Flow

Crítica – Flow

Sinopse (imdb): Gato é um animal solitário, mas quando seu lar é destruído por uma grande inundação, ele encontra refúgio em um barco habitado por diversas espécies, tendo que se juntar a eles apesar das diferenças.

E vamos para uma das mais badaladas animações de 2024!

Escrito e dirigido por Gints Zilbalodis, Flow (Straume, no original) é um longa de animação feito na Letônia, que está indo tão bem na temporada de prêmios, que não só está concorrendo ao Oscar de melhor Animação, como também está concorrendo ao Oscar de melhor Filme Internacional (sim, é um dos concorrentes de Ainda Estou Aqui).

E realmente é um desenho belíssimo. Vou repetir algo que já falei algumas vezes recentemente: às vezes um traço não precisa ser perfeito para ser bonito. Assim como Homem Aranha no Aranhaverso, Gato de Botas 2, Tartarugas Ninja e Robô Selvagem, Flow não tem traços perfeitos, como vemos nos longas da Pixar e da Disney. Digo mais, aqui, às vezes o traço parece meio borrado, parece que pintaram e não finalizaram o desenho. E isso traz um charme especial. Longas de animação descobriram que as imperfeições podem melhorar a qualidade visual de algumas obras!

Vou além: nos acostumamos com animais antropomorfizados, que é quando um animal tem traços humanos, tipo andar sobre as patas traseiras, usar as patas dianteiras como mãos, falar e ter expressões faciais. Isso virou algo normal em longas de animação. Mas aqui em Flow os animais se portam como animais (durante quase todo o filme). Tenho cachorro e já tive gato, e posso dizer que os movimentos dos animais são bem semelhantes a animais reais. Inclusive tem uma sequência onde a capivara tem um problema porque ela não consegue saltar como um gato ou um cachorro.

Flow conta a jornada de um gato, que, fugindo de uma enchente, se une a outros animais em um barco. Não tem nenhum humano, ou seja, o filme não tem diálogos. O gato se une a um cachorro, uma capivara, um lêmure e um pássaro (não sei qual espécie), e eles navegam em busca da sobrevivência.

Flow é bonito e emocionante, mas tive três problemas com o filme. Em primeiro lugar, achei que faltou um contexto pra gente se situar sobre o que está acontecendo. Não preciso de explicações detalhadas sobre tudo, mas queria saber que mundo é aquele, por que a água estava subindo. E, afinal, estamos no planeta Terra nos dias atuais? Porque tem um monstro marinho que não me parece um bicho dos dias de hoje.

Outro problema é sobre a “antropomorfização seletiva”. Durante quase todo o filme, animais se portam como animais. Mas… Quando o filme pede, eles sabem usar o leme do barco pra controlar o barco durante a navegação. Caramba, por que não deixar o barco apenas flutuando?

Agora, aceito esses dois detalhes. Quando um filme é bom, a gente aceita alguns probleminhas aqui e ali. Mas, existe um terceiro problema que quase me fez não gostar de Flow. Mas como é na cena final, vou colocar um aviso de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Na cena final vemos o monstro marinho morrendo. Caramba, pra que terminar o filme com um bicho morrendo??? Era um personagem secundário, a gente não precisava saber o que aconteceu com ele!!! “Ah, mas tem uma cena pós créditos onde a gente vê barbatanas ao fundo, de repente ele não morreu…” Pra mim, aquelas barbatanas são de outro monstro marinho. O que estava na jornada do gato MORREU.

Esse final foi PÉSSIMO!

FIM DOS SPOILERS!

Mesmo não tendo gostado nem um pouco da cena final, reconheço que Flow é um grande filme. Não acho que consiga o Oscar, mas, ganhar duas indicações já é um grande feito para um desenho da Letônia!

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