Um Tira da Pesada 4: Axel Foley

Critica – Um Tira da Pesada 4: Axel Foley

Sinopse (imdb): O detetive Axel Foley se vê novamente envolvido nos ambientes sofisticados de Beverly Hills para investigar a morte prematura de um conhecido de longa data.

Quando anunciaram Um Tira da Pesada 4, pensei em não fazer crítica, porque lembro pouco do primeiro filme (de 1984), não lembro de absolutamente nada do segundo (87) e não lembro nem se vi o terceiro (94) – devo ter visto, em 94 tinham menos filmes sendo feitos, era mais fácil acompanhar todos os lançamentos. Mas tá todo mundo falando, então resolvi encarar.

Vou repetir um comentário que fiz outro dia no texto sobre Meu Malvado Favorito 4. Alguns filmes escolhem o caminho seguro e repetem uma fórmula que já deu certo antes. É o caso aqui. Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (Beverly Hills Cop: Axel F, no original – devem ter gostado da ideia de colocar o nome do personagem no título, como Top Gun Maverick) é exatamente igual ao primeiro filme, com tudo de positivo e de negativo que isso traz.

Por um lado, é ruim. A gente já viu tudo isso. Meio que tanto faz assistir este quarto filme ou rever o primeiro. Mas, por outro lado, quem vai ver um quarto filme do Axel Foley acho que não está procurando novidades. É, pensando por esse lado, a produção acertou. Porque acredito que o filme vai agradar a todos os fãs da franquia.

Preciso reconhecer uma coisa: Eddie Murphy está muito bem. Tanto na parte física – ele está com 63 anos, e continua com a mesma cara! Só pra um efeito de comparação: Judge Reinhold é quatro anos mais velho, e está muito mais acabado! Mas, além de estar bem fisicamente, Murphy ainda é muito carismático e carrega facilmente o filme nas costas. Agora, algumas piadas ficaram datadas. Se quarenta anos atrás a gente ria com afeminado Serge interpretado por Bronson Pinchot, hoje em dia isso não tem mais nenhuma graça.

A direção é do estreante Mark Molloy, o que é curioso porque as outras duas continuações traziam nomes consagrados (Tony Scott e John Landis). Acredito que deve ser estratégia pra ser um filme com “cara de produtor”.

(Aliás, descobri que o terceiro filme é odiado por quase todos, inclusive pelo próprio Eddie Murphy. O roteiro brinca com isso. Quando Joseph Gordon-Levitt analisa os outros três casos de Axel em Beverly Hills, ele menciona que o terceiro “não foi seu melhor momento”, uma clara referência ao Tira da Pesada 3.)

Agora, se tenho um grande elogio é à trilha sonora. Não estou falando da ideia óbvia de usar músicas do primeiro filme – assim como Top Gun Maverick abre com a mesma música do primeiro Top Gun, este quarto filme abre com The Heat is On, do primeiro. Na verdade estou falando do icônico tema instrumental do Harold Faltermeyer (que toda uma geração conhece como “Crazy Frog”), que aqui aparece adaptado em várias versões. O trabalho feito em cima do conhecido tema ficou muito bom.

No elenco, vários atores que já estiveram nos outros filmes, como os já citados Judge Reinhold e Bronson Pinchot, e também John Ashton e Paul Reiser (que estavam nos dois primeiros filmes). De novidade, Taylour Paige, Joseph Gordon-Levitt e Kevin Bacon, além de pontas de Luis Guzmán e Christopher McDonald.

Resumindo: mais do mesmo. O que pode ser bom dependendo de quem for ver o filme.

Roubo nas Alturas

Crítica – Roubo nas Alturas

Filme novo com Ben Stiller, Eddie Murphy e Mathew Brodderick? Ok, vamos ver qualé.

Quando funcionários de um prédio de luxo de Nova York descobrem que caíram em um golpe, aplicado pelo rico morador da cobertura, eles resolvem se unir para tentar roubá-lo e recuperar o dinheiro perdido.

Roubo nas Alturas (Tower Heist, no original) é um daqueles filmes onde um bom elenco sustenta uma trama divertida e improvável. O plano do assalto tem algumas situações meio forçadas, mas o filme não deixa de ser interessante por isso.

O melhor de Roubo nas Alturas é sem dúvida o elenco. Eddie Murphy está bem diferente do “estilo Norbit” – onde ele faz vários papeis em uma comédia com humor de gosto duvidoso. Aqui, Murphy tem um papel secundário, e seu personagem lembra os bons tempos de comédias policiais, como Um Tira da Pesada. Gosto do Ben Stiller, ele não é um grande ator, mas sabe muito bem escolher os seus projetos, tanto como ator, quanto como diretor (tipo Trovão Tropical). E sou fã de Mathew Brodderick – pô, o cara é o Ferris Bueller! Brodderick tem um papel menor aqui, e mesmo assim é uma das melhores coisas do filme. E os três não estão sozinhos, o elenco ainda conta com outros bons nomes como Téa Leoni, Alan Alda, Casey Affleck, Michael Peña e Gabourey Sidibe.

A direção ficou a cargo de Brett Ratner, profissional competente mas sem muita personalidade – o cara dirigiu A Hora do Rush, Dragão Vermelho, X-Men 3… Como o filme é construído em cima do bom elenco, Ratner só tem que ficar quieto e não atrapalhar. E a parte técnica segue a mesma filosofia de não atrapalhar o trabalho dos atores – tudo certinho, tudo até meio previsível. Gostei das locações, com algumas belas paisagens de Nova York.

Roubo nas Alturas não vai virar o filme preferido de ninguém. Mas pode ser uma boa diversão, se você estiver no clima certo.

.

.

Se você gostou de Roubo nas Alturas, o Blog do Heu recomenda:
Tiras em Apuros
Trovão Tropical
Red
Assalto em Dose Dupla

Norbit

norbit-poster021

Norbit

Acho injustiça vir aqui falar mal de um filme como Norbit. Afinal, qualquer um com um mínimo de bom senso sabe exatamente o que vai ver quando assiste um filme como esse. Alguém espera algo a mais do que uma ou outra piada razoável no meio de um monte de piadas bobas, tudo isso num roteiro pra lá de previsível?

E é exatamente isso. Um bom momento aqui, uma boa piada acolá. E só.

Norbit é um garoto feio, criado num orfanato. Ainda criança, Rasputia, uma menina “grande”, o escolhe como namorado. Já adultos, se casam, e Rasputia e seus irmãos (todos grandes) fazem da vida de Norbit um inferno. Até que uma amiguinha de infância reaparece na sua vida…

O que mais me incomodou, mais do que as piadas sem graça, foi o roteiro, previsível ao extremo. Conseguimos adivinhar quase todas as próximas situações! Bem, quem vê um filme desses não quer roteiros com grandes reviravoltas, né?

Uma das graças do filme é o ator Eddie Murphy interpretando 3 papéis: Norbit, Rasputia e Wong, o dono do orfanato. Isso não é novidade, desde os anos 80 Murphy faz essas coisas – lembro dele, ao lado do Arsenio Hall, fazendo vários papéis cada um em Um Príncipe em Nova York.

E isso funciona? Bem, às vezes fica engraçado. Mas, de um modo geral, é caricato demais…

Aliás, isso rendeu ao filme 3 prêmios Framboesa de Ouro: pior ator, pior ator coadjuvante e pior atriz coadjuvante, todos para Murphy! Ele ainda foi indicado a pior dupla (Murphy & Murphy), além de pior filme, pior diretor, pior roteiro e pior ator (Cuba Gooding Jr).

Bem, se você quiser deixar o cérebro de lado, pode até se divertir…