A Profissional / The Protege

Crítica – A Profissional / The Protege

Sinopse (imdb): Resgatada quando criança pelo lendário assassino Moody, Anna é a assassina de aluguel mais hábil do mundo. Mas quando Moody é brutalmente assassinado, ela jura vingança pelo homem que lhe ensinou tudo o que ela sabe.

Falei no texto sobre Gunpowder Milkshake sobre o atual momento de filmes de ação girl power. São vários filmes de ação estrelados por mulheres, coisa que heu gosto muito. Mas… Infelizmente são poucos os bons filmes no meio destes. A Profissional (The Protege, no original) é um desses.

A Profissional é mais um filme genérico. Algumas boas cenas de ação aqui e ali, mas uma história de vingança besta.

A direção é de Martin Campbell, que tem altos e baixos na carreira. Ele é lembrado por dois 007s de gerações diferentes, Goldeneye (1995) e Cassino Royale (2006). Mas, também é lembrado por Lanterna Verde, aquele com o Ryan Reynolds. Ok, The Protege não é tão ruim quanto Lanterna Verde. Mas está bem abaixo dos filmes do James Bond.

O filme tem um plot twist lá perto do terço final que quase me fez desistir. Não foi um bom caminho…

Três comentários sobre o elenco. Maggie Q não atrapalha, mas lhe falta carisma para carregar o protagonismo de um filme assim. Ela não está ruim, mas também não está bem – coerente com o filme. Samuel L. Jackson tem uma carreira gigante, está na Marvel, estava em Star Wars, em vários filmes do Tarantino. Mas, de uns filmes pra cá, parece que ele está no automático, sempre repetindo o mesmo papel. Continuo gostando dele, mas, queria vê-lo fazendo algo diferente. Já Michael Keaton, esse sim, é a melhor coisa do filme. Assim como no Homem Aranha, seu personagem está longe de ser um vilão caricato, e suas cenas com a Maggie Q são a melhor coisa do filme. Ainda no elenco, mais um nome digno de nota é Michael Bien, num papel menor como o líder dos motociclistas.

Enfim, como falei, A Profissional não é ruim. Vai distrair os menos exigentes. Mas ainda estou esperando um novo Atômica

O Exterminador do Futuro

Crítica – O Exterminador do Futuro

Sábado passado teve Cineclube Sci-Fi, evento organizado mensalmente pelo Conselho Jedi RJ no Planetário. O filme era o primeiro O Exterminador do Futuro. Há tempos que não via este filme, aproveitei a oportunidade e fui lá prestigiar o evento.

Alguém ainda não viu? No futuro, as máquinas dominam a Terra, e enviam um robô exterminador ao passado para eliminar Sarah Connor, mulher que será mãe do futuro líder dos humanos

Ver um filme de quase trinta anos atrás (O Exterminador do Futuro é de 1984), tem seus problemas. Reparamos em muita coisa que não vimos na época. A maquiagem é muito mal feita, toda a sequência onde o robô conserta o braço e tira o olho é muito tosca. O stop motion é muito inferior ao d’O Retorno do Jedi, lançado um ano antes. Ainda tem a trilha sonora datada, mas isso a gente não tinha como ver na época… 😉

Outra coisa: precisamos de uma boa dose de suspensão de descrença para relevar as inconsistências do roteiro – se um robô pode voltar no tempo se tiver carne em volta, por que não envolver armas pesadas em carne e mandar junto? Mesmo assim, considero este um dos melhores roteiros de viagem no tempo. Cada detalhe da história é importante, o roteiro não deixa pontas soltas.

Além da boa história, O Exterminador do Futuro ainda é um excelente filme de ação. O ritmo do filme é ótimo, o quase novato diretor James Cameron já mostrava talento. Cameron antes tinha feito apenas um longa (de qualidade duvidosa), Piranhas 2 – Assassinas Voadoras. Mas depois, sua carreia deslanchou e ele virou um dos nomes mais importantes da Hollywood contemporânea. Ele fez Aliens – O Resgate, O Segredo do Abismo, O Exterminador do Futuro 2, True Lies, e depois bateu recordes de bilheteria e ganhou 11 Oscars com Titanic – e ainda nem falei de Avatar, outro recordista de público.

O Exterminador do Futuro também foi um marco importante na carreira de outro nome “gigante” hoje em dia: Arnold Schwarzenegger, que era um fisiculturista tentando fazer carreira como ator. Ele já tinha sido o Conan no filme de 1982, mas ainda estava longe de se firmar. O forte sotaque (Arnold é austríaco) e o talento limitado como ator eram compensados pelo enorme carisma. O papel do Exterminador lhe caiu como uma luva: poucas falas e poucas expressões faciais não atrapalharam e Arnoldão teve o seu primeiro grande sucesso. E daí para o estrelato foi um pulo – Schwarzenegger se tornou um dos nomes mais fortes do cinema de ação pelas décadas seguintes.

Os outros dois atores principais, Linda Hamilton e Michael Biehn, não fizeram filmes relevantes fora dos anos 80. Mas o elenco ainda traz algumas curiosidades. Lance Henriksen tem um papel menor como um dos policiais; e Bill Paxton aparece numa ponta, como um dos punks que são atacados pelo Exterminador no início do filme.

Agora, uma história com spoilers leves (pode spoiler de um filme de quase trinta anos atrás?). Lembro, na época do lançamento, o cinema lotado, com todos gritando cada vez que achavam que o Exterminador estava morto, mas depois se levantava – mais uma vez. Era uma histeria divertida!

O Exterminador do Futuro teve três continuações e gerou uma série de TV. E diz a lenda que em 2015 vem mais um filme por aí…