Sherlock Holmes

Sherlock Holmes

O que esperar de uma nova versão de Sherlock Holmes, só que dirigida pelo Guy Ritchie, estrelada pelo Robert Downey Jr, e direcionada para as frenéticas platéias de filmes de ação de hoje em dia?

No filme, o famoso detetive inglês Sherlock Holmes (Robert Downey Jr), sempre acompanhado de seu fiel assistente e amigo Dr Watson (Jude Law), precisa descobrir o mistério por trás do Lorde Blackwood, que inexplicavelmente voltou dos mortos com planos para dominar o mundo.

O filme é muito bom, um blockbuster eficiente, bons atores, um diretor inspirado, bons efeitos especiais, edição ágil, excelente trilha sonora de Hans Zimmer, reconstituição de época primorosa… só não tem muito a cara de Sherlock Holmes, pelo menos o Sherlock criado na literatura por Arthur Conan Doyle.  Faz um bom tempo que não leio nenhum livro dele mas, pelo que me lembro, ele não usava tanto a força física. Holmes aqui chega a lutar boxe! Isso acontecia nos livros?

A carreira de Robert Downey Jr está num momento excelente. Ele é muito bom ator e funciona bem para este tipo de papel. Mas acho que o personagem pedia alguém menos atlético. E com certeza um ator mais inglês.

Aliás, a carreira de Downey Jr merece um parágrafo à parte. Na segunda metade dos anos 90, ele teve vários problemas com álcool e drogas. Chegou a freqüentar clínicas de reabilitação e foi preso algumas vezes. E hoje? Não só o cara é o nome principal em um dos blockbusters do verão (este Sherlock Holmes), como ainda este ano estreia o segundo filme do Homem de Ferro!

Além de Downey Jr e Law, o elenco conta com Rachel McAdams, Mark Strong, Eddie Marsan e Kelly Reilly.

Guy Ritchie continua em forma. Algumas seqüências são alucinantes, como o navio naufragando, ou belíssimas, como as explosões em câmera lenta. E a parte final do filme é muito boa. E, felizmente, sua câmera aqui está menos frenética que o usual, como nos ótimos  Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch. O filme pede menos maneirismos com a câmera, e Ritchie encontrou o tom certo.

Enfim, disse antes e repito, o filme é muito bom. Só acho que poderia ser outro personagem, porque este protagonista não é o velho e conhecido Sherlock Holmes…

Revolver

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Revolver

Quando Quentin Tarantino lançou Cães de Aluguel e Pulp Fiction, um novo estilo foi criado em Hollywood. Personagens marginais e esquisitos, trilha sonora cool, edição ágil, violência estilizada… Então apareceram vários seguidores deste estilo. Um dos melhores que estão por aí é o Guy Ritchie.

Guy Ritchie surgiu no fim dos anos 90, com o ótimo Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes, e logo depois fez Snatch, que seguia a mesma linha de tramas rocambolescas e personagens bizarros. Aí houve um grande erro em sua carreira profissional: se casou com a Madonna e fez Swept Away, que foi execrado por crítica, público e fãs. Aí ano passado apareceu RocknRolla, e pensei “legal, Guy Ritchie está de volta!”

Mas teve esse filme, Revolver, no meio do caminho… Revolver é de 2005, mas foi mal lançado por aqui (se é que foi lançado), e acho que só chamou atenção agora… Tanto que os camelôs de Copacabana estão vendendo o piratão junto com os lançamentos!

Jason Statham interpreta Jake, um ex-presidiário que quer se vingar de Macha, um grande gangster, interpretado por Ray Liotta.

Mas sabe qual é o problema aqui? A história é confusa demais! Quando o filme acaba, não sabemos exatamente quem é quem, e qual é o papel de cada personagem!

Como achei tudo muito estranho, foi procurar no imdb informações sobre o filme, e descobri que metade do público achou o filme ruim porque é confuso demais; a outra metade adorou justamente porque o filme não conclui nada…

Bem, heu fico com a metade que não gostou. Se vou ver um filme de gangsters no submundo do jogo e do crime, não quero encontrar um filme cabeça…

Mesmo assim, não é um programa ruim. É só se deixar levar pelo filme, sem se preocupar com explicações… Afinal, algumas cenas são bem legais, como a parte em desenho animado no meio do filme (mais alguém pensou em Kill Bill?), ou o tiroteio no restaurante…

RocknRolla

RocknRolla

Guy Ritchie está de volta!

Uma breve explicação pra quem não sabe de quem estou falando: No fim dos anos 90, surgiu um aparentemente despretensioso filme inglês chamado Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, que mostrava o submundo inglês de uma forma nunca antes vista: uma trama às vezes confusa, mas bem amarrada, com imagens ágeis, personagens cool, violência e humor. Esse era Guy Ritchie! Pouco depois ele nos apresentou Snatch, desta vez com elenco hollywoodiano (incluindo um sensacional Brad Pitt num pequeno papel). Ok, Snatch parecia uma continuação de Jogos, Trapaças, mas mesmo assim é um ótimo filme!Aí apareceu a Madonna na vida dele. Quem tem boa memória se lembra que, ao contrário da carreira musical, no cinema Madonna é bem irregular. E, quando trabalha com cônjuges, fica ainda pior – Surpresa de Shangai, o filme que ela fez com o então marido Sean Penn, é considerado um dos piores da década de 80. E Guy Ritchie resolveu fazer Destino Insólito (Swept Away) com sua recém casada esposa – e foi massacrado por público e crítica.

Agora Ritchie resolveu voltar ao que sabe fazer bem: estamos de volta ao submundo inglês!

A trama é rocambolesca: Lenny (Tom Wilkinson) é uma espécie de chefão do underground, subornando políticos, advogados e juízes e controlando vários marginais. Uri (Karl Roden), um bilionário russo ligado à máfia, resolve usar as influências de Lenny para construir em Londres, e para isso precisaria de 7 milhões para subornos. Para isso, usa a contadora Stella (Thandie Newton), que, por sua vez, chama One Two (Gerard Butler) para roubar o dinheiro. E ainda tem um quadro emprestado roubado por um rockstar “morto”. Todas estas histórias se entrelaçam, o que nos lembra os seus primeiros filmes.

Como num “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes 3”, temos muita violência e muito humor, além de cenas memoráveis, como a dança entre One Two e Stella com textos escritos na tela, ou toda a sequência do segundo assalto, com a perseguição nos trilhos. E o elenco, como sempre, está ótimo.

Acredito que o grande defeito do filme seja que ele aparentemente está incompleto: durante os créditos vemos um aviso sobre uma segunda parte, “The Real RocknRolla”. Senti falta de conclusão na história de alguns personagens…

Mesmo assim, a diversão é garantida!