I Saw the TV Glow

Crítica – I Saw the TV Glow

Sinopse (imdb): Dois adolescentes se conectam por causa de seu amor por um programa de TV sobrenatural, mas ele é misteriosamente cancelado.

Um amigo recomendou este novo filme da A24 usando as palavras “Porra, esqueci de te dizer, acho que vi o filme mais doido do car*lho da A24 até hoje. Que porra doida, bicho. Meu Deus. Não sei nem classificar o filme.”

E é isso mesmo. I Saw the TV Glow é uma “porra doida, bicho”.

Dois adolescentes esquisitões se aproximam porque ambos gostam de um programa de TV. Na verdade, ele não consegue acompanhar porque passa de noite e seus pais não deixam ele ficar acordado, então ele precisa passar a noite na casa dela, escondido, e depois ela passa a gravar e entregar fitas de VHS pra ele. Até que um dia ela diz que precisa ir embora, convida ele, mas ele não tem coragem. Ela desaparece, o programa é cancelado e ele fica duplamente sozinho. Ele tem uma vida medíocre, até que anos depois ela reaparece.

Sabe qual é o problema aqui? Heu não tenho nada contra filmes baseados em simbolismos, mas um filme desses precisa ser envolvente. De vez em quando vejo uns filmes onde não entendo nada, mas que o filme me envolve e me carrega na sua viagem. E não senti isso aqui. Achei I Saw the TV Glow apenas confuso. Um filme cabeça, confuso e, desculpe falar, chato.

Pelo que entendi lendo no imdb, o programa fictício Pink Opake é inspirado em Buffy. Talvez uma explicação seja que uma criança quando via Buffy achava um programa assustador, mas depois de adulta, ao rever, acharia a série meio boba.

(A fonte usada nos créditos de Pink Opake é a mesma fonte usada em Buffy. Uma das personagens de Pink Opake é chamada Tara, referencia à Tara Maclay, personagem de Buffy; e a atriz que interpretava Tara Maclay, Amber Benson, tem um papel aqui.)

Acabou o filme, fui catar explicações na internet. Li uma teoria que faz sentido: a diretora e roteirista Jane Schoenbrun é trans, então boa parte do que os personagens sentem está ligada a sentimentos reais que uma pessoa trans passa dentro da nossa sociedade. Ok, pode ser, isso explica algumas coisas. Mas pelo menos pra mim isso não “resolve o filme”, porque sempre defendo que um filme não deveria precisar de “manual de instruções”.

I Saw the TV Glow é estrelado por Justice Smith (Observadores) e Brigette Lundy-Paine (A Semente do Mal), que estão inexpressivos, mas não sei se isso é algo proposital pela proposta do roteiro. Agora, teve uma coisa que me incomodou. Inicialmente conhecemos os personagens adolescentes, pelo que entendi ele estaria no ensino fundamental e ela no ensino médio – heu chutaria que eles deveriam ter por volta de 13 e 15 anos, respectivamente, e nesse momento do filme, são interpretados por dois adolescentes. Aí a história pula dois anos, ou seja, eles teriam por volta de 15 e 17. Mas já vemos os atores adultos, e ambos têm quase 30 anos. Fica muito estranho ver um ator de 30 interpretando um adolescente do ensino médio. Era melhor contratar outros dois atores adolescentes…

Apesar de ser A24, não tenho ideia se I Saw the TV Glow vai estrear oficialmente aqui no Brasil. Mas só é recomendado pra quem curte uma “porra doida, bicho”.

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