Magnatas do Crime (2019)

Crítica – Magnatas do Crime (2019)

Sinopse (google): Um talentoso estadunidense graduado em Oxford, usando suas habilidades únicas, audácia e propensão à violência, cria um império da maconha usando as propriedades dos aristocratas ingleses empobrecidos. No entanto, quando ele tenta vender seu negócio a um colega bilionário, uma cadeia de eventos se desenrola, envolvendo chantagem, decepção, caos e assassinato entre bandidos de rua, oligarcas russos, gângsteres e jornalistas.

Definitivamente a pandemia bagunçou com a vida da gente. Outro dia abri a Netflix e vi uma série do Guy Ritchie, “Magnatas do Crime / The Gentlemen”. Ué, o Guy Ritchie não tinha feito um filme com esse exato nome? Pra piorar, no meio de 2020 tive uns problemas pessoais, e passei um tempo sem postar aqui no heuvi. De 2008 até agora, foi a única época que deixei de fazer os meus textos. E Magnatas do Crime veio nessa época. Ou seja, não teve crítica aqui. Teve apenas um parágrafo, no top 10 de 2020:

Gostei de ter visto Guy Ritchie de volta ao submundo do crime cool e moderninho (os dois últimos dele foram Aladdin e Rei Arthur). Violência estilizada, personagens exóticos, bons diálogos, boa edição. Além de ter um elenco ótimo, Matthew McConaughey, Hugh Grant, Charlie Hunnam, Colin Farrell, Jeremy Strong, etc

Sinceramente, lembrava muito pouco do filme. Comecei a ver a série, e me lembrei de alguns detalhes, então, depois de ver o primeiro episódio, decidi que era melhor rever o filme antes de continuar a série.

Vamos ao filme então? Repetindo o que escrevi ali em cima: Magnatas do Crime (The Gentleman, no original) traz Guy Ritchie de volta ao submundo do crime cool. Magnatas do Crime lembra muito o estilo dos seus dois primeiros filmes: Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, filmes com tramas rocambolescas, vários personagens esquisitos, trilha sonora moderninha e edição ágil. Por causa desses dois primeiros filmes Ritchie foi comparado com Tarantino, e aqui volta ao”estilo tarantinesco”.

A história dá um monte de voltas, é daquele tipo que apresenta um quebra cabeças com vários personagens e várias situações peculiares, e tudo se junta de maneira satisfatória no fim. E Ritchie consegue fazer um bom equilíbrio entre o humor e a violência (outra semelhança com Tarantino).

A comparação com Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, é inevitável, mas este Magnatas do Crime tem uma diferença: tudo aqui parece mais estiloso. Todos estão muito bem vestidos, tudo é muito elegante. Continuamos com personagens criminosos, mas aqui todos são muito mais elegantes. Inclusive, segundo o imdb, Guy Ritchie levou Charlie Hunnam para comprar roupas para o seu personagem.

O elenco está muito bem. Na minha humilde opinião, o maior destaque é Hugh Grant, malandro que quer dar a volta em todos, e que é justamente o narrador da história – ele passa boa parte do filme contando sua versão dos fatos para o personagem do Charlie Hunnam, e, detalhe importante, nem sempre sua versão é o que realmente aconteceu (o filme faz piada com isso). Outro destaque é Colin Farrell, com um sotaque tão forte que fica difícil de entender o que ele fala. Também no elenco, Matthew McConaughey, Jeremy Strong, Michelle Dockery, Eddie Marsan e Henry Golding.

(Uma curiosidade sobre o elenco. Sting, o cantor, estava em Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes. Sua filha, Eliot Sumner, é Laura, a drogada resgatada pela equipe do Charlie Hunnam.)

Por fim, tem dois “momentos jabá” do próprio diretor. No inicio do filme, o chope servido para o Matthew McConaughey é da “Gritchie Brewery”, cervejaria do diretor. E no fim do filme, quando Hugh Grant está no escritório de um produtor de cinema, vemos o cartaz de O Agente da UNCLE.

Agora, a pergunta que muita gente está se fazendo: qual é a conexão entre o filme e a série? Bem, só vi um episódio, mas, já consigo responder isso. O protagonista aqui, interpretado pelo Matthew McConaughey, tem plantações subterrâneas de maconha espalhadas pela Inglaterra. No filme, conhecemos uma dessas plantações; no primeiro episódio da série, conhecemos outra. Só não sei se terá outra conexão entre filme e série,porque ainda não vi o resto.

Filme revisto, agora vou encarar a série e volto aqui depois pra comentar!

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo

Crítica – Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo

Sinopse (imdb): Uma jovem sai em busca de guerreiros de outros planetas para enfrentar um exército de invasores que aterrorizam a pacífica colônia onde vive.

Estou atrasado. Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo (Rebel Moon – Part One: A Child of Fire, no original) foi lançado no fim de dezembro, na época que heu estava montando minhas listas. Mas, depois de ver o filme, fiquei pensando se a estratégia foi exatamente essa, acho que lançaram numa época onde boa parte dos críticos estaria fazendo listas…

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo é uma tentativa do Zack Snyder de fazer um filme de Star Wars. Segundo o imdb, Snyder teria apresentado o roteiro pra Lucasfilm em 2012, mas o projeto acabou cancelado. Anos depois, Snyder levou pra Netflix e conseguiu sinal verde.

Mas, diferente da maioria, não vou falar muito mal de Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo. Não, não é um bom filme, mas também não é esse lixo todo que estão falando. Como comentei aqui semana passada, as expectativas podem influenciar positiva ou negativamente, e as minhas expectativas para esse filme eram zero, heu já sabia que ia ver um filme genérico. E Rebel Moon é exatamente isso, um Star Wars genérico – e cheio de câmera lenta.

Na verdade, o roteiro de Rebel Moon parece um fan film escrito por um adolescente que acabou de ver, pela primeira vez, Guerra nas Estrelas e Mercenários das Galáxias. Porque tudo no filme lembra Guerra nas Estrelas (tem até uma espada luminosa pra ser o sabre de luz!), e o desenrolar da história é o mesmo de Mercenários das Galáxias (que é a mesma história de Os Sete Samurais – uma vila pobre é atormentada por cruéis vilões, e uma pessoa da vila sai atrás de ajuda de samurais de outros lugares).

Em defesa de Rebel Moon, o visual do filme é muito bonito. A protagonista mora numa lua de um planeta com anéis, é muito legal em vez de ter uma lua no céu, ter um planeta enorme. É um filme vazio, mas pelo menos é bonito. Snyder deveria desistir de roteiro e focar só na direção de fotografia. Fica a dica!

Ah, sim, tem câmera lenta. Muitas vezes. Exageradamente. Mas, é uma das características do diretor. Reclamar de câmera lenta em filme do Zack Snyder é a mesma coisa que reclamar de lens flare em filme do JJ Abrams, ou de closes nos pés das atrizes em filme do Tarantino, ou de tudo estar simétrico em filme do Wes Anderson. Faz parte do pacote.

O elenco é ok. Sofia Boutella faz a protagonista, gosto dela, torço pra que ela consiga filmes melhores. Anthony Hopkins faz a voz do robô que aparece no início. Jena Malone faz a aranha gigante, está difícil de reconhecer. Uma curiosidade: é a primeira que Ed Skrein e Michiel Huisman trabalham juntos, desde que o segundo substituiu o primeiro como o Daario Naharis em Game Of Thrones. Também no elenco, Djimon Hounsou, Doona Bae, Ray Fisher, Charlie Hunnam, Cary Elwes e Cleopatra Coleman.

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo tem um problema bem comum hoje em dia, que é ter uma história sem fim. Parece que o filme inteiro é sobre o recrutamento dos “sete samurais”, e a história em si só deve começar no próximo filme. Acho ruim, mas é uma tendência cada vez mais recorrente. E o pior é que rolam boatos de que serão vários filmes e seriados nesse unviverso.

Agora, um problema que não é recorrente é essa mania de se fazer “versão do diretor”. Snyder já anunciou que em breve lançará outra versão. Caramba, se ele tinha luz verde da Netflix, por que não fazer uma única e definitiva versão???

Papillon (2017)

Crítica – Papillon (2017)

Sinopse (imdb): Erradamente condenado por assassinato, Henri Charriere forma uma improvável amizade com o colega falsificador Louis Dega, na tentativa de escapar da notória colônia penal na Ilha do Diabo.

Ninguém pediu, mas, olha lá, refilmagem do filme homônimo de 1973, estrelado por Steve McQueen e Dustin Hoffman.

A refilmagem é quase igual ao filme original. Aí fica a pergunta: precisa? O caso é parecido com o recente Assassinato no Expresso do Oriente. A refilmagem não traz nenhuma novidade com relação ao original. Mas por outro lado, dificilmente uma pessoa mais nova vai procurar um filme feito nos anos 70. E é aí que a refilmagem tem o seu espaço: mostrar um filme velho para uma nova geração.

Visto sob este ângulo, Papillon (idem, no original) cumpre o seu propósito. O filme dirigido por Michael Noer é um filme correto, com uma produção até muito bem feita (as locações na Sérvia e em Montenegro foram bem escolhidas).

No elenco, não tem como não pensar que a dupla principal foi escolhida pela semelhança física com os dois do filme de 73. Charlie Hunnam (Rei Arthur) está a cara do Steve McQueen. E, apesar de me lembrar do Freddy Mercury toda vez que aparecia o Rami Malek (desde que vi o trailer de Bohemian Rhapsody, não consigo vê-lo e não pensar no vocalista do Queen), ok, vamulá, ele tá parecido com o Dustin Hoffman.

Enfim, o original é melhor. Mas, na falta, a refilmagem quebra um galho.