Argylle – O Superespião

Critica – Argylle – O Superespião

Sinopse (imdb): Quando as tramas dos livros de uma reclusa autora de romances de espionagem sobre o agente secreto Argylle começam a espelhar as ações de uma verídica organização de espionagem, as linhas entre o fictício e o real começam a se entrelaçar.

Filme novo do Matthew Vaughn!

Sempre curti a carreira de Matthew Vaughn, desde X-Men Primeira Classe e Kick-Ass. Mas, seu último filme, King’s Man A Origem, foi bem fraco. O trailer deste Argylle – O Superespião (Argylle, no original) prometia algo mais próximo do primeiro Kingsman, o que me fez colocar Argylle na minha lista de expectativas para 2024.

Então, valeu o lugar na lista? Ou foi uma grande decepção como Turma da Mônica Jovem Reflexos do Medo?

Olha, pode não ser tão bom quando Kingsman, mas, me diverti muito. O filme é engraçado, tem cenas de ação muito bem filmadas, tecnicamente enche os olhos e tem um elenco sensacional. Saí da sessão feliz, isso pra mim conta muito.

Algumas sequências são muito bem filmadas. Tem uma luta num trem onde a protagonista está vendo o agente “real” lutando ao mesmo tempo que imagina o personagem dela. Ou seja, uma coreografia de luta onde troca o ator que está lutando. Deve ter dado um trabalho enorme pra coreografar, filmar e editar isso!

Ouvi uma crítica negativa comparando com Missão Impossível, porque lá tudo é mais “real”. Mas aqui nunca teve uma proposta de algo real! Tem uma cena com uma luta em cima de uma enorme poça de petróleo que é completamente galhofa! E tem uma cena usando fumaça colorida que, além de galhofa, é linda! E achei genial a solução dada para o “tiro no coração”. Sim, é absurdo; e sim, é por ser absurdo que curti!

Agora, o filme tem uma quebra no meio e a segunda metade dá umas escorregadas. Existe um plot twist onde muda todo o ponto de vista sobre os personagens, e a partir daí o filme tem uma queda. Não chega a ficar ruim, mas a primeira metade é melhor.

Adorei a trilha sonora! Desde a cena inicial com Barry White, até a nova música Electric Energy, de Ariana DeBose, Boy George, Nile Rodgers – que tem muita cara de música feita nos anos 70! Ok, entendo que a trilha me pegou pelo lado nostálgico, mas, todas as músicas se encaixam perfeitamente!

O elenco é muito bom. Um amigo crítico estava vendo ao meu lado e criticou a escolha dos dois protagonistas, Bryce Dallas Howard e Sam Rockwell, porque eles não têm o perfil para “blockbuster de ação”. Verdade, eles não têm esse perfil. Na página do imdb, os primeiros nomes são Sofia Boutella e Henry Cavill, dois nomes que teriam mais a ver. Mas, curiosamente, o mesmo motivo que fez o meu amigo criticar é o motivo que me faz defender: gostei de ter dois nomes “diferentões” como protagonistas. Henry Cavill aparece bem menos, e Sofia Boutella só aparece em uma única cena, e não é uma cena de ação! Ainda no elenco, Bryan Cranston, John Cena, Samuel L Jackson, Dua Lipa, Catherine O’Hara e Ariana DeBose.

O final traz uma solução “deus ex machina” que achei completamente desnecessária e que diminuiu um pouco o valor do filme na minha humilde opinião. E tem uma cena pós créditos que aparentemente é um teaser de uma nova franquia.

King’s Man: A Origem

Crítica – King’s Man: A Origem

Sinopse (imdb): Um spinoff da franquia Kingsman sobre essa organização de espiões no início do século XX.

Ah, a expectativa. Já falei aqui diversas vezes, quando a gente cria expectativas, a chance de uma decepção é grande.

Gosto muito do primeiro Kingsman, um excelente filme com cenas de ação insanas e um humor no ponto exato. O segundo é mais galhofa, mas ainda é muito divertido. Fui ao cinema querendo ver algo nessa pegada. Mas esse terceiro filme é muito mais sério. Poucas cenas de ação, e quase nada de humor. E, pra piorar, o filme demora muito tempo no setup inicial, quase uma hora até as coisas começarem a acontecer.

E aí vem a minha dúvida: o problema foi do filme, ou heu que queria ver uma coisa e me foi apresentada outra? Pelo meu head canon, afirmo: achei uma decepção. Talvez vendo uma segunda vez heu mude de ideia, mas, dessa primeira vez, não curti.

Uma coisa que achei estranha foi que é do mesmo Matthew Vaughn que dirigiu os outros dois. Se tivesse mudado o diretor, dava pra entender a mudança de estilo, mas, sendo escrito e dirigido pelo mesmo cara, por que ele resolveu mudar?

Este filme traz uma coisa curiosa. Assim como Tarantino fez em Bastardos Inglórios e Era uma Vez em Hollywood, este King’s Man: A Origem traz personagens históricos reais dentro da trama do filme. Li uma crítica onde falavam que isso era um problema, porque você já sabe o destino de alguns personagens. Mas, admito, falha minha, conheço pouco sobre a história da primeira guerra mundial, então não sabia de nenhum dos acontecimentos.

O primeiro filme tem uma sequência sensacional, que poderia estar em listas de melhores sequências da história do cinema, a cena da igreja. A cena é extremamente bem filmada, e além disso ela tem uma importância muito grande na narrativa, porque o espectador se pergunta “e agora, pra onde a história vai?” Neste novo filme, não tem nenhuma cena que chama a atenção tecnicamente falando, mas tem um desses momentos de “pra onde a história vai?”. Sem spoilers, mas a parte na guerra me causou essa boa estranheza.

O elenco é bom. Como esse filme se passa cem anos antes do primeiro Kingsman, claro que não tem ninguém dos outros filmes – tive a impressão de ter visto Mark Strong na cena final, mas precisaria rever pra ter certeza, no imdb não fala nada. Ralph Fiennes manda bem como o protagonista, e se tiver que dar um destaque, vou de Rhys Ifans (irreconhecível) como Rasputin. Também no elenco, Gemma Arterton, Harris Dickinson, Djimon Hounsou, Matthew Goode, Charles Dance, Alexandra Maria Lara, Daniel Brühl, Tom Hollander e participações menores de Aaron Taylor-Johnson e Stanley Tucci.

King’s Man: A Origem estreia nos cinemas esta semana. Vou tentar rever pra ter uma segunda opinião.

Kingsman: O Círculo Dourado

Kingsman 2Crítica – Kingsman: O Círculo Dourado

Sinopse: Quando sua sede é destruída e o mundo é feito refém, os Kingsman descobrem uma organização de espiões aliados nos EUA. Essas duas organizações secretas de elite devem se unir para derrotar um inimigo comum.

O primeiro Kingsman foi um dos melhores filmes de 2014. A expectativa agora era grande. Será que mantiveram o nível?

Boa notícia! Kingsman: O Círculo Dourado (Kingsman: The Golden Circle, no original) é tão bom quanto o primeiro! Um bom elenco numa trama alucinada com ritmo desenfreado e efeitos especiais de primeira linha!

O diretor Matthew Vaughn (o mesmo do primeiro filme) manteve o mesmo conceito – uma espécie de James Bond com mais violência e mais humor. Li em alguns sites que este segundo filme seria mais exagerado que o anterior. Mas, sei lá, lembro da cena da igreja do outro filme, imagino poucas coisas mais exageradas que aquilo…

Kingsman: O Círculo Dourado é repleto de ação e humor. E Vaughn sabe como poucos como filmar essas cenas, alternando câmera lenta e imagens aceleradas, muitas vezes com a câmera posicionada literalmente dentro da ação. As sequências de ação são impressionantes, desde a cena inicial, com uma perseguição de carro de tirar o fôlego, até os duelos finais – com planos sequência, não tão impressionantes como a já citada cena da igreja do primeiro filme, mas mesmo assim muito bem filmados.

Tem espaço para novos personagens. Somos apresentados a uma nova agência: os Statesman, uma versão americana dos Kingsman. Além de cutucadas entre Inglaterra e EUA, isso também abre espaço no elenco para Jeff Bridges, Channing Tatum, Halle Berry e Pedro Pascal, que se juntam a Taron Eggerton, Mark Strong e Colin Firth. Além deles, Julianne Moore está ótima como a vilã. Mas a melhor surpresa do elenco está com Elton John, numa participação pequena, mas sensacional!

Falei da Julianne Moore, né? Uma coisa legal aqui é a atualização dos conceitos que habitam os filmes de espionagem. Assim como aconteceu no último Homem Aranha, a vilã é capitalista. Claro, ela é psicopata, mas o que a move é o dinheiro. Outro personagem interessante é o presidente dos EUA, aparentemente baseado no Trump. Até o ímpeto sexual típico do estilo jamesbondiano está contido aqui – o agente tem que ligar para a namorada antes de pular a cerca.

Os mais ranzinzas vão reclamar que Kingsman: O Círculo Dourado não é tão surpreendente quanto o primeiro filme. Claro, né? No primeiro, tudo era surpresa, e agora a gente já tinha ideia do que encontrar. Mas posso dizer sem medo: se você gostou do outro filme: vá sem medo!

E que venha o terceiro filme!

Kingsman: Serviço Secreto

kingsmanCrítica – Kingsman: Serviço Secreto

Filme novo do Matthew Vaughn!

Uma organização secreta faz testes com novos recrutas para conseguir um novo espião. Durante o treinamento, uma ameaça global surge, vinda de um gênio da tecnologia.

Imagine um filme de 007, mas com mais humor e mais violência. Além disso, bom elenco, bom ritmo… o ano mal começou, e já temos um candidato à lista dos melhores filmes de 2015!

Mathew Vaughn tem uma extensa carreira como produtor (ele produziu os dois primeiros filmes do Guy Ritchie), mas dirigiu poucos filmes – este é seu quinto. Bem, até agora, tem uma carreira admirável: Nem Tudo é o que Parece, Stardust, Kick-Ass e X-Men Primeira Classe. Nada mal, não?

Mais uma vez Vaughn se baseia numa graphic novel, e desta vez traz uma trama absurda, uma espécie de versão jamesbondiana dos cavaleiros da távola redonda, com boas doses de humor e de violência. Várias coisas não têm sentido, mas se a gente usar um pouco de suspensão de descrença, o filme é divertidíssimo!

Diferente do “padrão Marvel sem sangue”, Kingsman tem bastante violência gráfica (como aconteceu em Kick-Ass). Uma cena, em particular, é um belíssimo balé violento, uma longa sequência de briga dentro de uma igreja, onde quase todos saem mortos. E, sobre o humor, Kingsman não é exatamente uma comédia, mas algumas cenas são engraçadíssimas. Gargalhei alto na sequência das cabeças explodindo!

O elenco é ótimo. Colin Firth mostra uma faceta ainda desconhecida na sua carreira: o herói de ação. Samuel L. Jackson também está ótimo, de língua presa, num personagem diferente do “badmotherf%$&cker” de sempre. O jovem desconhecido Taron Eggerton (será que é parente da Tamsin Eggerton?) é outro que também está perfeito. E o filme ainda tem o Mark Luke Skywalker Hammil! Ainda no elenco, Michael Caine, Mark Strong, Jack Davenport, Sophie Cookson e Sofia Boutella.

Não sei se existe uma franquia prevista. Mas não me espantarei se anunciarem em breve um Kingsman 2.

Stardust – O Mistério da Estrela

Crítica – Stardust – O Mistério da Estrela

Quem me conhece sabe que quando gosto de um diretor, costumo procurar os outros filmes que o cara fez. Depois de ter visto Kick-Ass e X-Men: Primeira Classe, fui catar mais filmes do Matthew Vaugn. Gostei de Nem Tudo É O Que Parece. E faltava este Stardust – O Mistério da Estreia, seu segundo filme, lançado em 2007.

Num mundo mágico paralelo ao nosso, um jovem promete uma estrela cadente de presente para a sua amada. Mas essa estrela se transforma numa bela mulher, que também está sendo perseguida por uma bruxa e pelos herdeiros do reino de Stormhold.

Stardust – O Mistério da Estrela nem parece ser do mesmo diretor dos outros filmes citados no primeiro parágrafo. Trata-se de uma fantasia, a la O Senhor dos Aneis ou Crônicas de Nárnia, com direito a terras místicas e personagens fantásticos. E o melhor de tudo: com qualidade!

O filme foi baseado no livro de Neil Gaiman (também autor da história que deu origem ao bom Coraline). Não li o livro, não conheço a história original. Mas podemos afirmar que Gaiman foi feliz na criação do universo de Stormhold e seus interessantes personagens.

Stardust – O Mistério da Estrela tem pouco mais de duas horas, mas acontece tanta coisa na trama que nem parece tão longo – aliás, poderia ser mais de um filme, como acontece com tantos filmes de fantasia (Senhor dos Aneis foram três filmes; Harry Potter teve oito; Nárnia está no terceiro; Percy Jackson tem previsão de lançar o segundo ano que vem). Na minha humilde opinião, foi uma boa escolha, a história tem início, meio e fim e um bom ritmo ao longo de toda a projeção.

No elenco, achei curioso o protagonista ser justamente o ator menos conhecido, Charlie Cox. Claire Danes está bem como a principal personagem feminina, mas o melhor do elenco são o capitão pirata e a bruxa feitos por Robert De Niro e Michelle Pfeiffer, cada um melhor que o outro. Ainda no elenco, Ian McKellen, Sienna Miller, Peter O’Toole, Mark Strong, Jason Flemyng, Rupert Everett e Ricky Gervais. E, curiosidade: Henry Cavill, o próximo Superman, num papel minúsculo.

Outros dois destaques são as belíssimas locações na Inglaterra e na Islândia, e os excelentes efeitos especiais, apesar de discretos – o filme não brilha por causa dos efeitos, mas eles estão na dose exata para tornar tudo isso crível.

O lançamento de Stardust – O Mistério da Estrela foi muito mal feito. Sei lá por que nem me lembro quando foi lançado por aqui (segundo o imdb, em outubro de 2007). E mesmo hoje em dia, ouço pouca gente falando do filme. O que é uma grande injustiça, o filme tem qualidade para ser lembrando como um grande épico da fantasia. Se tiver oportunidade de ver, fica aqui a minha recomendação!

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Se você gostou de Stardust – O Mistério da Estrela, o Blog do Heu recomenda:
As Crônicas de Spiderwick
Alice no País das Maravilhas
Coraline e o Mundo Secreto
A Invenção de Hugo Cabret

Nem Tudo É O Que Parece

Crítica – Nem Tudo É O Que Parece

Quando gosto de um filme de um diretor que não conhecia, guardo o nome dele. Se gosto de um segundo filme, pesquiso o que mais o cara fez. Depois de Kick-Ass e X-Men: Primeira Classe, tive vontade de procurar este Nem Tudo É O Que Parece, filme de estreia do diretor Mathew Vaughn.

Um bem sucedido traficante de cocaína, que trabalha como um sério homem de negócios, planeja se aposentar. Mas antes ainda precisa fazer dois trabalhos para o chefão local. Durante a execução destes trabalhos, conhecemos as várias “camadas de bolo” (“layer cake”) do crime organizado.

Só depois de ver o filme é que descobri que Mathew Vaughn foi o produtor dos primeiros filmes de Guy Ritchie, Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch. Originalmente, Ritchie também dirigiria Nem Tudo É O Que Parece, mas por ter assumido outros compromissos, teve que largar o projeto. Vaughn assumiu a cadeira de diretor e fez um excelente trabalho.

Nem Tudo É O Que Parece (Layer Cake, no original) pode não ser o filme mais original do mundo – parece uma mistura de Tarantino, Scorsese e o já citado Ritchie. Mas é bem melhor que os genéricos de ação que infestam Hollywood, e foi uma bela estreia para Vaughn – tanto que hoje, oito anos depois, o cara já faz parte do primeiro time de diretores.

Baseado no livro de J.J. Connolly, também autor do roteiro, Nem Tudo É O Que Parece mostra uma envolvente trama não linear com vários bons personagens e algumas sequências muito boas, como o espancamento ao som de Duran Duran ou a sedução de Sienna Miller ao som de Rolling Stones.

O papel principal é de Daniel Craig, hoje badaladíssimo por ser o atual James Bond, além de filmes como Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres e Cowboys & Aliens. Na época Craig ainda um nome menos conhecido, assim como Tom Hardy, que estava em A Origem e será o vilão do próximo Batman. Ainda no elenco, Sienna Miller, Colm Meaney, Michael Gambon, George Harris, Dexter Fletcher e Jason Flemyng.

Nem Tudo É O Que Parece não é muito conhecido hoje em dia. Mas vale procurar, para aqueles que ainda não viram.

Agora preciso ver Stardust – O Mistério da Estrela, aí fecho a (ainda) curta filmografia de Mathew Vaughn.

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Se você gostou de Nem Tudo É O Que Parece, o Blog do Heu recomenda:
RocknRolla
Pulp Fiction
The Big Bang
Kick-Ass

X-Men: Primeira Classe

Crítica – X-Men: Primeira Classe

Já que a onda atual é reboot, vamos ao reboot da franquia X-Men!

Nos anos 60, antes de Charles Xavier e Erik Lensherr usarem os nomes Professor X e Magneto, eles eram amigos, e trabalhavam lado a lado para reunir mutantes e treiná-los para defender o mundo de uma terrível ameaça. Diferenças entre o modo de cada um pensar os tornará os arqui-inimigos que todos conhecemos.

X-Men 3 – O Confronto Final (2006) e X-Men Origins: Wolverine (2009) não foram tão ruins quanto Batman Eternamente (95) e Batman & Robin (97), mas este X-Men: Primeira Classe pode ser tranquilamente comparado com o Batman Begins de 2005. Foi um excelente recomeço da franquia, um blockbuster daqueles que vai agradar tanto os fãs da franquia quanto os “leigos” apreciadores de bons filmes.

Bryan Singer, diretor dos dois primeiros X-Men, foi roteirista e produtor aqui. A direção ficou nas mãos de Matthew Vaughn (também roteirista, ao lado de mais 4 pessoas), o mesmo de Kick-Ass, um dos melhores filmes de 2010. Quando um cara faz um filme bom, costumo guardar o nome dele; se ele faz dois bons seguidos, já entra na minha lista de “diretores que precisamos prestar atenção”… 😉

Tudo funciona redondinho aqui. O roteiro, apesar de ter passado por várias mãos, é bem escrito. Existe um perfeito equilíbrio entre ação, tensão e drama, conseguimos viver os problemas dos personagens, e ao mesmo tempo temos cenas de ação de tirar o fôlego.

O bom elenco também ajuda. Michael Fassbender já tinha mostrado bons serviços em Bastardos Inglórios e Centurião; o mesmo podemos dizer sobre James McAvoy em O Procurado e O Último Rei da Escócia. E ambos estão bem juntos, no desafio que é interpretar personagens que foram de Ian McKellen e Patrick Stewart. Uma coisa muito legal aqui é a ausência de maniqueísmo: sabemos que ambos têm filosofias diferentes (tanto que se tornarão inimigos), mas eles estão lado a lado, e conseguimos “comprar” a ideia de cada um deles.

Fassbender e McAvoy não estão sozinhos. O elenco também conta com Jennifer Lawrence (Inverno da Alma), Rose Byrne (Presságio), Oliver Platt (Amor e Outras Drogas), January Jones (Desconhecido) e um inspirado Kevin Bacon, que faz um excelente  vilão cartunesco, o Sebastian Shaw. Ah, sim, para os fãs da franquia, rolam rápidas participações especiais não creditadas de dois atores dos primeiros filmes.

Falando nos primeiros filmes, talvez aqui esteja a única fraqueza de X-Men: Primeira Classe. Vemos explicações sobre algumas coisas que aparecem nos outros filmes – ou seja, quem não viu, vai ficar se perguntando “por que estão mostrando isso?”. Mesmo assim, gostei de ver coisas como a razão do Professor Xavier ser paraplégico.

A parte técnica também é muito bem feita. O filme se passa nos anos 60, a ambientação de época é perfeita. Os efeitos especiais estão na dose certa, e, pra completar a trilha sonora é muito boa, tanto na parte orquestral quanto na onda psicodélica sessentista.

Mais uma coisa: este filme é da Marvel, mas parece seguir uma linha paralela à que a Marvel traçando com Hulk, Homem de Ferro, Thor e Capitão América. Não rola nem a tradicional ponta de Stan Lee, nem a também tradicional cena depois dos créditos!

Tudo indica que este é o primeiro filme de uma nova série. Aguardemos para ver. Pelo menos o reboot da franquia começou bem.

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Kick-Ass
Homem de Ferro
Batman Cavaleiro das Trevas

Kick-Ass

Kick-Ass

Kick-Ass é uma das melhores surpresas da temporada!

Dave Lizewski (Aaron Johnson) é um garoto meio nerd, fã de quadrinhos e com poucos amigos. Até que resolve virar um super-heroi – mesmo sem ter super poderes.

Falei que é uma surpresa, porque heu esperava uma comédia na linha do fraco besteirol Super-Herói: O Filme. Que nada, Kick-Ass é um excelente filme de ação, com boas doses de humor (negro) e a quantidade exata de drama. Ou seja: um filme simples, mas com tudo “no lugar”.

Kick-Ass é baseado nos quadrinhos homônimos. Nunca li, não tenho ideia se o filme é fiel aos quadrinhos. Mas o roteiro, escrito por Mathew Vaughn (também diretor) e Jane Goldman, é muito bem escrito, e brinca o tempo todo com clichês de super-herois conhecidos.

O quase desconhecido Aaron Johnson está perfeito no papel principal, o adolescente nerd que quer virar super-heroi, mas mesmo assim nunca consegue deixar de ser nerd. Mas o elenco traz outros dois nomes dignos de nota. Um é a pequena Chloe Moretz, de apenas 13 anos (mas atriz desde os sete), que manda muito bem como a Hit-Girl. Ela é convincente tanto nos momentos dramáticos quanto nos momentos de pancadaria! E o outro nome é Christopher Mintz-Plasse, que estava ótimo mas um pouco exagerado como o McLovin de Superbad, e que aqui encontrou o tom exato (mais sobre seu papel não posso falar sem spoilers!).

Ainda tem espaço para um nome “de ponta”, Nicolas Cage, num papel menor porém importantíssimo. Mark Strong, vilão do novo Sherlock Holmes, aqui também faz um eficiente antagonista. Lyndsy Fonseca é apenas um rostinho bonitinho que funciona – mas o que achei mais curioso é lembrar que há cinco anos ela está em quase todos os episódios de How I Met Your Mother, como a filha do protagonista / narrador. E, last but not least, papéis pequenos para dois rostos femininos conhecidos nos anos 80: Elisabeth McGovern e Yancy Butler.

E a parte técnica? O filme parece ser uma produção menor, mas traz efeitos especiais excelentes. As cenas de ação são de tirar o fôlego – algumas delas dão vontade de voltar para ver de novo, como a cena onde Big Daddy ataca o galpão de Frank D’Amico. E ainda aparecem alguns artifícios na edição do filme para parecer que estamos lendo quadrinhos – isso sem contar todo um trecho em quadrinhos mesmo, contando o passado de Big Daddy.

Vejam só que coisa curiosa é o mercado cinematográfico. Homem de Ferro 2 estreou aqui no Brasil uma semana antes da estreia americana. Já este Kick-Ass tem estreia nacional prevista para 11 de junho, mas já existe para download o release R5 dele…

Enfim, ainda é maio, mas arrisco dizer que estamos diante de um dos melhores filmes do ano!