Beekeeper – Rede de Vingança

Crítica – Beekeeper – Rede de Vingança

Sinopse (imdb) A tentativa brutal de vingança de um homem gera riscos para toda a nação depois que ele é revelado como sendo ex-agente de uma organização poderosa e clandestina conhecida como “Beekeepers”.

Pensa num cara que tem trabalhado muito. Ano passado tivemos quatro filmes com o Jason Statham. Em um deles, Velozes e Furiosos 10, ele aparece pouco, mas nos outros três ele é o protagonista – Esquema de Risco, Megatubarão 2 e Mercenários 4. O ano acabou de começar e, olha lá, já tem filme novo dele em cartaz…

Beekeeper – Rede de Vingança (The Beekeeper, no original) não é um grande filme, mas, se a gente tiver boa vontade, é melhor que os três do ano passado. A direção é de David Ayer, responsável por aquele Esquadrão Suicida ruim; o roteiro é de Kurt Wimmer, que tem uns filmes bem ruins no currículo (como o péssimo The Misfits), mas tem o meu respeito por ter escrito e dirigido Equilibrium (talvez o único filme bom da sua filmografia).

Temos alguns problemas básicos aqui. Começo por Beekeeper – Rede de Vingança ter um argumento quase igual a John Wick. Adam Clay é um assassino extremamente eficiente que sai da aposentadoria e começa a matar um monte de gente para se vingar. “Ah, mas em John Wick matam o cachorro dele” – ué, aqui matam as abelhas!

Mas, já comentei aqui diversas vezes, não me incomodo com ideias repetidas desde que o filme seja bom. O que mais me incomodou aqui foi outra coisa: o cara tem que ser “bonzinho” quando enfrenta policiais. John Wick mata todos os seus adversários, o que é coerente, afinal use o adversário sobreviver, ele pode reagir e atacar de novo. Quando Adam Clay enfrenta adversários que trabalham apara os vilões, ele mata (e algumas dessas cenas são muito boas). Mas quando ele enfrenta adversários da polícia ou do FBI, ele só atira no colete ou na perna. Tem uma cena – que está no trailer – onde ele, sozinho, enfrenta uns 15 homens do FBI, e bate em todos, e nenhum dos adversários atira nele. Desculpa, mas essas cenas forçaram a barra.

Agora, se o espectador se desligar desses “detalhes”, pode se divertir. Inclusive, tem uma cena que parece que foi colocada só pra estabelecer que o filme não deve ser levado a sério. Não entrarei em detalhes, mas é a cena do posto. Aquilo ficou tão exagerado que parece cartunesco! Isso ajuda a engolir a sequência final – aquela festa nunca teria mercenários como seguranças.

Algumas sequências de ação são muito boas. Gostei da cena do celeiro, a gente entende como ele, desarmado, consegue enfrentar adversários armados. E a cena do elevador caindo é sensacional. Na minha humilde opinião, se o filme seguisse mais por esse caminho, seria melhor.

No elenco, Jason Statham interpreta Jason Statham, e ele é bom fazendo o Jason Statham de sempre. Emmy Rever-Lampman faz a principal coadjuvante, mas é uma personagem meio incoerente – ela quer achar quem matou sua mãe, mas ao mesmo tempo quer caçar quem está agindo ao lado dela. Jeremy Irons não consegue estar mal, mas é um bom ator desperdiçado num papel besta. Ainda no elenco, Josh Hutcherson, Bobby Naderi, Jemma Redgrave e uma ponta da Minnie Driver.

Como falei, Beekeeper – Rede de Vingança não é um grande filme. Mas quem entrar na galhofa proposta na cena do posto vai se divertir.

O Homem dos Sonhos

O Homem dos Sonhos

Sinopse (imdb): Um infeliz pai de família vê sua vida virar de cabeça para baixo quando milhões de estranhos começam a vê-lo em seus sonhos. Quando suas aparições noturnas tomam um rumo de pesadelo, ele é forçado a lidar com um novo estrelato.

Quando fiz minha lista de expectativas 2024, comi mosca em um detalhe que não costumo falhar. O Homem dos Sonhos (Dream Scenario, no original) é o novo filme do diretor e roteirista norueguês Kristoffer Borgli, o mesmo de Doente de Mim Mesma, filme que vi no Festival do Rio ano passado. Logo heu, que sempre reparo defendo que a gente deve reparar quem é o diretor do filme… Seria mais um motivo para O Homem dos Sonhos estar na lista das expectativas!

Segundo o imdb, Borgli apresentou o roteiro para Ari Aster, que dirigiria o filme com Adam Sandler no papel principal. Mas quando Doente de Mim Mesma começou a ter bons reviews, Aster e a A24 encorajaram Borgli a dirigir o próprio roteiro.

Se Doente de Mim Mesma trazia uma personagem capaz de fazer qualquer coisa para chamar a atenção, aqui o tema é parecido, mas sob outro ângulo. Paul Matthews não quer chamar a atenção, mas ele acaba chamando de qualquer maneira, e, querendo ou não, experimenta os seus “15 minutos de fama”. E depois, ainda involuntário, experimenta o “cancelamento” e passa a ser rejeitado. Mais uma vez o roteirista é diretor traz um estudo sobre comportamento social.

Mas, na minha humilde opinião, o melhor de O Homem dos Sonhos é o seu ator principal. Todo mundo conhece Nicolas Cage, todo mundo sabe de suas escolhas duvidosas na carreira, todo mundo sabe do seu over acting. E aqui ele está excelente, tanto no “mundo real”, quando dentro dos sonhos. Também no elenco, Julianne Nicholson, Michael Cera, Dylan Gelula, Dylan Baker e Tim Meadows – estão todos ok, mas ninguém se destaca.

Também preciso dizer que curti muito os momentos de sonhos – e também dos pesadelos. São momentos divertidíssimos, o filme podia ter mais cenas nos sonhos!

O Homem dos Sonhos tem claramente três momentos. Os dois primeiros são muito bons, tanto a ascensão de Paul como ícone pop involuntário, quanto o seu “cancelamento” por causa dos pesadelos. Já a conclusão da história não é tão boa, o filme meio que não sabe pra onde vai. Mas, preciso dizer que adorei a cena final, aquela que inclui o terno gigante do David Byrne.

Saltburn

Crítica – Saltburn

Sinopse (imdb): Lutando para encontrar seu lugar na Faculdade de Oxford, um aluno é atraído para o mundo de um encantador aristocrata, que o convida para Saltburn, a enorme mansão de sua família excêntrica, para passar um verão inesquecível.

Comecei a ver gente comentando sobre este Saltburn, novo filme escrito e dirigido por Emerald Fennell, que ganhou Oscar de Melhor Roteiro Original pelo seu filme anterior, Bela Vingança, que estreou na Amazon Prime no finzinho do ano passado.

Comentários falavam sobre “polêmica” e sobre “plot twist”. Polêmica, ok, concordo. Agora, não tem plot twist. Tem gradativas revelações sobre o que realmente estava acontecendo. Isso não é plot twist, galera!

Agora, sim, o filme traz assuntos polêmicos. Temos uma visão nada glamourizada da vida dos super ricos, e além disso, todos os personagens têm falhas de caráter, e vemos alguns comportamentos completamente fora do padrão. E o filme ainda tem algumas cenas que parece que foram colocadas lá só pra provocar.

Tecnicamente, é tudo muito bem feito. Saltburn é um filme bonito e bem filmado. E heu diria que o destaque são as atuações, principalmente os dois principais, Barry Keoghan (Os Banshees de Inisherin) e Jacob Elordi (Priscilla) – indicações ao Oscar devem vir em breve. Mas o resto do elenco também está bem, Rosamund Pike, Richard E. Grant, Archie Madekwe, Alison Oliver e Carey Mulligan.

Agora, teve uma coisa na parte final que me incomodou, vou falar depois do aviso de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

A gente descobre que Oliver tinha um plano, elaborado desde a época do colégio. Ok. Onde uma cena como ele lambendo a água do banho do Felix se insere nesse plano?

FIM DOS SPOILERS!

Mesmo assim, ainda achei Saltburn um bom filme. Talvez um degrau abaixo de Bela Vingança, mas nada que estrague o currículo de Emerald Fennell. Que venha seu próximo filme!

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo

Crítica – Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo

Sinopse (imdb): Uma jovem sai em busca de guerreiros de outros planetas para enfrentar um exército de invasores que aterrorizam a pacífica colônia onde vive.

Estou atrasado. Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo (Rebel Moon – Part One: A Child of Fire, no original) foi lançado no fim de dezembro, na época que heu estava montando minhas listas. Mas, depois de ver o filme, fiquei pensando se a estratégia foi exatamente essa, acho que lançaram numa época onde boa parte dos críticos estaria fazendo listas…

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo é uma tentativa do Zack Snyder de fazer um filme de Star Wars. Segundo o imdb, Snyder teria apresentado o roteiro pra Lucasfilm em 2012, mas o projeto acabou cancelado. Anos depois, Snyder levou pra Netflix e conseguiu sinal verde.

Mas, diferente da maioria, não vou falar muito mal de Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo. Não, não é um bom filme, mas também não é esse lixo todo que estão falando. Como comentei aqui semana passada, as expectativas podem influenciar positiva ou negativamente, e as minhas expectativas para esse filme eram zero, heu já sabia que ia ver um filme genérico. E Rebel Moon é exatamente isso, um Star Wars genérico – e cheio de câmera lenta.

Na verdade, o roteiro de Rebel Moon parece um fan film escrito por um adolescente que acabou de ver, pela primeira vez, Guerra nas Estrelas e Mercenários das Galáxias. Porque tudo no filme lembra Guerra nas Estrelas (tem até uma espada luminosa pra ser o sabre de luz!), e o desenrolar da história é o mesmo de Mercenários das Galáxias (que é a mesma história de Os Sete Samurais – uma vila pobre é atormentada por cruéis vilões, e uma pessoa da vila sai atrás de ajuda de samurais de outros lugares).

Em defesa de Rebel Moon, o visual do filme é muito bonito. A protagonista mora numa lua de um planeta com anéis, é muito legal em vez de ter uma lua no céu, ter um planeta enorme. É um filme vazio, mas pelo menos é bonito. Snyder deveria desistir de roteiro e focar só na direção de fotografia. Fica a dica!

Ah, sim, tem câmera lenta. Muitas vezes. Exageradamente. Mas, é uma das características do diretor. Reclamar de câmera lenta em filme do Zack Snyder é a mesma coisa que reclamar de lens flare em filme do JJ Abrams, ou de closes nos pés das atrizes em filme do Tarantino, ou de tudo estar simétrico em filme do Wes Anderson. Faz parte do pacote.

O elenco é ok. Sofia Boutella faz a protagonista, gosto dela, torço pra que ela consiga filmes melhores. Anthony Hopkins faz a voz do robô que aparece no início. Jena Malone faz a aranha gigante, está difícil de reconhecer. Uma curiosidade: é a primeira que Ed Skrein e Michiel Huisman trabalham juntos, desde que o segundo substituiu o primeiro como o Daario Naharis em Game Of Thrones. Também no elenco, Djimon Hounsou, Doona Bae, Ray Fisher, Charlie Hunnam, Cary Elwes e Cleopatra Coleman.

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo tem um problema bem comum hoje em dia, que é ter uma história sem fim. Parece que o filme inteiro é sobre o recrutamento dos “sete samurais”, e a história em si só deve começar no próximo filme. Acho ruim, mas é uma tendência cada vez mais recorrente. E o pior é que rolam boatos de que serão vários filmes e seriados nesse unviverso.

Agora, um problema que não é recorrente é essa mania de se fazer “versão do diretor”. Snyder já anunciou que em breve lançará outra versão. Caramba, se ele tinha luz verde da Netflix, por que não fazer uma única e definitiva versão???

Maestro

Critica – Maestro

Sinopse (imdb): O amor complexo de Leonard Bernstein e Felicia Montealegre, desde o momento em que se conheceram em 1946 em uma festa e continuando por dois noivados, um casamento de 25 anos e três filhos.

É complicado falar de Maestro, novo filme escrito, produzido, dirigido e estrelado por Bradley Cooper. Porque é um projeto com muitos méritos, mas ao mesmo tempo nem tudo funciona. Vamulá.

As atuações e caracterizações, assim como a reconstituição de época, estão fantásticas. Não conheço muita coisa sobre Leonard Bernstein, mas já vi vários filmes com Bradley Cooper, e é nítido que ele está bem diferente. Encontrei um vídeo no youtube do Bernstein original regendo uma orquestra, e uma cena que aparece perto do fim do filme aparentemente mostra a mesma ocasião, Cooper está impressionante! E nunca tinha ouvido falar da Felicia Montealegre, mas me disseram que Carey Mulligan está perfeita.

Mas o que mais gostei no filme não foram as caracterizações, e sim a câmera do Bradley Cooper. Em várias cenas ele move a câmera e a deixa posicionada em movimentos e ângulos fora do convencional. Não sei se a gente poderia chamar de planos sequência, porque normalmente o plano sequência é uma coreografia que envolve todo o elenco e equipe enquanto a câmera se move, e o que acontece aqui é um pouco diferente – por exemplo, num diálogo, a câmera fica fixa num ator mesmo quando ele não está falando, captando suas expressões e reações. Outra coisa que também gostei é quando passa algo na frente da câmera em movimento, e o que está atrás mudou, dando a impressão de ser um plano sem cortes.

Agora, por outro lado, achei que o filme falhou em contar a história do Leonard Bernstein. A gente vê o filme e continua sem saber de muitas coisas sobre a vida dele. Por exemplo, em um determinado momento falam que ele fez a trilha sonora de West Side Story / Amor Sublime Amor. Vi o original muito tempo atrás, vi a refilmagem do Spielberg poucos anos atrás, e fiquei tentando me lembrar quais eram as canções famosas deste musical – porque o filme não mostra as canções de West Side Story! Por que não aproveitar e incluir um trecho de America ou Maria, canções famosas daquele filme?

Vou fazer uma comparação com um filme bem inferior a Maestro. No fraco A Era de Ouro, a gente termina o filme conhecendo a obra de Neil Bogart (que é um nome muito menos relevante do que Leonard Bernstein na história da música). E aqui a gente termina o filme sem conhecer a obra de Bernstein. O filme foca mais no relacionamento entre Leonard e Felicia e menos no maestro e compositor.

Outra coisa ficou estranha. O filme mostra que Leonard tinha relacionamentos com outros homens, apesar de ser casado com Felicia, e pelo filme a gente entende que isso acontecia naturalmente. Se a história se passasse nos dias de hoje, seria mais fácil de aceitar. Mas, décadas atrás, a sociedade era muito mais preconceituosa, acho que ele não seria tão livre como o filme quer mostrar.

Tem um outro detalhes técnico que confesso que não entendi. O filme começa em preto e branco, e depois vira colorido. Ok, deve ser pra mostrar a passagem de tempo. Mas, o filme é todo no formato 4:3, formato comum na época da TV de tubo. Por que alguém usaria 4:3 hoje em dia?

Por fim, um pouco de cultura inútil. Martin Scorsese e Steven Spielberg foram cogitados para dirigir, antes de Bradley Cooper apresentar Nasce Uma Estrela, a partir daí Cooper ganhou o cargo de diretor, e Spielberg e Scorsese ficaram como produtores. Spielberg e Scorsese são amigos de longa data, mas este é o primeiro filme que tem os dois dividindo os créditos. E uma curiosidade: inicialmente, Spielberg dirigiria Cabo do Medo e Scorsese, A Lista de Schindler, e os dois acabaram trocando de lugar.

Expectativa 2024

Expectativa 2024

Mais uma vez, vou criar uma lista com expectativas fora do óbvio, como fiz nos anos anteriores. Minha lista não vai ter continuações, reboots ou filmes de franquias – apesar de estar muito curioso com filmes como Deadpool 3 e Chico Bento. Fiquei na dúvida com alguns títulos, como um novo Senhor dos Anéis, A Guerra de Rohirrim, que está previsto pra estrear em 2024 – mas, como traz Miranda Otto de volta ao papel de Eowyn, acho que isso pode caracterizar como parte do mesmo universo dos filmes do Peter Jackson.

Queria colocar na lista Jane, vindouro filme do Alfonso Cuarón sobre Philip K. Dick, com Charlize Theron no elenco, mas não achei nada na internet sobre ele, então deixei de lado.

Preciso citar dois filmes que heu já vi no Festival do Rio de 23 que só estrearão em 2024: Pobres Criaturas e A Sociedade da Neve. Vi ambos, recomendo ambos!

Claro, como estou falando de alguns filmes que ainda estão em produção, não tenho certeza de que teremos os dez títulos em 2024. Na lista do ano passado, por exemplo, dois dos dez filmes não foram lançados. E na lista de dois anos atrás tem dois filmes que só estrearam este ano. (Pra ser sincero, acho que o último não ficará pronto a tempo, porque não achei poster nem trailer!)

Vamos à lista? De novo, não tem uma ordem…

Argylle – O Superespião
Gosto muito do primeiro Kingsman, dirigido por Matthew Vaughn. Mas parece que a criatividade acabou e o último Kingsman foi bem mais fraco. Mas o trailer de Argylle – O Superespião me empolgou tanto quanto o do primeiro Kingsman. E ainda tem Sofia Boutella, Henry Cavill, Samuel L. Jackson, Bryce Dallas Howard, John Cena e Bryan Cranston no elenco.

O Homem dos Sonhos
Filme da A24 com a premissa de que um cara comum começa a aparecer nos sonhos de todas as pessoas. E esse cara comum é interpretado pelo Nicolas Cage. Ou seja, ou o filme é muito bom, ou muito ruim, pouco espaço pra um filme “comum”.

Guerra Civil
Novo filme de Alex Garland (Ex Machina), que vai trazer um futuro próximo onde os Estados Unidos estão no meio de uma guerra civil. Atualmente, é o filme mais caro da A24. Conta com Kirsten Dunst, Wagner Moura, Cailee Spaeny e Jesse Plemons no elenco.

Garotas em Fuga
Joel e Ethan Coen não fazem mais filmes juntos, sei lá por que. Joel sozinho fez A Tragédia de Macbeth, agora é a vez de Ethan dirigir um filme sozinho. Garotas em Fuga tem no elenco Margaret Qualley, Matt Damon e Pedro Pascal.

Coiote vs Acme
Mistura de live action com animação, com James Gunn como um dos roteiristas e com John Cena num dos papéis principais, contando uma história de tribunal do Coyote, aquele mesmo do Papa Léguas. Típico filme que já nasceu “obrigatório”. Mas, rolam boatos de que o projeto foi cancelado. Aguardemos…

Turma da Mônica Jovem Reflexos do Medo
Queria colocar o filme do Chico Bento, que está na cena pós créditos de Turma da Mônica Lições. Mas como é um spin off, não cabe aqui. Então vamos de outro filme com os mesmos personagens, mas adaptação de outra série de histórias.

Aumenta que é Rock’n Roll
Um filme contando a história da rádio Fluminense, uma rádio de Niterói que foi essencial para a divulgação do Rock Brasil dos anos 80.

O Dublê
Tecnicamente falando, este filme não deveria fazer parte da minha lista, porque é baseado na série dos anos 80 Duro na Queda. Mas mantive O Dublê aqui porque o que me interessou não foi o seriado de 40 anos atrás, e sim por ser o novo filme de David Leitch, um dos criadores de John Wick e diretor de Atômica e Trem Bala. E ainda tem Ryan Gosling, Emily Blunt e Aaron Taylor-Johnson no elenco!

Mickey 17
Novo filme de Bong Joon-Ho depois de Parasita. Ficção científica que traz um funcionário descartável em uma expedição humana enviada para colonizar um mundo gelado. Com Robert Pattinson, Toni Collette, Mark Ruffalo e Steven Yeun.

The Movie Critic
Décimo e a princípio último filme escrito e dirigido por Quentin Tarantino. Vai contar uma história, nos anos 70, de um crítico de cinema convencional que escreve para uma revista pornô. Previsão de estreia em 2024, mas como está em pré produção, não sabemos se ficará pronto a tempo.

Top 10: Maiores Decepções em 2023

Top 10: Maiores Decepções em 2023

Existe uma diferença entre um filme ser ruim e um filme ser uma decepção. A decepção está mais atrelada à expectativa que criamos em torno daquela título. Precisa ser um filme que heu achava que podia ser bom, se heu já achava que ia ser ruim, não existe decepção…

Mas, me esforcei pra encontrar dez filmes que não estavam presentes na lista de piores do ano, afinal ia acabar repetindo informações.

Vejo poucas séries, por isso não faço um top 10 de séries. Mas vou incluir seriados na lista de decepções!

Vamos à lista? Em ordem de lançamento:

1- Esquema de Risco – Operação Fortune
Empolgado com Infiltrado, de 2021, minha expectativa cresceu para o próximo Guy Ritchie. Esquema de Risco – Operação Fortune estava na minha lista de expectativas pra 2023! Mas o resultado ficou bem genérico e esquecível. Até a edição e a trilha sonora, que costumam ser destaques em filmes do diretor, soam burocráticas.

2- Beau Tem Medo
Novo filme escrito e dirigido por Ari Aster, diretor de Hereditário e Midsommar, Beau tem Medo é uma bagunça. Não acho que um filme tem que explicar tudo, mas aqui nada faz sentido. E com três horas de duração, o filme é chaaato.

3- Hypnotic
Ok, admito, sou fanboy do Robert Rodriguez, gosto de The Book of Bobba Fett por causa dele. Mas este Hypnotic não parece um dos seus filmes. Parece mais um telefilme querendo copiar Christopher Nolan, com toques de Amnésia e Inception.

4- Elementos
Carregar o rótulo “o novo filme da Pixar” pode atrapalhar. Porque este Elementos é bem bobinho. Previsível, com roteiro preguiçoso e personagens sem carisma, Elementos só vale pelo visual.

5- Asteroid City
Wes Anderson é um dos últimos “autores” do cinema atual, sempre faz filmes com enquadramentos milimetricamente perfeitos. Mas às vezes parece que não tem uma história pra contar. Asteroid City tem menos de duas horas e é um filme interminável, mesmo tendo um elenco fantástico.

6- Invasão Secreta
Invasão Secreta podia ser uma série boa, mas falhou em quase tudo o que se propôs. Tudo é arrastado demais, dava tranquilamente pra se cortar as gorduras e fazer um filme de longa metragem em vez de uma série de seis episódios. E o resultado final foi decepcionante.

7- O Continental
Gosto muito dos filmes do John Wick, e gostei muito do primeiro episódio da série O Continental. Mas os dois episódios seguintes foram tão fuen que me senti mal de ter recomendado a série.

8- Resistência
Resistência prometia ser um grande marco no cinema: um blockbuster sem ser continuação, remake, reboot, spin off, adaptação de livros, games, HQs, etc. Mas o resultado ficou parecendo uma mistura de Matrix com Exterminador do Futuro com Blade Runner com Distrito 9 com IA com Ex Machina.

9- O Assassino
Filme novo do David Fincher com Michael Fassbender interpretando um assassino profissional. Parecia bom, né? O Assassino até tem seus méritos, mas é um filme bem chato.

10- O Mundo Depois de Nós
Reclamei que Homem Aranha Através do Aranhaverso não tinha um final, mas o que acontece aqui em O Mundo Depois de Nós é ainda pior. Do nada, sobem os créditos. Sim, no meio da história. E pelo que li, não vai ter uma continuação pra encerrar o que ficou pendente. Bem ruim isso, heu estava curtindo o filme.

Top 10: Melhores Filmes de 2023

Top 10 Melhores Filmes de 2023

Depois da lista dos piores, vamos aos dez melhores?

Queria muito citar dois filmes que vi no Festival do Rio, mas só serão lançados em 2024, então vou guardá-los pro top 10 do ano que vem. A Sociedade da Neve chegará à Netflix no início de janeiro, enquanto Pobres Criaturas (forte candidato a melhor filme de 2024!) só chega aos cinemas em fevereiro!

Vamos à lista? Lembrando que todos os filmes foram comentados aqui no heuvi!

10-Nimona
Nimona se passa num mundo meio medieval, mas, ao mesmo tempo, tudo tecnológico, com smartphones e carros voadores, acompanhamos uma metamorfa agitada, anarquista, engraçada, irônica, maluquinha e muito, muito carismática, responsável por várias sequências excelentes. Uma excelente animação que fala de diversidade sem precisar entrar no pantanoso meio da lacração.

9-Homem Aranha Através do Aranhaverso
Homem Aranha Através do Aranhaverso é um espetáculo visual. Em vez de procurar um traço realista, muitas vezes o visual lembra páginas de quadrinhos, com cenários abstratos, cores que mudam de tom sem um motivo, eventuais textos na tela, rolam até efeitos visuais simbolizando sons. Heu estava vendo no cinema, viajando naquele visual fantástico – até que, do nada, param o filme para a continuação. Se não fosse isso, teria um lugar melhor aqui no ranking.

8-John Wick 4: Baba Yaga
Não escondo de ninguém que gosto de ação bem coreografada e bem filmada, e John Wick 4 é repleto disso, com várias cenas de luta, na mão, com armas de fogo e com armas brancas. Além disso, o visual do filme é um espetáculo. Muito contraluz, muita cena filmada de noite, com água, com cores fortes. Se não fosse a cena da escadaria, teria uma posição melhor no ranking.

7-Ninguém Vai te Salvar
Um filme sem diálogos sobre invasão alienígena, que consegue manter o espectador da beirada da poltrona com uma tensão constante. Não gostei muito da conclusão de Ninguém Vai te Salvar, se não acho que tinha uma posição melhor aqui. Mas é um “grande filme pequeno”.

6-RRR
Não sei se RRR é de 2022 ou 23, só soube da existência desse filme na época do Oscar. Sim, é muito exagerado. Mas achei tudo exagerado no ponto ideal. Tudo é intenso, tudo é acima do tom. RRR é pura diversão. Digo mais: a música Naatu Naatu é muito boa, e a cena onde ela é apresentada é sensacional!

5-When Evil Lurks
Filme argentino, pouco conhecido, que fala de possessão demoníaca, mas de um jeito diferente, a possessão aqui se mistura com uma espécie de contágio. When Evil Lurks tem alguns jump scares que são um soco no estômago, e mantém o clima tenso do início ao fim. Difícil de encontrar, mas vale a procura.

4-Babilônia
Babilônia é um filme do jeito que heu gosto. Tecnicamente impressionante, traz como pano de fundo os bastidores de Hollywood, e ainda tem uma parte musical absurdamente bem trabalhada. E só os dois planos sequência já valem o ingresso!

3-Missão Impossível – Acerto de Contas Parte 1
Todo fã de cinema tem que agradecer que existem pessoas como Tom Cruise. Em tempos de streamings trazendo boas opções dentro do conforto de casa, muitas vezes o espectador se pergunta se vale pagar o ingresso caro para ver um filme. Assim como o Top Gun Maverick do ano passado, Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 é outro daqueles filmes que pedem para serem vistos num cinema!

2-Guardiões da Galáxia Vol. 3
A qualidade da Marvel caiu nos últimos anos, isso é uma triste verdade. Mas este Guardiões da Galáxia Vol. 3 mostrou que a Marvel ainda é capaz de entregar filmes excelentes. Guardiões da Galáxia Vol. 3 faz o espectador rir e chorar, com personagens muito bem construídos, cenários bem diferentes do óbvio, e uma trilha sonora que parece conversar com o roteiro. Um belo fechamento para a saga dos Guardiões

1-Assassinos da Lua das Flores
Em Assassinos da Lua das Flores, Martin Scorsese mostra como se faz um filme de três horas e meia que não cansa. Robert De Niro, Leonardo DiCaprio e Lily Gladstone estão maravilhosos. E o filme ainda conta uma história importante. Obrigatório!

Top 10: Piores Filmes de 2023

Top 10 Piores Filmes de 2023

Fim de ano, época de fazermos nossas listas de melhores e piores do ano. Vou começar com a de piores, em dois dias postarei a de melhores, e logo depois vou mandar uma lista de expectativas fora do óbvio (como fiz nos últimos anos).

Se tem alguma boa notícia sobre a lista de hoje é que não tem nenhum filme de super heróis. Não que não tenha filme ruim de super heróis, mas é que tem dez filmes piores!

Ah, se alguém quiser ver a lista do ano passado, aqui está ela.

Vamos à lista? Lembrando que todos os filmes foram comentados aqui no heuvi!

10- Os Banshees de Inisherin
Os Banshees de Inisherin não é um filme ruim. Mas me senti tão mal quando vi que resolvi colocá-lo aqui, “de castigo”. O filme ganhou o Globo de Ouro de “melhor comédia ou musical”, fui ver esperando um filme leve e agradável, vi um filme onde um bicho de estimação morre porque engasgou com dedos decepados! E olha, isso até podia ser mostrado de forma engraçada, mas não é. O filme te coloca pra baixo. Por isso, top 10 de piores, por enganar o espectador.

9-65 – Ameaça Pré Histórica
Ficção científica com Adam Driver e dinossauros. Tem como dar errado? Tem. Uma hora e meia de filme, e mesmo assim 65 – Ameaça Pré Histórica não decola. O ritmo é péssimo, alterna momentos onde o filme se arrasta, com momentos onde tudo é muito corrido. E o roteiro é repleto de inconsistências, tipo um personagem se machucar e na cena seguinte ele estar alegre e serelepe. Uma hora e meia perdida, e de uma boa ideia desperdiçada.

8- O Jogo da Invocação
O Jogo da Invocação falha miseravelmente em toda e qualquer possibilidade de tentar assustar, ou pelo menos criar um clima tenso. Tem alguma morte graficamente bem filmada? Não! Parece filme de sessão da tarde! Tem uma hora e dezessete minutos, e mesmo assim, tudo é tão mal conduzido que o filme se arrasta. E o final é péééssimo!

7-A Chamada
A Chamada é mais um filme genérico do Liam Neeson, como agravante de, no terço final, ter várias coisas que não fazem sentido, tipo o cara estar sentado numa bomba e, se ele se levantar, a bomba explode, e num determinado momento do filme o carro estar de lado e o peso dele não estar mais sobre a bomba. Chega ao ponto de ter uma cena onde dezenas de carros de polícia estão perseguindo o carro do Liam Neeson, mas, do nada, eles param a perseguição.

6-A Profecia do Mal
A Profecia do Mal é muito ruim, mas preciso reconhecer que tenho um carinho por este filme, já que o vídeo que fiz pro youtube foi o primeiro do meu canal a passar de 5 mil views. Pena que foi com um filme tão ruim. A trama traz um culto de adoradores do diabo que querem trazer Lúcifer de volta dentro de um clone de Jesus. Sim, nada faz sentido. Se fosse um filme trash, poderia ser divertido, mas o filme é sério, o que só piora.

5-Ursinho Pooh: Sangue e Mel
A ideia era boa. Descobriram que os direitos de imagem do Ursinho Pooh caíram em domínio público. Então, por que não fazer um terror slasher com o personagem? Mas Ursinho Pooh: Sangue e Mel tem um roteiro péssimo, personagens rasos e ninguém se importa com eles, e os vilões com zero carisma. Só um breve exemplo de como o roteiro é ruim: tem um prólogo que fala de 5 personagens, e o filme esquece de incluir dois desses personagens do prólogo!

4-Os Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo
Parece que a tentativa era de criar uma nova franquia, afinal, o título do filme já diz “o começo”. Mas o roteiro de Os Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo é tão ruim que a gente torce pra parar por aqui. Além do roteiro cheio de coisas sem sentido, temos personagens ruins e efeitos especiais toscos. E, nunca vi o desenho, mas pelo que me falaram, tudo aqui está diferente.

3-O Chamado 4: Samara Ressurge
Tem tanta coisa errada em O Chamado 4: Samara Ressurge que nem sei por onde começar. Acho que podemos começar dizendo que não é o quarto filme da franquia O Chamado, e que não tem a Samara! Este é o oitavo filme da Sadako, original japonesa que virou Samara na refilmagem americana. Mas isso nem é o pior. O Chamado 4 é um filme de terror que não assusta, o roteiro é um lixo e os efeitos em cgi são pééesimos!

2-Mercenários 4
A franquia Mercenários era como se fosse uma reunião de velhos action heroes dos anos 80, como Stallone, Schwarzenegger, Bruce Willis, Dolph Lundgren, Van Damme, Mel Gibson, Chuck Norris, Antonio Banderas, Wesley Snipes, Harrison Ford, Eric Roberts e Mickey Rourke. Mercenários 4 é um filme ruim e preguiçoso, com uma tela verde bem vagabunda e um roteiro que não deve ter sido revisado antes de filmar, mas o pior de tudo é “esquecer” do conceito básico de reunião de amigos – virou um filme ruim ruim do Jason Statham com o Dolph Lundgren num papel secundário.

1-O Exorcista O Devoto
Outro filme que é tão ruim que nem sei por onde começar. O diretor David Gordon Green já tinha estragado a franquia Halloween, agora ele achou outra franquia pra estragar. O filme se chama “O Exorcista: O Devoto“, mas o exorcista que existe no filme tem um papel bem secundário, e até hoje não sei quem é esse tal de devoto. E ainda estragaram o papel da Ellen Burstyn, que estava no primeiro filme.

A Maldição do Queen Mary

Crítica – A Maldição do Queen Mary

Sinopse (imdb): Quando Anne, seu marido e o filho Lukas embarcam no icônico Queen Mary, uma série de eventos aterrorizantes entrelaçam a família com o passado sombrio do navio.

Tem tanta coisa errada com esse A Maldição do Queen Mary que nem sei por onde começar. Acho que posso começar dizendo que esta é uma história de um navio real, e que só descobri isso quando fui pesquisar sobre o filme, depois de ter assistido.

A Maldição do Queen Mary conta duas histórias, em duas linhas temporais. Um delas é no passado, sobre uma família, onde um cara surta e sai matando todo mundo. Não sei se existe algum motivo pro cara surtar, me parece que foi algo aleatório, se foi explicado, heu não captei. A outra história se passa nos dias atuais, onde uma mulher quer criar um tour virtual para conhecer o navio, e quando ela visita a embarcação o filho dela some. O problema de ter duas linhas temporais se alternando é que você fica imaginando quando elas vão se conectar – e não, as histórias não se conectam em momento nenhum. Se existe alguma conexão é outra falha da narrativa porque heu também não pesquei isso.

Pra piorar, nenhuma das duas histórias é boa. São histórias chatas, que se arrastam. Comentei aqui outro dia sobre Isolamento Mortal, que coloquei na TV pra ver a cara do filme, e a trama me pegou de maneira que heu não quis pausar o filme. Aqui, rola o efeito oposto…

Nada faz sentido. Por exemplo, tem um número musical de sapateado, que não só não tem nada a ver com o resto do filme, como não agrega nada à história. Ou uma cena onde quebram uma parede e parece que o capitão do navio sente como se estivesse sendo atacado. Ou uma criança deficiente de 8 anos de idade que sai sozinha tirando fotos no navio. Ou uma mãe cujo filho desapareceu, por que ela iria querer passar uma noite no navio? A lista é grande…

Mas, pior do que não fazer sentido, é ser um filme chato e confuso com mais de duas horas. Chegar ao fim de A Maldição do Queen Mary é uma tarefa difícil!

Pra não dizer que achei tudo ruim, gostei da cena cena do cara surtado atacando com o machado. Também gostei da parte final com a personagem andando pelos corredores e a luz alternando pra gente saber que a linha temporal mudou, foi uma boa sacada. Mas, a essa altura, A Maldição do Queen Mary já tinha perdido o espectador.

Desnecessário.