Velozes e Furiosos 10

Crítica – Velozes e Furiosos 10

Sinopse (imdb): Dom Toretto e sua família são alvo do filho vingativo do traficante Hernan Reyes.

É complicado pra mim escrever um texto sobre um filme como o novo Velozes e Furiosos. Já tivemos outros dez filmes (não se esqueçam do spin off Hobbes & Shaw), e todo mundo já sabe o que virá no décimo primeiro filme da franquia. Quem curtiu os outros, vai se divertir com duas horas de “tiro porrada e bomba” bem filmados; quem não curtiu, vai passar longe dos cinemas. Então, num caso desses, qual é o papel do crítico? Bem, vou tentar levantar pontos positivos e negativos, apesar de não saber se isso vai significar alguma coisa na decisão do espectador.

Mas, antes de entrar no filme, preciso fazer uma crítica séria: assim como aconteceu com o recente Os Três Mosqueteiros, Velozes e Furiosos 10 não tem fim. Anunciaram que vão fazer uma trilogia que vai acabar no V&F12. Mas, essa informação não está no nome, nem no poster, nem ao menos no filme. De repente, o filme pára e sobem os créditos. Acho isso uma grande falta de respeito com o espectador.

Entrando no filme… Dirigido por Louis Leterrier (Carga Explosiva, O Incrível Hulk, Truque de Mestre), Velozes e Furiosos 10 (Fast X, no original) segue o mesmo estilo de “tiro porrada e bomba” e odes à importância da família. Isso tudo no meio de ótimas e inacreditáveis cenas de ação, e com um elenco de causar inveja.

As cenas de ação são muito mentirosas. Mas pra quem conhece a franquia, isso já era algo esperado. Cenas absurdas sempre aconteceram ao longo dos filmes. E o que importa aqui não é a veracidade das leis da física, e sim o quão bem filmada a cena é. E neste aspecto, Velozes e Furiosos 10 não vai decepcionar ninguém.

Agora, sobre o roteiro… Esse podia ter sido escrito com mais carinho. Vejo dois tipos de problema. O primeiro é o óbvio, que são os inúmeros furos de roteiro. Se heu fosse listar, o texto seria enooorme. Mas vou citar só um. Charlize Theron manja dos paranauês tecnológicos e coloca meia dúzia de guardas pra dormir. E fala “temos apenas 4 minutos”. E MUITA coisa acontece depois disso. E vou além: naquela super base não tinha nenhum guarda? Só aquela meia dúzia que estava no laboratório?

Mas esses furos são que nem as mentiras, coisas que a gente já sabe que vai encontrar. O outro tipo de problema me incomodou mais. A franquia cresceu e trouxe grandes nomes para o elenco. Mas tem aqueles personagens que já estavam antes, e ainda precisam de algo para fazer durante o filme, apesar de ser a parte do elenco que “ninguém se importa”. Aí rola uma trama paralela sem graça com os quatro personagens de menor star power, uma trama bem besta. Dá vontade de acelerar o filme pras outras partes onde tem quem realmente importa.

Outro problema. Paul Walker morreu. Mas seu personagem não morreu, segundo o histórico da franquia, ele foi seguir outra vida e se afastou. Mas, se o filme repete tanto o mantra da “família” e eles estão passando por problemas sérios, por que o personagem do Paul Walker é ignorado? Ninguém ao menos cita a sua existência ao longo do filme! Ok, a gente sabe que o ator não pode estar presente, mas o roteiro poderia ter ideias pra explicar isso.

Tem um outro problema, mas é mimimi meu. Parte do filme se passa no Rio de Janeiro, e temos uma nova personagem, brasileira. Por que chamaram a portuguesa Daniela Melchior para fazer a brasileira? Vejam bem, gosto da Daniela Melchior, ela fez um excelente trabalho em Esquadrão Suicida, mas, por que não chamar uma brasileira? Tem tantas boas atrizes por aqui!

(Ludmilla faz uma rápida participação, alguns poucos segundos. Não chega a atrapalhar.)

Tem uma coisa divertida para o público carioca, que é analisar a geografia da cidade. O local onde os carros de corrida se encontram parece o Arpoador. Até aí, ok, apesar de ser um local fechado para veículos, só pedestres têm acesso. Mas é curioso que depois é uma pista que não existe na Zona Sul – mas os prédios em volta continuam no mesmo cenário.

O elenco é fantástico. A franquia gera muito dinheiro. Existe um “clube do bilhão”, são 52 filmes que já alcançaram um bilhão de dólares na bilheteria, e dois dos V&F estão nessa lista – o V&F7 está em décimo primeiro lugar! Como todo esse potencial financeiro, claro que dá pra chamar elenco com grande star power. Não só temos vários astros do atual cinema de ação, como Vin Diesel, Jason Statham, John Cena, Jason Momoa e Dwayne Johnson, como ainda tem quatro atrizes ganhadoras do Oscar: Charlize Theron, Helen Mirren, Brie Larson e Rita Moreno. E todos os anteriores estão de volta: Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Sung Kang, Scott Eastwood e Joaquim de Almeida. Todos fazem o de sempre, o único destaque (positivo ou negativo) é Jason Momoa, que faz um vilão muito acima do tom. Teve gente que saiu da sessão de imprensa reclamando dele, mas heu achei ele caricato no ponto exato! Adorei o vilão com cara de desenho animado dos anos 90!

O filme é longo, duas horas e vinte e um minutos. Não, não precisava de tanto. Podia, por exemplo, cortar aquele núcleo dos atores sem star power. O filme ia ter meia hora a menos e ia ser bem melhor.

Tem uma cena pós créditos logo depois dos créditos principais. Se tem alguma lá no fim? Não sei. O cinema cortou os créditos no meio. Mas a assessoria disse que não tem nada depois. Se tiver, alguém me avisa?

Guardiões da Galáxia Vol. 3

Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

Sinopse (imdb): Ainda se recuperando da perda da Gamora, Peter Quill reúne sua equipe para defender o universo e um deles – uma missão que pode significar o fim dos Guardiões se não for bem-sucedida.

Normalmente evito expectativas, mas com esse Guardiões da Galáxia Vol. 3 era difícil por causa de seu diretor: James Gunn. Aos poucos, Gunn mostrou que ele é “o cara”: começou na Troma, e fez alguns filmes legais mas nada muito relevante. Aí foi pra Marvel e fez o primeiro Guardiões, e a gente tem que lembrar que era um projeto super arriscado: um grupo de alienígenas onde um deles era um guaxinim e outro era uma árvore, e que a gente sabia que no futuro iam se juntar aos Vingadores. E mesmo assim, Guardiões da Galáxia foi um dos melhores filmes do MCU. Mas, depois do segundo filme, rolou aquela parada da Disney fuçar tweets antigos do cara e ele foi demitido. A DC então o contratou pra “consertar” o Esquadrão Suicida, e o seu filme com o Esquadrão foi o melhor do DCEU. Agora, de volta à Marvel, como segurar a ansiedade?

E a boa notícia é que mesmo com expectativa alta, James Gunn nos trouxe o melhor filme da Marvel em um bom tempo. Um filme que te faz rir, te faz chorar, tem personagens muito bem construídos e ainda traz alguns cenários bem diferentes do óbvio. E além disso, um belo fechamento para a saga dos Guardiões.

Claro que o filme é muito engraçado. Guardiões sempre foi galhofa, e continua sendo – são vários os momentos hilários. Mas este terceiro filme traz a história que conta o triste passado do Rocket Racoon. Aqui a gente conhece o passado dele, e consegue entender por que ele não quer falar sobre isso. É um momento que, arrisco dizer, vai arrancar lágrimas dos espectadores. E vai ter muita gente que vai virar fã do Rocket depois do filme.

Aproveito pra falar dos personagens. Temos um rico time de personagens, e, coisa difícil num grupo tão numeroso – conhecemos características de todos eles! Peter Quill, Gamora, Rocket, Groot, Drax, Mantis, Nebula… Tem até espaço pra secundários como Kraglin e Cosmo! Ok, você pode argumentar que já vimos os personagens por alguns filmes, é verdade, tem mais tempo para conhecê-los. Mas, pensa só: já temos mais de dez Velozes e Furiosos, e mesmo assim tem alguns personagens do grupo que a gente não lembra nem do nome, muito menos da personalidade. Aqui não, conhecemos cada um, é como se fossem velhos amigos.

Além dos personagens, Guardiões da Galáxia Vol. 3 também tem um visual bem exótico. O filme aproveita que estamos no espaço e que nada precisa seguir uma lógica terrestre, e temos excentricidades como uma base espacial orgânica – com detalhes como pelos e uma camada de gordura debaixo da pele. E o interior dessa base parece uma mistura de Barbarella com A Fantástica Fábrica de Chocolates.

Falando em visual, preciso falar do plano sequência na cena do corredor. Ok, a gente sabe que é um plano sequência “fake” porque tem muita coisa digital no meio, mas mesmo assim vejo valor em quem consegue conceber uma cena como aquela, onde vemos todos em ação, cada um no seu estilo.

Como acontece nos outros filmes, temos algumas referências aos anos 80, como citações a Dirty Dancing e Robocop – e preciso falar que essa do Robocop estava me incomodando, porque o visual do vilão é muito parecido com o Robocop sem máscara.

(Outra daquelas coisas que “todo mundo fala”: a Gamora não entende o Groot, normal, aí ela fala “vocês estão inventando isso!” Gosto quando um filme se sacaneia!)

Falando das referências, preciso falar da trilha sonora. Antes o Peter Quill tinha um walkman, que foi quebrado. Aí ele ganhou um aparelho com centenas de músicas, e agora não estamos mais presos somente aos anos 80. E uma coisa bem legal que tinha nos filmes anteriores acontece de novo aqui: a letra da música que está tocando “conversa” com o roteiro. Um exemplo simples que é logo a primeira cena do filme: o Rocket sempre se sentiu excluído, e começamos ouvindo Creep, do Radiohead: “I wish I was special, but I’m a creep, I’m a weirdo”. Pena que boa parte do público brasileiro não vai captar essa sutileza.

O elenco é ótimo. Todos os atores dos outros filmes estão de volta: Chris Pratt, Karen Gillan, Zoe Saldana, Pom Klementieff, Dave Bautista, Bradley Cooper, Vin Diesel, Sean Gunn e Maria Bakalova – e ainda tem uma ponta do Michael Rooker. Ah, trabalhar com James Gunn deve ser bom. Vários atores que estavam no Esquadrão Suicida aparecem aqui: Chukwudi Iwuji, Nathan Fillion, Daniela Melchior e Jennifer Holland (Sylvester Stallone também estava em Esquadrão Suicida, mas ele já tinha aparecido numa cena pós créditos do Guardiões 2). Ainda no elenco, Linda Cardellini, Elizabeth Debicki e Will Poulter

O fim do filme traz um encerramento pra trilogia. Claro, sempre pode haver um novo filme, uma nova saga. Mas se acabar por aqui, foi um bom final.

Guardiões da Galáxia Especial de Festas

Crítica – Guardiões da Galáxia Especial de Festas

Sinopse (Disney+): Com a missão de tornar o Natal inesquecível para Quill, os Guardiões vão à Terra em busca do presente perfeito.

James Gunn é “o cara”. Se antes já era impressionante o fato dele ter saído da Troma (sua estreia foi o roteiro de Tromeu & Julieta) e chegar na Marvel, agora ele está ligado a projetos simultâneos na Marvel e na DC!

Guardiões da Galáxia Especial de Festas (The Guardians of the Galaxy Holiday Special, no original) é uma divertidíssima brincadeira. Gunn aproveitou as filmagens de Guardiões 3 e juntou o elenco para filmar um especial de natal, independente dos filmes, de pouco mais de quarenta minutos. Pretensão zero, diversão nota 10.

O filme segue uma ideia maluca (e coerente com tudo o que o diretor já tinha feito com os Guardiões): tirando Peter Quill, todos são alienígenas e não sabem o que é o Natal. Então Mantis e Drax resolvem vir até a Terra para trazer um presente para Quill: o Kevin Bacon! Sim, afinal rolou uma piada no primeiro ou segundo Guardiões onde Quill fala que Kevin Bacon foi um herói que salvou uma cidade com a dança.

Uma coisa bem legal dessa fase atual da Marvel é que cabem experimentações em formatos diferentes. Depois de uma sitcom de uma advogada Hulk e de um filme sério com homenagem ao Pantera Negra, agora tem espaço para uma bobagem divertida.

Em sua incursão pela DC, em Esquadrão Suicida e na série Peacemaker, James Gunn usou muita violência gráfica, mas aqui em Guardiões da Galáxia Especial de Festas o clima é família, mantendo a linha dos filmes dos Guardiões. Outra característica constante em seus filmes, a trilha sonora é importante, e a música de Natal que toca no início é sensacional. Não achei informações no imdb, mas desconfio que seja a banda Old 97’s caracterizada interpretando a música no filme.

O elenco é fantástico. Mesmo sendo uma produção simples, direto para o streaming, Guardiões da Galáxia Especial de Festas traz de volta quase todo o elenco dos filmes (só Zoe Saldana não está aqui). Os principais são Pom Klementieff e Dave Bautista (que estão ótimos em sua incursão pela Terra), e temos também Chris Pratt, Karen Gillan, Michael Rooker, Bradley Cooper, Vin Diesel e Sean Gunn. De novidade, Maria Bakalova faz a voz do cachorro Cosmo, ela deve estar no próximo filme. Claro, Kevin Bacon também tem uma grande participação, e sua esposa Kyra Sedgwick é quem fala ao telefone com ele.

Por fim, não me lembro de personagens da DC sendo citados no MCU. E aqui falam do Batman! Olha, se alguém for fazer um crossover Marvel x DC nos cinemas, acho que já temos a pessoa certa para tocar o projeto!

Eu Sou Groot

Crítica – Eu Sou Groot

Sinopse (imdb): Uma série de curtas-metragens estrelados por Groot e outros personagens novos e incomuns.

Heu sabia que ia ter uma série do Groot, mas não sabia de nada sobre ela. Aí, no grupo dos apoiadores do Podcrast, alguém avisou “estreou Groot”, e fui lá no Disney+ pra ver. Achei que ia ser como as outras séries da Marvel na plataforma, com episódios de 30 a 40 minutos, um por semana. Que nada, todos os episódios já estão lá, e são curtinhos, têm 5 minutos cada, e, na verdade são tipo 3 minutos e meio cada, por causa dos créditos.

Antes de comentar, uma crítica à plataforma Disney+: são 5 episódios, e estão soltos. Depois de ver todos, descobri que vi na ordem errada. Por que não colocar na ordem, como as outras séries da Marvel?

Os episódios são muito curtos. 3 minutos e meio cada, não sei se vale entrar em detalhes sobre cada episódio. O primeiro traz o Groot ainda ainda uma mudinha, num vaso que nem no fim do primeiro Guardiões da Galáxia, “contracenando” com um bonsai. Os quatro seguintes devem ter uma ordem, mas a Disney+ não me deixou saber qual é. Um deles traz Groot às voltas com crescimento das folhas no seu corpo, como se fosse cabelo; outro tem o Groot conhecendo seres bem menores (acho que foi o mais engraçado); outro tem o Groot criando um desenho como se estivesse no jardim de infância; por fim temos um episódio onde o Groot encontra um metamorfo que parece feito de água.

São episódios muito curtos, então não têm muito desenvolvimento. Mesmo assim, tem umas piadas muito boas – ri alto em alguns momentos. E a qualidade da animação é muito boa.

Deve ter easter eggs espalhados, mas não revi pra procurá-los. Mas sei de uma coisa: assim como nos longas, Vin Diesel faz a voz do Groot e Bradley Cooper faz a voz do Rocket Racoon, que aparece em um dos episódios.

É uma bobagem? Sim, é. Mas é uma bobagem divertidíssima! Em tempos com séries de capítulos de mais de duas horas, que venham mais séries curtinhas assim! 20 minutos dá pra ver a temporada inteira!

Thor: Amor e Trovão

Crítica – Thor: Amor e Trovão

Sinopse (imdb): A aposentadoria de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Valquíria, do Korg e da sua ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, como Poderoso Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.

E a Marvel continua desenvolvendo o seu cada vez mais complexo universo cinematográfico. A boa notícia aqui é que, se Doutor Fantástico precisava de pré requisitos (quem não viu a série Wandavision deve ter ficado um pouco perdido), este Thor: Amor e Trovão (Thor Love and Thunder, no original) funciona como filme solto – o que o espectador não lembra, aparece o Korg (interpretado pelo diretor Taika) contando.

A direção mais uma vez ficou nas mãos de Taika Waititi, o mesmo do anterior Thor Ragnarok. Taika tem uma pegada forte no humor, todos sabiam que este quarto filme do Thor seria mais uma comédia. Mas a comédia é intercalada por momentos sérios. A história tem algo de drama, temos alguns temas sérios, temos personagem de luto porque perdeu filho, temos personagem com câncer. Conversei com alguns críticos que não gostaram da mistura, mas, na minha humilde opinião, o filme tem um bom equilíbrio entre o drama e a comédia escrachada.

Falei humor escrachado, né? Assim como Ragnarok, Thor: Amor e Trovão é muito engraçado. Traz umas cenas hilárias com o Stormbreaker, o machado do Thor, com ciúmes do Mjolnir. E tem uns bodes que são o alívio cômico perfeito, e que protagonizam a melhor piada do ano no cinema até agora.

Uma coisa me intrigava, que era a Jane Foster como Thor. O roteiro explica o que aconteceu. Se é uma boa explicação, aí não sei. Achei forçada. Mas, pelo menos explica.

Sobre a trilha sonora, queria fazer uma crítica. A trilha sonora é do quase onipresente Michael Giacchino (só este ano, ele já esteve em Batman, Jurassic World e Lightyear), mas nenhum tema dele me chamou a atenção. O que chama a atenção são as músicas de hard rock usadas em algumas cenas impactantes. Todas são boas músicas, todas engrandecem a cena, mas… São QUATRO músicas do Guns’n’Roses! Ok, entendo usar o Guns, tem uma piada envolvendo um dos personagens, mas me pareceu um exagero. Taika não conhece outras bandas de rock? Rainbow in the Dark, do Dio, aparece só nos créditos…

O visual do filme é fantástico, como era de se esperar. Mas teve um detalhe que achei genial. Em um filme muito colorido, determinado momento o filme perde a cor. Fica quase tudo preto e branco, com exceção de alguns detalhes aqui e ali.

Temos um novo vilão, Gorr, o Carniceiro dos Deuses. É um bom vilão, com uma boa motivação, interpretado por um grande ator, Christian Bale (sim, o Batman). Mas, achei ele mal aproveitado, e não gostei do fim que deram a ele. Me pareceu uma oportunidade desperdiçada.

Já que falamos do Christian Bale, bora falar do elenco. Chris Hemsworth parece muito à vontade com o personagem, até perdi a conta de quantos filmes ele já fez como Thor. Temos a volta de Natalie Portman como Jane Foster e Tessa Thompson como Valquíria, mas ambas parecem estar no piloto automático – sorte que o filme não pede muito delas. O diretor Taika Waititi faz a voz do Korg, personagem que tem uma importância grande (afinal, é direção e roteiro dele, né?). Temos participação da galera dos Guardiões da Galáxia: Chris Pratt, Dave Bautista, Karen Gillan, Pom Klementieff e Sean Gunn, e as vozes de Vin Diesel e Bradley Cooper. Russel Crowe faz um Zeus engraçado. Matt Damon, Luke Hemsworth e Sam Neill estavam no Thor Ragnarok, como atores teatrais interpretando Loki, Thor e Odin. Aqui eles voltam, e também temos Melissa Macarthy como Hela. E Elsa Pataky, esposa do Chris Hemsworth, aparece muito rápido como a mulher loba.

Por fim, o tradicional da Marvel: duas cena pós créditos, uma com um gancho para uma provável continuação, outra com uma homenagem bonitinha.

Velozes e Furiosos 9

Crítica – Velozes e Furiosos 9

Velozes e Furiosos novo! Ninguém pediu, mas ninguém se importa!

Sinopse (filmeB): Dom Toretto está levando uma vida tranquila fora das pistas com Letty e seu filho, o pequeno Brian, mas sabem que a qualquer momento, isso pode mudar. Desta vez, uma ameaça forçará Dom a confrontar os pecados de seu passado e salvar aqueles que ele mais ama. Sua equipe se une contra uma trama mundial liderada por um assassino e motorista de alto desempenho: um homem que também é o irmão abandonado de Dom, Jakob.

Antes de tudo, preciso explicar a frase da introdução. na época do spin off Hobbes & Shaw a gente gravou um Podcrastinadores sobre a franquia, e durante a gravação a gente repetia diversas vezes “ninguém se importa”, porque a saga tem vários momentos onde tudo é feito de qualquer maneira, porque afinal, “ninguém se importa”. Foi uma gravação muito divertida, recomendo pra quem não ouviu!

Dito isso, preciso dizer que gosto da franquia – a partir do quarto filme. O primeiro Velozes e Furiosos é bom, mas é quase um plágio de Caçadores de Emoção. O segundo é fraco; o terceiro, pior ainda. Aí, no Velozes e Furiosos 4, abraçaram a galhofa, e os filmes passaram a ser absurdos e divertidos. São filmes de ação bem feitos, que nunca se levam a sério, e, principalmente, divertidos. E sempre lembro do lema da rede Luis Severiano Ribeiro: “cinema é a maior diversão”. Se sentei na poltrona do cinema e me diverti, tá valendo.

(Pra mim, Velozes e Furiosos é semelhante a 007 – bons filmes de ação, cheios de mentira e todos parecidos entre si. Mas isso é um assunto polêmico pra outro momento).

A direção está nas mãos de Justin Lin, que dirigiu o 3, o 4 e o 6, e que aqui entrega um filme tão absurdo e tão divertido quanto os últimos. Logo na parte inicial a gente tem uma sequência que mostra bem o tom do filme: uma perseguição que envolve carros, motos, helicópteros, artilharia pesada, e quando um carro vai passar por uma daquelas pontes suspensas, a ponte arrebenta e ele segue acelerando. Não faz sentido, mas… Ninguém se importa!

O novo vilão é o “irmão perdido” do Dominic Toretto. Por um lado isso é meio incoerente, porque um dos temas sempre repetidos na franquia é a importância da família – por que Dom não seguiria o próprio conselho? Bem, a justificativa dada pelo filme me convenceu. Mas, na verdade, o real motivo pra ter um irmão é porque Paul Walker faleceu, mas seu personagem não. Qual seria uma justificativa convincente pra trazer a Jordana Brewster de volta? Ora, o irmão sumido também é irmão dela. Assim ela tem motivo pra querer participar da aventura.

Agora, posso dizer que isso me convenceu, mas não dá pra dizer que o roteiro é bom. Nada faz muito sentido, eles precisam achar um artefato que está com um vilão malvadão, e tem um exército particular e também tem a Charlize Theron presa, e… É, nada faz muito sentido. Sorte que ninguém se importa!

Pelo menos as sequências de ação são bem feitas. A parte final, com os eletroímãs, é exagerada e também não faz muito sentido, mas é empolgante e muito bem filmada.

Preciso falar mal de duas coisas. A primeira é a duração do filme, são quase duas horas e meia, e tem umas partes cansativas no meio. Ok, entendo que a família é uma coisa importante, mas não precisa repetir tantas vezes, perdemos muito tempo nos dramas ligados ao tema.

A outra não sei se é spoiler, acho que não, porque está até no poster. Achei a volta do Han desnecessária. Nada contra o personagem, mas, na minha humilde opinião, se um personagem morreu, deixa ele morto. Sou contra essa ideia de ressuscitar personagens, porque acho que desvaloriza o fator morte. Han morreu no 3, mas ainda apareceu no 4 e no 5, que se passam antes do 3. E vamos combinar que a volta dele não era nada essencial para a trama, se ele não aparecesse, não só o filme não perdia nada como ainda seria um pouco mais curto.

Ah, sim, tem cena de carro no espaço. Absurdo, mas coerente com a saga. Quem reclamar disso tem que reclamar de todos os outros absurdos dos outros filmes.

Observações sobre o elenco. Vin Diesel, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster fazem o de sempre. Dwayne Johnson e Jason Statham não aparecem no filme, mas John Cena serve como o grandão da vez (não, ele não atua bem, apenas disse que ele serve pro papel). Charlize Theron está maravilhosa como sempre, apesar de pouco aproveitada aqui. Kurt Russell aparece pouco, Gal Gadot aparece menos ainda (aparentemente a cena dela é tirada de outro filme). O destaque é pra Hellen Mirren, maravilhosa, que aparece em uma única cena, e transforma essa em uma das melhores cenas do filme. Também no elenco, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Sung Kang e Thue Ersted Rasmussen

(Pra quem não sabe, Jordana Brewster é filha de uma brasileira, apesar de nunca ter feito nenhum filme aqui. Achei legal vê-la falando português em uma cena no fim do filme.)

Ah, tem uma cena durante os créditos, com gancho pro décimo filme. Claro que vai ter, né. Se vai ser bom? Ninguém se importa!

Bloodshot

Crítica – Bloodshot

Sinopse (imdb): Ray Garrison, um soldado morto, é re-animado com superpoderes.

Vin Diesel é um cara bom pra vender filmes de ação. Enquanto isso continuar acontecendo, vão encontrar novos projetos com ele. Mesmo que a qualidade seja questionável, o importante é que vai vender ingressos.

Assim como a franquia xXx – que foi ressuscitada recentemente só por ter o Vin Diesel como protagonista – Bloodshot (idem, no original) é um filme de ação genérico com um fortão carismático na linha de frente. É um bom filme? Não. Mas vai vender ingressos.

Dirigido por Dave Wilson, estreante na direção de longas, mas com algum currículo em efeitos especiais e videogames. Bloodshot é a adaptação dos quadrinhos homônimos pouco conhecidos da Valiant Comics, e também conta com Eiza González, Toby Kebbell, Lamorne Morris e Guy Pearce no elenco. O roteiro traz alguns plot twists bem colocados, e algumas cenas de ação têm um visual interessante, como a cena do túnel.

Enfim, como dito lá em cima, filme de ação genérico. Tem seu público alvo…

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Crítica – Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Falei aqui o texto sem spoilers. Mas tenho alguns comentários a mais. Bora pra um texto com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Vamos a alguns pontos:

– Genial a ideia de matar o Thanos logo no início do filme!

– Achei que 5 anos é muito tempo para o luto do planeta. Ok, entendo que todo mundo perdeu gente importante, e que um tempo de luto é necessário. Mas em 5 anos acho que boa parte das pessoas já teria seguido em frente. E isso causaria problemas para muitas famílias no fim do filme. Imagina uma pessoa que perdeu seu parceiro(a), e, depois de, sei lá, dois ou três anos, seguiu em frente e encontrou um novo par. Aí passa mais um tempo e o seu antigo cônjuge volta… Sei lá, acho que se fosse um ano, seria melhor para o roteiro do filme.

– Um ponto que tem gerado muitas discussões é a viagem no tempo. No cinema, estamos acostumados a dois formatos de viagem no tempo: De Volta para o Futuro, onde algo alterado no passado altera também o presente; ou Exterminador do Futuro, onde a linha temporal é imutável. Aqui a proposta é outra, viagem no tempo usando universos paralelos. Acho que esse foi o tema da maior parte das conversas nerds dos últimos dias…

– Rever alguns trechos icônicos de filmes sob outro ângulo foi um belo presente para os fãs!

– O Thor Lebowski é um excelente personagem!

– Claro que fiquei triste com a morte da Viúva Negra. Mas entendo a opção por ela no roteiro. E achei a morte do Homem de Ferro emocionante.

– Pra mim, o Capitão América voltou no tempo, entregou todas as jóias e o Mjolnir, e depois foi viver uma vida anônima com a Peggy Carter, pra envelhecer ao lado dela. Assim: ele nasceu lááá atrás, virou um super soldado, ficou 70 anos congelado, voltou, viveu uns 10 anos como super herói, e depois voltou pra viver uma vida normal – enquanto tinha outro dele congelado. De qualquer maneira, que fim bonito que ele teve!

– Não sei de onde veio o escudo que o Capitão entregou pro Falcão no fim do filme. O escudo dele quebrou na briga com o Thanos. Achei um furo de roteiro, mas nada grave.

Agora vamos aguardar o que vem por aí. In Marvel we trust!

Vingadores: Ultimato (sem spoilers)

Crítica – Vingadores: Ultimato

Sinopse (imdb): Depois dos eventos devastadores de Vingadores: Guerra Infinita (2018), o universo está em ruínas. Com a ajuda de aliados remanescentes, os Vingadores se reúnem novamente para desfazer as ações de Thanos e restaurar a ordem no universo.

E finalmente chega aos cinemas o fim de uma das mais impressionantes sagas cinematográficas da história!

Falei no texto sobre Vingadores Guerra Infinita, repito aqui. o plano da Marvel será estudado no futuro em escolas de marketing como um case de sucesso. E Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, no original) encerra este ciclo com chave de ouro.

Goste ou não do nicho “filme de super heróis”, é preciso tirar o chapéu. Não me lembro de outro caso onde um filme fecha de maneira tão brilhante uma saga tão longa e tão rica (foram vinte e dois filmes ao longo de onze anos). Vingadores: Ultimato demora um pouco pra engrenar, mas é porque se preocupa com cada um dos personagens principais. Outro detalhe bacana para quem acompanhou: ao longo da projeção, vários dos outros filmes são citados.

Mais uma vez dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (Capitão América Soldado Invernal, Guerra Civil e Vingadores Guerra Infinita), Vingadores: Ultimato é recheado de momentos memoráveis e emocionantes, e vai arrancar lágrimas dos espectadores mais envolvidos com o MCU. A esperada batalha final é sensacional!

Nem sei se preciso mencionar aqui, mas os efeitos especiais são absurdos. Efeitos de ponta não são exatamente uma novidade num filme deste porte. Alcançamos a perfeição?

O elenco é um absurdo. Não tem nenhuma novidade, todo mundo já esteve em outro(s) filme(s). Mas, convenhamos, não é todo dia que temos um filme com tanta gente relevante. Claro que temos Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Bradley Cooper, Don Cheadle, Paul Rudd, Brie Larson, Karen Gillan, Tessa Thompson, Gwyneth Paltrow e Josh Brolin. E claro que temos a volta de Tom Holland, Zoe Saldana, Evangeline Lilly, Chris Pratt, Samuel L. Jackson, Chadwick Boseman, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Danai Gurira, Dave Bautista, Benedict Wong, Pom Klementieff, Letitia Wright, Cobie Smulders e Vin Diesel. Agora, é muito legal ter coadjuvantes de luxo do porte de Tom Hiddleston, Rene Russo, Angela Bassett, Michael Douglas, William Hurt, Robert Redford, John Slattery, Tilda Swinton, Jon Favreau e Hayley Atwell. Digo mais: não é um filme qualquer que convoca Natalie Portman, Marisa Tomei e Michelle Pfeiffer para uma simples figuração!

Claro, tem participação do Stan Lee. A novidade é não ter cena pós créditos.

Vai ter gente falando que este não é o melhor dos vinte e dois filmes do MCU. Talvez não seja mesmo. Mas não imagino um encerramento mais bem construído que este. Vingadores: Ultimato é o final perfeito para uma saga impressionante.

Por fim, queria falar do trailer. Diferente da maioria dos trailers, que traz pontos chave dos filmes (tipo mostrar o Homem Aranha no trailer de Guerra Civil), o trailer oficial de Vingadores: Ultimato traz cenas de outros filmes, e não entrega absolutamente nada do que veremos. Mais uma vez, parabéns à Marvel!

Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

Vingadores Guerra Infinita 2Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

A crítica convencional está aqui. Este segundo texto é porque quero comentar coisas spoilerentas, e não quero estragar o programa de ninguém.

Então, vamos aos avisos de spoilers!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Em primeiro lugar, precisamos reconhecer que Vingadores: Guerra Infinita é um filme corajoso. Muito se fala da mania ruim de não se matar personagens em filmes de super heróis. Claro, o personagem tem que voltar para a(s) continuação(ões). Isso gera uma previsibilidade chata.

Felizmente Vingadores: Guerra Infinita tomou outro caminho. Logo na primeira cena, temos a morte de dois personagens importantes, Heimdal e Loki. Sou fã do Loki, e mesmo assim bato palmas pela decisão de sacrificar um personagem para a história seguir em frente.

Essas não são as únicas mortes de personagens importantes, ainda tem a Gamora e o Visão. Esses são eventos dentro da narrativa do filme.

E aí temos aquele fim que deixou os fãs com o coração na boca, com a morte de vários heróis. Sobre isso, tenho dois comentários, um passional, outro racional. O passional é que fiquei muito triste pelo Groot, meu personagem favorito.

Agora, analisando friamente, por todo o plano da Marvel nos últimos dez anos, a gente podia acreditar que isso podia ser pra renovar o elenco. Mas isso se tivessem morrido outros personagens! Já tivemos o Homem de Ferro em oito filmes, e o Capitão América e o Thor em seis cada um. Mas eles ficaram vivos, enquanto personagens mais recentes no MCU se foram – como Pantera Negra e Homem Aranha (três filmes) e Doutor Estranho (dois filmes).

Como mataram os personagens “errados”, isso é quase uma certeza que os personagens vão voltar – e aí questiono aquele “corajoso” que falei no início início do texto. Não vou falar mal antes de ver o filme novo, mas posso dizer que isso desanimou um pouco. Vingadores: Guerra Infinita continua excelente, um dos melhores filmes de super heróis de todos os tempos – mas tô com o pé atrás para a continuação. Espero ser surpreendido positivamente…

Ah, só mais um comentário: o Thor é “o cara”!