O Último Grande Herói

O Último Grande Herói

Sinopse (imdb): Com a ajuda de um bilhete mágico, um jovem fã de cinema é transportado para o mundo fictício de seu personagem de ação favorito.

Hora de revisitar O Último Grande Herói, de 1993!

Antes de entrar no filme, vamos a uma contextualização. Na época, Arnold Schwarzenegger era um dos maiores nomes do cinema de ação, com uma sólida carreira construída desde o início dos anos 80, com uma vasta filmografia que começou com dois filmes do Conan (em 1982 e 84), e decolou a partir de Exterminador do Futuro (84). Nos anos seguintes ele estrelou filmes como Comando Para Matar (85), Jogo Bruto (86), O Predador (87), O Sobrevivente (87), Inferno Vermelho (88), O Vingador do Futuro (90) e O Exterminador do Futuro 2 (91), além de duas comédias, Irmãos Gêmeos (88) e Um Tira no Jardim de Infância (90). Com um currículo desses, Schwarzza era o cara perfeito para estrelar uma paródia de filmes de ação.

Dirigido por John McTiernan, que antes tinha feito O Predador (87), Duro de Matar (88) e Caçada ao Outubro Vermelho (90), O Último Grande Herói (Last Action Hero, no original) consegue ser um eficiente filme de ação e, ao mesmo tempo, uma comédia satirizando os filmes de ação – tudo isso dentro de uma bem sacada metalinguagem. Todos os clichês usados pelos filmes do estilo são usados aqui, mas desta vez sob o ponto de vista da paródia.

Uma das coisas que mais gosto em O Último Grande Herói são as referências. São muitas! Schwarzenegger brincando com “I’ll be back!”; cameos da Sharon Stone de Instinto Selvagem e do Robert Patrick de Exterminador do Futuro 2 na delegacia; um policial fala que está a dois dias de se aposentar como o Roger Murtaugh de Duro de Matar; uma sequência de Hamlet do Laurence Olivier e uma citação à sua participação em Fúria de Titãs; props fabricados pela Acme; o garoto falando pro F Murray Abraham que ele tinha matado Mozart (referência a Amadeus); e, o meu favorito: o poster de Exterminador do Futuro com o Stallone! Além disso, a parte final tem cameos de James Belushi, (que estava em Inferno Vermelho), Little Richard, Jean-Claude Van Damme, Chevy Chase e MC Hammer, entre outros.

Mas o filme não é feito só de referências. As sequências de ação são muito boas, tanto as que se passam dentro do filme quanto as que se passam fora. E contrastar Los Angeles de dia e com sol com Nova York à noite e com chuva foi uma boa sacada visual.

A trilha sonora é muito boa. O próprio Schwarzenegger convidou o AC/DC pra compor uma música pro filme, e ainda tem canções de Aerosmith, Alice in Chains, Megadeth, Def Leppard, entre outros.

No elenco, Arnold Schwarzenegger está muito à vontade fazendo uma paródia de si mesmo. Já o garoto Austin O’Brien às vezes cansa um pouco, de repente poderiam ter diminuído um pouco sua participação. Também no elenco, F. Murray Abraham, Charles Dance, Anthony Quinn, Frank McRae e Mercedes Ruehl. Foi a estreia de Bridgette Wilson e Angie Everhart; e ainda tem uma participação de Ian McKellen como a Morte e outra da Tina Turner como a Prefeita. Ah, e a voz do policial gato é do Danny De Vito.

A produção do filme teve problemas e as filmagens atrasaram. Mas o estúdio se recusou a adiar o lançamento, e acabou que a estreia foi corrida – segundo o imdb, as filmagens foram até a semana da estreia! Não sei se por isso, ou porque o público esperava algo mais “sério”, ou por causa da concorrência (Jurassic Park estreou uma semana depois), o fato é que a bilheteria de O Último Grande Herói não foi boa, o que é uma pena.

Minions 2: A Origem de Gru

Crítica – Minions 2: A Origem de Gru

Sinopse (imdb): A história não contada do sonho de uma criança de doze anos de se tornar o maior supervilão do mundo.

Mais um filme da franquia Meu Malvado Favorito. O filme estava previsto para 2020, mas por causa da covid foi adiado várias vezes e, quando finalmente estreou, pelo menos para mim, preciso admitir que a expectativa era zero. É uma boa franquia, os filmes são divertidos, mas sei lá por que, não estava empolgado.

E isso foi bom, porque me diverti muito na sessão! O filme é muito engraçado, e tem umas piadas geniais.

Desde o primeiro filme da franquia, os minions são as coisas mais engraçadas e protagonistas das melhores piadas. Aqui acontece o mesmo. Mesmo quando estão ao fundo, fora da cena, são várias piadas boas, tipo quando um pega fogo e outro fica aquecendo as mãos. E, sem entrar em spoilers, mas tem uma cena envolvendo ovos que me fez gargalhar alto no cinema!

Apesar do nome, este novo filme é mais um prequel do que uma continuação do primeiro Minions, afinal o Gru criança é o protagonista. O nome deveria ser “Meu Malvado Favorito Zero – A Origem de Gru”.

A qualidade da imagem é impressionante, não deixa nada a dever para os gigantes Pixar ou Disney. Mas o que mais chama a atenção é a ambientação nos anos 70, tanto na parte visual como na excelente trilha sonora.

A sessão foi dublada, Leandro Hassum continua fazendo um bom trabalho como Gru. Mas quando li quem eram as vozes originais dos vilões secundários, deu vontade de rever legendado: Jean Claude Van Damme, Dolph Lundgren, Lucy Lawless e Danny Trejo! E ainda tem Alan Arkin e Michelle Yeoh, além da volta de Steve Carell, Julie Andrews e Russell Brand. Excelente elenco, que a gente não vai aproveitar aqui no Brasil. Bem, pelo menos a dublagem é boa.

Longe da pretensão de um filme da Pixar, Minions 2: A Origem de Gru é uma genuína diversão leve.

Os Mercenários 2

Os Mercenários 2

A continuação do divertido Os Mercenários!

Barney Ross (Sylvester Stallone) tem uma tarefa teoricamente fácil para o seu grupo de mercenários. Mas algo dá errado no meio do caminho, e agora ele e seu time querem vingança.

Os Mercenários 2 é muito bom, tão bom quanto o primeiro (talvez até melhor). E por um motivo simples: em momento algum o filme se leva a sério. O filme é muito violento, mas as gargalhadas correm soltas ao longo da projeção.

A violência gráfica é grande. Morre muita gente, rola muito sangue – algumas cenas têm requintes de crueldade como cabeças explodindo por causa de tiros de grosso calibre. Mas mesmo assim o filme não é pesado. Os diálogos divertidos são abundantes, são muitas as piadas com referências aos filmes antigos dos atores principais. É quase uma comédia de humor negro…

Desta vez, o protagonista / idealizador do projeto, Sylvester Stallone passou o cargo de diretor para Simon West (Con Air, Lara Croft, Assassino A Preço Fixo). Foi bom, Stallone pode se dedicar ao que ele sabe fazer melhor. E todos os fãs de filmes de ação dos anos 80 conseguiram finalmente ver algo há muito almejado: Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis, lado a lado, empunhando armas pesadas em uma cena de ação!

Como era de se esperar, o elenco é o maior destaque. Do primeiro filme, não temos nem Eric Roberts, nem Mickey Rourke. Repetem seus papeis Jason Statham, Dolph Lundgren, Jet Li (num papel reduzido, ele devia ter outro compromisso na época da filmagem), Terry Crews e Randy Couture. Também estão de volta Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger, desta vez entrando na ação (no primeiro filme, eles só participam de uma cena “bem comportada”, só com diálogos). As boas novidades são Jean-Claude Van Damme e Chuck Norris, ambos muito bem em seus papéis caricatos. Ainda no elenco, Liam Hemsworth (irmão de Chris Hemsworth, o Thor), Scott Adkins e Nan Yu – uma mulher oriental que entra na briga.

Um parágrafo a parte para falar do Chuck Norris. Nasci em 1971, vi muitos filmes de ação nos anos 80. Se Stallone e Schwarzenegger faziam filmes de “primeira linha”; e Steven Seagal e Van Damme eram “segunda linha”; Chuck Norris era terceira (ou quarta, ou quinta)… Lembro de ter visto nos cinemas Comando Delta e alguns da série Braddock, o Super Comando; lembro que a primeira vez na minha vida que tive consciência de que estava vendo um filme muito ruim no cinema foi quando vi Invasão USA. Gente, Chuck Norris nunca tinha feito um filme bom! Mas parece que a nova geração não sabe disso, já que foi criado um “mito Chuck Norris” na internet. Acho que essa nova geração nunca viu nenhum filme de Norris e não tem noção de como eram ruins. Digo tudo isso para afirmar que Os Mercenários 2 foi a primeira vez na minha vida que fiquei ansioso pela participação de Norris em um filme – mas não pelo seu currículo como ator, e sim por causa do mito criado pela internet.

E posso dizer que Norris não decepcionou. O mesmo podemos afirmar sobre Van Damme, que ainda consegue dar o “chute helicóptero” apesar de ter quase 52 anos de idade. E olha que ainda tem a cena com o trio Stallone, Willis e Schwarza. Como diria Barney Stinson, “legen – wait for it – dary”!

Bem, nem tudo funciona perfeitamente. O roteiro de Richard Wenk e do próprio Stallone tem suas fraquezas. Como são vários grandalhões fortemente armados, o grupo fica sem identidades individuais – por exemplo, os papeis de Crews e Couture ficaram redundantes, um dos dois poderia ter sido cortado sem prejuízo para o filme. Isso porque não estou falando de algumas coisas muito caricatas como o vilão de óculos escuros dentro da mina…

Pelo menos o roteiro traz um monte de piadas para os fãs dos filmes de ação dos anos 80 (acredito que seja o principal público alvo do filme). É um tal de “I’ll be back” pra cá, “Yippie-ki-yay” pra lá, citação a Rambo, a Lone Wolf… É o outro destaque do filme.

Agora a gente fica torcendo por um terceiro filme e imaginando o elenco. Steven Seagal? Wesley Snipes? Jackie Chan? Dwayne Johnson?

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Se você gostou de Os Mercenários 2, o Blog do Heu recomenda:
Tropa de Elite 2
Predadores
Batida Policial

Soldado Universal 3: Regeneração

Soldado Universal 3: Regeneração

Uma continuação do sci-fi de ação Soldado Universal, de 1992, em pleno 2010, com os dois atores do filme original? Bem, não deve ser bom. Mas vale ver qualé.

Terroristas ameaçam explodir Chernobyl e para resolver isso, o projeto soldado universal é retomado. Mas ao lado dos terroristas existe uma nova geração de soldado universal, alterado geneticamente, uma versão melhorada em todos os aspectos.

Por que heu disse lá no primeiro parágrafo que o filme não deveria ser bom? Bem, o próprio conceito do filme original inviabiliza uma continuação destas. O soldado universal é um quase robô criado a partir de um soldado morto. Ora, como é que vão colocar o Jean-Claude Van Damme e o Dolph Lundgren 20 anos mais velhos nos mesmos papéis? Desde quando gente morta envelhece?

Isso sem contar com uma incoerência do roteiro. É apresentada uma nova geração de soldado universal, com o DNA manipulado, superior ao original em tudo. Se o novo soldado é tão melhor que o antigo, ele ganharia fácil qualquer combate… Mas parece que ele gosta mais de dar p$#@rrada nos outros do que seguir os seus objetivos – por mais de uma vez, ele perde tempo nos sopapos enquanto poderia resolver logo matando o adversário.

Vendo este filme, me pergunto por que o Van Damme não aceitou o convite para participar de Os Mercenários. Van Damme alegou que não gostou do roteiro. Mas, ora, o roteiro de Soldado Universal 3: Regeneração não é melhor que Os Mercenários

(Aliás, na minha humilde opinião, Os Mercenários é melhor que Soldado Universal 3: Regeneração, justamente por não se levar a sério.)

Mesmo assim, Soldado Universal 3: Regeneração, apesar de não ser nenhuma maravilha, não vai decepcionar os fãs do filme original. As lutas são bem coreografadas, Van Damme está em forma e ainda luta bem apesar da idade (ele faz 50 mês que vem), Dolph Lundgren pouco aparece e usa bem a sua canastrice, e Andrei ‘The Pitbull’ Arlovski, o novo soldado universal anabolizado, é bom para o que o papel pede – um cara grande, com cara de mau e que luta bem, afinal, ninguém pediu um ator aqui…