Peacemaker

Crítica – Peacemaker

Sinopse (wikipedia): A série é baseada no personagem Christopher Smith / Pacificador dos quadrinhos da DC Comics. Ambientada após o filme, a série explora as origens do Pacificador, que acredita em alcançar a paz a qualquer custo.

Uma das melhores surpresas cinematográficas do ano passado foi o novo Esquadrão Suicida. James Gunn, que fez um ótimo trabalho na Marvel com os dois Guardiões da Galáxia, foi demitido da Disney por causa de tweets polêmicos no passado, e acabou sendo contratado pela rival DC. Se o primeiro Esquadrão Suicida foi uma bagunça, este segundo parece uma mistura de Guardiões com Deadpool, com muita violência e humor negro e politicamente incorreto. Resultado? O melhor filme do DCEU, e não à toa ficou com o topo da minha lista de melhores filmes de 2021.

Na época do filme anunciaram esta “continuação” com o controverso personagem Peacemaker. Mais uma vez nas mãos de James Gunn, a série foi um grande acerto. A série tem a mesma pegada do filme: violento, politicamente incorreto e muito divertido.

Antes de tudo, precisamos falar da abertura da série. O elenco todo faz coreografias, como se fosse um musical. Mas eles estão com expressões sérias, o que torna tudo mais engraçado. E não são dançarinos, a coreografia não é “certinha”. A abertura é muito muito divertida, uma das melhores aberturas de séries de todos os tempos!

Heu diria que Peacemaker tem dois grandes trunfos. Um é o James Gunn solto, sem a pressão de um grande estúdio por trás, livre pra poder aloprar. Gunn escreveu os oito episódios e dirigiu cinco deles. Segundo o imdb, ele teria escrito tudo em momentos de tédio, quando precisou fazer quarentena por causa da covid, mas sem acreditar que a série seria produzida.

Ah, os nomes dos episódios são ótimos, todos têm trocadilhos! “A Whole New Whirled”, “Best Friends, For Never”, “Better Goff Dead”, “The Choad Less Traveled”, “Monkey Dory”, “Murn After Reading”, “Stop Dragon My Heart Around” e “It’s Cow or Never”.

O outro trunfo é o John Cena, que embarcou 100% no personagem. Assim como Dwayne Johnson, John Cena também veio da luta livre. Não estou dizendo que Cena é um nome tão grande quanto Johnson, longe disso, The Rock é um dos maiores nomes do cinema contemporâneo (é um dos poucos casos onde o nome do ator vem antes do nome do filme no pôster). Mas podemos dizer que Cena está num bom caminho. Não vi seus primeiros filmes, acho que o primeiro filme que vi com ele foi Bumblebee. Mas comecei a prestar atenção a partir de sua boa entrada na franquia Velozes e Furiosos – e logo depois fez O Esquadrão Suicida. Em ambos os casos ele está muito bem, mas ele tinha personagens secundários. Aqui ele é o protagonista – e podemos dizer que ele “passou no vestibular”. O personagem Chris Smith tem um bom desenvolvimento, e Cena se mostra digno de protagonizar uma série deste porte. Além disso, ele tem tiradas geniais, ele foi criado em um ambiente racista, machista, homofóbico e xenofóbico, e precisa se adaptar às mudanças na sociedade – e a série aborda isso, sem deixar as piadas de lado. Além do mais, Cena parece estar se divertindo muito, logo no primeiro episódio tem uma cena divertidíssima dele dançando e cantando de cueca – e logo depois, uma violenta cena de briga.

Aproveito para falar dos personagens e do resto do elenco. Inicialmente, achei a personagem da Adebayo (Danielle Brooks) meio deslocada, mas é outra personagem que tem um bom desenvolvimento ao longo dos episódios, e a gente chega ao final fã dela. Outro personagem ótimo é o Vigilante (Freddie Stroma) – se o Peacemaker fica no meio termo entre o bem e o mal, o Vigilante é um cara completamente alucinado. E o personagem é tão bem construído que a gente torce por ele, mesmo ele sendo completamente fora da caixinha! Robert Patrick, o eterno T1000 de Exterminador do Futuro 2, também está ótimo como o repugnante pai do Peacemaker. Jennifer Holland e Steve Agee volatm aos seus papéis que eram bem secundários em Esquadrão Suicida e aqui ganham muito mais importância e profundidade. Só não curti muito o Murn, interpretado por Chukwudi Iwuji.

Ah, precisamos falar da águia Eagly! Não sei se tinha algum animatronic ou se era sempre cgi, mas a águia é ótima!

Claro, tem exageros. É difícil acreditar em coisas como o laboratório do pai do Peacemaker, que era um portal interdimensional com apetrechos de tecnologia absurda; ou no “poder de cura” do Vigilante, que explode e leva tiro e logo depois está bem. Mas, é série de super herói, então a gente releva isso.

Também precisamos falar da trilha sonora. James Gunn já tinha mostrado que sabe usar bem a trilha. Não é coreografado como um Edgar Wright, mas ele sabe combinar a cena com a trilha, e aqui isso acontece diversas vezes, dava pra gravar um vídeo só comentando as trilhas. São várias boas músicas de “hair metal”, sempre combinando com a cena. Não sei se todas as músicas já existiam ou se teve alguma composta para o filme, mas não importa, a trilha é ótima.

Todos os episódios têm cenas pós créditos. Isso é relativamente comum em filmes de super herói – James Gunn colocou 5 cenas pós créditos em Guardiões da Galáxia! Mas o curioso aqui é que TODAS as cenas são sem graça!

Agora queria fazer alguns comentários, mas antes os avisos de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Uma coisa legal e duas críticas. Primeiro, as críticas. Na batalha final, eles atacam os hospedeiros das borboletas. Mas… as borboletas sairiam dos hospedeiros e atacariam, não seria tão fácil… E a outra crítica é que o final é igual ao Esquadrão Suicida. Várias pessoas viram hospedeiros de uma ameaça alienígena, e tem um grande kaiju que vai ser derrotado com um personagem entrando nele. Me lembrei de Star Wars ep 7, que achei um filme muito bom, mas ter de novo uma estrela da morte me incomodou.

A coisa legal foi aparecer a Liga da Justiça. E mais legal ainda foi como apareceram: não vieram salvar nada, chegaram tarde e foram esculachados! E ainda teve o Jason Momoa e o Ezra Miller!

FIM DOS SPOILERS!

Já anunciaram uma segunda temporada. Que mantenha o bom nível!

Legado Explosivo

Crítica – Legado Explosivo

Sinopse (imdb): Querendo levar uma vida honesta, um notório ladrão de banco se entrega, apenas para ser traído por dois implacáveis agentes do FBI.

Liam Neeson é um grande ator, não há dúvidas. Concorreu ao Oscar por A Lista de Schindler, concorreu 3 vezes ao Globo de Ouro (Schindler, Michael Collins e Kinsey). E depois de “velho”, investiu nos filmes de ação blockbuster, fez Star Wars, fez Batman, Esquadrão Classe A, Fúria de Titãs, entrou numa onda de filmes de vingança, e assumiu a carreira de action hero da terceira idade. Ele faz isso muito bem, pena que a maioria dos filmes que ele faz hoje são parecidos. Legado Explosivo (Honest Thief, no original) segue essa onda, de filme genérico com o Liam Neeson badass.

(O nome do filme é “Ladrão Honesto”. De onde tiraram “Legado Explosivo”?)

Aqui existe um problema a mais, além de ser um filme genérico. A premissa é muito difícil de aceitar. Acho mais fácil você acreditar em super heróis salvando o planeta de invasões alienígenas do que um cara, sessentão, que roubou 9 milhões de dólares, e ninguém tem ideia de quem seja, que queira se entregar e devolver todo o dinheiro só porque se apaixonou. Na boa, era só ele ficar quieto e curtir uma aposentadoria tranquila.

No elenco, Kate Walsh (Greys Anatomy, Umbrella Academy) faz uma boa parceria com Neeson. Robert Patrick, o eterno T1000 de Exterminador do Futuro 2, também tá no filme. Ainda no elenco, Jai Courtney, Jeffrey Donovan e Anthony Ramos.

Não tem mais muita coisa a se dizer sobre Legado Explosivo. Algumas boas cenas de ação, Liam Neeson convincente, apesar de uma ou outra cena exagerada… Mas é aquilo, quem vai ver um filme desses, já sabe o que vai encontrar. O espectador dificilmente vai terminar o filme decepcionado. Pelo menos nisso, o filme é honesto (e não explosivo).

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Exterminador 2Crítica – O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Um robô, idêntico àquele que falhou em matar Sarah Connor, deve agora proteger seu filho adolescente, John Connor, de um robô mais avançado, feito de metal líquido.

Se fizerem uma lista de melhores continuações da história do cinema, este O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgement Day, no original) tem grandes chances de estar lá. Este é um daqueles raros casos de continuações tão boas quanto o filme original!

Na época do primeiro Exterminador do Futuro, James Cameron ainda era um nome desconhecido (ele só tinha dirigido um longa, Piranhas 2 – Assassinas Voadoras), mas agora em 91, depois de dirigir Aliens O ResgateO Segredo do Abismo, ele já tinha se firmado como um dos grandes nomes do cinema de ação / ficção científica. Cameron mais uma vez assumiu a direção e o roteiro, e desta vez tinha uma produção com muito mais dinheiro – se no primeiro filme, o orçamento era de 6 milhões e 400 mil dólares; agora no segundo ele tinha cento e dois milhões. Os efeitos especiais aqui são bem melhores!

Um parágrafo a parte para se falar dos efeitos especiais do robô T-1000. Hoje efeitos digitais são corriqueiros, mas lá longe, em 1991, isso era novidade. Aquele robô de metal líquido, que “derrete” e toma outra forma, é um efeito especial sensacional! Uma das cenas “explodiu a minha cabeça” – quando o T-800 joga o T-1000 na parede, e este, em vez de se virar, a nuca se transforma em seu rosto. Genial! Aliás, revi agora, e digo que, em pleno 2015, os efeitos continuam excelentes. A cena do T-1000 atravessando a grade ainda impressiona!

Sobre o elenco: em 84, época do primeiro filme, Arnold Schwarzenegger era um nome pouco conhecido, mas agora em 91 ele já tinha se firmado como um dos maiores nomes de Hollywood, com várias superproduções no currículo (como Comando Para Matar, O Predador, O Vingador do Futuro, O SobreviventeIrmãos Gêmeos, entre outros). O roteiro, inteligentemente, o transformou em “mocinho” e inventou um novo vilão – e um excelente vilão, diga-se de passagem. Também no elenco, Linda Hamilton, Robert Patrick e Edward Furlong.

Gosto muito do Exterminador 2, acho um excelente filme, uma das melhores continuações que vemos por aí, mas… Tem uma inconsistenciazinha no roteiro. No primeiro filme, explicam que a máquina do tempo só funciona com tecido humano, por isso o robô precisa estar envolto em carne humana, e sem roupas nem armas. Pensando nesta regra, como é que um T1000 consegue viajar no tempo?

Sei que é algo pequeno, e irrelevante para o desenrolar do filme. Mas não gosto quando um filme ou série propõe uma regra e depois ignora esta própria regra… Pelo menos não apaga o brilho deste grande filme!