Rei Arthur: A Lenda da Espada

Rei ArthurCrítica – Rei Arthur: A Lenda da Espada

Roubado de seu direito de nascença, Arthur cresce do jeito difícil, nos becos traseiros da cidade. Mas uma vez que ele puxa a espada da pedra, ele é forçado a reconhecer seu verdadeiro legado – quer ele goste ou não.

Vamos direto ao ponto. Existem dois ângulos pra você ver Rei Arthur: A Lenda da Espada (King Arthur: Legend of the Sword, no original). Se você pensar na história clássica do Rei Arthur, você vai detestar o filme. Mas se você se desligar da história, pode se divertir.

Na verdade, Rei Arthur: A Lenda da Espada parece mais um filme de origem de super heróis do que um filme do Rei Arthur. Em vez de Merlin, Lancelot e Guinevere, temos um personagem que aos poucos descobre seu “superpoder” e precisa aprender a controlá-lo…

Parece que quando Guy Ritchie começou a divulgar seu projeto, ele falou que seria algo como uma mistura de Snatch com O Senhor dos Anéis. Assim, temos uma espécie de Rei Arthur malandro que parece saído dos subúrbios londrinos…

Dito isso, preciso dizer que gostei muito do filme. Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Sherlock Holmes, O Agente da UNCLE) é um excelente contador de histórias, e mais uma vez ele mostra essa habilidade. Vários trechos do filme têm aquela edição entrecortada, não linear, misturando câmera lenta com imagens aceleradas, tudo com uma pitada de bom humor. Ritchie sabe usar esse estilo como poucos. A cena onde Arthur e seus amigos falam do viking é genial!

Junte a isso efeitos especiais de primeira linha, uma trilha sonora empolgante e algumas boas cenas de ação, e temos uma boa opção pra quem curte filmes pop.

No elenco, sem destaques, nem positivos, nem negativos. Charlie Hunnam (Sons of Anarchy) lidera o elenco, que conta com Jude Law, Eric Bana, Astrid Bergès-Frisbey, Djimon Hounsou e Aidan Gillen. Ah David Beckham faz uma ponta, na cena onde Arthur tira a espada da pedra.

Em lugar nenhum li sobre uma nova franquia. Mas isso parece claro quando ao fim do filme Arthur está montando uma mesa redonda… Acredito que em breve teremos uma continuação…

Enfim, se você curte filmes pop, vá sem medo. Mas se você é fã do Rei Arthur, reveja Excalibur, de 1981.

A Lenda de Tarzan

A Lenda de Tarzan posterCrítica – A Lenda de Tarzan

Este ano já teve um novo Mogli. Por que não um novo Tarzan?

Agora vivendo como aristocrata na Inglaterra, Tarzan volta à África para investigar um suposto caso de tráfico de escravos.

Comparei com Mogli, né? Bem, a comparação não é correta. Os personagens são muito parecidos, mas os dois filmes de 2016 não têm a mesma proposta. Enquanto Mogli é uma versão live action do desenho, A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, no original) traz uma nova história do Rei da Selva.

Dirigido por David Yates (que dirigiu os quatro últimos Harry Potter), A Lenda de Tarzan é um filme correto, com bom elenco e bons efeitos especiais mas que, infelizmente, não empolga. Sabe quando você junta os ingredientes certos, mas a massa desanda? Pois é…

Outra coisa: o personagem de Samuel L. Jackson tenta ser um alívio cômico, mas não funciona. Um cara daqueles, americano, urbano, NUNCA conseguiria acompanhar o ritmo do Tarzan pela selva. Entendo sua presença em algumas cenas (porque o Tarzan precisava conversar com algum humano, pra contar ao espectador o que acontecia na história), mas digo que ele atrapalhou mais do que ajudou.

Pelo menos a parte visual do filme é ótima. Assim como aconteceu em Mogli, a qualidade do cgi é excelente, os animais e cenários estão perfeitos. Nisso o filme acertou.

O elenco tem um monte de nomes legais, como o vampiro Eric, a Arlequina, o Nick Fury, o Hans Landa e o Korath – quer dizer, Alexander Skarsgård, Margot Robbie, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz e Djimon Hounson. 🙂

Enfim, os menos exigentes vão curtir. Mas o Tarzan ainda merece um filme definitivo.

Velozes e Furiosos 7

0-Velozes 7Crítica – Velozes e Furiosos 7

Depois de derrotar um terrorista inglês, Dominic Toretto e seus amigos deixaram a vida marginal de lado. Mas agora o irmão do terrorista quer vingança.

Duas grandes expectativas acompanhavam este sétimo filme da franquia Velozes e Furiosos: como fariam com o personagem de Paul Walker, que faleceu antes do filme ser concluído; e como o diretor James Wan se sairia fora do terror.

Primeiro, um aviso aos fãs do Paul Walker: Brian, seu personagem, está presente em todo o filme. Caleb Walker e Cody Walker, irmãos de Paul, serviram de dublês, e a produção usou cgi para colocar o seu rosto nos dublês. O filme já estava mais da metade filmado, nem dá para saber quais cenas foram feitas pelo ator e quais são com os dublês. A única cena que a gente sabe que foi com dublê é a última, a cena da despedida do personagem, uma bonita homenagem ao ator.

Sobre James Wan (o diretor de Jogos Mortais, A Invocação do Mal e os dois Sobrenatural): o cara mostra que também tem boa mão em cenas de ação. Com sequências repletas de adrenalina e bom humor, Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, no original) é um dos melhores filmes da franquia.

Aliás, a franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme é legalzinho, mas nada demais; o segundo é maomeno; e o terceiro chega a ser dispensável. O quarto filme melhorou o nível, mas ainda era muito sério; e a partir do quinto, não só manteve a qualidade como ainda rumou para a galhofa, tornando tudo mais divertido.

Wan confirma a tendência para a galhofa e o seu Velozes 7 às vezes parece uma comédia – carros voam mais de uma vez ao longo do filme! Os fãs vão se divertir, além de várias sequências absurdas, temos perseguições de carros, brigas, tiros e explosões, como nos outros filmes da série.

Outro destaque deste sétimo filme é Jason Statham, que apareceu para ser o melhor de todos os vilões da franquia. Statham é um vilão sensacional, o “ultimate badass” – não é qualquer um que convence dando porrada num cara do tamanho do Dwayne Johnson!

Aliás, o elenco é um dos pontos fortes do filme. Quase todos do sexto filme estão de volta aqui – Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez, Ludacris, Tyrese Gibson e Elsa Pataky – Gal Gadot e Sung Kang só aparecem em fotos e imagens de arquivo. E, além de Statham, o novo filme conta com outras boas adições ao elenco: Kurt Russell, Tony Jaa, Djimon Hounsou e Ronda Rousey. É quase um novo Mercenários

(É curioso notar que os três atores carecas e fortões são os mais carismáticos. Jason Statham, Vin Diesel e Dwayne Johnson são as melhores coisas do elenco.)

Não sei se teremos um oitavo filme. Mas olha, se mantiverem este nível, não me incomodo de ver mais!

 

Guardiões da Galáxia

Guardioes-da-GalaxiaCrítica – Guardiões da Galáxia

Filme novo da Marvel, mas falando de personagens pouco conhecidos, e com gente estranha na direção. Será que presta?

Depois de roubar um artefato misterioso em um planeta hostil, o mercenário Peter Quill vira o alvo de uma caçada liderada pelo cruel Ronan. Agora Quill precisa se juntar a um improvável e heterogêneo grupo para derrotar Ronan e salvar a galáxia.

Heu estava muito curioso com o conceito de um grupo de super heróis que tinha um guaxinim e uma árvore, feito por um diretor que começou na Troma. Mas depois de vários bons filmes, descobri que a gente pode confiar na Marvel. E não me arrependi: Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, no original) é talvez o melhor filme de super heróis que heu já vi.

Em primeiro lugar, não é um “filme de super heróis”. Quase todos os personagens são alienígenas, quase todo o filme se passa fora da Terra, ou seja, não se trata de super poderes – seria a mesma coisa que chamar o Yoda de super quando ele usa a Força pra tirar a X-Wing do pântano de Dabogah.

Esqueça esse papo de “filme de super heróis”. Guardiões da Galáxia é uma ficção científica com um pé na ação e outro pé na comédia. Adicione personagens bem construídos, diálogos inteligentes, efeitos especiais excelentes e uma trilha sonora inspiradíssima e temos um filme à beira da perfeição.

Um dos meus pés atrás com o filme era o currículo do diretor James Gunn. Não tenho absolutamente nada contra filmes trash, sou fã da Troma, ainda tenho na minha velha coleção de vhs a fita original de Tromeu e Julieta. Mas, na boa, ao saber que o roteirista deste mesmo Tromeu e Julieta estaria na direção do novo projeto da Marvel, rolou um certo receio. Felizmente, infundado.

O outro pé atrás era com os personagens. Um guaxinim e uma árvore? WTF??? Mas, olha, esse medo era ainda mais infundado. Rocket, o guaxinim, é um personagem fantástico; e virei fã do Groot, a árvore que só fala 3 palavras – e, acredite, a cada vez que ele repete as mesmas palavras, temos um novo significado. Genial, genial…

Aliás, é bom falar: a dinâmica entre os personagens é muito bem construída. Claro que o principal é Peter Quill, mas todos os outros quatro têm importância, todos eles têm suas personalidades e motivações, mesmo tendo que dividir o tempo de tela (e, diferente d’Os Vingadores, não tivemos filmes anteriores com cada um pra contar as suas histórias individuais). E outra coisa que funciona bem é como o time é formado, porque eles a princípio são inimigos.

Ah, e tem o humor… Não me lembro a última vez que ri tanto dentro de uma sala de cinema! O humor do filme é genial. Muitas vezes os diálogos do roteiro escrito por Gunn e Nicole Perlman direcionam as cenas para caminhos inesperados, algo meio nonsense – tipo quando Drax quer matar Gamora, mas fica discutindo sobre metáforas. E isso porque não estou falando da quantidade de referências pop – até Footloose é citado no filme!

Completando isso tudo, ao lado de uma boa trilha original orquestrada (composta por Tyler Bates), temos uma excelente seleção musical de hits setentistas (talvez tenha algo de anos 80, não sei ao certo). Detalhe 1: todas as músicas se encaixam perfeitamente no desenrolar do filme. Detalhe 2: todas as letras das músicas se encaixam perfeitamente no desenrolar da trama.

Também precisamos falar do elenco. O protagonista Chris Pratt não é um rosto muito conhecido (chequei no imdb, já vi alguns filmes com ele, mas nunca tinha reparado no cara). Agora, no resto do elenco tem muita gente legal: Zoe Saldana, Dave Bautista, Michael Rooker, Lee Pace, Karen Gillan, Djimon Hounsou e John C. Reilly, além de pontas de Benicio Del Toro, Glenn Close e Josh Brolin (como Thanos). Vi no imdb que tem cameo do Nathan Fillion e a voz do Rob Zombie, mas terei que rever pra procurar. Claro, também tem o Stan Lee fazendo uma ponta. E, para os fãs da Troma, procurem o Lloyd Kauffman entre os presidiários!

A sessão pra imprensa não teve cena depois dos créditos, sei lá por que. Rola uma curta cena no início dos créditos, mas não tem nenhum gancho, é uma piada extra. E uma piada engraçadíssima!

Enfim, se você é fã da sobriedade do Batman do Christopher Nolan, e de filmes sérios e densos, talvez Guardiões da Galáxia não seja para você. Mas se você concorda com aquele velho lema de um exibidor que dizia “Cinema é a maior diversão”, este é “o filme”!

Herois (Push)

Herois-push

Herois (Push)

Algumas pessoas nascem com poderes especiais, e vivem entre nós, como uma especie de super-herois incógnitos. Essas pessoas se juntam, cada um com o seu poder diferente, para lutar contra inimigos em comum.

Será que estamos falando de X-Men? Ou será que estamos falando do seriado Heroes, que usa a mesma ideia?

Nada disso, estamos falando do novo filme em cartaz, Push, que aqui ganhou o sugestivo nome Heróis! (modo ironia on: será que foi coincidência?). A diferença é que aqui, em vez de mutantes, trata-se de paranormais.

O filme, dirigido por Paul McGuigan e estrelado por Chris Evans, Dakota Fanning, Camila Belle e Djimon Hounsou, não é ruim. Mas, por ter um argumento semelhante a outros utilizados recentemente, a gente fica esperando um algo a mais. Afinal, pra que filmar essa história, se a ideia é repetida?

Existe outro problema: o filme é um pouco confuso. Talvez pra tentar ter algo diferente do filme e do seriado supracitados, inventaram diferentes classes de paranormais, e nem todas essas classes são explicadas no filme. Os “movers” movem objetos com o pensamento; os “pushers” controlam os pensamentos de outras pessoas; os “watchers” conseguem ver o futuro; os “sniffs” conseguem rastrear onde estão outras pessoas; os “shadows” conseguem “esconder” outras pessoas (que “sniffs” estão procurando). Outros não foram explicados mas são meio óbvios, como os “shifters”, que mudam a aparência de objetos; os “stitchers”, que curam pessoas; e os “wipers”, que apagam a memória. E ainda tem uns que não foram explicados direito, os “bleeders”, que aparentemente gritam até a pessoa sangrar.

Em pouco menos de duas horas, fica difícil, né?

De qualquer maneira, disse e repito: o filme não é ruim. O cenário é diferente do óbvio hollywoodiano e bem interessante – as filmagens foram feitas em Hong Kong. E os efeitos funcionam muito bem, felizmente.

(Aliás, um comentário para os fãs de Star Wars: os “movers” parecem usar a “força”, como bem disse o jornalista Eduardo Miranda numa palestra algumas semanas atrás…)

Agora é esperar pra ver se vai ter continuação…

p.s.: A bonita atriz Camila Belle estará ainda este ano num filme nacional, À Deriva, de Heitor Dhalia, ao lado do francês Vincent Cassel. A previsão de estreia é para fim de julho!

p.s.2: A última reforma ortográfica tirou o acento agudo de “herois”, certo? Acho que o cartaz tá errado…