Golpe de Sorte em Paris

Crítica – Golpe de Sorte em Paris

Sinopse (imdb): O vínculo de dois jovens leva à infidelidade conjugal e, por fim, ao crime.

Outro dia, quando falava de Tipos de Gentileza, lançado menos de um ano depois de Pobres Criaturas, que parece ter tido uma produção bem complexa (cenários, figurinos, efeitos, etc), lembrei que teve uma época que Woody Allen lançava um filme por ano. Pelo menos olhando de fora, filmes do Woody Allen me parecem ser produções mais simples, então era mais fácil fazer um por ano. Mas mesmo assim, não são filmes ruins, Allen manja dos paranauês e quase sempre entregava filmes acima da média. Como já comentei aqui no heuvi, “um Woody Allen mediano é melhor que muito filme por aí”.

Quando de repente entrou em cartaz o novo filme escrito e dirigido por Allen, Golpe de Sorte em Paris (Coup de chance, no original), seu quinquagésimo filme!

(Falei “de repente” porque não teve sessão de imprensa, teve uma pré estreia e heu nem soube…)

Golpe de Sorte em Paris é semelhante a boa parte da filmografia de Allen: uma boa história, bem filmada, com bons atores e belos cenários, desta vez em Paris. Sim, já vimos tudo isso antes, mas, caramba, o cara tá com quase 89 anos e já fez 50 filmes. Um especialista na sua obra vai dizer “ele está se repetindo”, mas o espectador comum vai entrar no cinema e se divertir.

O roteiro é bem estruturado. Inicialmente vemos uma jovem mulher, casada com um cara muito rico que a usa de “esposa troféu”, e que encontra um antigo flerte da época do colégio. O triângulo amoroso é construído, ela fica entre o rico e o sonhador. Até que um plot twist lá pelo meio do filme muda completamente o rumo da história, e mais não digo porque não vou dar spoilers.

Vou além: já comentei aqui algumas vezes, um bom final melhora um filme médio. Isso acontece aqui. A parte final tem uma sacada que achei genial, e posso afirmar que nunca imaginei que o roteiro iria por aquele caminho. E, pelo menos na sessão onde assisti, numa sala quase lotada, a reação do público foi positiva, rolou uma grande gargalhada generalizada, a maior de todo o filme.

O elenco, liderado por Lou de Laâge, Niels Schneider e Melvil Poupaud, é todo francês. Aliás, foi a primeira vez que Allen dirigiu um filme onde a língua principal não é o inglês. Fiquei na dúvida se ele sabe o suficiente pra acompanhar os diálogos, ou se tinha alguém pra esta função enquanto ele cuidava do resto – uma coisa que Allen faz muito e que acontece aqui são planos longos com diálogos e a câmera passeando entre os atores.

Entrei no cinema sem esperar nada e saí com um sorriso no rosto. Não é um grande filme, mas, repito, “é melhor que muito filme por aí”.

Preenchimento obrigatório *

You may use these HTML tags and attributes:
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*