As Tartarugas Ninja (2014)

0-tmnt-posterCrítica – As Tartarugas Ninja (2014)

A nova versão das Tartarugas Ninja!

Em uma Nova York dominada pela gangue Clã do Pé, um diferente grupo de defensores da lei surge vindo dos esgotos: as Tartarugas Ninja!

As Tartarugas Ninja surgiram nos quadrinhos e tiveram três filmes entre 1990 e 93, um longa de animação em 2007, um seriado com atores em 97, e mais três séries de desenhos animados para a tv (87, 2003 e 2012). Não li os quadrinhos, nem vi os desenhos, minhas comparações serão com os filmes, ok?

Quando anunciaram um remake pelas mãos do Michael Bay, os fãs ficaram preocupados. E quando o novo visual das tartarugas foi divulgado, a preocupação aumentou – como assim, tartarugas com nariz?

Mas, o resultado nem ficou tão ruim. Bay ficou só na produção, sendo assim, As Tartarugas Ninja (Teenage Mutant Ninja Turtles, no original) não tem muitas explosões, e a câmera não é tão tremida. Além disso, o visual das tartarugas não é tão bom quanto o dos filmes dos anos 90, mas não incomoda tanto assim ver tartarugas que não têm cara de tartarugas.

Apesar de seus furos no roteiro, o filme dirigido por Jonathan Liebesman (Batalha de Los Angeles, Fúria de Titãs 2) é divertido, e as tartarugas proporcionam momentos bem engraçados, cheios de piadinhas com referências ao universo pop – Michelangelo cita Star Wars, Harry Potter, Batman e Superman, entre outros. E a cena do MC Mikey no elevador é sensacional!

O visual das tartarugas mudou para pior, acho que isso foi um consenso (vi até piada no 9Gag sobre isso). Mas, se antes parecia que a única diferença era a cor da máscara, agora pelo menos os quatro estão mais diferentes entre si, conhecemos melhor as personalidades de cada um. Além disso, o cgi é bem feito, e todos os quatro se movimentam bem.

(Ah, o rato, Mestre Splinter, era um muppet mal feito na versão antiga, este personagem ficou bem melhor.)

Claro, nem tudo funciona. O elenco “humano” é um dos pontos fracos. Enquanto Megan Fox atuando é um zero à esquerda, Will Arnett está particularmente irritante. William Fichtner está previsível e caricato (matar um capanga só pra ilustrar seu ponto foi exagero, não?), mas pelo menos atua bem. Agora, o vilãozão Shredder é a pior coisa do filme. Não só é um vilão bobo que não mete medo em ninguém, como a sua origem (que estava no filme de 90) foi ignorada. Ah, o Mestre Splinter é dublado por Tony Shalhoub e Johnny Knoxville faz a voz do Leonardo.

Sobre os furos no roteiro. Não vou falar spoilers, mas queria que alguém me explicasse o que parou a queda das tartarugas no fim do filme. Outra coisa: se o sangue da tartaruga era importante, por que os vilões deixaram uma para trás?

Mas, enfim, quem estiver com baixas expectativas vai se divertir.

Como consertar o novo filme das Tartarugas Ninjas

Como consertar o novo filme das Tartarugas Ninjas

O Homem Que Não Estava Lá

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O Homem Que Não Estava Lá

Acho que este era o único filme dos irmãos Coen que heu nunca tinha visto… Agora “completei a página do álbum de figurinhas!”

O barbeiro Ed Crane sabe que sua esposa o trai com o seu chefe, então resolve chantageá-lo para investir o dinheiro, mas o plano dá errado e as coisas saem do controle.

A fotografia do filme, em preto e branco, é muito bonita; e a reconstituição de época é muito bem feita. Os personagens também são muito bem construídos, assim como o desenvolvimento da trama – como aliás acontece sempre nos filmes dos irmãos Joel e Ethan Coen.

Aliás, por falar nisso, vale ressaltar o grande talento dos Coen em extrair ótimas performances de seus atores. Billy Bob Thornton encabeça um elenco cheio de atores legais, como Frances McDormand, James Gandolfini, Richard Jenkins, Tony Shalhoub, Michael Badalucco e uma Scarlett Johansson ainda adolescente.

Confesso que não gostei muito do fim do filme. Achei que a trama poderia ter se resolvido de maneira diferente.

Não é uma obra prima, mas definitivamente merece estar na prateleira ao lado dos outros filmes dos irmãos Coen.

Gattaca – A Experiência Genética

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Gattaca – A Experiência Genética

Quando se pensa em ficção científica, as primeiras coisas que vêm à mente são naves espaciais, armas laser, seres alienígenas e viagens intergaláticas, né? Mas às vezes aparecem histórias mostrando um futuro bem factível. Esse é o caso de Gattaca.

A história: a sociedade está dividida. Existem aqueles concebidos de maneira natural, sujeitos a problemas genéticos; e existem os que vieram de embriões manipulados em laboratório, mais fortes, mais bonitos, mais inteligentes e com menos risco de doença do que os “naturais”. Isso cria uma espécie de apartheid muito mais perigoso, afinal, é respaldado pela ciência. E, diferente de segregações raciais, sociais, sexuais ou por motivo religioso, desta vez existe uma razão: esses são realmente melhores do que aqueles!

Vincent Freeman (Ethan Hawke) foi concebido naturalmente. Ele sonha em viajar pelo espaço, mas este tipo de emprego é reservado àqueles selecionados geneticamente. Ele consegue então trocar de lugar com Jerome Morrow (Jude Law), que, apesar de concebido artificialmente, sofreu um acidente e ficou paraplégico. Ambos executam um complicado plano para conseguir o objetivo.

Cada vez que leio nos jornais notícias sobre genes e dna, me lembro desse filme, e acho que estamos chegando lá. Afinal, que pai ou mãe negaria ao seu futuro filho uma vida sem problemas hereditários? É só pegar os melhores genes de cada lado, e excluir os genes ruins… E o dia que a medicina chegar lá, a chance de acontecer esse apartheid é enorme!

(Aliás, não é coincidência o filme se chamar “Gattaca”, uma combinação com as letras “g”, “a”, “t” e “c”, as iniciais das bases hidrogenadas que formam o genoma. Assim como não é coincidência a escada caracol da casa de Jerome se parecer com uma espiral de dna…)

O filme foi escrito e dirigido por Andrew Niccol em 1997, e um ano depois Niccol ficou ainda mais conhecido por ter escrito o roteiro de O Show de Truman, aquele onde Jim Carrey vive num programa de tv mas não sabe disso.

Além de Hawke e Law, o elenco conta com Uma Thurman, Loren Dean, Elias Koteas, Alan Arkin, Tony Shalhoub e Ernest Borgnine.

Recomendado para aqueles que sabem que ficção científica não se reduz a E.T.s!.