Rock Of Ages – O Filme

Crítica – Rock Of Ages

Um musical recheado de músicas de rock farofa dos anos 80 e 90, estrelado por Tom Cruise e dirigido por Adam Shankman, o mesmo de Hairspray? Pára tudo, preciso ver isso!

1987. Sherrie, uma menina do interior, vai até Los Angeles para tentar a carreira de cantora. Consegue um emprego de garçonete no famoso Bourbon Club, às vésperas do aguardado show de despedida da banda Arsenal, já que Stacee Jaxx, seu vocalista, está prestes a sair em carreira solo.

Rock Of Ages – O Filme não é perfeito. Comecemos pelo que não funcionou: os personagens são todos caricatos, e a história é clichê e previsível. Além disso, o filme é um pouco longo demais, com pouco mais de duas horas – algumas “gorduras” poderiam ter sido cortadas. Mesmo assim, apesar das falhas, achei o filme divertidíssimo. Forte candidato a um dos melhores lançamentos de 2012!

Assim como acontece com Hairspray, Rock Of Ages – O Filme é leve, divertido e super alto astral. A gente sai do cinema com vontade de procurar os velhos vinis de rock farofa, para ouvir e cantar tudo aquilo batendo cabeça!

Aviso logo: o formato é o “musical clássico” – a cena inicial do filme já deixa isso claro, quando Sherrie começa a cantar no ônibus e todos em volta resolvem cantar interagindo com ela. Tem gente que não curte esse estilo, entendo isso. Mas quem curte vai ouvir novos arranjos de um monte de músicas legais de artistas conhecidos como Bon Jovi, Poison, Journey, Guns’n’Roses, Whitesnake, Extreme, Twisted Sister, Foreigner, Def Leppard, REO Speedwagon, Starship, Scorpions, Joan Jett, Pat Benatar, entre outros. Mais: algumas músicas estão inteiras, outras estão em “mashups” – duas (ou mais) músicas misturadas como se fossem apenas uma. Não é todo dia que temos algo assim!

Aliás, boa notícia sobre a parte musical: os atores cantam! Se os dois que formam o casal principal, Julianne Hough e Diego Boneta, não são muito conhecidos e podem ter sido escalados por terem boa voz, o que dizer de Tom Cruise, Alec Baldwin, Malin Akerman, Catherine Zeta-Jones, Paul Giamatti e Russel Brand? Esses são atores, e alguns nunca tinham cantado antes em filmes. E aqui todos fazem um excelente trabalho. Quem diria que Tom Cruise teria voz para cantar Paradise City, do Guns?

Aliás, falando em Tom Cruise… Dois meses atrás fiz aqui um Top 10 de atores que envelheceram bem. O Top 10 já estava certo ao trazer Cruise em primeiro lugar, mas heu ainda não tinha visto Rock Of Ages. Aqui ele está ainda mais impressionante. Agora um cinquentão (fez 50 anos mês passado), Cruise passa o filme inteiro sem camisa e com um físico de dar inveja a muitos caras de trinta anos na cara. Só pra ter uma ideia: Alec Baldwin é apenas quatro anos mais velho que Tom Cruise. Vejam os dois no filme e me digam se são só quatro anos de diferença… Só tenho uma única crítica ao seu personagem: o achei muito parecido com o Axl Rose, acho que o seu Stacee Jaxx poderia misturar outros “bad boys” do rock.

O elenco está ótimo. Além dos já citados, o filme ainda conta com Bryan Cranston (que acho que é o único dos principais que não canta) e a cantora Mary J. Blige, além de pontas de músicos de bandas citadas no filme, como Nuno Bettencourt (Extreme), Sebastian Bach (Skid Row), Kevin Cronin (REO Speedwagon) e Debbie Gibson, além do Eli Roth (O Albergue) como o diretor do videoclipe. Só não gostei muito do papel de Mary J.Blige, era pra ser um papel bem menor, me pareceu que ela só teve mais tempo de tela por causa de sua poderosa voz.

Na minha humilde opinião, esta super valorização do personagem de Blige é uma das falhas do roteiro escrito por Justin Theroux, Chris D’Arienzo e Allan Loeb. Também achei forçada a cena com Alec Baldwin e Russel Brand (apesar da música ter ficado engraçadíssima!). Sei lá, de repente cortando esses lances, o filme teria meia hora a menos e seria mais ágil… Além disso, tem o lance dos personagens caricatos. Mas acho que isso foi de propósito, alguns personagens foram construídos para serem clichês: o “rockstar”, a “falsa puritana”, etc.

Apesar dos defeitos, Rock Of Ages – O Filme é delicioso, pelo menos para aqueles que viveram esta onda de “hair metal” dos anos 80 e 90. Se você curte um bom rock farofa, é um programa imperdível!

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Se Beber Não Case Parte II

Crítica – Se Beber Não Case Parte II

Vocês conhecem a expressão: “não se mexe em time que está ganhando”? Pois é o que acontece aqui. O diretor Todd Phillips fez quase uma refilmagem do seu Se Beber Não Case.

Vou repetir a sinopse que escrevi em setembro de 2009: “Quatro amigos vão para Las Vegas Tailândia para a despedida de solteiro o casamento de um deles. Só que, na manhã seguinte, quando acordam no meio de uma ressaca enorme, com um caos no quarto do hotel, descobrem que não se lembram de nada que aconteceu na noite anterior.”

O primeiro Se Beber Não Case foi um grande sucesso de crítica e de bilheteria. Personagens legais, atores com boa química, humor com um pé no politicamente incorreto e situações exageradas e divertidas foram a fórmula exata para uma das melhores comédias dos últimos anos. O problema é que a continuação segue exatamente a mesma fórmula! Tudo ficou meio previsível…

É tudo muito igual. No primeiro filme, são três amigos procurando o noivo. Agora, na continuação, o noivo é outro, mas são os mesmos três que passam o filme procurando. Alguns elementos foram trocados – sai o tigre, entra o macaco; sai o bebê, entra o velhinho. Mas é basicamente a mesma coisa.

A boa notícia é que quem curtiu o primeiro, provavelmente vai gostar desse. Se uma piada é boa, heu gosto de ouvir uma nova versão dela dois anos depois.

Heu admito que gosto de humor politicamente incorreto. Mas Se Beber Não Case Parte II pisa em um terreno perigoso: muitas piadas aqui são de mau gosto. O filme anda nessa linha tênue – como, por exemplo, Quem Vai Ficar Com Mary, dos irmãos Farrely. E, na minha humilde opinião, algumas das piadas passaram da linha da grosseria. Longe de mim defender o politicamente correto, mas algumas piadas foram over.

Sobre o elenco, só podemos elogiar. Bradley Cooper e Ed Helms estão bem, e Zach Galifianakis mostra mais uma vez que é o “esquisitão” perfeito do cinema atual. Ken Jeong ganha um destaque maior nesse filme, e ainda tem espaço pro sempre eficiente Paul Giamatti. Ah, sim, Mike Tyson faz uma participação especial lamentável.

(O macaquinho também merece ser citado, mas não sei se entra como “elenco”. Só sei que ele é responsável por alguns dos melhores momentos do filme.)

Se Beber Não Case Parte II mostra belas paisagens na Tailândia, e outras não tão belas assim no submundo de Bangkok. Foi uma boa opção, para sair das piadas óbvias de Las Vegas e seu lema “what happens in Vegas, stay in Vegas”.

Ainda não existe nada anunciado, mas não vou duvidar que em 2013 apareça uma teveirá parte. Onde será que eles vão, provavelmente na despedida de solteiro de Phil, personagem de Bradley Cooper?

p.s.: Bangkok não é bem retratada no filme. Será que o povo de lá se revoltou como alguns cariocas se revoltaram com Velozes e Furiosos 5?

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Duplicidade

Duplicidade

Sabe aqueles filmes onde nada é exatamente o que parece ser?

Ray Koval (Clive Owen) e Claire Stenwick (Julia Roberts) são ex agentes secretos que hoje trabalham com espionagem industrial. Envolvidos em uma grande disputa entre duas gigantes da área de cosméticos, eles resolvem tentar um golpe.

O início de Duplicidade é um pouco confuso. E, conforme o filme avança, tudo fica ainda mais confuso. Mas a boa notícia é que as pontas soltas são resolvidas no fim do filme. Méritos para o inteligente roteiro escrito por Tony Gilroy, também diretor do filme.

O elenco conta com a boa química entre o casal principal, que repete aqui a parceria de Closer – Perto Demais. Owen e Roberts estão ótimos como o casal instável e sempre desconfiado entre si. Além dos dois, ainda temos Paul Giamatti e Tom Wilkinson, como os executivos rivais.

Bom roteiro, bons atores, belas locações e uma trilha sonora interessante fazem de Duplicidade uma boa opção.

Mandando Bala

shoot-em-up

Mandando Bala

Podemos dizer do que se trata um filme apenas olhando o elenco? O que dizer de um filme estrelado pelos astros “sérios” Clive Owen, Paul Giamatti e Monica Belluci?

Bem, Mandando Bala (Shoot ‘Em Up) é um filme atípico na carreira dos três. Pra começar, é um dos filmes com mais mortes por tiro dos últimos anos!

Mas essa aparente incompatibilidade entre elenco e argumento não impede o filme de ser bom. Ao contrário: Paul Giamatti, exagerado na dose certa, imprime um ar genial ao vilão do filme.

Smith (Clive Owen) está num ponto de ônibus quando vê uma grávida sendo perseguida por um homem armado. Ele a salva, e descobre que são muitos tentando assassiná-la. Mas Smith é uma espécie de “ultimate bad ass” (como no filme Onde os fracos não têm vez, dos Coen), e mata TODOS. E esse é basicamente o argumento.

O que diferencia esse filme de um filme vagaba sobre tiroteios e assassinatos são os geniais e exagerados detalhes irônicos. Como por exemplo, no momento que os personagens de Owen e Bellucci estão transando e chegam vários assassinos – e o nosso amigo Smith mata todos eles – “sem tirar”!

Boa opção pra aqueles dias que estamos com vontade de deixar o cérebro de lado…