Sinopse (imdb): Um homem deve proteger a si mesmo e sua família quando eles são perseguidos, aterrorizados e assombrados por um lobisomem mortal à noite durante a lua cheia. Mas conforme a noite avança, o homem começa a se comportar de forma estranha.
Lobisomem (Wolf Man, no original) é o novo filme dirigido por Leigh Whannell, que fez o bom Homem Invisível em 2020 (lembro que foi um dos últimos filmes que vi antes da pandemia!), e que, nem todos lembram, mas é parceiro de longa data de James Wan – Whannell escreveu o roteiro do primeiro Sobrenatural era um dos roteiristas do primeiro Jogos Mortais, além de estar no elenco principal.
Ouvi rumores de que anos atrás este filme estaria atrelado àquele projeto que deu errado de criar um “monsterverse” usando monstros clássicos da Universal, que teve o filme A Múmia, com o Tom Cruise, e depois desistiram da ideia por causa do flop. Os rumores falavam que Ryan Gosling estaria interessado em protagonizar este filme, e que a direção seria de Derek Cianfrance, que dirigiu Gosling em Namorados Para Sempre (2010) e O Lugar Onde Tudo Termina (2012). Cianfrance se desligou do projeto, e Gosling acabou virando produtor, então Whannell teria assumido a direção. Mas, infelizmente não consegui fontes seguras pra confirmar estes rumores.
Vamos ao filme. Lobisomem não se propõe a ser um grande filme. Poucos personagens, poucas locações, quase toda a trama se passa ao longo de uma única noite. Entrando no cinema com este espírito, o espectador pode se divertir.
James Wan não está presente aqui (achei que ia ler seu nome entre os produtores). Mas vemos que Whannell aprendeu algumas coisas com o amigo. Em alguns momentos a câmera sai do eixo e passeia por caminhos fora do óbvio, como quando acontece o acidente e o caminhão fica de lado, e a câmera mostra isso num travelling “sem chão”. Digo mais: uma coisa bem legal aqui – talvez o melhor do filme – é quando o filme mostra, em alguns momentos, o ponto de vista do monstro. O jeito como o filme abordou isso foi bem legal, a câmera gira e muda toda o som, a iluminação, muda tudo no visual. Inclusive explica por que o monstro não consegue se comunicar. E também preciso dizer que gostei do efeito simples de mostrar a respiração da criatura quando não podemos vê-la.
A maquiagem não segue o tradicional de outros filmes de lobisomem que estamos acostumados. Talvez tenha gente reclamando, mas heu gostei porque não é cgi. Gosto de efeitos práticos! A trilha sonora de Benjamin Wallfisch também é muito boa. Por outro lado, achei o filme muito escuro. No cinema ainda vai, mas em breve este filme estará no streaming, vai ser difícil de acompanhar.
Existe outro problema, mas não é do filme em si. É que a gente lembra que Whannell fez O Homem Invisível, que trazia camadas com diferentes interpretações – era ao mesmo tempo um filme de terror e um filme que abordava relacionamentos abusivos. E a segunda leitura proposta por Lobisomem é de uma doença se espalhando (o filme foi pensado na época da pandemia). Ou seja, quem for procurar subtextos vai se decepcionar. Lobisomem é apenas um simples filme de terror.
No elenco, quase o filme todo se baseia na família composta por Christopher Abbott, Julia Garner e Matilda Firth. Nenhuma grande atuação, mas servem para o que filme pede.
Por fim, um mimimi. O nome brasileiro do filme é “Lobisomem”, mas acho que foi um nome mal traduzido. A criatura do filme é diferente dos lobisomens que conhecemos. Talvez esteja mais próxima do wendigo, figura folclórica que veio dos índios norte americanos. Afinal, lobisomens voltam à forma humana durante o dia! Acho que seria melhor chamar de “Homem Lobo”, tradução literal.