A história épica de Judah Ben-Hur, um príncipe falsamente acusado de traição por seu irmão adotivo, que se tornou um oficial do exército romano. Depois de anos no mar, Judah retorna à sua terra natal em busca de vingança, mas encontra redenção.
Antes de tudo, preciso falar que faz tanto tempo que vi a versão estrelada por Charlton Heston em 1959 que não me lembro de quase nada, então este texto não pretende fazer uma comparação. Tampouco li o livro onde os filmes se basearam. Vou fazer de conta que é um filme original…
Ben-Hur (idem, no original) conta uma boa história de inseparáveis irmãos de criação que viraram inimigos. A narrativa é bem construída, o filme começa logo na cena mais icônica, a da corrida de bigas, para voltar no tempo e mostrar como eles chegaram lá. As transições temporais são criativas, e as motivações dos personagens são críveis.
(Parênteses para falar que, até onde sei, “biga” é com dois cavalos. O que vemos neste filme (e no de 59) são “quadrigas”…)
A direção é de Timur Bekmambetov, famoso por filmes mais, digamos, fantásticos (Guardiões da Noite, Guardiões do Dia, O Procurado, Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros). Quando li seu nome nos créditos, fiquei com receio de termos muita pirotecnia. Mas não, sua direção é mais discreta, temos um filme com mais cara de épico do que de fantasia.
O fato de ter Jesus Cristo na trama atrapalha um pouco, porque o roteiro fica previsível em certos pontos – não tem como ter a presença do próprio Jesus e não pensarmos na sua vida. Por outro lado, podemos dizer que Rodrigo Santoro está bem no papel.
Aliás, tirando Morgan Freeman, o elenco não tem ninguém muito famoso. A gente conhece o Rodrigo Santoro porque ele é brasileiro, mas ele (ainda) não é um grande nome em Hollywood. O mesmo podemos dizer de Jack Huston, Toby Kebbel, Nazanin Boniadi, Ayelet Zurer e Pilou Asbæk.
Ben-Hur é um filme correto, não vai desagradar ninguém. Mas duvido que se torne um clássico como a versão de 59.