Top 10: Melhores Filmes Trash

Top 10: Melhores Filmes Trash

E vamos a mais uma sugestão do leitor DanielFGS: os melhores filmes trash!

Sou muito fã dos famosos trash movies. Lembro de uma edição do Festival do Rio com uma mostra inteiramente dedicada a esses filmes ruins. Vi pérolas sensacionais como Papai Noel Conquista os Marcianos e 2000 Maníacos. Vi Roger Corman passar ao meu lado, mas não fui na “sessão de gala” onde ele estaria, porque tinha ingresso comprado pra ver Cynthia – A Boneca do Diabo.

O trash é um conceito difícil de trabalhar. Afinal, é complicado definir o que é um filme trash. Muita gente confunde, e chama de trash qualquer filme de terror de baixo orçamento. Mas não é por aí, alguns nem são terror. E nem todo filme ruim é trash, às vezes é ruim mesmo.

Além disso, o conceito é muito subjetivo. Estamos falando do “melhor filme ruim”. Na minha humilde opinião, existem basicamente dois tipos de filmes trash. Existem produções propositalmente com cara vagabunda – o exemplo mais famoso é a Troma, uma produtora exclusivamente de filmes trash. O outro exemplo são os trashs involuntários, filmes ruins, mas tão ruins, que ficam divertidos. Costumo dizer que estes filmes transcendem: de tão ruins, viram bons.

A lista que segue tem ambos exemplos. Claro que tive que deixar coisa boa de fora, não pude citar os primeiros do Zé do Caixão, não entrou nada do Roger Corman, nenhum japonês ultra-gore, nada da onda recente de exploitation, só peguei um filme da Troma e um do Peter Jackson… Mas acho que é uma boa seleção.

Ou não. Tudo depende se você tem bom gosto. 😉

Vamos aos filmes…

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10. Hard Rock Zombies

Parece um filme ruim como muitos por aí. Mas tem um “plot twist” sensacional: em determinado momento, o vilão revela que é o próprio Hitler! E não para aí, o filme ainda tem anões, lobisomens, nazistas pervertidos sexuais e, claro, roqueiros zumbis.

9. As Sete Vampiras

O diretor brasileiro Ivan Cardoso (O Segredo da MúmiaUm Lobisomem na Amazônia) inventou uma expressão para classificar os seus filmes: “terrir”. As Sete Vampiras traz uma trama absurda e divertidíssima que envolve vampiros, mulheres seminuas e uma planta carnívora.

8. O Vingador Tóxico

O nerd local da cidadezinha cai num barril de lixo tóxico e vira um monstro super-heroi. Talvez o mais famoso filme da Troma, produtora especializada em filmes trash, de onde saíram pérolas como Tromeu e Julieta, Terror Firmer e Poultrygeist.

7. Manos The Hands Of Fate

História ridícula, atuação patética, edição toda errada, e por aí vai. Manos, The Hands Of Fate transcende duas vezes. Ele é tão ruim que fica bom, mas é TÃO RUIM que volta a ser ruim… Só recomendado àqueles de estômago forte.

6. Evil Dead

Hesitei muito em citar o genial Sam Raimi em uma lista dessas. Mas, ok, dou o braço a torcer: a trilogia Evil Dead é trash. É a prova que filme trash também pode ser bom, afinal, o primeiro Evil Dead, A Morte do Demônio, é um dos melhores filmes de terror da história!

5. Dark Star

Quase toda a filmografia de John Carpenter tem um pé no trash. Arriscaria dizer que é o ar trash que torna geniais filmes como Eles Vivem, Os Aventureiros do Bairro Proibido e Fuga de Nova York. Mas trash legítimo é o seu primeiro filme, este quase desconhecido Dark Star, uma ficção científica com efeitos risíveis.

4. Ataque dos Tomates Assassinos

Talvez o trash mais famoso por aqui, Ataque dos Tomates Assassinos parte de uma premissa sensacional: tomates se revoltam e atacam humanos. A falta de efeitos especiais é sensacional. Hoje estrela do primeiro escalão, George Clooney atuou na segunda parte do filme.

3.  Cinderela Baiana

Este é um dos casos de trash involuntário, afinal, acredito que a intenção era fazer um filme popular com uma dançarina famosa. Mas o filme é tão ruim, mas tão ruim, que ver Cinderela Baiana se torna uma experiência quase dolorosa. Absolutamente tudo no filme é um desastre.


2. Plano 9 do Espaço Sideral

Ed Wood foi tão cara de pau que pegou imagens aleatórias do recém falecido Béla Lugosi e misturou com cenas de outro ator cobrindo o rosto para o filme. É considerado o pior filme de todos os tempos por várias listas por aí, mas ainda acho que ele fez coisa pior, como Glen or Glenda – pelo menos Plan 9 é divertido.

1. Bad Taste – Náusea Total

Peter Jackson hoje é um cineasta respeitado, diretor de sucessos de bilheteria e dono de um Oscar de melhor diretor. Mas seu início de carreira na Nova Zelândia foi com filmes trash vagabundos e geniais. Fome Animal é melhor, mas Bad Taste –  Náusea Total é mais trash.

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Se você gostou do Top 10: Melhores Filmes Trash, o Blog do Heu recomenda os outros Top 10 já publicados aqui:
filmes de zumbi
filmes com nomes esquisitos

filmes sem sentido
personagens nerds
estilos dos anos 80
melhores vômitos
melhores cenas depois dos créditos
melhores finais surpreendentes
melhores cenas de massacre
filmes dos ano 80 e 90 nunca lançados em dvd no Brasil
estilos de filmes ruins
casais que não convencem
musicais para quem não curte musicais
melhores frases de filmes
melhores momentos de Lost
maiores mistérios de Lost
piores sequencias
melhores filmes de rock
melhores filmes de sonhos
melhores filmes com baratas
filmes com elencos legais
melhores ruivas
melhores filmes baseados em HP Lovecraft
filmes que vi em festivais e mais ninguém ouviu falar
Atores Parecidos
Atrizes Parecidas
filmes de lobisomem
melhores trilogias
filmes de natal
melhores filmes de 2010
coisas que detesto nos dvds
melhores filmes da década de 00
filmes de vampiro

melhores diabos
cenas de sexo esquisitas

ficção cientifica ou não ficção científica

filmes de vingança

marcos nos efeitos especiais
filmes estrangeiros que fazem referência ao Brasil

personagens que morreram e voltaram

filmes de macho
filmes de máfia
visual deslumbrante
favoritos do heu
filmes de humor negro
mulheres duronas
filmes com viagem no tempo
melhores lutas longas
melhores adaptações de quadrinhos de herois
piores adaptações de quadrinhos de herois

Homem Aranha (1977)

Crítica – Homem Aranha (1977)

Outro dia me mandaram por e-mail um link para baixar este Homem Aranha, piloto de uma série de tv que rolou no fim dos anos 70. Baixei pra rever e ver o quanto era tosco.

Peter Parker (Nicholas Hammond) é picado por uma aranha radioativa e descobre que agora pode subir pelas paredes. Aí ele resolve costurar uma roupa e combater o crime. Neste piloto, ele enfrenta um vilão que está chantageando a cidade, ameaçando “destruir” algumas pessoas.

The Amazing Spider-Man (no original) passou nos cinemas brasileiros, mas é um filme para a tv – o mesmo aconteceu com Galactica, Astronave de Combate. Se a tecnologia da época já não permitia vôos muito altos, a situação era ainda pior com telefilmes. O filme se esforça em colocar um cara fantasiado pendurado nos prédios – em tempos de cgi, isso é legal de se ver, apesar de parecer que ele mal toca as paredes. Mas rolam também cenas em chroma-key, e não tiveram o cuidado de encaixar o ator engatinhando em cima de paredes – várias vezes ele passa por parapeitos e janelas como se fosse tudo uma superfície lisa. Isso ficou muito capenga.

O roteiro é muito mal escrito e é cheio de coisas forçadas. Um vilão que hipnotiza pessoas para cometerem suicídio? Detalhe: só pessoas que o procuram! Não faz o menor sentido. Será que não havia vilões melhores nos quadrinhos do Homem Aranha? E isso é só uma coisa, procurando, a gente acha um monte de outras inconsistências, como o romance de Peter Parker ou as lutas, onde o Aranha parece que foge mais do que luta.

Ninguém no elenco ficou conhecido depois. E o elenco não funciona bem, não sei se é porque os atores são fracos, ou porque os personagens são mal escritos. Talvez seja uma combinação dos dois. Mais: o ator principal me pareceu velho demais – Nicholas Hammond tinha 27 anos na época. Mas Tobey Maguire também tinha 27 quando começou a interpretar Peter Parker nos filmes do Sam Raimi, então, xapralá…

Nem tudo no filme é de se jogar fora. A trilha sonora, um instrumental funkeado, é sensacional. Ok, às vezes parece um filme pornô dos anos 70. Mas mesmo assim ficou legal no filme.

Depois do filme, rolou uma curta temporada com apenas 13 episódios, exibidos entre setembro de 77 e julho de 79. E a série quase caiu no esquecimento. Curiosamente, O Incrível Hulk, outro seriado da mesma época, também baseado num heroi da Marvel, vive até hoje na memória dos fãs de seriados.

Enfim, este Homem Aranha não é bom, visto hoje, parece até um trash. Mas vai agradar os saudosistas.

Nude Nuns With Big Guns

Crítica – Nude Nuns With Big Guns

Quando vi Run! Bitch Run!, soube que o próximo filme do diretor Joseph Guzman se chamaria Nude Nuns With Big Guns – “Freiras Nuas com Armas Grandes”. Um filme com um nome desses é tentador, apesar da lembrança que Run! Bitch Run! foi um péssimo filme.

Uma freira é estuprada, drogada e prostituída por um grupo de padres corruptos e traficantes de drogas e pela gangue de motociclistas “Los Muertos”. Mas ela escapa da morte e jura vingança contra todos.

Falei que Run! Bitch Run! foi péssimo, né? Nude Nuns With Big Guns é pior. Sabe quando nada funciona? Nem pra rir o filme serve!

As atuações são pífias e os personagens, ridículos, como era de se esperar. Mas se isso fosse o único defeito, o filme ainda seria “assistível”. O roteiro é horroroso, e a edição torna o ato de assistir o filme uma experiência dolorosa. E a trilha sonora paupérrima só acentua o ritmo preguiçoso do filme.

Pra não dizer que nada se salva, ri uma única vez, quando a “mocinha” finalmente pega o “vilão” e arranca o seu órgão genital com um tiro. Se o filme fosse todo nesse clima, seria legal. Mas não é.

Quentin Tarantino e Robert Rodriguez fizeram um bem ao cinema ao resgatar o espírito “exploitation”. Mas os dois têm talento para fazerem bons filmes com cara de vagabundos. Joseph Guzman não tem esse talento.

O fim do filme deixa um gancho para uma continuação. Recomendo fortemente: não!

Fujam para as montanhas!

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Se você gostou de Nude Nuns With Big Guns, o Blog do Heu lamenta. E recomenda:
Machete
Hobo With a Shotgun
Um Drink no Inferno
À Prova de Morte

Hobo With a Shotgun

Crítica – Hobo With a Shotgun

Há alguns meses começou a circular pelos youtubes da vida um sensacional trailer de um filme ultra violento com um Rutger Hauer grisalho interpretando um mendigo vingativo. O filme ficou pronto!

Hobo With a Shotgun é isso aí: um mendigo chega em uma cidade onde o crime manda em tudo – até na polícia. Ele compra uma espingarda calibre 12 e sai pelas ruas matando pessoas ruins. Simples, não?

Na verdade, já existia um trailer fake desde 2007, mas sem Rutger Hauer no elenco. Assim como Machete, existia um trailer fake que fazia parte da sessão dupla do Grindhouse, o projeto em homenagem ao cinema exploitation que contava com Planeta Terror (de Robert Rodriguez) e À Prova de Morte (de Tarantino). Hobo With a Shotgun é muito legal, mas, na comparação com Machete, sai perdendo. Também é covardia, né? Machete tinha Robert Rodriguez na direção e elenco cheio de estrelas. Mas isso não significa que Hobo With a Shotgun seja ruim!

O filme foi escrito e dirigido por Jason Eisener, também autor do trailer fake. Hobo With a Shotgun tem uma vantagem: é um filme honesto, e cumpre o que promete: violência exagerada e muito gore. Bom roteiro e boas interpretações? Ninguém espera coisas assim em um filme chamado “mendigo com uma espingarda”…

Sobre o roteiro, heu faria apenas algumas mudanças. O monólogo de Hauer na maternidade do hospital me pareceu longo demais. Aqueles caras de armadura poderiam ser melhor aproveitados. E poderia ter mais nudez gratuita – a “mocinha” Molly Dunsworth não tira a roupa…

O filme exagera no gore. É uma quantidade enorme de gente morta, de várias maneiras engraçadas. Cabeças explodindo, fraturas expostas, pedaços de gente, tudo isso contribui pra vocação trash do filme.

O elenco é curioso. Rutger Hauer, que fez grandes filmes nos anos 80 (Blade Runner, Ladyhawke, Falcões da Noite, Conquista Sangrenta), mas depois fez um monte de filmes de qualidade duvidosa, funciona perfeitamente aqui, como o mendigo bruto que quer “limpar” a cidade. Ele passa o tom exato pedido: nem caricatural, nem sério. Já o resto do elenco é uma piada: várias caricaturas, cada uma maior que a outra. Aqueles vilões são tão exagerados que parecem tirados de uma história em quadrinhos…

(Preciso falar que gostei muito da escolha de Hauer para o papel principal, mas fiquei me perguntando: cadê David Brunt, o ator principal do trailer fake? Ele aparece aqui, numa ponta…)

Claro que Hobo With a Shotgun não é pra qualquer um. Mas, pra quem está curtindo esta onda de novos filmes em homenagem ao cinema exploitation, Hobo With a Shotgun é um prato cheio!

Agora a gente tem que ver se vão rolar filmes baseados nos outros trailers fakes de Grindhouse. Ainda faltam o terror Don’t; Thanksgiving, dirigido por Eli Roth; e Werewolf Women of the SS, do Rob Zombie, com o Nicolas Cage no elenco!

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Se você gostou de Hobo With a Shotgun, o Blog do Heu recomenda:
Machete
Fúria Sobre Rodas
À Prova de Morte

Fúria Sobre Rodas

Crítica – Fúria Sobre Rodas

Não sei vocês. Mas heu me amarro em ver de vez em quando um filme vagabundo e descompromissado. Por isso, procurei um cinema 3D e fui ver o novo “pseudo trash”!

Milton (Nicolas Cage) foge da prisão para tentar impedir um culto de magia negra liderado pelo assassino de sua filha. Ele tem três dias para detê-los, antes da lua cheia, e enquanto isso, tem que evitar o misterioso “Contador” (William Fichtner).

Logo de cara, na primeira cena, o filme já mostra a que veio: violência desmedida e desnecessária, e vários objetos atirados na direção na tela. Tudo aqui é exagerado, o tom do filme está no limite da caricatura. Sabendo apreciar, isso é muito divertido!

Nicolas Cage está canastrão ao extremo. Isso pode não funcionar para filmes mais sérios, mas aqui, se encaixa perfeitamente. William Fichtner está ótimo em seu papel esquisitão. E Amber Heard pouco faz além de desfilar sua beleza.

Aliás, como todo bom filme vagaba, Fúria Sobre Rodas tem alguma nudez gratuita, com as atrizes Christa Campbell e Charlotte Ross. Amber Heard, depois de ficar sem roupa durante boa parte de The Informers, aqui fica mais comportada e não mostra nada além de roupas curtas e decotes.

A trilha sonora também funciona muito bem, as músicas parecem realçar a vocação trash do filme. Os efeitos especiais são bem legais, fazem bom uso do 3D, aproveitando a ideia de jogar coisas na direção da tela. E gostei dos efeitos da sequência final!

Um diálogo no fim dá a entender que pode rolar uma continuação. Sei lá, precisa?

Enfim, o espectador sisudo vai odiar Fúria Sobre Rodas. Mas aquele que entrar no clima vai se divertir – e muito!

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Se você gostou de Fúria Sobre Rodas, o Blog do Heu recomenda:
À Prova de Morte
Dia dos Namorados Macabro 3D
Piranha

A Vingança de Jennifer / I Spit On Your Grave (1978)

A Vingança de Jennifer / I Spit On Your Grave (1978)

Há tempos heu tinha curiosidade de ver este famoso e polêmico A Vingança de Jennifer (ou I Spit On Your Grave, como é mais conhecido). Quando descobri que já tinha uma refilmagem pronta, decidi que era hora de ver o original, antes de ver o novo.

Jennifer (Camile Keaton) é uma jovem e bonita escritora, que aluga uma casa em um local isolado, para escrever um livro. Mas ela acaba atraindo a atenção de alguns homens locais, que a estupram e a espancam. Jennifer sobrevive, e agora ela quer vingança.

O famoso crítico Roger Ebert uma vez declarou que I Spit On Your Grave era o pior filme da história. Exagero. O filme é trash, mas tem coisa bem pior por aí!

A produção é paupérrima. Os atores, amadores, só trabalharam neste filme (tirando a protagonista, a única do elenco com carreira de verdade). Tudo é tão simples que o filme não tem trilha sonora!

Mas, apesar de espartano, o filme é até bem cuidado. A edição não apresenta grandes falhas, e o roteiro, apesar de simples e previsível, não tem furos muito gritantes. E tem pelo menos um ponto positivo: a bela Camile Keaton, neta do comediante Buster Keaton, passa boa parte do filme sem roupa! 😉

Mas é claro que a gente não pode se esquecer que o filme é tosco. Tão tosco que o poster original mencionava cinco homens na vingança de Jennifer – e são só quatro no filme…

Uma das polêmicas envolvendo o filme é por causa da violência usada na vingança citada no título em português. Mas com relação a isso, o filme “envelheceu” – hoje em dia, em tempos de Jogos Mortais e Albergues, tem coisa muito pior mostrada nas telas. A famosa cena da castração não mostra nada!

Curiosidade sobre o título: o diretor Meir Zarchi preferia chamar seu filme de “Day of the Woman” (“Dia da Mulher”). Ele foi lançado com este nome em 1978, mas foi mal recebido pelo público. Um produtor planejou um relançamento em 1981 como I Spit On Your Grave, e então o filme ficou conhecido…

Já vi a refilmagem, se tudo der certo, amanhã comento aqui a comparação.

The Loved Ones

The Loved Ones

Uêba! Novo trash australiano na área!

O jovem Brent recusa o convite da sua colega Lola para ser seu par no baile de formatura da escola. Mas Lola não vai desistir tão fácil…

The Loved Ones tem seus pontos positivos e negativos. Vamos a eles?

Uma coisa boa é o crescente da narrativa. Perto do fim, viradas no roteiro vão acontecendo, e o filme, que parecia bobinho no início, fica teeenso! E achei o fim bem legal. Além disso, o filme traz umas boas cenas de tortura. O sangue é abundante, os apreciadores do gênero não vão se decepcionar.

Mas, por outro lado, o filme não se decide na dose de humor. Às vezes é sério, às vezes, engraçadinho. Na minha humilde opinião, o diretor e roteirista Sean Byrne poderia ter se inspirado nos primeiros trabalhos de Sam Raimi (trilogia Evil Dead) e Peter Jackson (Náusea Total, Fome Animal) e ter carregado mais no humor negro do seu primeiro longa de ficção. Com certeza sua audiência ia apreciar!

No elenco, claro, nenhum nome conhecido. A boa notícia é que rolam duas discretas cenas de nudez gratuita…

Enfim, a Oceania já nos apresentou diretores com primeiros filmes mais promissorres, como o já citado Peter Jackson. Mas Sean Byrne é um nome a ser anotado, e o seu The Loved Ones vale ser visto!

Tokyo Zombie

Tokyo Zombie

Conversando com a grande amiga (e excelente cantora) Vivian Benford (www.vivianbenford.com), ela me recomendou este Tokyo Zombie, filme japonês de zumbi do qual heu nunca tinha ouvido falar.

Antes do filme, rola um texto explicativo, algo mais ou menos assim: “Esta história começa numa fábrica de extintores de incêndio em Tóquio. A fábrica juntou uma enorme pilha de lixo, onde as pessoas vinham e jogavam fora diversas coisas. Recentemente virou também um cemitério para aqueles com problemas. A pilha de lixo ganhou o nome ‘Black Fuji’.”

Neste cenário, conhecemos nossos herois: Fujio (Tadanobu Asano) e Mitsuo (Sho Aikawa), dois trabalhadores obcecados por lutas. Acidentalmente, ele matam o seu chefe, e vão enterrá-lo no Black Fuji. E, como sempre, sem motivo aparente, os mortos enterrados lá voltam à vida como zumbis comedores de gente…

Ok, a gente já viu isso antes. Mas aqui tem uma novidade: Tokyo Zombie tem uma virada bem bolada no roteiro, mostrando uma segunda parte com uma sociedade diferente controlada pela classe social mais rica.

Infelizmente, Tokyo Zombie tem dois problemas. Seus zumbis aparecem pouco, e são muito sem graça. Há tempos que não vejo zumbis tão bobos! Além disso, o fim do filme é extremamente previsível.

Enfim, opção interessante para quem curte trashs japoneses. Só não espere algo do nível de The Machine Girl

Bikini Bandits Experience

Bikini Bandits Experience

Semana passada me mandaram um e-mail com um link para baixar um filme com uma das sinopses mais sensacionais que já li na minha vida. Segue o texto do e-mail:

As Bandidas de Bikini são um grupo de garotas bonitas, assaltantes, cujo roupa é um singelo bikini que mal esconde seus corpos sensuais. Infelizmente, logo após o primeiro assalto morrem quando o seu carro cai num penhasco. Vão para o Inferno onde têm que cumprir uma missão: voltar no tempo e perverter a virgem Maria. No entanto são convertidas pelo Papa (Dee Dee Ramone), antes de cometerem tão blasfemo ato. Voltam ao Inferno onde batalham com satanás. Entretanto fogem outra vez para a terra onde vivem um tempo numa quinta Amish, sempre de bikini. Mas um jovem atrasado mental amish é raptado pela indústria porno para se aproveitar do seu colossal penis. As bikini bandits decidem ajudar a esposa (e irmã) do atrasado mental e combater o Evil Porn Diretor (Jello Biafra).

Mulheres de biquíni, armas, ícones punk e um roteiro nonsense. Tinha tudo pra dar certo!

Mas não deu. Bikini Bandits Experience é uma das piores porcarias que já vi! E olha que já vi muita porcaria na minha vida!

Bikini Bandits Experience tem elementos divertidos, mas não tem uma coisa básica para um filme: roteiro. O diretor Steve Grasse resolveu filmar de qualquer maneira as cenas que estão na sinopse. Isso deve dar uma meia hora de filme. Então ele inseriu vários clipes sem sentido, metade falando mal de uma suposta loja, a outra metade mostrando garotas de biquini. Ainda tem umas animações tosquérrimas em cima de gravações telefônicas, aparentemente entre ele e o produtor. Assim, ele conseguiu 53 minutos de filme e acho que ele ficou satisfeito.

Nem a parte óbvia do filme presta. O filme é fraco nos quesitos sexo, nudez e violência. Fraco mesmo, não rola nada de sexo, não me lembro de nudez (a não ser rapidamente quando uma mulher de seios grandes pula e o biquini dela escorrega pro lado). E a violência é tosca, tosca, rolam uns “defeitos especiais” simulando tiros, e ninguém nunca é atingido por estes supostos tiros…

Sobre o elenco, todas as moçoilas são péssimas atrizes (o que era de se esperar), e não tiram a roupa pra compensar isso. E como são várias, nem dá pra saber exatamente qual é qual – bem que uma delas, a ruiva, merecia mais tempo de tela… No elenco masculino, pra quem não sabe, Dee Dee Ramone era dos Ramones e Jello Biafra, dos Dead Kennedys. Além dos dois citados na sinopse, o filme ainda traz Maynard James Keenan, da banda Tool, e Corey Feldman, como se ele fosse uma grande estrela.

(Diz a lenda que Feldman, em uma entrevista, se arrependeu de ter entrado no projeto.)

Ainda podia piorar? Claro que sim. Se todas as mulheres estão de biquini, todos os personagens masculinos são figuras grotescas. Alguns são inseridos gratuitamente na história, em pequenas vinhetas. Outros, ao longo do “filme”.

E, sr. Steve Grasse, uma dica: retardados mentais são pessoas doentes, não são pessoas engraçadas.

Gosto muito de filmes ruins. Mas, desta vez, fiquei querendo os meus 53 minutos de volta!

Cinderela Baiana

Cinderela Baiana

Há muito que heu queria ver este famoso involuntário trash brasileiro. Tomei coragem e assisti! Sim, trata-se de um trash no nível de Plan 9 ou Manos, The Hands Of Fate!

A trama escrita e dirigida por Conrado Sanchez fala de uma menina do interior da Bahia, que, ao se mudar pra Salvador, se destaca por causa de suas habilidades como dançarina e é contratada por um grande empresário para ser a dançarina de um grupo de axé.

Ok, a gente já sabia que o filme é ruim, muito ruim. Afinal, um filme baseado no talento da “atriz” Carla Perez não rola, né? Mas o buraco é mais embaixo. O filme é REALMENTE ruim. Daqueles que, de tão ruim, se tornam obrigatórios! O roteiro é um lixo, cheio de furos, a história óbvia e clichê e as atuações são TODAS muito muito ruins, do nível de peça infantil de escola. Mas, se isso já era esperado, o filme surpreende por ser ainda muito pior!

Tem um monte de detalhes que tornam Cinderela Baiana um lixo monumental. Antes de tudo, queria perguntar por que esse título. Pelo que me lembro, a história original da Cinderela falava de uma menina que foi morar com a madrasta, era maltratada pelas irmãs “postiças”, e conseguiu ajuda da fada madrinha para conseguir ir ao baile, onde conheceu o príncipe, mas tinha que voltar antes da meia noite porque sua carruagem ia voltar a ser uma abóbora, então, na fuga, perdeu seu sapato de cristal, sapato este que o príncipe usou para encontrá-la novamente. Confere?

(Aliás, Cinderela também tem um furo enorme no roteiro, porque se a carruagem voltou a ser abóbora, o sapato também deveria voltar a ser o que era. Mas deixemos isso pra outro post!)

A Cinderela Baiana não tem NADA a ver com a Cinderela original! Por que, meu Deus, por que chamar de Cinderela???

(E, ainda falando do título, no poster a gramática está correta; mas, no filme, está escrito “bahiana”, com “H”! Será que é uma homenagem à famosa ocasião onde Carla Perez falou “I” de “Escola”? Socorro!!!)

Mas, vamos ao filme. A ideia é mostrar um filme de uma dançarina, né? Então, por que não arranjaram uma que dança bem? A srta (ou sra) Perez não dança bem, ela executa coreografias de axé e rebola. Faça uma rápida busca no youtube, você verá dezenas de pessoas que dançam melhor. E a prova está logo na cena que abre o filme. Uma banda toca num palco, e a sra (ou srta) Perez se atrapalha para tentar seguir a coreografia do colega ao lado. Céus, será que não dava nem pra ensaiar uma coreografia pra abrir o filme?

Mas isso é só o começo. O filme é repleto de cenas tão malfeitas que temos a nítida impressão de que foi de propósito. Quer um exemplo? Vários dos diálogos estão com o áudio fora de sincronia com o video, mas isso acontece muito no cinema nacinal, infelizmente. Mas, em uma das cenas na academia de dança, ela dança fora de sincronia com o áudio. Caramba, era um filme ligado à dança, será que não rolava de sincronizar direito?

E o roteiro? Olha, já vi muito roteiro ruim e cheio de furos. Mas o que explica uma menina com no máximo uns dez anos de idade se mudar pra Salvador, e, apenas três anos depois, já ser a Carla Perez adulta? Outra coisa: por que criar uma dançarina rival (aliás, mais bonita e que dança melhor), pra depois esquecer dela? E por aí vai…

Pelo menos o roteiro traz várias frases divertidíssimas. Acho que era involuntário, não queriam fazer graça. Mas, momentos como a cena final são antológicos! Carla, não se sabe por que, vestida de odalisca, fala a uma criança “Me dê isso menina, você devia estar brincando e estudando, não jogada na estrada pra ganhar uns míseros trocados pra matar a fome.” Aí pega uma gaiola de passarinho, solta o bicho e fala “Vai passarinho, você, como a criança também tem o direito a liberdade. De que adiantam essas campanhas demagógicas se estas crianças continuam aqui na estrada e com fome? Todos os pequeninos merecem proteção, alimentação, amor e paz.” E faz uma pomba da paz com as mãos. E depois todos começam a dançar o Tchan. Detalhe 1: a letra fala “pau que nasce torto nunca se endireita” – de que adianta então ela tentar consertar? Detalhe 2: até freiras seguram o tchan! Sensacional, não?

Os atores estão todos péssimos, claro. E olha que Lázaro Ramos faz um dos amigos de Carla! Mas tem um que achei o pior de todos: Perry Salles, que faz Pierre, o empresário. O cara berra o filme inteiro! E é um personagem incoerente – um cara daqueles ia tentar dar uns pegas em todas as dançarinas…

Ainda tem mais, muito mais. A cena da briga entre o cantor Alexandre Pires e dois capangas do Pierre é pateticamente ruim, talvez a pior cena de luta da história do cinema.

O filme é tão ruim que abstraí a grande quantidade de música ruim que vem “no pacote”. Porque, todos sabem, a música baiana boa não está presente. Gosto de Raul Seixas e Camisa de Vênus, respeito Caetano e Gil (apesar de não ser fã), respeito até a Pitty. Mas axé não, né? Música que precisa de coreografia pra funcionar não pode ser boa!

E por aí vai. Quem estiver na pilha de um trash legítimo, vai se divertir. Mas, por favor, que fique avisado: o filme é ruim, muito ruim!