Crítica – Nimona
Sinopse (imdb): Nimona é a única pessoa que pode ajudar o cavaleiro Ballister Blackheart a provar sua inocência quando ele é acusado de um crime que não cometeu.
Nimona era um projeto da Blue Sky. Quando a Disney comprou a Blue Sky, Nimona foi um dos vários projetos cancelados – segundo o imdb, já tinha 70% finalizado! O motivo do cancelamento não foi divulgado, pode ter sido apenas um “não queremos esse projeto”. Mas, como o protagonista é gay, claro que todos desconfiam ser este o motivo.
E aí que está a genialidade de Nimona. A orientação sexual do personagem tem zero importância para a trama. Por outro lado, o filme usa a personagem título pra falar de preconceito e aceitação. Mas, a sociedade rejeita a personagem porque ela é diferente – no caso, é um monstro, não tem nada de orientação sexual no conflito apresentado no filme. Me lembrei de A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, outro filme que levanta a discussão mas sem levantar a bandeira.
Polêmicas à parte, o que mais gostei em Nimona foi da personagem título, agitada, anarquista, engraçada, irônica, maluquinha e muito, muito carismática. A personagem é sensacional! Um amigo comentou que ela é meio punk, no sentido literal: ela é contra o sistema e contra tudo o que está por aí!
A Nimona é uma metamorfa, e com isso ela é responsável por várias sequências excelentes. Tem uma cena onde ela vira um dragão e imita uma propaganda de cereal que é genial em mais de uma camada: a trilha sonora ao fundo é Tra La La Song, do seriado Banana Split – mesma música usada em uma sequência parecida em Kick Ass, estrelado por Chloe-Grace Moretz (que faz a voz da Nimona).
Outra coisa bem legal é o visual. Antes do filme rola um prólogo que se passa num passado distante. Aí, mil anos depois, continua tudo meio medieval, mas, ao mesmo tempo, tudo tecnológico, com smartphones e carros voadores. Taí, não me lembro de outro filme ou desenho que conseguiu misturar tudo assim e criar uma sociedade ao mesmo tempo medieval e tecnológica.
Vi o filme com meu filho, ele preferiu ver dublado. Ok, a dublagem é boa, mas deu pena de não ouvir as vozes de Chloe-Grace Moretz e Riz Ahmed, que dublam os principais no original.
Tive um certo problema com a cena final, acho que não deveria acontecer daquele jeito, mas não apaga a boa experiência que o filme proporcionou. Deve ter continuação. Que mantenham a qualidade!