Watchmen

watchmen_poster_2901

Watchmen

Tenho muitos amigos nerds. E a maioria está alvoraçada com a estréia de Watchmen, o novo filme de Zack Snyder, diretor da refilmagem de Madrugada dos Mortos e de 300.

Ah, sim, pros nerds, de um modo geral, antes de ser um filme do Snyder, é a adaptação da “melhor graphic novel da história”. Mas isso heu coloco entre aspas, porque não li os quadrinhos, então não posso opinar. Fui ao cinema apenas pra ver um filme. E não é que vi um bom filme?

A história se passa em 1985. Numa realidade alternativa, Nixon é o presidente pela terceira vez, e uma guerra nuclear com a União Soviética é iminente. Foi criada uma lei que proíbe super-heróis mascarados, jogando os “mocinhos” para a marginalidade. E, aos poucos, através de flashbacks, vamos conhecendo melhor a história desses mascarados.

A grande preocupação dos fãs é que essa era uma história considerada “infilmável”. Desde 1987 tem gente em Hollywood tentando trabalhar em uma adaptação!

Terry Gilliam, o ex-Monty Python que virou um diretor legal (Brazil, o Filme, 12 Macacos, tentou, ainda em 87, fazer uma adaptação. Aliás, já tinha elenco:  Robin Williams como Rorschach, Jamie Lee Curtis como Espectral, Gary Busey como Comediante e, pro papel de Coruja, estavam no páreo Richard Gere e Kevin Costner. Mas acabou desistindo, porque achou que não funcionaria como um único filme de longa metragem, e sim como minissérie de 5 horas…

E aí fica a grande dúvida: Zack Snyder conseguiu?

Bem, como não li os quadrinhos, não posso comparar como adaptação. Mas como filme posso dizer que ficou bem legal! Um filme baseado em super-heróis mais adulto, bem diferente do que se tem visto por aí, como os dois “hits baseados em quadrinhos” do ano passado, Batman e Homem de Ferro.

Quase tudo no filme funciona muito bem. O visual é impressionante, aliás, como era de se esperar. A trilha sonora, com trechos de hits oitentistas, é muito boa. O elenco é todo de semi-desconhecidos, como Jeffrey Dean Morgan, que faz um comediante sarcástico na dose certa, ou Jackie Earle Haley, que transpira ódio com seu Roschach. E a Espectral de Malin Akerman ainda vai fazer muito adolescente perder o sono, mais ou menos como um certo biquini dourado nos anos 80… Completam o time de mascarados Patrick Wilson como Coruja (não sei se de propósito, mas heu achei meio parecido com o Batman, tanto na roupa quanto no estilo “menino rico cheio de brinquedos caros”), Billy Crudup como dr Manhattan e Mathew Goode como Ozymandias.

E por que o “quase” do parágrafo acima? É que a história fica um pouco confusa às vezes, e o ritmo é um pouco lento. E, em 2 horas e 40 minutos, só explicaram o porque do superpoder do dr. Manhattan. Em tempos de X-Men e Heroes, heu esperava pelo menos saber um pouco mais sobre o motivo dos outros serem heróis…

Mesmo assim, vale o ingresso do cinema. Sim, cinema, este filme é pra ser visto em tela grande. Sabe aquelas brigas em câmera lenta de 300? Pois é, agora imagine dois mascarados enfrentando dezenas de presidiários numa rebelião…

300

300_01

300

Todo mundo que me lê aqui sabe que heu não entendo nada de quadrinhos. Meu negócio é cinema. Se vou ver um filme baseado em quadrinhos, pouco me importa se a é uma boa adaptação – quero saber se o filme em si é bom! Bem, parece que de um tempo pra cá, Hollywood descobriu como se faz adaptações de quadrinhos: foram vários bons filmes oriundos de hqs.

Este 300 é um bom exemplo: é uma adaptação da graphic novel homônima de Frank Miller, e além disso é um filmaço! E dei uma folheada na graphic novel de onde saiu, e realmente parece que as páginas estão nas telas!

O filme conta a história de um exército de 300 espartanos que encarou um exército de cem mil persas. Não existem registros históricos pra sabermos o número exato, mas sabemos que foi por aí – poucos espartanos peitando muitos persas.

E o que diferencia esse filmes de tantos outros por aí? O diretor Zack Snider (que antes fez a refilmagem de Madrugada dos Mortos e este ano lançará Watchmen) criou um visual poucas vezes visto nas telas, com seus cenários digitais e cores alteradas, muito parecido com a graphic novel. E, o mais importante: as lutas coreografadas são em câmera lenta, com pausas em alguns golpes. Vemos tudo, com uma clareza nunca antes vista em filmes de ação. Partes de corpos decepadas, sangue, muito sangue, tá tudo lá, na cara do espectador!

No elenco, ao lado de Gerard Butler, Lena Headey e Dominic West, uma atração à parte para a plateia brasileira: quem interpreta Xerxes, o rei da Pérsia, é o “nosso” Rodrigo Santoro!

Na época que este filme foi lançado, teve gente dizendo que se tratava de um filme gay, pela quantidade de “homens seminus de barriga de tanquinho”. Que nada! Considero este um “filme testosterona”, na linha de Clube da Luta. Filme pra macho.