Magnatas do Crime (2024)

Crítica – Magnatas do Crime

Sinopse (imdb): Eddie Horniman herda a grande propriedade de seu pai, um aristocrata inglês, e se torna o novo duque de Halstead, apenas para descobrir que ele está na maior fazenda de ervas da Europa, de propriedade do lendário Mickey Pearson.

Magnatas do Crime é um longa dirigido por Guy Ritchie e lançado em 2019. E agora em 2024 veio uma série homônima, dirigida pelo mesmo Guy Ritchie. Como assim?

O filme mostrava um traficante de maconha que tinha plantações escondidas no subsolo de mansões de famílias aristocratas falidas. A série não repete nenhum personagem do filme, mas traz o mesmo conceito: a família de um duque, sem dinheiro, é sustentada pelo tráfico de maconha.

São quatro diretores diferentes – os dois primeiros episódios são dirigidos por Ritchie, e os seguintes, a cada dois, são dirigidos por Nima Nourizadeh (Gangs of London), Eran Creevy e David Caffrey. A boa notícia é que todos mantém o estilo do Guy Ritchie, com personagens marginais mas charmosos, situações bizarras, edição estilosa com uso de elementos gráficos na tela, e muita violência estilizada misturada com humor negro. Ou seja, mudou de diretor, mas continua tudo com a mesma cara.

(Aliás, Ritchie está num frenético ritmo de trabalho, deve ser por isso que delegou episódios pra outros diretores. De 2019 pra cá, ele dirigiu Aladdin, Magnatas do Crime, Infiltrado, Esquema de Risco, O Pacto, os dois primeiros episódios dessa série, e já tem filme novo dele lançado lá fora que ainda não chegou no Brasil, The Ministry of Ungentlemanly Warfare. Pensa num cara que trabalha muito!)

Os dois personagens centrais são muito bons. Theo James e Kaya Scodelario estão ótimos, tanto individualmente quanto juntos – detalhe que rola uma boa química mas eles nunca confirmam se são ou se serão um casal (tem uma cena com imagens de um flashback onde todos estavam alcoolizados que dá a entender alguma intimidade, mas parou aí).

Mas, além dos protagonistas, outra coisa que merece destaque são os personagens secundários. Magnatas do Crime tem uma vasta galeria de personagens esquisitões (começando pelo alucinado irmão do protagonista, Freddie). Outra característica dos filmes do Guy Ritchie: personagens secundários exóticos. No elenco, além dos já citados Theo James e Kaya Scodelario, Magnatas do Crime conta com Giancarlo Esposito, Vinnie Jones, Joely Richardson e Ray Winstone

Respondendo à pergunta óbvia: filme ou série? Na minha humilde opinião, o filme é melhor. Reconheço que na série dá pra desenvolver melhor algumas situações e personagens, mas sempre prefiro um produto final mais enxuto.

São oito episódios que variam entre 41 e 67 minutos. Existe um gancho pra uma segunda temporada. Que mantenham a qualidade!

Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City

Crítica – Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City

Sinopse (imdb): Esta história de origem, ambientada em 1998, explora os segredos da misteriosa Mansão Spencer e da malfadada Raccoon City.

Antes de tudo, um aviso para os que não me conhecem. Não saco muito de videogames. Sei que Resident Evil é um famoso videogame. Mas nunca joguei. Meu interesse aqui é cinema.

Já comentei, gosto muito do primeiro Resident Evil, de 2002, mas reconheço que a qualidade foi caindo a cada novo filme que era lançado. Mas, gosto da franquia, continuava vendo, vi todos – são seis no total – e sempre lembrava que Silent Hill, outro filme de terror baseado em videogame, é um filme muito bom e que nunca teve continuações…

Este novo Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City trazia a proposta de um reboot. Esqueçam aqueles filmes e bora recomeçar do zero. Mas… Tudo deu errado.

A princípio esse filme seria mais fiel ao videogame, parece que é uma adaptação dos dois primeiros jogos. Não sei, não joguei. Não sei se um fã do videogame vai curtir. Mas posso afirmar que alguém que gosta de cinema não vai curtir.

Dirigido por Johannes Roberts, Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City é uma bagunça. Roteiro mal escrito, personagens rasos e efeitos especiais péssimos.

Normalmente não me incomodo com efeitos especiais ruins em cgi, procuro focar no conjunto e não só nos gráficos de computador. Mas, céus, alguns dos efeitos aqui são tão toscos que me tiravam da cena. Aquele cachorro zumbi parece videogame mal renderizado, e os zumbis que aparecem lá pelo meio do filme são piores que cospobre na zombie walk.

Sem spoilers, mas preciso comentar um efeito que tem na parte final. Claro que aparece um monstrão – filme baseado em videogame, vai terminar com a luta contra o monstrão, isso já era previsível. Nem vou falar que aquele monstrão NUNCA estaria naquele local, tudo explodiu, ele só chegaria lá se usasse teletransporte. Mas, ok, o monstrão está lá. Aí ele pega um personagem com as garras e joga de um lado pro outro – cara, na boa, NENHUM ser humano sobreviveria àquilo!

Mas, efeitos ruins não são a única coisa tosca. O roteiro é péssimo. Os personagens não têm nenhum objetivo, uma motivação – a não ser um deles que vai ser o X9 do grupo, esse me pareceu o único personagem que tinha algo a fazer.

E não falo só dos personagens principais. Aparecem zumbis perto da delegacia que não servem pra nada na trama e somem logo depois. E a mansão estava cheia de zumbis, por qual motivo? Aliás, nem me lembro se tinha algum motivo pra irem até a mansão.

O roteiro é tão qualquer coisa que mais ou menos com dois terços de filme reaparece uma nova personagem, Lisa Trevor, que parecia ser um bom adendo à trama – ela aparece rapidamente num flashback no início do filme, A cena onde ela aparece é boa, é uma personagem que gera curiosidade – mas logo depois esquecem da existência da personagem!!! O grupo segue sem ela. Como assim??? E, nos créditos vi que é interpretada por Marina Mazepa, a mesma que fez a criatura / entidade em Maligno.

Aproveito pra falar do elenco. Torço muito pela Kaya Scodelario desde que descobri que ela é filha de uma brasileira. Torço tanto que espero que ela não faça nenhuma continuação deste filme. Também no elenco, Hannah John-Kamen, Robbie Amell, Tom Hopper, Avan Jogia, Donal Logue e Neal McDonough, em atuações que variam entre o caricato e a canastrice.

Li alguns comentários que os fãs do jogo vão curtir alguns cenários, que estariam iguais ao game. Só que os mesmos comentam que todos os personagens foram descaracterizados na adaptação. Ou seja, parece que nem vai agradar aos fãs do jogo.

O pior de tudo é que vão querer continuar fazendo continuações. Que são cada vez piores.

Predadores Assassinos

Crítica – Predadores Assassinos

Sinopse (imdb): Enquanto tenta salvar seu pai durante um furacão de categoria 5, uma jovem se vê presa em uma casa inundada e deve lutar contra jacarés por sua vida.

Vamulá. É um filme sobre jacarés assassinos. Isso mesmo, jacarés assassinos. Precisamos ter isso em mente na hora da análise!

Gosto do diretor francês Alexandre Aja, mesmo reconhecendo que desde que ele foi pros EUA ainda não conseguiu fazer um filme tão bom quanto Alta Tensão, de quando ainda estava na sua França natal. Mas gosto do estilo dele, curti Piranha e Viagem Maldita.

Este novo Predadores Assassinos (Crawl, no original) lembra Piranha, não só por ter um animal aquático como “vilão”, mas principalmente pela pegada de filme B. Se a gente não levar a sério, aumenta a chance de curtir o filme.

Claro que o filme tem muita mentira. Mas isso não me incomodou. O que me incomodou foram as conveniências do roteiro. Tipo, a força da dentada do jacaré depende de quem está sendo mordido – pode arrancar um braço ou apenas deixar uns arranhões. Ou, quebrar um piso de madeira é mais fácil que quebrar um box blindex. E por aí vai…

Ok, precisamos reconhecer que pelo menos a produção é muito boa. A chuva e a enchente são muito bem feitas, e os jacarés convencem. E Aja sabe onde colocar os jump scares. Neste aspecto, Predadores Assassinos está a anos luz de produções vagabundas como Sharknado.

No elenco diminuto, o filme fica em cima da “quase brasileira” Kaya Scodelario e de Barry Pepper. Elenco ok para o que o filme pede.

Preciso admitir que as mentiras me cansaram. Mas, como falei no início do texto, é um filme sobre jacarés assassinos. Então, o lance é não pensar, aceitar a mentirada e curtir os jacarezões.