Sing: Quem Canta Seus Males Espanta

SingCrítica – Sing: Quem Canta Seus Males Espanta

Numa cidade habitada por animais antropomórficos, um coala, empresário musical à beira da falência, resolve promover um concurso para encontrar novos cantores.

A gente acha que o ano cinematográfico já acabou, afinal já teve Rogue One e faltam poucos dias pra 2017. Mas, eis que surge Sing: Quem Canta Seus Males Espanta (Sing, no original), uma das melhores animações do ano!

Sing é da Illumination, famosa pela série Meu Malvado Favorito e toda a horda de minions. É o segundo longa da Illumination este ano, não faz muito tempo que estreou Pets. Com Sing, a Illumination prova que quer brigar com os grandes (Pixar, Disney e Dreamworks). Com uma qualidade técnica impecável e um elenco cheio de grandes nomes, o longa é empolgante e cativante, e certamente vai agradar a maioria.

O grande barato aqui é a parte musical. Li em algum lugar que seriam trechos de 85 músicas, mas não contei pra verificar. O importante é que são vários estilos de músicas diferentes, todos bem inseridos na história.

Claro, vai ter gente rabugenta reclamando dos clichês – a trama é o de sempre, personagens que sofrem adversidades e precisam se superar num final apoteótico. Mas os personagens são bem construídos, e o espectador acaba se identificando e torcendo por eles no final.

(Aqui abro um parênteses para falar do ratinho interpretado por Seth McFarlane. O coala do Matthew McConaughey é um sonhador capaz de mentir para conseguir seus objetivos, mas tem um bom coração. Já o ratinho é mau caráter mesmo. Na falta de um antagonista, o ratinho poderia ser o vilão e se dar mal no fim.)

A qualidade da animação é absurda. Ok, hoje é comum termos animações de alto nível, mas mesmo assim a qualidade chama a atenção aqui. A textura dos pelos dos animais é perfeita! A cena debaixo d’água que é de cair o queixo!

A sessão pra imprensa foi legendada, e depois vi uma pré estreia dublada com meus filhos – ou seja, vi as duas versões. Senti falta de legendas nas músicas em inglês, afinal tem história sendo contada através das letras. Outra coisa: a versão dublada traz cantores populares no elenco, mas as músicas estão nas versões originais. Por que contratar cantores se eles não vão cantar?

Uma dúvida que tenho (que não li em lugar nenhum) é se os atores gringos cantam suas músicas. Acredito que sim, pelo fato da personagem que tem a melhor voz ser uma cantora e não uma atriz (Tori Kelly). Será que – na versão original – ouvimos realmente Scarlett Johansson, Reese Witherspoon, Taron Egerton e Seth McFarlane cantando? Parece que sim!

Ótima opção para esses dias de férias de natal/ano novo!

p.s.: não sei como vai soar nos EUA pós Trump, mas foi curioso ver gorilas negros ladrões e uma porquinha com 25 filhos chamada Rosita…

Capitão América: Guerra Civil

Capitão América Guerra CivilCrítica – Capitão América: Guerra Civil

Interferências políticas nas atividades dos Vingadores provocam um racha entre os antigos aliados Capitão América e Homem de Ferro.

Pouco depois da estreia de Batman Vs Superman, temos outro filme onde dois heróis amigos brigam entre si. Se uns dez anos atrás, Batman e Superman eram nomes muito mais fortes que Homem de Ferro e Capitão América, hoje, com o sólido trabalho feito pela Marvel com o MCU (Marvel Cinematic Universe), podemos dizer que a balança está mais equilibrada. E, devido aos últimos bons filmes da Marvel, a expectativa para este Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, no original) era ainda maior que a do longa da DC.

O título fala como se fosse o terceiro filme do Capitão América, mas Capitão América: Guerra Civil parece mais um terceiro filme dos Vingadores. Tirando o Thor e o Hulk, todo mundo está presente. E a divisão do protagonismo entre o Capitão América e o Homem de Ferro é bem equilibrada.

Mais uma vez a direção coube aos irmãos Anthony e Joe Russo, que eram nomes desconhecidos até dois anos atrás, quando fizeram um excelente trabalho com Capitão América 2: O Soldado Invernal. O trabalho dos irmãos é tão consistente que eles foram escalados para dirigirem os próximos dois filmes dos Vingadores!

O ritmo do filme é muito bom. Temos várias sequências de tirar o fôlego, como a cena inicial, que mostra os heróis em equipe, como um time bem treinado; ou a cena onde o Pantera Negra persegue o Bucky; ou ainda a sensacional sequência no aeroporto, onde vários heróis brigam, cada um no seu estilo. Só achei que o ritmo caiu um pouco no final – o final não é ruim, o problema é que o meio é melhor.

Já a parte técnica é impecável. Todas as lutas são muito bem coreografadas e editadas, vemos e entendemos tudo o que está acontecendo (diferente de alguns filmes por aí, com cenas escuras e/ou tremidas). E mais: logo no início, vemos uma cena com o Tony Stark de 25 anos atrás. Sim, um Robert Downey Jr rejuvenescido digitalmente está lá, e está perfeito!

Ah, o elenco e outro destaque. Temos a volta de Robert Downey Jr, Chris Evans, Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Jeremy Renner, Don Cheadle, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Paul Rudd e Emily VanCamp aos seus papeis nos vários outros filmes da Marvel. De novidade, temos Daniel Bruhl, Marisa Tomei, William Hurt, Tom Holland, Frank Grillo e Chadwick Boseman. Martin Freeman aparece num papel muito pequeno, acredito que ele deve voltar em outro(s) filme(s). Ah, claro, tem a tradicional ponta do Stan Lee.

Precisamos citar o humor. Como de costume na Marvel, o filme tem várias tiradas engraçadíssimas. Homem Aranha e Homem Formiga são ótimos alívios cômicos! E o Tony Stark de olho na tia May da Marisa Tomei está impagável!

Ah,o 3D. Blé como sempre.

Por fim, são duas cenas pós créditos. Uma depois dos créditos principais e outra no fim do filme. Não saia sem vê-las!

Mogli: O Menino Lobo

Mogli-posterCrítica – Mogli: O Menino Lobo

Criado por lobos, o “filhote de homem” Mogli, tenta fugir da selva depois da ameaça de um tigre. Guiado por uma pantera e um urso, Mogli embarca em uma jornada de autodescoberta, onde encontra outros bichos, nem sempre com os mesmos interesses.

Seguindo a onda de adaptações “live action” dos clássicos Disney, a bola da vez é Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book, no original), dirigido por Jon Favreau, o ex ator mediano que virou diretor de blockbusters (Homem de Ferro 1 e 2, Cowboys & Aliens). Sim, a história original foi baseada no livro de Rudyard Kipling, mas este filme é claramente uma versão do desenho animado da década de 60. A trama segue o mesmo caminho. Criado pelos lobos, Mogli é levado por Baloo e Bagheera para a aldeia dos homens, e no caminho encontra personagens como a cobra Kaa, o orangotango Rei Louie e a manada de elefantes, enquanto foge do tigre Shere Khan. Tem até duas músicas que estavam no desenho. Foi delicioso ouvir mais uma vez o Baloo cantando “Eu digo – necessário, somente o necessário / o extraordinário é demais”.

O que mais chama a atenção neste Mogli: O Menino Lobo é a parte técnica. Tudo foi filmado em estúdio, todos os cenários e animais são bonecos ou digitais. E olha, posso dizer que nunca vi algo tão real! Realmente, depois deste filme, pensamos que falta pouco para termos atores digitais…

Praticamente o único ator em cena, o garoto Neel Sethi manda bem como o menino lobo. A dublagem brasileira é muito boa, mas, lendo o elenco original, fiquei triste porque a sessão de imprensa foi dublada. Afinal, não ouvi as vozes de Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba, Scarlett Johansson, Lupita Nyong’o e Giancarlo Esposito – e Christopher Walken cantando! Droga, tenho que rever, com o som original…

Preciso dizer que não gostei do tamanho do Rei Louie. Mas claro que isso não é um defeito grave.

Mogli: O Menino Lobo não tem cena pós-créditos, mas têm umas animações impressionantes e engraçadas durante os créditos principais, enquanto ouvimos mais uma vez a música do Rei Louie. Não saia sem ver!

Ah, o 3D. Blé, como quase sempre.

Boa opção para crianças pequenas e crianças grandes!

p.s.: na dublagem, chamam o lobo chefe de “Akíla”. Protesto! Como ex-escoteiro, sempre falarei “Akelá”!

Vingadores: Era de Ultron

Vingadores 2Crítica – Vingadores: Era de Ultron

Finalmente, uma das continuações mais esperadas dos últimos anos!

Quando Tony Stark tenta usar um programa de inteligência artificial com objetivo de alcançar a paz e as coisas dão errado, os Vingadores precisam se unir para deter o vilão Ultron e seu terrível plano.

Os Vingadores foi um dos melhores filmes de 2012, e um dos melhores filmes de super heróis de quadrinhos de todos os tempos. Claro que a expectativa era muito alta. E acredito que este é o maior problema de Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, no original). O filme não é ruim. Mas é bem inferior ao primeiro.

Na verdade, esta não é uma continuação direta do primeiro Vingadores, e sim do segundo Capitão América. Palmas para a Marvel, que conseguiu construir um universo sólido, com vários bons filmes independentes, mas interligados!

Mais uma vez dirigido por Joss Whedon, este segundo Vingadores tem um início alucinante. Vemos os seis heróis em ação juntos – Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro mostram um bom entrosamento, pra nos provar logo de cara que o time é muito forte. Toda a sequência – que inclui um plano sequência muito bem orquestrado – é sensacional. Aliás, justiça seja feita, todas as sequências de ação são muito boas. A briga do Hulk com uma versão “bombada” do Homem de Ferro também chama a atenção.

Não só a ação é muito bem montada, como temos vários momentos de humor – a grande diferença entre a Marvel e a DC é que enquanto a DC quer criar personagens sombrios, o universo Marvel parece se basear na premissa “o cinema é a maior diversão” (na minha humilde opinião, um caminho muito melhor). Alguns trechos são pura comédia, a plateia deu boas risadas. E todas as citações ao martelo do Thor são geniais.

O problema aqui é que o primeiro filme tinha duas horas e vinte e três minutos e não cansava, enquanto este novo tem quase a mesma duração (são dois minutos a menos), e vemos algumas “gordurinhas” que poderiam ser cortadas. Por exemplo, aquela sequência na fazenda podia ser bem menor. E a subtrama do Thor ficou confusa e pareceu incompleta, de repente é algo só para quem acompanha os heróis pelos quadrinhos.

O elenco é um grande destaque. O bom trabalho da Marvel na construção do seu universo, com bons filmes e boas bilheterias, garante a manutenção dos vários nomes do grande elenco. Assim, temos de volta Robert Downey Jr., Chris Evans, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Scarlet Johansson, Jeremy Renner, Samuel L. Jackson, Don Cheadle, Cobie Smulders, Anthony Mackie, Hayley Atwell, Idris Elba e Stellan Skarsgard – as personagens de Gwyneth Paltrow e Natalie Portman são citadas, mas as atrizes não aparecem. Paul Bettany – a voz do Jarvis – finalmente mostra a cara (ou quase). De novidade, temos Elizabeth Olsen, Aaron Taylor Johnson, Andy Serkis (ele mesmo, sem captura de movimento), Julie Delpy e a voz de James Spader no vilão Ultron. Ah, claro, Stan Lee, como sempre, faz uma ponta.

Por fim, preciso citar os efeitos especiais. É impressionante a qualidade e clareza das imagens em todas as cenas de ação e – principalmente – de destruição. E o vilão Ultron é um absurdo de bem feito.

Vingadores: Era de Ultron pode não ser tão bom quanto o primeiro, mas acho que vai agradar os fãs. E nem precisa mencionar que tem um gancho para um próximo filme, né?

p.s.1: Não tem cena pós créditos, tem uma cena curta durante, logo depois dos créditos principais.

p.s.2: Não conheço os quadrinhos, mas sei que os X-Men atuais não fazem parte do mesmo universo Marvel dos Vingadores. Afinal, Quicksilver aparece no útlimo X-Men, numa cena dos anos 70 e é americano, enquanto no Vingadores ele é jovem e nasceu na fictícia Sokovia…

Lucy

0-lucy-Poster com informação errada, Besson não dirigiu Busca ImplacávelCrítica – Lucy

Opa! Filme novo do Luc Besson, voltando à ação / ficção científica!

Uma mulher acidentalmente ingere grande quantidade de uma droga experimental que a faz expandir sua capacidade cerebral e praticamente lhe dá super-poderes.

Antes de tudo, preciso avisar: cuidado com o trailer de Lucy. Pelo trailer, o filme parece um novo Nikita – uma mulher aparentemente frágil kicking ass. Mas não é bem assim, o foco é mais para a ficção científica cabeça e menos para a ação.

Dito isso, vamos ao filme. É preciso muita suspensão de descrença pra curtir Lucy. Primeiro para acreditar que uma droga experimental no seu organismo elevaria a capacidade cerebral em vez de causar uma overdose. Segundo, para acreditar que uma pessoa com 100% da capacidade do cérebro crie super-poderes mágicos, tipo mudar a cor do cabelo instantaneamente ou fazer pessoas e objetos flutuarem. Sério mesmo que uma pessoa com 100% do cérebro seria capaz de ignorar as leis da física?

(Sem Limites, filme de 2011 estrelado pelo Bradley Cooper, que também traz um personagem que atinge 100% da capacidade cerebral com o uso de uma droga, não desrespeita as leis da física…)

O roteiro, também escrito por Besson, além de ser um grande “papo cabeça pseudo”, tem suas falhas. Tudo é didático demais! Não apenas temos o personagem do Morgan Freeman cujo único objetivo no filme parece ser explicar o que acontece em cada etapa do desenvolvimento do potencial do cérebro, como o filme é repleto de enxertos de metáforas com animais. Precisava disso tudo, sr. Besson?

(O curioso é que Besson já escreveu dezenas de roteiros para outros diretores, ele não é um roteirista “calouro”.)

Se o espectador “comprar” tudo isso, o filme pode funcionar. Besson é um dos melhores diretores contemporâneos de ação, e consegue criar algumas sequências eletrizantes.

Sobre o diretor e roteirista Besson: confesso que me decepcionei. Sou fã do cara desde os anos 80, época de Subway Imensidão Azul, lembro quando vi Nikita nos cinemas – foi a primeira vez que vi um bom filme de ação que não era falado em inglês. Segui acompanhando sua carreira, O Profissional, O Quinto Elemento, até seu tropeço com Joana D’Arc. Depois disso ele passou a dirigir menos, mas escreveu vários roteiros e produziu um monte de filmes (quase todos de ação). Voltou à direção com projetos de outros estilos, a trilogia infantil Arthur e os Minimoys, os dramas Angel-A e Além da Liberdade, a aventura As Múmias do Faraó e a comédia A Família. Pelo trailer, parecia que Lucy seria a sua volta aos filmes de ação. Nada disso, o filme está mais perto do recente papo cabeça de Transcendence do que da porradaria de Nikita

No elenco, o nome é Scarlett Johansson, em excelente fase, ela carrega o filme nas costas tranquilamente. Morgan Freeman é um coadjuvate de luxo, como disse antes, parece que ele só está ali para explicar o filme, seu papel não é muito necessário. O mesmo podemos dizer de Amr Waked, o policial francês, se tirar o personagem do filme nada muda. Por fim, tem Min-sik Choi, aquele mesmo de Oldboy, aqui fazendo um bom vilão.

Enfim, bom saber que Besson fez algo melhor do que A Família. Mas ainda espero que ele volte à sua forma dos anos 80 e 90…

p.s.: O poster nacional está errado. Luc Besson não dirigiu Busca Implacável

Sob a Pele

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Crítica – Sob a Pele

Scarlett Johansson em cenas de nu frontal! Nuff said!

A sinopse: uma alienígena seduz e captura homens pelas ruas da Escócia. Aos poucos, ela começa a ter questionamentos sobre isso.

Mais ou menos um mês atrás, vazaram na internet umas imagens da Scarlett Johansson nua, tiradas de seu novo filme. Um amigo meu comentou: “tiro no pé, muita gente vai deixar de ver o filme porque já viu as imagens”. Nada disso, foi um ótimo marketing. Porque muita gente vai querer ver o filme só pela nudez. Que, na verdade, é uma das poucas coisas boas de Sob a Pele.

O filme é lento e pretensioso. Parece que o diretor Jonathan Glazer quis imitar o Kubrick, mas errou longe. Caro sr. Glazer, não basta fazer uma ficção científica cabeça contemplativa. Precisa ter talento.

O filme é tão lento que quase procurei nos créditos se o editor tinha o sobrenome Caymmi. O filme é tão lento que, em uma cena, quando a protagonista pega uma garfo para comer bolo, cochilei quando ela estava cortando o bolo com o garfo, e acordei antes do garfo chegar à boca!

Mas o filme não é ruim só porque é lento, filmes lentos podem ser bons. Sob a Pele é ruim porque não tem ritmo, porque a história é rasa, porque as atuações são ruins, porque a trilha sonora é irritante…

O diretor teve uma ideia que podia ter um resultado interessante. Tinha uma câmera escondida no carro que Scarlett dirigia pelas ruas de Glasgow – as pessoas que ela encontra não são atores, são pessoas “normais” que estavam passando na hora. Por um lado, foi interessante ver a reação espontânea dos homens ao serem abordadas por uma mulher bonita aparentando segundas intenções. Por outro lado, o resultado parece um documentário, e só serviu para deixar o filme ainda mais chato. E o sotaque escocês fortíssimo só atrapalhou.

Tem outra coisa: o roteiro não explica quase nada. Só fui entender alguns detalhes da história quando li o fórum do imdb. Um filme que necessita de “manual de instruções” é um filme que falhou, na minha humilde opinião.

Pra não dizer que nada se salva, gostei do efeito usado para a captura das vítimas, num ambiente escuro com o chão espelhado. Apesar da trilha irritante, as cenas ficaram bem legais.

E a “Scarlett Johansson pelada”? Bem, nisso o filme não decepciona. Ela aparece sem roupa algumas vezes. Por outro lado, sua atuação está apática, ela faz olhar de peixe morto por todo o filme. Os fãs dos atributos físicos da atriz vão gostar, mas quem for esperando uma grande atuação vai quebrar a cara.

Enfim, desnecessário. A não ser para aqueles que têm insônia.

Capitão América 2 – O Soldado Invernal

0-CAPITÃO-AMÉRICA-2Crítica – Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Mais um (bom) filme da Marvel!

Após os eventos de Os Vingadores, Steve Rogers, também conhecido como Capitão América, vive em Washington, DC e tenta se ajustar ao mundo moderno. Mas quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado, Steve se vê preso em uma rede de intrigas que ameaça colocar o mundo em risco, e conhece um inimigo formidável e inesperado — o Soldado Invernal.

Antes de tudo preciso falar que, desde a minha adolescência, nutria antipatia pelo personagem Capitão América, que sempre me parecia ser um símbolo do imperialismo norte-americano. Mas… admito que o primeiro filme do Capitão foi bem conduzido e me convenceu como um heroi assim pode se inserir no mundo globalizado contemporâneo.

Agora que o heroi não precisa mais de introdução, o filme já começa em ritmo acelerado. Os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely fizeram um bom trabalho, e o filme dirigido pelos pouco conhecidos irmãos Anthony e John Russo tem um excelente equilíbrio entre a tensão e o bom humor – principal característica que diferencia a Marvel da DC. Capitão América 2 – O Soldado Invernal não é comédia, mas tem seus momentos engraçados espalhados aqui e ali, como a lista de coisas que o Capitão perdeu. E a lápide que aparece no fim do filme é desde já uma das melhores piadas do ano!

Nick Fury e Viúva Negra têm uma participação maior aqui – não seria exagero dizer que a personagem de Scarlet Johansson é tão importante quanto o protagonista. Maria Hill aparece pouco, mas em momentos-chave; sei lá por que, o Gavião Arqueiro, que andava com a Viúva Negra, foi ignorado pelo roteiro. Ah, aparece um novo heroi, mas não digo qual… E temos um bom vilão novo também.

Capitão América 2 – O Soldado Invernal é um filme “independente”, mas segue a “linha temporal Marvel”. Se por um lado isso é muito legal – todos os filmes são interligados – por outro traz um dos poucos pontos fracos do filme. Assim como aconteceu em Homem de Ferro 3 e Thor 2, fica a pergunta: cadê o resto dos Vingadores? Na hora que o bicho pega, todos se esquecem do “time de super amigos”… Pelo menos a SHIELD está bem presente aqui.

O elenco traz de volta Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson e Cobie Smulders repetindo os seus papeis. De novidades, temos Robert Redford, Anthony Mackie e Sebastian Stan. E, claro, Stan Lee aparece em uma ponta.

Por fim, algo que os fãs de Marvel já sabem, mas é sempre bom lembrar: Capitão América 2 – O Soldado Invernal tem cenas depois dos créditos! Rolam uns créditos bem legais, num estilo que lembra o traço do Will Eisner, e logo depois vemos uma cena que aparentemente fará uma ligação com Os Vingadores 2. Depois temos os créditos convencionais – letrinhas subindo – e, ao fim, uma segunda cena, que deve fazer uma conexão com Capitão América 3.

Agora vamos esperar os próximos passos da Marvel, que ainda tem três filmes a serem lançados antes do fim do ano.

Ela

0-ela1Crítica – Ela

Spike Jonze novo na área!

Um escritor solitário desenvolve um incomum relacionamento com um recém criado programa de computador, feito para suprir todas as suas necessidades.

Um cara que tem um relacionamento com um programa de computador é uma história estranha. Mas é coerente com a carreira de Spike Jonze. A gente tem que lembrar que ele dirigiu Quero Ser John Malkovich, onde um personagem que trabalha no andar sete e meio descobre uma porta que leva direto à mente do ator John Malkovich.

Ela (Her, no original) tem uma proposta fascinante. Um programa de inteligência artificial que pode ser a companheira perfeita. É tão perfeita que tem falhas e chega a demonstrar ciúmes – chegam a rolar algumas DR no filme!

Vou além: este plot daria uma excelente história apocalíptica do mundo sendo dominado por robôs. E se, em vez de robôs exterminadores, a Skynet criasse programas de inteligência artificial que tomassem a cabeça de todos? Os robôs conquistariam o mundo sem precisar dar um tiro!

Mas voltemos a Ela. Trata-se de uma ficção científica, mas esqueça naves espaciais e robôs – o foco são os relacionamentos. E esse é o grande lance do filme escrito e dirigido por Jonze. Todo mundo já teve o coração partido por um relacionamento que deu errado. Então fica muito fácil de se identificar com Theodore Twombly, personagem muito bem interpretado por Joaquin Phoenix. A dúvida pulula na cabeça: será que daria certo um relacionamento com uma máquina?

Joaquin Phoenix tem uma tarefa árdua: passa boa parte do filme sozinho na tela. Seu Theodore não está só, mas Samantha, a personagem de Scarlett Johansson, não tem corpo, só a voz. Então só vemos Phoenix, que interpreta um cara comum – outra razão pra gente se identificar com ele.

O elenco feminino é bem interessante. Não é sempre que temos as belas Scarlett Johansson, Amy Adams, Olivia Wilde e Rooney Mara juntas, né? Tudo bem que não vemos Scarlett e Amy está maquiada para parecer feia, mas mesmo assim são Scarlett Johansson e Amy Adams! Rooney Mara, a ex-mulher, aparece pouco, e está muito bonita; Olivia Wilde só tem uma cena, e essa não consegue ficar feia nem que se esforce muito… Ainda no elenco, Chris Pratt, o Lego principal em Uma Aventura Lego, e as vozes de Brian Cox (outro programa de computador) e Kristen Wiig e Bill Hader (em chats pelo telefone). E o diretor Spike Jonze faz a voz do videogame.

A trilha sonora também é ótima. Músicas melancólicas sublinham perfeitamente as emoções dos personagens. A fotografia também é muito boa. Agora, o filme podia ser um pouco mais curto. Não precisava passar de duas horas.

Ela está concorrendo a cinco Oscars: filme, roteiro, trilha sonora, canção e design de produção. Na minha humilde opinião, não tem cara de melhor filme…

p.s.: Heu queria uma Samantha na minha vida. Não pelo lado pessoal, felizmente estou bem servido neste aspecto. Mas pela organização – logo de cara ela vê uma pasta com alguns milhares de e-mails guardados, escolhe os únicos 86 que prestam e apaga o resto. Queria um programa pra analisar minhas contas de e-mail e minhas redes sociais e filtrar o que merece ser apagado…

p.s.2: Sou o único a achar que, com esse bigode, Joaquin Phoenix está a cara do Clive Owen misturado com o Tom Selleck? 😛

Como Não Perder Essa Mulher

Crítica – Como Não Perder Essa Mulher

Ontem falei aqui de Fading Gigolo, filme escrito e dirigido por John Turturro onde ele dá uns pegas na Sofia Vergara e na Sharon Stone. Hoje é a vez do filme escrito e dirigido por Joseph Gordon-Levitt onde ele dá uns pegas na Scarlett Johansson e na Julianne Moore. Deve ser legal ser um ator de prestígio, não?

Jon tem uma vida dedicada à família, aos amigos e à igreja, mas tem como vício assistir pornografia online, e por isso desenvolve expectativas irreais sobre relacionamentos.

Como Não Perder Essa Mulher (Don Jon, no original) é quase uma comédia romântica. Diríamos que é uma comédia romântica “torta”. Afinal, estas são quase sempre direcionadas ao público feminino, público que dificilmente vai apreciar um filme que se propõe a discutir o vício em pornografia.

Porque, tirando a pornografia, a estrutura da primeira metade de Como Não Perder Essa Mulher se parece com os clichês das comédias românticas por aí. Mocinho conhece a mocinha, rolam problemas no relacionamento… Sorte que a segunda parte é menos previsível. Tá, o roteiro não é nada revolucionário, mas pelo menos não é “o de sempre”. Ah, gostei da participação da irmã de Jon, apesar de ser um momento “Silent Bob em Procura-se Amy“.

Aliás, é bom avisar: a pornografia aqui é apresentada de maneira quase explícita. As cenas com os atores do filme são discretas, mas tem vários trechos extraídos da internet, que mostram quase tudo.

Joseph Gordon-Levitt escreveu e dirigiu o filme, mas não sei se palpitou na edição. A edição do filme é uma das melhores coisas de Como Não Perder Essa Mulher, gostei do modo como é mostrada a rotina repetitiva de Jon.

Como aconteceu com Fading Gigolo, o melhor aqui é o elenco. O trio principal está bem. Além deles, Como Não Perder Essa Mulher conta com Tony Danza, Glenne Headly e Brie Larson.

Este é outro filme que passou no Festival do Rio que não tem distribuição garantida no mercado brasileiro. Estranho, porque acho que um filme com este elenco seria fácil de vender…

p.s.: Encerro aqui os meus comentários sobre o Festival do Rio 2013. Além dos 15 filmes que falei aqui, também vi Only Lovers Left Alive, do Jim Jarmusch. Mas estou atrasado com outros filmes de fora do Festival, vou ficar devendo esse!

Os Vingadores

Crítica – Os Vingadores

Estreou o aguardado Os Vingadores!

Quando um inimigo surge ameaçando a segurança do planeta, Nick Fury, da S.H.I.E.L.D., reúne uma equipe de super herois para salvar o mundo.

O “aguardado” do primeiro parágrafo é porque poucas vezes um filme teve tantas referências em outros filmes anteriores. A Marvel vem construindo esta reunião de super herois há tempos, em diversos filmes de super heroi “solo” – não sei exatamente quantas cenas foram, mas sei que pelo menos rolaram cenas extras nos filmes anteriores dos quatro herois principais (Hulk, Homem de Ferro, Thor e Capitão América).

E felizmente a expectativa não foi em vão. Os Vingadores é um filmaço. Desde já, forte candidato a um dos melhores filmes de super herois da história!

A grande sacada aqui é o equilíbrio. A trama consegue equilibrar os diversos personagens, sem ter um principal, dando importância a todos. E ao mesmo tempo, é um bom filme de ação, com as doses exatas de drama e comédia – e com direito a uma grande sequência digna de um bom filme catástrofe.

O diretor e roteirista Joss Whedon não tem um grande currículo no cinema – ele só tinha feito um filme para a tela grande, a ficção científica Serenity, spin off da série Firefly. Seu maior trabalho está na tv, ele foi o criador de algumas séries, como Buffy, Angel, Firefly e Dollhouse. Ele também é roteirista, chegou a ser indicado ao Oscar de melhor roteiro pelo primeiro Toy Story. E, além disso tudo, ele já escreveu roteiros para quadrinhos da Marvel. Então, apesar da pouca experiência na cadeira de diretor, ele era o cara certo para este projeto – alguém que entende dos meandros de Hollywood e também do universo dos super herois.

O roteiro é impecável. Acredito que o maior problema aqui era como encaixar os diferentes herois e seus enormes egos de maneira convincente. E Whedon conseguiu – no início, rola muita briga entre eles; depois, na hora que “o bicho pega”, formam um time bem entrosado. Outra coisa inteligente do roteiro foi não ignorar o que aconteceu nos outros filmes (uma vantagem de ser um filme pensado há muito tempo) – um exemplo disso é que a Natalie Portman não aparece aqui, mas seu personagem não é esquecido. E, de quebra, o roteiro consegue inserir humor na dose exata e nos momentos certos – alguns diálogos são muito engraçados.

Ainda sobre o roteiro: o filme já estava muito bom, até chegar na parte final, quando começa a briga que todo fã de super heroi sempre sonhou em ver no cinema. A partir daí, o que já estava bom fica excepcional. A longa sequência da guerra destruindo Nova York é sensacional, um dos melhores momentos do cinema de ação recente. Os excelentes efeitos especiais usados aqui fazem aquilo parecer absurdamente real.

O elenco está perfeito, afinal, quase todos voltam a papeis que já interpretaram em outros filmes – acho que, de novidade, só a Maria Hill de Cobie Smulders (do seriado How I Met Your Mother), e a troca no ator que interpreta Bruce Banner, o Hulk – Mark Ruffalo pega o papel que já foi de Eric Bana e Edward Norton. De resto, não há novidades: Robert Downey Jr (Homem de Ferro), Chris Evans (Capitão América), Chris Hemsworth (Thor), Scarlett Johansson (Viúva Negra), Jeremy Renner (Gavião Arqueiro), Tom Hidleston (Loki), Samuel L Jackson (Nick Fury), Gwyneth Paltrow (Pepper Potts), Clark Gregg (Coulson), Stellan Skarsgård (Selvig) e a voz de Paul Bettany na armadura do Homem de Ferro. Algo raro aconteceu: não há um destaque, e todos estão bem. Como sempre acontece nos filmes da Marvel, rola uma ponta de Stan Lee; outra ponta é Harry Dean Stanton, como o segurança que ajuda o Hulk depois da queda.

Falando em Hulk… Os dois Homem de Ferro foram muito bons, e o mesmo podemos dizer sobre Thor e Capitão América – O Primeiro Vingador. Parece que a única bola na trave nesta fase da Marvel foi o Hulk. Foi feito um filme em 2003, dirigido por Ang Lee e estrelado por Eric Bana e Jennifer Connelly, mas parece que não agradou muito. Digo isso porque em 2008 foi feito outro filme, O Incrível Hulk, desta vez estrelado por Edward Norton e Liv Tyler, ignorando o filme de 5 anos antes. Confesso que não achei muita graça nos dois filmes do Hulk – diferente dos filmes dos outros três herois. Mas posso falar que aqui o Hulk está muito melhor. Virei fã do grandão verde!

Por fim, é preciso dar a recomendação que todos os que viram os “filmes solo” já sabem: não se levante da cadeira assim que começarem os créditos. Assim que acabam os créditos iniciais, rola uma cena muito boa. E aposto que já tem fã contando os dias para a continuação…

Heu poderia falar mais, mas acho que o melhor que tenho a fazer é recomendar: vá ao cinema!

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