O Auto da Compadecida 2

Crítica – O Auto da Compadecida 2

Sinopse (imdb): Os malandros João Grilo e Chicó retornam 25 anos depois da sua última aventura.

Pensei em não fazer conteúdo sobre O Auto da Compadecida 2, porque é um filme que não tem muito o que se falar. Mas como o primeiro foi um grande sucesso, bora pra um texto curtinho.

Antes de tudo, um elogio à dupla de protagonistas. Mateus Nachtergaele e Selton Mello voltam com João Grilo e Chicó, e é uma delícia vê-los em tela. Os dois são muito bons, e, juntos, são ainda melhores. Quase que dá pra dizer que O Auto da Compadecida 2 vale pela dupla.

Mas, o filme tem problemas. O principal é que este filme é igual ao primeiro. Fiquei me perguntando qual seria o público alvo de O Auto da Compadecida 2. Porque se for o cara que gostou do primeiro filme, não seria melhor rever o primeiro filme?

Tem outra coisa que me incomodou, mas não diria que é uma falha, porque faz parte da proposta. Toda a estética é teatral, parece que estamos vendo uma peça de teatro filmada. Chega a ter uma igreja com a janela torta, emulando um cenário teatral. O Auto da Compadecida 2 foi dirigido por Guel Arraes, e lembro que esta mesma característica estilística me incomodou em Grande Sertão, filme dele lançado na primeira metade do ano. Acho isso ruim, linguagem teatral nem sempre funciona no cinema, precisa de uma adaptação…

Voltando ao elenco, queria destacar Humberto Martins e Eduardo Sterblitch como os políticos rivais. São ótimos personagens, e os atores estão muito bem – e ainda abrem espaço pra uma discussão sobre como políticos dominam a massa com motivos eleitoreiros. Infelizmente não posso dizer o mesmo sobre as duas principais personagens femininas. Clarabela (Fabiula Nascimento) está caricata e Rosinha (Virginia Cavendish) pouco aparece. Achei que o roteiro não soube valoriza-las, e ainda tem um problema: elas fazem um triângulo amoroso mal construído com o Chicó do Selton Mello – a princípio parece que Chicó gosta da Clarabela, mas em um estalo de dedos ele se mostra super apaixonado pela Rosinha. Outro problema é o personagem de Luis Miranda, que entra bem, como um malandro carioca que era parceiro de João Grilo, mas que parece que queriam esticar sua presença e inventam que ele vira um padre, e o roteiro não sabe mais o que fazer com o personagem.

Pelo menos O Auto da Compadecida 2 não é de todo ruim. Vale pelo João Grilo e pelo Chicó.

Preenchimento obrigatório *

You may use these HTML tags and attributes:
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*