Sinopse (Disney+): Em uma noite escura e sombria, uma cabala de monstros emerge das sombras e se reúne no templo de Bloodstone após a sua morte. Em um estranho e macabro memorial à vida de seu líder, os participantes são lançados em uma misteriosa e mortal competição por uma poderosa relíquia – uma caçada que acabará por colocá-los cara a cara com um monstro perigoso.
Recebi uma mensagem de um amigo sobre um novo Marvel, fui ver direto sem ler absolutamente nada do que se tratava. Olha, que surpresa boa!
Inicialmente achei que seria o primeiro episódio de uma nova série – caramba, tem muita coisa pra ver, estou acompanhando Andor, She-Hulk, Anéis de Poder, estou atrasado com House of the Dragon, acabou de estrear O Clube da Meia Noite, e ainda me recomendaram Dahmer. E ainda preciso ver filmes pra produzir conteúdo pro site! Precisamos de uma nova greve de roteiristas…
Mas, não, Lobisomem na Noite não é uma nova série, é um especial de Halloween. Um filme média metragem, de 54 minutos, que, a princípio, não terá continuação. Taí, gostei da proposta. Só achei um pouco cedo pra Halloween, será que não seria melhor mais perto do fim do mês?
Antes de tudo, preciso falar que Lobisomem na Noite não tem NADA de super heróis. Ok, algum leitor das HQs pode até dizer “mas o personagem tal aparece no gibi” – mas, pra mim, o que vale é o que está na tela, tanto nos filmes quanto nas séries. E nada aqui se conecta a nenhum dos filmes ou séries. Se vai se conectar no futuro? Provavelmente. Mas, por enquanto é algo independente.
Lobisomem na Noite (Werewolf by Night, no original) é uma grande homenagem a filmes clássicos de terror, como Drácula, Frankenstein, A Múmia, etc. Reconheço que não sou um grande conhecedor dessa fase, mas a gente pode sentir o clima. Não só o fato de ser em preto e branco, como os enquadramentos, cenários, trilha sonora, tudo lembra filmes daquela época. Tem até aquelas “marcas de cigarro”, aquelas bolas pretas que aparecem no canto da tela pra avisar pro projecionista que é a hora de trocar de projetor (se você é novo, talvez nunca tenha visto isso, mas até os anos 80 ou 90 era bem comum, tinha em todos os filmes que passavam no cinema).
Quando vi, desconfiei de uma coisa que confirmei depois no imdb: aproveitaram o P&B para “esconder” o sangue. Tem algumas cenas bem violentas, com muito sangue jorrando, mas vemos muito pouco porque o sangue não é vermelho.
Quando acabou o filme, uma agradável surpresa. A direção é de Michael Giacchino, ele mesmo, o compositor das trilhas sonoras de metade dos blockbusters que a gente viu nos últimos anos – só este ano, ele fez Batman, Jurassic World, Lightyear e Thor. O cara que já mostrou que é um grande compositor, ele já tinha trabalhado em trilhas que originalmente eram de outros compositores – tipo quando fez as trilhas dos Jurassic World (que nos filmes anteriores eram do John Williams) ou dos novos Star Trek (trabalhando em cima da trilha original de Jerry Goldsmith). Como diretor, ao fazer uma homenagem aos clássicos do terror, gostei de ver que ele mostra o mesmo carinho que ele tem para trabalhar em cima de outras trilhas. Já quero ver mais filmes dirigidos por ele!
Tenho uma crítica com relação ao nome. O filme se chama “Lobisomem na noite”. E tratam isso como se fosse um grande mistério a ser revelado num plot twist. Ora, se você vai ver um filme chamado “Lobisomem”, você sabe que o personagem central vai virar lobisomem! Que plot twist fajuto!
Mas não reclamo porque adorei a transformação. Vemos o olhar de medo da outra personagem, enquanto vemos suas sombras se transformando. Ficou muito bom!
Outra coisa que achei bem legal: a vinheta da Marvel foi alterada. Começa normal, mas aí é como se uma garra de lobisomem rasgasse (me lembrou o poster de Um Grito de Horror), aí fica preto e branco e o tom muda para menor. Muito legal!
No elenco, Gael Garcia Bernal e Laura Donnelly são os principais. Se este filme se conectar ao MCU, deve ser com um deles (ou ambos).
No fim, fica a sensação de que poderia ter sido um longa. Gostei do clima, gostei dos personagens, pena que acabou rápido. Pelo menos é melhor do que uma série longa.