Toc Toc Toc: Ecos do Além

Crítica – Toc Toc Toc: Ecos do Além

Sinopse (imdb): O horror se instaura quando um menino de oito anos chamado Peter tenta investigar os misteriosos sons de batidas que vêm de dentro das paredes de sua casa e um segredo sombrio que seus pais sinistros mantinham escondido dele.

(E seguimos com a tradição de títulos brasileiros ruins. Já existe uma comédia “Toc Toc”, e, dentro do terror, tem um “Knock Knock” e um “Ecos do Além”!)

Estamos em uma boa época para o terror no cinema. Pouco depois de Fale Comigo, hoje vamos falar de outro bom lançamento de terror.

Falei “lançamento”, mas vejo uma falha justamente na estratégia de lançamento. Toc Toc Toc: Ecos do Além (Cobweb, no original) se passa na época do Halloween, inclusive parte da trama envolve abóboras. Por que não aguardar o Halloween em outubro para lançar o filme? Lá fora já foi lançado, aqui tem previsão de chegar ao circuito no início de setembro.

Toc Toc Toc: Ecos do Além é lento e sério, não rolam “jump scares de parque de diversões”. Rola um clima tenso, vemos que tem algo de errado, mas não temos ideia do que está acontecendo. Gostei muito da câmera do diretor Samuel Bodin. Vários momentos do filme trazem tudo centralizado. E a câmera às vezes dá umas cambalhotas que ajudam a deixar tudo ainda mais estranho.

Os três atores principais estão muito bem. O garoto Woody Norman é impressionante, ainda é cedo pra saber se será um grande ator no futuro, mas vou guardar o nome dele. Os pais são interpretados por atores que heu já conhecia de seriados. O pai é Anthony Starr, o Homelander de The Boys; a mãe é Lizzy Caplan, de True Blood. Ambos estão ótimos – tem um momento onde a Lizzy Caplan está tão assustadora que só aquela curta cena será capaz de causar pesadelos!

Queria comentar a parte final, mas pode ser spoiler, então vou deixar um aviso de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

O terço final do filme muda um pouco o estilo. Toc Toc Toc: Ecos do Além vira “filme de monstro”. Também curto muito esse momento, mas teve uma coisa que me incomodou. A criatura é muito forte e muito rápida. Se ela sempre foi forte e rápida, como os pais conseguiram prendê-la daquele jeito?

Outro comentário ainda na zona de spoilers: gostei de ter visto pouco da criatura. Desde o primeiro Alien, de 1979, defendo que algo que, mais assustador do que algo que está na nossa cara, é algo que não sabemos o que é.

FIM DOS SPOILERS

Toc Toc Toc: Ecos do Além tem previsão de estrear nos cinemas brasileiros no início de setembro.

The Boys – Terceira Temporada

Crítica – The Boys – Terceira Temporada

Sinopse (imdb): Um grupo de vigilantes são dados o trabalho de deter super heróis que abusam da seus poderes.

Pra quem não conhece The Boys, é uma série que fala de super heróis mau caráter. Mas o que chama mais a atenção é a violência gráfica. Parece que desenharam uma linha limite do que seria aceitável, e a série vive desafiando essa linha. Algumas cenas parece que foram colocadas especificamente para chocar.

(A série é baseada numa HQ, não li, deve ser bem violenta. Mas, uma coisa é uma HQ violenta; outra coisa é um filme ou série mostrando sangue e pedaços de corpos.)

Além disso, é uma série muito bem escrita, bons personagens, bons atores, e o roteiro dá umas boas cutucadas na atual sociedade, tanto em termos comportamentais quanto na política.

O elenco é bem legal. Gosto do Karl Urban desde O Senhor dos Anéis, o cara fez Star Trek, RED, Dredd, Thor – mas, apesar do bom currículo, o melhor papel da sua carreira é o Billy Butcher de The Boys. Outro destaque é Anthony Starr, ator que heu não conhecia antes, e que é ótimo como o Homelander, um vilão sensacional e ao mesmo tempo odiável. Outro dos principais é Jack Quaid, que, pra quem não sabe, é o filho do Dennis Quaid e da Meg Ryan.

Mas, não queria falar do elenco que já estava nas outras temporadas. Queria comentar dois nomes novos, um com um papel grande; outro como uma ponta. Um deles é um dos principais nomes dessa terceira temporada, o Soldier Boy, vivido por Jensen Ackles – que foi o Dean Winchester em 15 temporadas de Supernatural (e preciso admitir que não reconheci de primeira!). A série é do Eric Kripke, também criador de Supernatural… O outro é Paul Reiser, que está sensacional como um velho ex-empresário marrento e só aparece em dois episódios (tinha acabado de vê-lo em Stranger Things, num papel burocrático; aqui ele está muito melhor!)

The Boys é uma série muito bem filmada, tecnicamente falando. E mesmo assim, ainda tiveram alguns detalhes aqui e ali que fizeram o produto ficar ainda melhor. Um exemplo é o raccord, que é quando duas cenas diferentes são conectadas por movimentos dos personagens, que acontece algumas vezes no pesadelo do Butcher.

Outra coisa que achei bem legal foram dois momentos da Kimiko ligados a músicas. Um deles é quando ela coloca Maniac, do filme Flashdance, como trilha sonora de uma briga – só não foi uma ideia melhor aproveitada porque a cena é entrecortada por outras lutas simultâneas. Mas o melhor momento da Kimiko foi quando ela acho que tinha recuperado a voz e começa a cantar, e a série vira um musical.

Outro momento completamente inesperado foi quando vemos bichinhos animados representando o que se passa dentro da cabeça do Black Noir – pelo que me disseram, isso não está nas HQs, foi criação da série.

Por fim, um comentário besta, que parece que já tinha nas outras temporadas, mas heu nunca tinha reparado: o Hughie tem várias camisas legais de tema rock’n’roll. Nesta temporada, vi camisas do Daryl Hall & John Oates, Kenny Loggins, Foreigner, Doobie Brothers – The Boys é da Amazon, devia ter um link para comprar essas camisas!

Teve gente que não gostou do fim e do gancho para a próxima temporada. Acho que foi headcanon da galera, achei o final bom. Que venha a quarta!