Crítica – 13 Exorcismos
Sinopse (imdb): Após o estranho comportamento exibido pela adolescente Laura Villegas, sua família chama um exorcista sancionado pelo Vaticano para intervir no caso de possessão demoníaca. A partir daí, uma série de fenômenos estranhos aparecerá.
Confesso que estava com um pé atrás, traumatizado com os recentes A Profecia do Mal e Oferenda ao Demônio. Mas aí vi que era um filme espanhol. Ei, isso ajuda, gosto de terror espanhol, tem muita coisa boa vinda do cinema fantástico de lá, tipo A Espinha do Diabo, do Guillermo del Toro, ou REC, do Jaume Balagueró e do Paco Plaza, ou Abre Los Ojos, do Alejandro Almenábar, ou O Dia da Besta, do Álex de la Iglesia, ou Los Cronocrimenes, do Nacho Vigalondo, ou O Orfanato, do Juan Antonio Bayona… A lista é enorme!
E, realmente, 13 Exorcismos (idem no original) não é tão ruim quanto os dois supracitados. Não é um filme “obrigatório”, mas é um terror ok. Dificilmente o espectador comum vai sair desapontado do cinema.
13 Exorcismos é o longa de estreia do diretor Jacobo Martínez. E, por ser um filme espanhol, foge um pouco dos clichês hollywoodianos – por exemplo, tem uma cena com gore, mas é só uma cena. E, boa notícia: alguns dos jump scares não são muito óbvios.
13 Exorcismos tem algumas saídas criativas. Gostei muito de uma sacada de quando o padre exorcista está no hospital. Por outro lado, algumas tramas ficam pelo meio do caminho e não são concluídas – que fim levou o garoto atacado no banheiro?
Teve outra coisa que me incomodou um pouco. A família é muito religiosa, e passou por alguns traumas com os filhos (um filho morreu, outro é cadeirante, a outra teve anorexia). Católicos, eles acreditam que Deus está os castigando por alguma coisa do seu passado. E por outro lado tem a personagem da psicóloga da escola, que traz o ponto de vista ateu. Na minha humilde opinião, essa dualidade entre a religião e a ciência podia ser melhor explorada, porque parte do filme ignora um dos lados e fica só com o outro.
Ah, achei escura a cópia exibida na sessão de imprensa. Não sei se foi alguma falha técnica ou se foi proposital.
Queria falar mal do nome do filme. Não só o nome brasileiro, mas também o nome original (que é o mesmo). O plot de exorcismo só acontece na segunda metade do filme. Mas, por causa do nome, o espectador entra no cinema já pensando em exorcismos. Fiquei pensando, não seria legal se a gente não soubesse de nada antes?
No elenco, heu não conhecia nenhum nome. Gostei da protagonista María Romanillos. Cristina Castaño, que faz a professora de religião, é um bom personagem, mas foi deixada de lado.
No fim, fica aquela sensação de que poderia ter sido melhor, mas pelo menos foi uma diversão honesta.