dirigindo um blockbuster, o primeiro Homem Aranha). Raimi mais uma vez foi responsável pelo roteiro e direção. E sua câmera continua genial, como nos filmes anteriores.

Evil Dead – A Morte do Demônio não passou nos cinemas brasileiros; Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante teve uma carreira razoável nas telas. Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3 até passou, mas, se me lembro bem, ficou só uma semana em cartaz. Lembro que vi correndo, antes de tirarem do circuito!

Se os dois primeiros filmes têm um visual bem semelhante, isso não acontece aqui. A trama se passa quase toda na Idade Média, no ano 1300. Revendo hoje, o visual do filme lembra algumas séries produzidas por Sam Raimi nas décadas seguintes, como Hercules, Xena e Legend of the Seeker – aventuras medievais com um pé na magia.

Mas, apesar de ter cara de aventura medieval, Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3 nunca nega as suas origens. Não só o banho de sangue continua, como ainda rolam demônios alados e um exército de esqueletos em stop motion – o tal “Army of Darkness” do titulo.

(Aliás, segundo o imdb e a capa do meu dvd gringo, o nome do filme é apenas “Army of Darkness“. Cadê o “Evil Dead 3“?)

O elenco continua basicamente desconhecido, com excessão do mesmo Bruce Campbell de sempre. A novidade é uma ponta de Bridget Fonda logo no início do filme.

Por coincidência, baixei na mesma época uma versão em avi e logo depois consegui comprar o dvd. São finais diferentes! O dvd traz o final no supermercado; o avi tem um final dentro de uma caverna – preferi o do dvd…

Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3 não é levado muito a sério, é deixado de lado por muitos apreciadores de cinema de horror. Mas fecha bem a trilogia!

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Uma Noite Alucinante 3
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Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante

Crítica – Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante

E vamos à continuação de Evil Dead – A Morte do Demônio!

Um casal chega a uma cabana abandonada e invoca sem querer forças do mal ocultas na floresta, ao ler em voz alta trecho do Necronomicon, o Livro dos Mortos. E recomeça o banho de sangue…

Antes de falar do filme, vamos voltar uns 25 anos no tempo…

Segunda metade dos anos 80. Tv a cabo não existia no Brasil, locadoras de vhs ainda eram novidade pra muita gente. Só era possível ver Evil Dead – A Morte do Demônio em vídeo, mas esta segunda parte passou nos cinemas, e acho que teve um relativo sucesso – lembro de ter visto em um cinema São Luiz bem cheio.

Na época, heu achava que era uma refilmagem do primeiro filme, com mais dinheiro para os efeitos especiais e mais humor negro. E me perguntava por que diabos Ash (Bruce Campbell) voltaria para aquela cabana depois do que aconteceu no filme anterior.

Bem, isso realmente é confuso. Parece uma refilmagem, e também parece uma continuação. O imdb explica: como Sam Raimi não tinha direitos sobre as imagens do primeiro filme, ele refilmou algumas passagens, mas depois disso continuou o filme. Então é uma refilmagem/continuação… 😉

Enfim, a história pouco importa aqui. O negócio é continuar com o ritmo frenético e os travellings alucinantes. A diferença é que Raimi resolveu assumir o lado trash e caprichou no humor – Raimi declarou que se inspirou na antiga série de tv Os Três Patetas. E fez de Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante uma das melhores comédias de humor negro da história!

O humor negro é farto. A sequência da mão possuída é sensacional. Um dos personagens chega a engolir um olho de demônio. E uma genial sequência em stop motion mostra um balé com um cadáver decapitado. A ironia é tão boa que aparece a capa de um livro de Ernest Hewingway, chamado “A Farewell to Arms”!

O clima de terror continua, mas agora com a galhofa assumida. Muito, muito gore, e muitas gargalhadas em cima dessa nojeira toda. Pra quem curte terror, o primeiro filme é obrigatório; pra quem quer rir, o segundo é a melhor opção.

O fim do filme é em aberto, porque, àquela altura, a parte 3 já era prevista.

Em breve, Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3!

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Crimewave – Dois Heróis Bem Trapalhões
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Bad Taste – Náusea Total
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A Historia de Ricky / Lik Wong

Crítica – A Historia de Ricky / Lik Wong

Olha que legal: por causa dos meus textos sobre o Rio Fan, fui convidado para participar da Maratona Trash, organizada pelo grupo Blatella, no simpático Cinema Nosso. Pena que heu já tinha um compromisso marcado, e por isso só consegui ver o primeiro filme, este divertido A Historia de Ricky, de 1991, do qual heu nunca tinha ouvido falar.

Baseado em um mangá. O jovem Ricky, dotado de força sobre-humana, vai preso em uma cadeia onde reina a corrupção e o tráfico. Usando o kung fu, ele quer “limpar” o sistema.

Diferente da maioria dos trashs por aí, A Historia de Ricky não tem nada de terror nem de ficção científica. É um filme de ação, mas com direito a tudo que um bom trash tem: situações exageradas, atuações caricatas e muito, muito gore.

A trama é ridícula. Um cara com os poderes de Ricky não ficaria preso, ele logo quebraria a parede e sairia (e o filme não aconteceria), afinal, o soco do cara é capaz de perfurar qualquer coisa – concreto, barras de aço, partes dos corpos dos inimigos… E por aí vai, se a gente for procurar furos no roteiro, o post vai ser looongo…

Mas, convenhamos, a graça de se assistir um filme como A Historia de Ricky não é a profundidade do roteiro, né? O filme é engraçadíssimo! O barato aqui é se divertir com cenas absurdas, como o momento onde, durante uma briga, um dos lutadores comete hara-kiri e usa o próprio intestino pra tentar enforcar seu oponente!!!

Não reconheci nenhum nome ligado ao filme, uma co-produção Japão / China (Hong Kong). O imdb fala de uma parte 2, que, curiosamente, foi lançada um ano antes. Estranho, não? Enfim, tosqueiras assim nem sempre geram boas continuações. Não sei se vale o risco…

Enfim, fica aqui o meu parabéns ao Cinema Nosso e à galera do grupo Blatella, que organizaram esta maratona. Que venham outras! E que na próxima heu consiga ficar mais tempo!

p.s.: Ainda na Maratona Trash, rolaram sessões de Evil Aliens – Um novo Contato (Evil Aliens, 2005) e A Semente da Maldição (The Suckling, 1990). Vou procurar ambos pra baixar…

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Kommandør Treholt & Ninjatroppen / Norwegian Ninja

Crítica – Kommandør Treholt & Ninjatroppen / Norwegian Ninja

Encerro minha participação no Rio Fan 2011 com este Kommandør Treholt & Ninjatroppen. Perdi as exibições de A Mulher (que ganhou o prêmio de melhor filme do festival) e de Água Negra – baixei ambos, mas não consegui legendas, então vou esperar um tempo para vê-los.

O que chama a atenção no filme escrito e dirigido pelo estreante Thomas Cappelen Malling é o argumento: como assim, ninjas noruegueses?!?!? E o pior de tudo é que o filme é baseado em fatos reais. Arne Treholt foi um político norueguês, condenado nos anos 80 a vinte anos de prisão por traição. Bem, o “Kommandør Treholt” existiu, mas, se ele tinha uma tropa de ninjas… Aí é que entra a ficção… 😉

Kommandør Treholt & Ninjatroppen tem algumas ideias muito boas, alguns momentos são hilários. Mas, no geral, é um filme bobo, heu esperava mais. Talvez fosse o velho problema de criar altas expectativas, afinal, recentemente vi dois filmes noruegueses muito bons, Dead Snow e The Troll Hunter.

A recriação do clima da Guerra Fria, com várias imagens de arquivo e reportagens jornalísticas inseridas, ficou bem legal. Aliás, o filme tem cara de ter sido feito nos anos 80, a imagem é trabalhada para parecer antiga – boa sacada. Pena que parte do filme fica confuso para “não-noruegueses” – heu nunca tinha ouvido falar em Arne Treholt…

Para os fãs de filmes trash!

A Noite do Chupacabras

Crítica – A Noite do Chupacabras

Ficou pronto o aguardado novo filme de Rodrigo Aragão, diretor do cult trash Mangue Negro!

O filme fala de uma velha briga por terras entre duas famílias rivais. Enquanto isso, um misterioso monstro espreita no meio do mato.

Rodrigo Aragão falou antes com a plateia. Explicou que esta versão ainda não é a definitiva, que ele estava trabalhando numa versão quatro minutos mais curta, e com o som melhorado.

O filme é muito divertido, um legítimo trash. Quem gosta do estilo não se decepcionará. Muito gore, muita gosma, de várias cores diferentes, de várias origens diferentes. Muito bom! 😀

Claro, nem tudo é perfeito. O som ambiente tem falhas claras (tomara que isso seja uma das coisas consertadas na nova edição). O elenco tem atores caricatos, mas isso já era esperado, pelo estilo do filme.

Por outro lado, um nome em particular está tão caricato que ficou genial: um dos papeis principais é de Peter Baiestorf, um dos maiores realizadores do underground brasileiro, autor de dezenas filmes trash (segundo o wikipedia, são 17 longas, mais alguns curtas e médias). Na época de Mangue Negro, li uma comparação entre Rodrigo Aragão e Sam Raimi da época do primeiro Evil Dead; Baiestorf seria o seu Bruce Campbell. Baiestorf perde um olho, alguns dedos, se suja de vários tipos de gosma e não para de gritar palavrões! Vou procurar um dos seus filmes, depois comento aqui – já tenho baixado “Vadias do Sexo Sangrento“!

(Aliás, falando em Baiestorf, sei que um de seus filmes de chama “Vou Mijar na P#@rra do Seu Túmulo” – determinado momento do filme, seu personagem, ensandecido, grita exatamente isso!)

Ah, sim, falei em gosma, né? Nisso, o filme é de primeira linha. Tanto a maquiagem quanto os efeitos de gore são muito bem feitos. Nisso, a equipe é tão eficiente que houve uma oficina de maquiagem durante o Rio Fan – e a oficina estava lotada.

Além disso, a trilha sonora, com vários temas instrumentais feitos apenas com percussão, é muito legal, mostra um lado legal da música brasileira, sem precisar cair nas obviedades do samba e da mpb. Bola dentro!

Também é importante notarmos a evolução técnica que Aragão conseguiu desde Mangue Negro. A qualidade da imagem era um dos pontos fracos do outro filme, agora melhorou muito. Outra coisa é o elenco mais heterogêneo, nada de atores novos sob forte maquiagem para interpretar personagens velhos.

O que dá pena ao ver um filme desses é saber que ele nunca será lançado nos cinemas convencionais. Torço para que um dia heu consiga uma edição em dvd tão legal como a edição de Mangue Negro que comprei das mãos de Aragão: um dvd duplo, cheio de cartões dentro do encarte, e com uma caixinha de papel em volta. Edição de luxo! 😉

Acredito que o filme ainda não exista para baixar. E espero ainda rever numa tela grande. Mas, enquanto nenhuma das opções é viável, fiquem com o trailer:

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Agora, um adendo: uma foto minha, entre o ator principal Joel Caetano e o diretor Rodrigo Aragão, tirada logo após a exibição do filme. Agradecimentos a Rodrigo Giane, que tinha uma câmera com flash (a minha câmera não tinha…).
(Rodrigo Aragão é o de barba!)

Ferida / Wound

Crítica – Ferida / Wound

E vamos começar a falar dos filmes da edição 2011 do Rio Fan!

Wound é um filme estranho, muito estranho. Susan foi mãe adolescente, e sua filha Tanya morreu no parto. Agora, anos depois, Susan vê sua filha em todos os lugares.

O diretor David Blyth é um nome conhecido na Nova Zelândia por seu estilo sempre polêmico. Este Wound ficou famoso quando, ao ser exibido num festival, ganhou como fã o também polêmico Ken Russell. Bem, se você conhece os filmes de Russell, já sabe o que esperar de Wound.

O filme é um desfile de perversões sexuais. Tem incesto, sado-masoquismo, castração, estupro… Mas, sabe qual o problema? É que não existe uma história. É apenas uma sucessão de bizarrices. A gente fica tentando conectar as cenas grotescas, mas não existe uma trama coerente com uma explicação lógica.

Algumas cenas são engraçadas, rola algum gore… Mas o filme é fraco, bem fraco. Os filmes trash neo-zelandeses são melhores quando não se levam a sério, como Black Sheep ou os primeiros do Peter Jackson, Bad Taste – Náusea Total, Meet The Feebles e Fome Animal.

Pelo menos é curto, 73 minutos. Mas nem vale a pena…

The Rocky Horror Picture Show

Crítica – The Rocky Horror Picture Show

No fim de semana passado, tive a oportunidade de ver uma “sessão à carater” deste que é um dos mais cultuados filmes da história do cinema!

Primeiro falarei sobre o filme, depois sobre o que seria uma “sessão à carater”…

Quando o carro dos noivos Brad e Janet quebra, à noite, no meio de uma tempestade, o casal procura abrigo no castelo do Dr. Frank-N-Furter, um bizarro cientista louco travesti que está prestes a trazer ao mundo a sua nova criação: Rocky, um ser humano artificial.

É a versão para cinema da peça alternativa The Rocky Horror Show. E, analisando friamente, o filme não é bom. Na verdade, é muito trash! Sim, é muito cultuado, mas isso não o faz um filme melhor.

Nem tudo é ruim neste musical que mistura terror com comédia, com uma pitada de ficção científica ao fundo. As músicas de Richard O’Brien (que interpreta o corcunda Riff Raff) são muito boas, tenho o cd e ouço direto. A atmosfera bizarra do filme também é bem interessante. E Tim Curry, que estreava em longa-metragens, está ótimo na pele do andrógino Dr. Frank-N-Furter. E ainda tem a Susan Sarandon novinha…

O problema é que a história não faz o menor sentido! E além disso, o filme tem graves problemas de ritmo – a parte final é arrastada demais. Isso porque não falei das atuações e dos efeitos especiais, ambos muito toscos. Mas acho que isso era esperado num filme trash…

E por que o filme é tão cultuado?

Voltemos no tempo. Quando The Rocky Horror Picture Show foi lançado, em 1975, foi um retumbante fracasso nas bilheterias. O filme foi então estrategicamente colocado em sessões à meia-noite, visando plateias alternativas. E o filme foi “adotado” por um público que interagia com o filme.

Essa interatividade com a plateia ficou famosa entre o público de cinema underground. E, entra semana, sai semana; entra mês, sai mês; entra ano, sai ano, o filme continua nos cinemas – hoje The Rocky Horror Picture Show detém o verbete do Guiness de “filme em cartaz há mais tempo”. Já são 36 anos, e o filme continua com fôlego…

Lembro de uma vez, no então Cineclube Estação Botafogo – acho que foi em 1989 – onde, meio sem querer, fui parar numa dessas sessões interativas. Achei aquilo o máximo, mas nunca soube de outra sessão dessas, por isso, nunca tinha revisto. Até que, semana passada, soube que o recém reformado Cine Jóia estava planejando uma sessão, que aconteceu sábado passado – meia noite, claro!

O Jóia providenciou tudo o que o filme pede. Pessoas fantasiadas (com direito a explicações prévias feitas por um cosplay de Frankenfurter), e todo um “kit Rocky Horror” distribuído pra cada espectador (com arroz, confete, língua de sogra e um pedaço de jornal – acreditem, tudo faz sentido ao longo do filme!). E ainda levei um guarda-chuva!

O pequeno cinema (87 lugares) estava lotado, e ainda tinha um pessoal sentado no chão. E a sessão foi sensacional, todos no cinema estavam no clima, todos cantaram, gritaram e se divertiram! Parabéns ao Cine Jóia, que continue assim!

Só não sei se vale a pena ver o filme sem ser numa destas sessões. Tenho até o dvd, mas acho que ver o filme sozinho em casa deve ser sem graça. Mas, se você ouvir falar de uma sessão dessas perto da sua casa, não hesite e corra para o cinema!

p.s.: O poster aí em cima fala “a different set of jaws” – era uma citação ao Tubarão (Jaws, no original), da mesma época…

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A Visão do Terror

Crítica – A Visão do Terror

Outro dia vi vi um link para este divertidíssimo filme trash dos anos 80. Baixei na hora!

A Visão do Terror (Terrorvision) é um “trash clássico”: atuações caricatas, trama ridícula e efeitos especiais toscos. Uma família inaugura um novo tipo de antena parabólica, que acidentalmente traz um monstro de outro planeta. A trama é absurda – como assim, um bicho de estimação alienígena vira um monstro e é enviado através de ondas de tv???

O elenco traz alguns nomes só conhecidos por aqueles que entendem de filmes B, como Mary Woronov (Death Race 2000) e Diane Franklin (O Último Americano Virgem). Os personagens são todos muito caricatos, característica comum em trashs desse estilo, assim como os “defeitos especiais” – por que as pessoas sangram uma gosma verde quando atacadas pelo monstro?

O filme foi dirigido por Ted Nicolaou, com produção de Charles Band, famoso por produções também toscas, mas mais sérias, como o clássico lovecraftiano From Beyond.

A Visão do Terror não é bom. Mas pode ser um bom programa se você estiver no clima certo.

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Vampires vs Zombies

Crítica – Vampires vs Zombies

Ok, heu já tinha falado aqui no blog, no post sobre The Blackout, que certos filmes são tão ruins que devem ser evitados. Mas esse tinha um título bem atraente: “vampiros contra zumbis”. E ainda trazia no elenco a ex “scream queen” Brinke Stevens – que heu tive o prazer de ver ao vivo numa convenção aqui no Rio, muitos anos atrás. Tá, achei que valia o risco.

Poucas vezes me arrependi tanto!

(Aqui costumo falar sobre a trama do filme. Mas, desta vez, sinceramente, não tenho o que falar aqui.)

Vampires vs Zombies é amador, no mau sentido. Me lembrei de Edges of Darkness, outro filme amador tosco. Um grupo de amigos poderia fazer um filme com qualidade maior. Nem sei como eles conseguiram uma atriz de verdade para o elenco – se é que podemos falar isso sobre a carreira da adorável Brinke Stevens (ei, ela estava no elenco de Dublê de Corpo!)

As atuações são patéticas, a câmera com qualidade de vídeo vagabundo treme o tempo todo e não sabe em que direção filmar, os efeitos especiais são ridículos, e a edição parece que foi feita por um débil mental.

O roteiro merece um parágrafo à parte. Pensei em resumir em uma única palavra, “lixo”, mas, como tive paciência pra ver esta porcaria até o fim, vou falar de detalhes:

– Em primeiro lugar, por que este título? O filme traz alguns vampiros mal feitos, e possivelmente os piores zumbis da história do cinema, mas eles nunca se enfrentam. Por que o título?

– Provavelmente por razões orçamentárias, quase todas as cenas são num carro, em uma estrada vazia ao lado de uma floresta. Por que, em todas as tomadas feitas dentro do carro, este sempre anda devagar?

– Vampiros podem andar de dia? E um vampiro com uma estaca no coração fica congelado? Se você tirar a estaca, ele volta, e se enfiar mais a estaca, ele termina de morrer?

– Alô! Está acontecendo o fim do mundo! Zumbis e vampiros perambulam pela área. Será que o cara que trabalha no posto de gasolina ia ser tão tranquilo?

Tem mais, muito mais. E olha que o filme tem só uma hora e quatorze minutos!

Só não sei se posso chamar essas coisas de furos no roteiro. Porque, pra isso, heu precisaria reconhecer que existe um roteiro. E tenho minhas dúvidas se podemos chamar este amontoado de cenas mal filmadas de roteiro. A trama não faz o menor sentido. Nem as poucas cenas de nudez gratuita salvam o filme!

Depois de ver essa bomba, fui ao imdb pra saber se heu era o único. E quase todos foram unânimes: “é o pior filme que já vi!”

Não sei se existe, na história do cinema, algum filme pior que Vampires vs Zombies. Sinceramente, nem quero saber.

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