20 Curiosidades sobre Flash Gordon

20 Curiosidades sobre Flash Gordon

Outro dia, meu amigo Cesar Monteiro, do canal Outcast Ambrosia, me sugeriu fazer vídeos de curiosidades. Achei uma boa ideia, afinal, sempre estou procurando saber informações sobre os bastidores, sobre o diretor, sobre o elenco, etc – quem lê meus textos aqui ou vê meus vídeos no youtube sabe disso.

Resolvi começar com Flash Gordon, um filme que gosto muito, e às vezes parece que sou o único que gosta, tanto que já virou uma piada entre meus amigos e também entre ouvintes do Podcrastinadores. Mas continuo defendendo – é um filme velho, tem seus problemas, a Dale Arden como “donzela em apuros” não funciona no seculo XXI, alguns efeitos estão muito vencidos, mas… Continua sendo um grande filme. E, em minha defesa, é um filme baseado em quadrinhos, que nunca teve uma refilmagem / reboot / releitura.

Aliás, três anos atrás fiz um vídeo sobre o filme. Revi ontem. Modéstia à parte, o vídeo ficou muito bom!

Resolvi trazer curiosidades fora do óbvio. Afinal, uma lista que diz “1- a trilha sonora é do Queen, 2- quem fez o príncipe Barin foi Timothy Dalton, que depois virou o James Bond” é uma lista besta e que você nem vai querer chegar ao fim. Por isso, posso afirmar quase com certeza que tem coisa aqui que você não sabia!

Por fim, quase tudo peguei no imdb, que é uma boa fonte, mas nem tudo lá é 100% confiável. Se heu trouxe alguma informação errada, peço que me avise, pra me corrigir!

Vamos à lista?

1- George Lucas adorava os antigos seriados do Flash Gordon quando criança e queria fazer uma versão moderna baseada nas histórias em quadrinhos originais. Mas Federico Fellini estava era a opção do produtor Dino De Laurentiis na época, então Lucas escreveu Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977).

2- Dino De Laurentiis considerou contratar Sergio Leone para dirigir o filme. Leone recusou porque acreditava que o roteiro não era fiel às histórias em quadrinhos originais.

3- Dino De Laurentiis nunca tinha ouvido falar do Queen antes de fazer este filme. A banda foi convidada para fazer a trilha em 1979 e eles ficaram imediatamente interessados. O empresário deles marcou uma reunião com De Laurentiis para discutir a oportunidade, e ele supostamente perguntou: “Quem são as Rainhas?”

4- Até dois discos antes da trilha de Flash Gordon, o Queen nunca tinha usado sintetizadores, e sempre citavam a informação nos encartes: “no synthesizers!”. The Game, lançado meses antes da trilha, foi o primeiro disco em que eles usaram sintetizadores. A trilha de Flash Gordon é basicamente só synth!

5- O diretor Mike Hodges considerou contratar o Pink Floyd para compor a música.

6- Na história em quadrinhos original, Flash era jogador de pólo, mas esse era um esporte menos popular em 1980 do que em 1934, então Flash se tornou quarterback do New York Jets.

7- De acordo com uma entrevista de agosto de 1981 na revista Starlog, Dino De Laurentiis queria que Kurt Russell interpretasse Flash Gordon. Russell recusou o papel porque achou que faltava personalidade ao personagem.

8- Houve uma época em que Nicolas Roeg foi cogitado para dirigir, Debbie Harry interpretaria a Princesa Aura, e Keith Carradine seria Ming, o Impiedoso.

9- Sam J. Jones tinha cabelo escuro e pintou de loiro; Melody Anderson era loira e tingiu de escuro. Flash deveria ter olhos azuis, mas Jones não podia usar lentes de contato.

10- Um então desconhecido Robbie Coltrane (o Hagrid dos filmes do Harry Potter) aparece como o homem no campo de aviação visto entregando a bagagem de Flash e Dale e fechando a porta do avião.

11- O figurino de Ming usado por Max von Sydow pesava mais de 30 quilos. Ele só conseguia ficar em pé por alguns minutos de cada vez.

12- Klytus não estava nas histórias em quadrinhos originais, nem nos seriados da década de 1930. Ele foi criado para o filme.

13- John Hollis interpretou um dos observadores de Klytus, que foi equipado com um dispositivo eletrônico de “imagem” no lugar dos olhos. Hollis também teve um papel em Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980) como o assessor de Lando Calrissian, Lobot, que tinha uma característica semelhante: um dispositivo cibernético instalado em seus ouvidos.

14- Durante a batalha de futebol, ao fundo está um grupo de mulheres de biquíni usando capacetes e casacos de plástico, estes são a comitiva da Rainha Fria do reino gelado de Frigia, em Mongo.

15- De acordo com Sam J. Jones, durante as filmagens da cena da luta no disco inclinado, os atores ficavam cobertos de tinta pelo disco pintado com spray prateado. Eles tinham que reservar um tempo extra entre cada tomada para limpar a tinta prateada de seus corpos.

16- Os atores que interpretavam os Hawkmen não podiam sentar-se porque as fantasias machucariam suas costas. Melody Anderson disse à Starlog Magazine: “Eles nunca conseguiam sentar-se, porque quando o faziam, as asas cravavam-se nas suas costas. Quando tínhamos um período de descanso, você via todos esses caras deitados de bruços com asas, como se estivessem prontos decolar. Foi uma visão muito engraçada.”

17- Originalmente era pra ter uma cena onde Dale se transformava em uma aranha gigante para uma sequência de sonho. Melody Anderson passou seis horas sendo pintada de verde, usando olhos e presas falsas, com um capacete que pesava mais de 9 quilos. Quando Mike Hodges chegou, ele disse: “Isso é maravilhoso, mas não podemos usar isso! Não tem absolutamente nada a ver com o roteiro.”

18- Richard O’Brien, roteirista e um dos atores principais de The Rocky Horror Picture Show, tem um papel pequeno como Fico. Ele achou toda a experiência de fazer o filme tediosa. No entanto, ele sentiu muito prazer em sentar-se nas cadeiras personalizadas das estrelas. Seu comportamento travesso não foi contido de forma alguma. Ele conhecia Mike Hodges muito bem, para consternação das estrelas, que reclamavam dele regularmente no set.

19- Sam J. Jones teve um desentendimento com Dino De Laurentiis por causa de uma suposta falta de pagamento e não foi chamado de volta ao trabalho durante as filmagens e pós-produção da segunda unidade. A maior parte dos diálogos de Jones foi dublada. Durante anos, a identidade do dublador que deu a voz era desconhecida, até mesmo para o próprio Jones. Em outubro de 2017, um usuário de um fórum de ficção científica e fantasia Stack Exchange sugeriu que o dublador provavelmente era Peter Marinker, com base em uma compilação de amostras do trabalho de Marinker em dublagens de anime para Manga Entertainment. Com base nesta evidência, o crédito foi adicionado a vários bancos de dados de créditos de filmes e mencionado em outras fontes e análises.

20- Por fim, uma curiosidade brazuca, que quem viveu a época se lembra. Em dezembro de 1980, época do lançamento do filme no Brasil, foi lançado, pela Rio Gráfica Editora, e comercializado pela Kibon, um álbum contendo 46 figurinhas relacionadas ao filme. Se não me falha a memória, você trocava palitos de picolé por figurinhas.

O Exorcismo

Crítica – O Exorcismo

Sinopse (imdb): Um ator problemático começa a exibir um comportamento perturbador enquanto filma um filme de terror. Sua filha distante se pergunta se ele está voltando aos vícios do passado ou se há algo mais sinistro em jogo.

Ano passado tivemos O Exorcista do Papa, filme meia boca que só valia pela participação do Russell Crowe. Ih, olha lá, Russell Crowe está em cartaz em outro filme com o mesmo tema! Só que aqui, em vez de ser um padre, ele é um ator contratado pra fazer um filme de exorcismo.

A direção é de Joshua John Miller, roteirista do divertido Terror nos Bastidores, e estava no elenco de Quando Chega a Escuridão, filme cult de vampiro dos anos 80. Joshua é filho do ator Jason Miller, que fez o que padre Karras no filme O Exorcista, de 1973. Pelo jeito, Joshua quis homenagear o pai. Não me lembro se o filme deixa claro, mas parece que, dentro do filme, estão fazendo uma refilmagem de O Exorcista. O filme dentro do filme se chama “The Georgetown Project”; Georgetown é a cidade onde se passa o filme de 1973.

Apesar de estar sendo lançado só agora, O Exorcismo foi filmado em 2019, mas ficou guardado e parece que só “saiu da geladeira” depois do relativo sucesso de O Exorcismo do Papa. Pelo que li por aí, O Exorcismo passou por refilmagens. Não sei o que foi alterado do filme de cinco anos atrás, mas dá pra ver que o resultado agora ficou meio bagunçado.

O Exorcismo tem algumas coisas mal resolvidas. Por exemplo, o filme abre com uma morte sobrenatural, e depois apresenta um personagem (Crowe) com um problema que deixaria o espectador na dúvida se é algo real ou sobrenatural. Mas, caramba, o filme já disse pra gente, na cena de abertura, que era sobrenatural, não cabe mais essa dúvida!

E o filme segue nessa pegada de “não sabemos pra onde estamos indo”. O protagonista teve um trauma na igreja quando criança, que acho que era pra ser um plot twist, mas seria o plot twist mais mal construído do cinema este ano, e esse trauma não leva a lugar nenhum. O mesmo digo sobre o personagem do Sam Worthington, personagem mal elaborado e que tem um fim completamente sem sentido. Além disso, preciso dizer que rola uma cena onde o protagonista é possuído no meio do set de filmagens, que é uma cena bem ruim, e, mais uma vez, não leva a lugar nenhum.

Pena. O resultado final ficou devendo. O Exorcismo não é o pior filme de exorcista dos últimos tempos, afinal estamos traumatizados com o horroroso O Exorcista O Devoto, do ano passado. Mas mesmo assim está bem longe de ser um bom filme.

Sting: Aranha Assassina

Critica – Sting: Aranha Assassina

Sinopse (imdb): Depois de criar em segredo uma aranha incrivelmente talentosa, Charlotte, de 12 anos, deve enfrentar os fatos sobre seu animal de estimação – e lutar pela sobrevivência de sua família.

Falei há pouco sobre um filme francês de aranhas assassinas, hoje é dia de falar de um filme australiano de aranhas assassinas. Mas são filmes bem diferentes. Se Infestação era um filme mais sério, com uma crítica social embutida, fazendo um paralelo com imigrantes indesejados, Sting: Aranha Assassina é mais galhofa, é mais um “filme de monstro”. E, na minha humilde opinião, o resultado aqui, despretensioso e divertido, ficou melhor.

Dirigido por Kiah Roache-Turner, Sting: Aranha Assassina já começa no meio da ação, e depois a narrativa volta quatro dias pra mostrar como tudo começou: um pequeno meteorito cai dentro de um apartamento, e de dentro dele sai uma aranha. Uma menina resolve “adotar” a aranha, que começa a crescer cada vez mais.

Sting: Aranha Assassina é basicamente um filme de sobrevivência contra um monstro, mas o roteiro tem algumas boas sacadas, como colocar a trama no meio de uma nevasca que assola a cidade, isolando ainda mais os personagens, e também criar um conflito entre a jovem protagonista Charlotte e seu padrasto.

Ainda rolam algumas divertidas referências a outros filmes, tipo a frase “if it bleed, we can kill it” (se sangra, podemos matar), de Predador; ou o personagem usar uma pistola de pregos, como em Aracnofobia; ou ainda alguns momentos que lembram Alien.

Por outro lado, precisamos reconhecer que rolam algumas forçações de barra. Vou dar só um exemplo: Charlotte guarda a aranha num pote de vidro com uma tampa de rosca. Determinado momento vemos que a aranha consegue abrir a tampa, por dentro do pote. Já é meio forçado acreditar que uma aranha consiga abrir uma tampa daquele jeito, mas, seria impossível a aranha fechar o pote depois de voltar!

Gostei da parte técnica. Não sei se eram efeitos práticos ou digitais, o imdb não traz informações sobre isso. Mas posso dizer que funcionou. Todas as cenas com a aranha são boas.

No elenco, foi uma agradável surpresa ver Alyla Browne, a versão criança da Furiosa. Mais uma vez, a menina manda bem, vou aguardar novos filmes com ela. Por outro lado, não gostei do Jermaine Fowler, o exterminador, achei ele caricato demais, acima do tom do resto do filme. Também no elenco, Ryan Corr, Penelope Mitchell e a voz de Kate Walsh ao telefone.

Segundo o FilmeB, Sting: Aranha Assassina estreia aqui dia 19 de setembro.

10 Filmes que mostram bastidores da indústria pornô

10 Filmes que mostram bastidores da indústria pornô

Quando vi MaXXXine, fiquei me lembrando de outros filmes que traziam os bastidores da indústria pornô. Resolvi então fazer esta lista. Não são filmes que mostram pornografia, são filmes que trazem bastidores.

(Se vocês quiserem, depois posso trazer uma lista de filmes mainstream que trazem cenas de sexo explícito. É um assunto que tem a ver, mas não é a mesma coisa.)

Não vi dois dos dez, então não vou fazer uma ordem de preferência. Vai na ordem cronológica.

Dublê de Corpo (1984)
Um ator fracassado resolve stalkear uma atriz pornô, e chega a fazer uma cena com ela. Filmaço do Brian De Palma, a pornografia aqui é mero pano de fundo.

Boogie Nights Prazer Sem Limites (1997)
Um dos primeiros filmes do hoje consagrado Paul Thomas Anderson. O ótimo elenco conta com Mark Wahlberg, Julianne Moore, Burt Reynolds, Don Cheadle, John C. Reilly, William H. Macy, Philip Seymour Hoffman e Heather Graham. Concorreu a 3 Oscars (roteiro, ator coadjuvante e atriz coadjuvante). Filmaço!

Orgazmo (1997)
Co-escrito, dirigido e estrelado por Trey Parker, um dos criadores de South Park, ao lado de Matt Stone (o outro roteirista). O filme segue o estilo de humor do desenho, e tem vários atores e atrizes pornô no elenco. Anos depois virou um musical para o teatro, “The Book of Mormon”.

Censura Máxima (2000)
O filme mostra os irmãos Artie e Jim Mitchell, dois empresários de filmes pornôs que conheceram a fama e se entregaram ao mundo das drogas e sexo dos anos 70. Dirigido por Emilio Estevez, que estrelou ao lado do irmão Charlie Sheen.

Crimes em Wonderland (2003)
John Holmes foi um dos maiores nomes do pornô de todos os tempos. Em 1981, com a carreira em decadência e endividado devido ao vício em drogas pesadas, ele teria se envolvido em um crime que resultou na morte de quatro pessoas.

Show de Vizinha (2004)
Apesar do tema, é quase uma comédia romântica. É o filme mais leve dessa lista. Estrelado por Emile Hirsch e Elisha Cuthbert.

Pagando Bem Que Mal Tem (2008)
Comédia meio boba escrita e dirigida por Kevin Smith, o primeiro filme dele fora do “view askew universe” (não estou contando com Menina dos Olhos). Estrelado por Seth Rogen e Elizabeth Banks, tem a Traci Lords num papel pequeno (e bem comportado).

Lovelace (2013)
Amanda Seyfried interpreta a atriz pornô Linda Lovelace, protagonista de Garganta Profunda, grande sucesso no inicio dos anos 70. Se por um lado o filme trouxe muito sucesso para Linda, por outro ela teria sofrido nas mãos do marido uma série de intimidações, abusos e violências.

Pleasure (2021)
Escrito e dirigido pela sueca Ninja Thyberg, Pleasure se baseia em um extenso estudo feito por ela sobre a indústria pornográfica. Boa parte do elenco é de atores e atrizes pornô, e talvez este seja o mais gráfico desta lista – mas ainda não vi, nunca foi lançado por aqui.

X (2022)
Filme escrito e dirigido por Ti West, que acabou virando o primeiro de uma trilogia, seguido por Pearl e MaXXXine. É um bom slasher.

Deadpool & Wolverine

Crítica – Deadpool & Wolverine

Sinopse (imdb): Wolverine está se recuperando de seus ferimentos quando cruza o caminho do tagarela Deadpool. Eles se unem para derrotar um inimigo em comum.

Antes de tudo, um aviso: fuja de spoilers! Este texto é spoiler free.

Heu reconheço que o estilo deste filme me conquista com facilidade. Humor negro e politicamente incorreto, muitas referências e muita metalinguagem. Ou seja, adorei. Mas não sei se minha opinião é 100% confiável neste aspecto em particular…

Os outros dois filmes do Deadpool eram da Fox. Este é o primeiro dentro da Marvel / Disney. A grande dúvida era se a mudança de estúdio suavizaria o filme. Felizmente não aconteceu, e o filme mostra isso logo de cara. A sequência dos créditos iniciais tem mais sangue do que todo o resto do MCU somado.

O Deadpool do Ryan Reynolds continua o mesmo, sacaneando tudo e todos, o tempo todo. E trazer o Hugh Jackman como um Wolverine mal humorado ajudou a equilibrar a galhofa do filme.

A direção é de Shawn Levy, que deve ser um bom amigo do Ryan Reynolds (que aqui além de protagonista também está creditado como um dos roteiristas). Levy dirigiu dois filmes recentes com Reynolds, Free Guy e O Projeto Adam.

Deadpool & Wolverine tem MUITAS referências. Heu não peguei todas, porque são referências a outros filmes e também a quadrinhos. E na parte da metalinguagem, o Deadpool passa o filme todo sacaneando a Fox, a Marvel e a Disney. É até estranho a gente ver que a Disney liberou um filme tão incorreto assim.

Tinha gente achando que este Deadpool & Wolverine “consertaria” o universo Marvel, mas este não foi o foco. E achei que acertaram o caminho, porque em vez de se preocupar em inserir o personagem dentro do contexto do MCU, o que vemos são piadas usando todo o universo Marvel, incluindo filmes de fora do universo cinematográfico da Marvel.

Temos algumas lutas entre os dois protagonistas, todas são boas. Agora, rolam duas lutas envolvendo vários personagens, e tenho opiniões opostas com relação a elas. A primeira é confusa, câmera tremida, vários personagens espalhados, não conseguimos entender nada do que está acontecendo. Por outro lado, a outra luta é em câmera lenta, com poucos cortes, a câmera deslizando suavemente para o lado, acompanhando as coreografias. Estranho dois estilos tão diferentes dentro do mesmo filme.

Os efeitos especiais são perfeitos. E preciso dizer que gostei muito do efeito quando um personagem entra na cabeça de outros, e vemos os dedos passeando por dentro da cabeça. E também preciso falar da trilha sonora, repleta de músicas pop conhecidas, todas muito bem usadas.

No elenco, já falei, os dois protagonistas são perfeitos. Ryan Reynolds foi um Deadpool todo errado no filme X-Men Origens: Wolverine, e é um raro “case de sucesso” de ator que reinventou o personagem nos filmes “solo” do personagem. E rolam várias piadas pela Internet sobre o Hugh Jackman como Wolverine, porque já tiveram vários atores como Batman, como Superman, como Homem Aranha, mas Wolverine sempre foi o Jackman – há mais de vinte anos! E confesso que achei ótima a vilã de Emma Corrin.

(Claro, tem mais gente, mas é spoiler!)

E não posso deixar de citar o cachorro Dogpool. Que cachorro feio! Acho que nunca vi um cachorro tão feio!

Por fim, fiquem até o fim dos créditos. Durante os créditos rolam cenas de bastidores de filmes da Marvel, e lá no finzinho tem uma piadinha.

Arcadian / Depois do Apocalipse

Crítica – Arcadian / Depois do Apocalipse

Sinopse (imdb): Um pai e seus filhos gêmeos adolescentes lutam para sobreviver em uma casa de fazenda remota no fim do mundo.

Filme pós apocalíptico, de monstro, e estrelado pelo Nicolas Cage. Claro que entra no meu radar!

Parece uma versão de Um Lugar Silencioso, mas com monstros sensíveis à luz em vez do som. Não tenho nada contra ideias recicladas, mas o filme precisa ser bom, e Arcadian tem algumas ideias boas, outras nem tanto.

Dirigido pelo pouco conhecido Benjamin Brewer, Arcadian explica pouca coisa. O filme começa com o Nicolas Cage fugindo, e ouvimos ao fundo gritos e sons de tiros, mas não vemos nada. Passam-se alguns anos e agora nosso protagonista vive num lugar isolado, acompanhado pelos seus dois filhos. E sabemos que, quando a noite cai, algo espreita a casa, mas não sabemos o que.

A primeira cena onde vemos algo do monstro é sensacional, quando vemos a “mão” da criatura tentando entrar por um buraco na porta. Mesmo assim, continuamos sem saber como é o tal monstro! Gosto desse conceito, de se manter o mistério sobre o que é a criatura, defendo isso desde o primeiro Alien, de 1979. É muito mais assustador quando não sabemos o que está atacando!

Quando o monstro finalmente aparece, tem uma coisa que gostei, outra nem tanto. Gostei da velocidade das mandíbulas quando eles atacam, aquilo ficou realmente assustador. Por outro lado, não entendi o lance deles se juntarem e virarem uma grande roda. É o mesmo tipo de criatura ou tem outra espécie capaz de fazer aquilo?

Os efeitos especiais são apenas ok. Muitas cenas escuras, provavelmente pra esconder falhas no cgi. E em algumas cenas, o cgi dos monstros fica muito aparente. Além disso, a câmera é tremida o tempo todo. Às vezes dá nervoso.

Agora, Arcadian tem um problema na segunda metade. Acontece uma coisa com o personagem do Nicolas Cage e ele passa a ser um coadjuvante. Coincidência ou não, o ritmo do filme cai bastante depois que muda o protagonismo.

No elenco Jaeden Martell e Maxwell Jenkins fazem os filhos do Nicolas Cage, os atores não são ruins, mas os personagens são fuen. Sadie Soverall faz o único outro papel relevante.

Arcadian não é ruim, mas é uma ideia reciclada que fica alguns degraus abaixo da ideia original. Vamos ver se vai ter continuação pra gente saber um pouco mais sobre esses monstros.

Acolyte – primeiras impressões

Acolyte – primeiras impressões

Hoje é quarta, Acolyte acabou ontem, heu deveria fazer um texto analisando a série. Mas preciso rever tudo, são 8 episódios, e vou viajar amanhã, os filhos estão de férias e vou passar 4 dias offline com eles. E o texto seria mais um pra falar mal, porque é um consenso de que Acolyte é a pior coisa já feita dentro do universo de Star Wars. Então, em vez de um texto “chutando cachorro morto”, vou preparar pra semana que vem um texto semelhante ao que fiz com a série Obi Wan, citando “6 tosqueiras toscas em Obi Wan”.

Em primeiro lugar, a série é feita por quem não gosta de Star Wars. A showrunner (e também roteirista e diretora) Leslye Headland resolveu criar polêmicas como quando disse que “R2D2 é uma lésbica”. Vem cá, em algum momento dos nove filmes onde o R2D2 aparece, tem alguma única cena ligada à sexualidade dele? É um robô! Não estou nem entrando no mérito sobre heterossexualidade vs homossexualidade, a parada aqui é mais básica: É UM ROBÔ! NÃO TEM SEXO! Uma pessoa que dá uma declaração dessas, na verdade, não quer provar uma teoria, o que ela quer é agredir todo um fandom. Pra que levantar uma bandeira onde não existe espaço pra isso? Agora, ela pode dizer que quem não gosta da série é homofóbico. Dona, não tem nada a ver. Não force a barra.

Mas, esse não é o pior problema de Acolyte. Tem algo pior: não respeita o canon de Star Wars. Se você vai escrever uma história que se passa dentro de um universo onde existem vários filmes, séries, desenhos, livros e videogames, você precisa estudar esse universo, pra poder encaixar a sua historia sem entrar em conflito com outras coisas que já existem lá. E Acolyte não fez o dever de casa, como, por exemplo, quando coloca o Ki-Adi-Mundi, personagem que estava em Star Wars Ep 1 – e que não tinha idade para estar vivo na época em que se passa a série. Isso dentre várias outras coisas…

Mas, na verdade, esse também não é o pior problema de Acolyte. Uma história no estilo “What If”, num universo paralelo, fora do canon, pode ser boa. O pior problema é que é uma série ruim. A história é ruim, mal contada. Tecnicamente tem vários erros, é uma série mal dirigida e mal editada. É mal escrita, várias coisas no roteiro não fazem sentido. E o pior de tudo: é uma história chata. São episódios de pouco mais de meia hora, que cansam, com personagens sem carisma carregando uma história sem graça. Se não fosse Star Wars, heu teria parado no segundo episódio.

Enfim, semana que vem providencio o texto com tosqueiras da série. E fico na torcida pra não ter uma segunda temporada.

Um Tira da Pesada 4: Axel Foley

Critica – Um Tira da Pesada 4: Axel Foley

Sinopse (imdb): O detetive Axel Foley se vê novamente envolvido nos ambientes sofisticados de Beverly Hills para investigar a morte prematura de um conhecido de longa data.

Quando anunciaram Um Tira da Pesada 4, pensei em não fazer crítica, porque lembro pouco do primeiro filme (de 1984), não lembro de absolutamente nada do segundo (87) e não lembro nem se vi o terceiro (94) – devo ter visto, em 94 tinham menos filmes sendo feitos, era mais fácil acompanhar todos os lançamentos. Mas tá todo mundo falando, então resolvi encarar.

Vou repetir um comentário que fiz outro dia no texto sobre Meu Malvado Favorito 4. Alguns filmes escolhem o caminho seguro e repetem uma fórmula que já deu certo antes. É o caso aqui. Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (Beverly Hills Cop: Axel F, no original – devem ter gostado da ideia de colocar o nome do personagem no título, como Top Gun Maverick) é exatamente igual ao primeiro filme, com tudo de positivo e de negativo que isso traz.

Por um lado, é ruim. A gente já viu tudo isso. Meio que tanto faz assistir este quarto filme ou rever o primeiro. Mas, por outro lado, quem vai ver um quarto filme do Axel Foley acho que não está procurando novidades. É, pensando por esse lado, a produção acertou. Porque acredito que o filme vai agradar a todos os fãs da franquia.

Preciso reconhecer uma coisa: Eddie Murphy está muito bem. Tanto na parte física – ele está com 63 anos, e continua com a mesma cara! Só pra um efeito de comparação: Judge Reinhold é quatro anos mais velho, e está muito mais acabado! Mas, além de estar bem fisicamente, Murphy ainda é muito carismático e carrega facilmente o filme nas costas. Agora, algumas piadas ficaram datadas. Se quarenta anos atrás a gente ria com afeminado Serge interpretado por Bronson Pinchot, hoje em dia isso não tem mais nenhuma graça.

A direção é do estreante Mark Molloy, o que é curioso porque as outras duas continuações traziam nomes consagrados (Tony Scott e John Landis). Acredito que deve ser estratégia pra ser um filme com “cara de produtor”.

(Aliás, descobri que o terceiro filme é odiado por quase todos, inclusive pelo próprio Eddie Murphy. O roteiro brinca com isso. Quando Joseph Gordon-Levitt analisa os outros três casos de Axel em Beverly Hills, ele menciona que o terceiro “não foi seu melhor momento”, uma clara referência ao Tira da Pesada 3.)

Agora, se tenho um grande elogio é à trilha sonora. Não estou falando da ideia óbvia de usar músicas do primeiro filme – assim como Top Gun Maverick abre com a mesma música do primeiro Top Gun, este quarto filme abre com The Heat is On, do primeiro. Na verdade estou falando do icônico tema instrumental do Harold Faltermeyer (que toda uma geração conhece como “Crazy Frog”), que aqui aparece adaptado em várias versões. O trabalho feito em cima do conhecido tema ficou muito bom.

No elenco, vários atores que já estiveram nos outros filmes, como os já citados Judge Reinhold e Bronson Pinchot, e também John Ashton e Paul Reiser (que estavam nos dois primeiros filmes). De novidade, Taylour Paige, Joseph Gordon-Levitt e Kevin Bacon, além de pontas de Luis Guzmán e Christopher McDonald.

Resumindo: mais do mesmo. O que pode ser bom dependendo de quem for ver o filme.

Hora do Massacre

Crítica – Hora do Massacre

Sinopse (imdb): Na tentativa de chamar atenção para a crise ambiental, jovens ativistas decidem invadir e vandalizar uma loja de móveis. No entanto, o protesto se transforma em um massacre quando se veem presos com um segurança obsessivo por caça.

Hora do Massacre (Wake Up, no original) parte de uma proposta interessante: um grupo de ativistas entra à noite numa loja tipo a Tok & Stok pra vandalizar tudo, em protesto porque supostamente a loja apoia o desmatamento da Amazônia. Um guarda noturno acaba morrendo acidentalmente. O outro guarda noturno, que é um psicopata completamente desequilibrado, sai então à caça dos ativistas.

(O título original é “Wake Up’, que é o que os ativistas picham nas paredes e nos móveis. Mas gostei do título brasileiro, que lembra a época da “espantomania”, uma onda de filmes de terror que começavam com “A Hora”: A Hora do Espanto, A Hora do Pesadelo, A Hora do Lobisomem, A Hora da Zona Morta e A Hora dos Mortos Vivos).

Hora do Massacre é curtinho, tem uma hora e vinte e três minutos, e vai direto ao assunto. Somos logo apresentados aos dois guardas noturnos, cada um com seus problemas pessoais, e também ao grupo de ativistas, e logo a ação começa. Só um cenário, só 8 atores, tudo se passa em uma única noite. Um filme “pequeno”, com uma ideia simples e eficiente.

Hora do Massacre é o novo projeto do trio de diretores canadenses François Simard, Anouk Whissell e Yoann-Karl Whissell, também conhecidos por RKSS (Roadkill Superstars). Ainda não tinha visto nenhum filme deles, agora quero procurar Verão de 84, de 2018.

Uma coisa legal aqui é que não tem nenhum “mocinho”. Muitas vezes vemos um filme nesse formato, e nos identificamos com um dos lados, mas aqui os dois estão errados. Por outro lado, o roteiro tem algumas conveniências, tipo um personagem levar uma facada profunda na altura do coração e continuar andando e correndo como se estivesse sem nenhum machucado. Nada grave, felizmente. E é filme de terror, acontecem mortes. Temos alguma violência gráfica, mas, pensando na proposta, na minha humilde opinião Hora do Massacre podia ter um pouco mais de gore.

Por fim, uma coisa que não li em nenhum lugar, mas fiquei pensando. O guarda que faz as armadilhas se chama Kevin. Será uma homenagem a Esqueceram de Mim?

Bom filme pra quem curte o gênero.

Twisters

Crítica – Twisters

Sinopse (imdb): Uma atualização do filme “Twister” de 1996, centrado em uma dupla de caçadores de tempestades que arriscam suas vidas em uma tentativa de testar um sistema experimental de alerta meteorológico.

Hollywood gosta de franquias. É mais fácil vender um filme ligado a uma franquia do que um filme “solo”. Sendo assim, agora, 28 anos depois do primeiro Twister, temos um novo filme. Mas o curioso aqui é que este Twisters não é uma continuação, nem um reboot, nem um remake. É apenas mais um filme usando a mesma premissa. A vantagem pra quem tem memória ruim que nem heu é que não precisa rever o original, porque este novo não tem nenhuma conexão com aquele (sorte minha, porque não lembro de nada do original).

Achei curioso ver que a direção é de Lee Isaac Chung, que chegou a ser indicado a dois Oscars por Minari (roteiro e direção), um filme que não tem nada a ver com o estilo de Twisters. Chung já tinha mostrado que sabe fazer filmes mais intimistas, agora prova que dominou perfeitamente o formato blockbuster. A parte técnica enche os olhos. Em momento algum os tornados parecem fake, o cgi é perfeito.

Twisters começa bem, vamos direto pra ação, Daisy Edgar-Jones lidera uma equipe de estudantes que estão caçando tornados. Mas as coisas não vão como o planejado, e ela acaba desistindo. Até que, cinco anos depois, ela acaba voltando ao “circuito de caçadores de tornados”, dominado por dois grandes grupos, de estilos e propostas diferentes.

Tem uma coisa curiosa na construção desses dois grupos rivais. Um deles, liderado pelo co-protagonista Glen Powell, é uma galera arruaceira e espalhafatosa que aparentemente só caça tornados para conseguir views no youtube. Daisy integra o outro, de cientistas que querem estudar o fenômeno meteorológico. Por um lado, o roteiro consegue subverter a importância dos dois grupos de maneira inteligente, o espectador começa o filme simpatizando com um, mas termina apoiando o outro. Mas, teve uma coisa que ficou estranha. O grupo de cientistas usa um dinheiro nada ético, de um cara que faz especulação imobiliária em cima de terrenos devastados pelos tornados. Mas, se por um lado o cara não é ético e ganha dinheiro com a miséria dos outros, por outro lado ele está investindo dinheiro na pesquisa. Ou seja, ele não é de todo mau. Pelo filme, heu entendi que ele quer resolver os problemas a longo prazo.

Mesmo com essa falha na construção de um desnecessário vilão, gostei do roteiro, que consegue fazer um “feijão com arroz” muito bem construído, tanto na parte de espalhar situações de tornados ao longo do filme (são pelo menos cinco sequências tensas e eletrizantes perseguindo tornados), quanto na construção do casal, que lembra a fórmula das comédias românticas: inicialmente eles não se gostam, mas acabam desenvolvendo um relacionamento. E preciso dizer que ambos os atores, Daisy Edgar-Jones e Glen Powell, estão ótimos – o carisma da dupla é um dos trunfos do filme.

Ainda sobre o elenco, Anthony Ramos completa o trio principal. Mas, prestem atenção no cara que está sempre ao lado dele, interpretado por David Corenswet – esse cara será o novo Superman! Também tem uma ponta da Maura Tierney. Sim, podia ser a Helen Hunt, mas, como falei, esse filme não se conecta ao original.

Queria falar mal de uma coisa do fim, mas é spoiler, então siga por sua conta e risco.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Já comentei aqui diversas vezes sobre decisões burras de personagens. Mas aqui tem uma bem complicada. Eles têm um plano para dissipar um tornado. Estão literalmente ao lado desse tornado. Mas dizem “ele está indo pra uma cidade aqui perto, vamos lá ajudar!”. Ora, se eles não fossem até a cidade e focassem no tornado, a cidade não seria destruída e não precisaria da ajuda deles!

FIM DOS SPOILERS!

Twister, de 1996, era um bom filme pipoca, mas nada demais, tanto que a gente lembra mais de outros filmes da época, como Missão Impossível, Independence Day ou Um Drink Para o Inferno. Este novo Twisters também é um entretenimento competente, galera vai se divertir, ninguém vai sair decepcionado da sala de cinema. Mas assim como o anterior, acho que vai ser esquecido em breve.