A Verdade Nua



A Verdade Nua

Nos anos 50, Lanny e Vince são uma dupla de atores, apresentadores de uma famosa “telethon” (uma maratona televisiva beneficente), que se separam após um incidente envolvendo uma jovem morta. Quinze anos depois, uma jornalista investiga o caso.

Escrito e dirigido por Atom Egoyan em 2005, A Verdade Nua (Where The Truth Lies, no original) tem uma interessante narrativa usando flashbacks. Mas, por outro lado, tem um grave problema ao não valorizar o mistério sobre o crime. O roteiro não soube aproveitar bem isso…

O filme vale pela inspirada atuação da dupla Kevin Bacon e Colin Firth, ambos muito bem – li em algum lugar que a inspiração para a dupla seria Jerry Lewis e Dean Martin. A atuação de Alison Lohman foi criticada na época do lançamento do filme, mas, na minha humilde opinião, ela está bem, o roteiro é que não ajuda.

Rola muito sexo, nudez e drogas, mas nada é gratuito, tudo está bem inserido na trama. Inclusive, o filme foi envolvido numa polêmica entre o diretor Egoyan e a censura norte-americana, que pedia cortes no filme. Mas uma das mais importantes cenas, um ménage entre Bacon, Firth e Rachel Blanchard, é essencial para a trama e não tinha como ser editada, só se fosse refilmada. Assim, o filme não escapou da temida classificação NC-17, o que atrapalhou bastante a sua distribuição.

Não é um filme essencial, mas pode ser uma opção para aqueles dias menos exigentes.

Gamer

Gamer

No futuro, um gênio da informática cria jogos de realidade virtual, usando pessoas de verdade com o cérebro modificado, para obedecerem como personagens de videogame. Prisioneiros condenados à morte são usados em um dos jogos, o popular e violento “Slayers”, um jogo onde quase todos morrem antes de chegar ao fim.

É o novo filme da dupla de diretores / roteiristas Mark Neveldine e Brian Taylor, os mesmos do primeiro Adrenalina. Sim, em alguns momentos, o filme segue a mesma velocidade absurda. Absurda, porém eficiente, como acontece em Adrenalina! Muitos tiros, muitas explosões e muitos cortes ágeis. Ah, sim, os cortes ágeis também estão no outro jogo, o que não tem tiros nem explosões, uma espécie de “second life” com gente real.

Um dos trunfos do filme é o seu ator principal, Gerard Butler. O cara está administrando bem a carreira, depois do sucesso conseguido ao fazer o Leônidas de 300. Ele alterna entre filmes mais “masculinos”, como esse Gamer ou RocknRolla; e filmes mais “femininos”, como A Verdade Nua e Crua e PS Eu Te Amo. Esse cara vai longe! Ainda no elenco, Amber Valletta, Michael C. Hall, Kyra Sedgwick, Logan Lerman e Alison Lohman.

Nem tudo funciona, algumas cenas ficaram meio sem sentido, como a dancinha à la Broadway do vilão. Mas, no fim, quem gosta do estilo não vai se decepcionar.

Arraste-me Para o Inferno

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Arraste-me Para o Inferno

Nos cinemas esta semana a seguinte frase está sendo ouvida: “Oba! Sam Raimi está de volta!” Mas… De volta de onde? Afinal, o cara fez os três filmes do Homem Aranha entre 2002 e 2007!

A resposta é: “Sam Raimi está de volta ao cinema de horror”!

A trama é simples: uma funcionária de um banco nega um empréstimo a uma velha cigana, que, então joga uma maldição em cima dela. Simples e eficiente, se estiver nas mãos certas.

E, felizmente, Arraste-me Para o Inferno está nas mãos certas. Sam Raimi hoje pode ser rico e famoso por causa da franquia Homem Aranha, mas todo fã de terror se lembra que ele é o criador de outra trilogia: Evil Dead.

Em 1981, Raimi sacudiu o mundo do cinema fantástico com o primeiro Evil Dead, um filme com pouco orçamento e muita criatividade que virou um clássico instantâneo. Este filme não foi lançado por aqui, mas, em 87, a continuação Evil Dead II chegou aos cinemas brasileiros com o nome Uma Noite Alucinante. Devido ao sucesso, o primeiro filme foi então lançado em vhs, com outro nome: A Morte do Demônio. Os dois filmes eram até bem parecidos, só que enquanto o primeiro era um filme de terror bem humorado, o segundo parecia uma comédia de humor negro. E, para fechar a trilogia, em 92 Raimi fez Evil Dead – Army of Darkness. Este foi mal lançado nos cinemas daqui, e até hoje não existe a edição nacional do dvd. Ah, sim, aqui ganhou o nome Uma Noite Alucinante 3, apesar de não existir Uma Noite Alucinante 2.

Por isso “Sam Raimi está de volta”. E em seu novo filme, ele mostra que não perdeu a mão. Com movimentos de câmera inteligentes, Raimi dá muitos sustos no espectador!

Temos tudo o que um filme de terror pede: personagens desagradáveis, objetos que se mexem misteriosamente, sombras assustadoras, insetos, muitos insetos, e algumas cenas gore de embrulhar o estômago. E, pra provar que “uma vez Sam Raimi, sempre Sam Raimi”, o clima do filme não é sisudo, como, por exemplo, O Orfanato – conseguimos até rir em alguns momentos!

Mesmo com o clima bem-humorado, o filme não cai na caricatura – felizmente. Mérito do diretor, que não fez uma paródia de si mesmo.

Alison Lohman, em seu primeiro filme de terror, sofre nas mãos de Raimi: engole moscas, mergulha na lama, jorra sangue pelo nariz, vermes são vomitados em sua boca, e por aí vai. E outro destaque no elenco é Lorna Raver, que faz a sinistra cigana.

A trilha sonora de Christopher Young, orquestrada, old school, também é muito boa. Aliás, é usado no filme um tema que Lalo Schifrin compôs para O Exorcista, de 1973, mas nunca tinha sido usada.

Para completar, sabe quando um filme de terror vai muito bem, mas no fim parece que alguém erra a mão e termina horrivelmente? Bem, pelo menos heu achei o fim deste aqui muito bem bolado.

Recomendo!