Hereditário

HereditarioCrítica – Hereditário

Sinopse (imdb): Depois que a matriarca da família morre, uma família em luto é assombrada por acontecimentos trágicos e perturbadores, e começa a desvendar segredos obscuros.

Alguém aí gosta de terror sério?

Mais uma vez, a produtora A24 (A Bruxa, Ao Cair da Noite) nos traz um filme de “pós terror”: Hereditário (Hereditary, no original).

(Não gosto muito de rótulos, mas estou pensando em adotar este “pós terror”, que acho que surgiu com It Follows e Babadook. Serve para diferenciar o estilo do terror, são filmes lentos, sérios e sem jump scares – bem diferente do “terror montanha russa” do James Wan – que, diga-se de passagem, também sou fã).

Escrito e dirigido pelo estreante em longas Ari Aster, Hereditário vai por este caminho. Um filme lento e desconfortável, que deixa o espectador angustiado quando acaba a sessão.

Algumas cenas são simplesmente geniais. A cena do acidente é primorosa, capaz de embrulhar o estômago do espectador sem mostrar quase nada. E Aster sabe muito bem explorar as maquetes e miniaturas que a personagem de Toni Collette faz.

Parágrafo à parte para falar da Toni Collette. Que interpretação! Arrisco a dizer que ela ganhará uma indicação ao Oscar por este papel, tem até um “clipe de Oscar” pronto na cena do jantar – lembrando que Kathy Bates levou o Oscar por um filme de terror, Louca Obsessão. Alex Wolff (que estava no novo Jumanji) também está muito bem – a cena do acidente tem um longo close em seu rosto. Também no elenco, Gabriel Byrne e Milly Shapiro.

Assim como aconteceu com A Bruxa dois anos atrás, vai ter gente insatisfeita, reclamando ao fim da sessão. Mas, para quem souber apreciar, temos aqui um dos melhores filmes do ano.

Os 33

os 33Crítica – Os 33

Os 33 conta a história baseada no acidente real na mina San Jose, em 2010, no Chile, que prendeu 33 mineiros a 700 metros abaixo da terra.

Dirigido pela mexicana Patricia Riggen, Os 33 (The 33, no original) conta a história dos mineiros presos na mina chilena, 5 anos atrás. Se por um lado é bem interessante vermos um caso que realmente aconteceu, por outro isso enfraquece o filme, afinal já sabemos a conclusão da história.

A estrutura lembra os filmes catástrofe: um grande acidente acontece e acompanhamos os sobreviventes e seus percalços. E aqui talvez fosse melhor Os 33 ser um filme apenas inspirado em fatos reais, sem precisar se prender no que realmente aconteceu. Vou comentar no próximo parágrafo, mas antes, aviso de spoilers para quem não se lembra da história.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Um bom filme catástrofe tem que ter gente morrendo ao longo da trama. Mas aqui a gente sabe que todos os 33 mineiros sobreviveram, então metade da graça foi embora…

FIM DOS SPOILERS!

No elenco, uma boa notícia para o público brasileiro: Rodrigo Santoro tem um dos principais papéis. Ok, o protagonista é o Antonio Banderas, mas Santoro tem um papel quase tão importante. Ambos estão muito bem, por outro lado, quem não está bem é Juliette Binoche, que não convence como chilena. Ainda no elenco, Lou Diamond Philips, Bob Gunton e Gabriel Byrne.

Os 33 é um pouco longo demais, talvez fosse melhor enxugar um pouco das duas horas de duração – algumas cenas são desnecessárias, como aquele momento dramático com a mulher cantando à noite. Mesmo assim, ainda é um bom filme.