Imortais

Crítica – Imortais

Onze anos atrás, lembro do filme A Cela, que tinha um visual belíssimo mas era raso como um pires. O diretor Tarsem Singh agora está com filme novo – o que podemos esperar?

Secretamente escolhido por Zeus, Teseus precisa enfrentar o cruel rei Hyperion, que procura o Arco de Épiro para libertar os Titãs e assim se vingar dos deuses do Olimpo.

Imortais nem é ruim. Mas tampouco é bom. Parece uma versão requentada de 300 (coincidência ou não, dos mesmos produtores), mas com uma história mais fraca, e também mais bagunçada.

Parece que resolveram chutar o balde no que diz respeito à mitologia grega. Não sou um grande entendido no assunto, mas até onde sei, Teseu não era um camponês bastardo. E não gostei de terem avacalhado a história do Labirinto e do Minotauro. Cadê a Ariadne, aquela que entregou o fio pra guiar Teseu?

Outra coisa que ficou ruim foi o Olimpo, com deuses sem expressão e que parecem saídos de um programa tipo Malhação. Mais: não tenho nada contra Luke Evans, mas um garotão imberbe não pode ser Zeus – principalmente pra quem viu Laurence Olivier no mesmo papel (no Fúria de Titãs de 1981)!

A direção de arte é realmente o que o filme tem de melhor. Algumas das batalhas valem o ingresso – gostei ver os deuses brigando em câmera lenta. Os grandiosos cenários estilizados também são muito bem feitos.

O elenco é cheio de nomes “médios”. Henry Cavill tem potencial para se tornar uma grande estrela ano que vem – ele é o novo Super Homem (basta saber se o novo filme vai ser mais parecido com o fraco Superman Returns de 2006 ou com o ótimo Batman de Christopher Nolan). Mickey Rourke ainda está procurando o caminho para retomar sua carreira, seu vilão malvadão nem ficou ruim. Freida Pinto, de Quem Quer Ser um Milionário, está ok como Phaedra, mas me questiono se uma atriz indiana foi a melhor escolha para um papel grego. Ainda no elenco, John Hurt, Isabel Lucas e Stephen Dorf.

No fim, fica a dica: se você curte um visual caprichado, pode gostar de Imortais. Mas não espere muito mais do que isso.

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Se você gostou de Imortais, o Blog do Heu recomenda:
300
Fúria de Titãs (2010)
Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Planeta dos Macacos – A origem

Crítica – Planeta dos Macacos – A origem

Durante experimentos genéticos para achar a cura contra o mal de Alzheimer, um chimpanzé se torna muito inteligente, e lidera um grupo de macacos para a liberdade.

Planeta dos Macacos – A origem é muito bom. Diferente da fraca refilmagem dirigida por Tim Burton em 2001, o novo filme, dirigido pelo desconhecido Rupert Wyatt não vai decepcionar ninguém, seja fã da saga ou não.

Na verdade, Planeta dos Macacos – A origem não é uma refilmagem. A linha temporal se encaixa antes do primeiro filme, de 1968. Admito que não sou um expert na saga Planeta dos Macacos, mas deu pra sacar algumas citações, como a notícia de tv que mostra o foguete Icarus indo para Marte – Charlton Heston, protagonista do filme original, estaria naquele foguete!

Aliás, rolam várias coisas legais para os fãs, como Cesar montando um quebra cabeça da Estátua da Liberdade e trechos de dois filmes estrelados por Charlton Heston. Mais: o personagem de Tom Felton fala duas frases do filme original – “It’s a madhouse! It’s a madhouse!” e “Take your stinking paws off me you damn dirty ape!”. Isso sem falar nos nomes de vários personagens, homenagens ao primeiro filme.

Antes de falar dos atores, preciso falar do trabalho de Andy Serkis. Assim como fizera antes com o Gollum de O Senhor dos Aneis e com o King Kong do filme homônimo, aqui Serkis usa uma roupa de captura de movimento e dá vida ao macaco Cesar. O trabalho feito pela Weta (a mesma companhia de efeitos especiais dos dois filmes citados) é absurdamente bem feita. Cesar é digital, mas a gente acredita que ele está lá de verdade. E não é só isso – macacos não falam, então boa parte do filme se baseia em olhares e expressões faciais dos símios. Isso seria impossível com atores maquiados, assim como também seria impossível com a tecnologia de poucos anos atrás. Palmas aos técnicos da Weta, que fizeram um trabalho impressionante.

Agora falemos dos outros atores. James Franco lidera um bom elenco, que conta com Freida Pinto, John Lithgow, Brian Cox, Tom Felton e Tyler Labine. Os atores nem estão mal. Mas o problema é que o Cesar de Andy Serkis rouba a cena…

O roteiro é muito bem estruturado. Por um lado, o “canon” da história original é respeitado; por outro, a motivação dos personagens é convincente, nada parece forçado, tudo se encaixa. Além disso, a parte final do filme é eletrizante – a sequência da ponte é sensacional!

O fim do filme é em aberto. Tanto cabe uma parte 2, quanto uma refilmagem do filme de 68. Se o filme for bem nas bilheterias, é certo que teremos outro filme. Só espero que mantenham a qualidade.

Última recomendação: rola uma importante cena durante os créditos!

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Se você gostou de Planeta dos Macacos – A origem, o Blog do Heu recomenda:
Sem Limites
X-Men – Primeira Classe
Contra o Tempo

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos

O quadragésimo primeiro filme do Woody Allen!

Depois de quarenta anos de casamento, Alfie (Anthony Hopkins) se separa de Helena (Gemma Jones) e sai em busca da juventude perdida. Arrasada, Helena passa a consultar uma vidente. Ao mesmo tempo, sua filha Sally (Naomi Watts) precisa administrar o desejo pelo seu novo chefe, Greg (Antonio Banderas), com a crise em seu casamento com Roy (Josh Brolin), um escritor picareta que fez sucesso só com seu livro de estreia e enfrenta crises criativas enquanto flerta com sua vizinha violonista Dia (Freida Pinto).

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos não é um grande filme. Allen já fez coisa melhor. Mesmo assim, não vai decepcionar seus fãs.

Parece que Allen descobriu uma boa fórmula para se fazer um filme: junte uma história simples, construa bons personagens e chame bons atores para interpretá-los. Pronto! Você pode não ter um grande filme em mãos, mas pelo menos tem um filme melhor do que a média que rola por aí. E, se a gente se lembrar que Allen está com mais de setenta anos e faz quase um filme por ano, acho que tá valendo.

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos segue esse caminho. O filme vale pelo elenco, afinal, não é todo dia que temos Anthony Hopkins, Naomi Watts, Antonio Banderas, Josh Brolin, Freida Pinto, Gemma Jones e Anna Friel juntos, né?

Já o roteiro, bem, na minha humilde opinião, acho que muitas pontas foram deixadas soltas. Custava ter dado alguns fins nas várias histórias? Muita coisa ficou sem explicação. E sem necessidade.

Achei um detalhe técnico curioso: muitas cenas são filmadas sem cortes, com uma única câmera acompanhando o diálogo. Isso faz muitos personagens ficarem de costas para a tela enquanto falam. Definitivamente, isso é incomum!

Como disse lá no começo, Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos não é uma obra prima, mas é um filme agradável e não vai decepcionar os fãs de Woody Allen.