The Munsters

Crítica – The Munsters

Sinopse (imdb): Uma família de simpáticos monstros se muda da Transilvânia para o subúrbio de uma pequena cidade americana, absolutamente alheios ao estranhamento que sua presença provoca em seus vizinhos comuns e convencionais.

Nem sei por onde começar. Mesmo sem ter grandes expectativas por esta nova versão de The Munsters / Os Monstros, aquele seriado antigo dos anos 60, achei tudo muito ruim. Pior: ruim e sem propósito: pra que fizeram este reboot?

A direção é de Rob Zombie, e filme novo dele sempre entra no radar. Mas, vou te falar que esse é o Rob Zombie menos Rob Zombie que já vi. Zombie sempre teve uma estética suja e violenta, com muito gore, muitos personagens desagradáveis em tela. Digo que ele é bom pra mostrar o white trash americano. Mas aqui tudo é colorido e alegre. Se ele queria mostrar versatilidade, não deu certo. (John Landis fazia terror, comédia e musicais, e tem bons filmes nos três estilos: Um Lobisomem Americano em Londres, Trocando as Bolas, Os Irmãos Cara de Pau, Clube dos Cafajestes…)

Claramente Zombie quis fazer algo com visual camp. Tudo é exagerado e caricato, desde cenários e atuações até maquiagem e efeitos especiais. Entendo que ele queria criar um clima farsesco – segundo o imdb, ele declarou que queria fazer um desenho animado em live action. Mas preciso falar que foi demais. A gente vê uma atuação caricata, ok. Mas quando entram efeitos sonoros de programa vagabundo de TV, a gente se pergunta “seriously?”

Tudo é tosco demais. Se fosse um curta metragem, ok a gente até podia se divertir. Mas o filme tem quase duas horas de duração (uma hora e quarenta e nove minutos), e nada acontece. Então, além de tosco, o filme é chato. Se não vai usar a “fórmula Syd Field”, tem que ter criatividade.

O filme me perdeu em uma cena que acontece bem no meio, quando Lily (Sherry Moon Zombie) e Herman (Jeff Daniel Phillips) estão num palco cantando, e ela parece estar de saco cheio, completamente fora do papel. Se nem a personagem consegue passar que está aturando aquilo, como convencer o espectador?

Sobre o elenco, temos várias figurinhas recorrentes dos outros filmes do Rob Zombie – Sherry Moon Zombie, Jeff Daniel Phillips, Daniel Roebuck e Richard Brake estavam em seu último filme, Os 3 Infernais. Jorge Garcia, o Hurley de Lost, tem um papel importante; e tem pelo menos três participações bem especiais: Dee Wallace (a mãe do Elliott em ET); Cassandra Peterson, (a Elvira); e Pat Priest (que estava no elenco da série original dos anos 60).

Pra finalizar, vou voltar à minha pergunta do início: pra que fizeram este reboot? Porque filme ruim a gente tem um monte, faz parte. E, vamos combinar, heu gosto do Rob Zombie, mas ele faz mais filme ruim do que filme bom, então, de novo, faz parte. Mas, pra que fazer um prequel de um seriado de quase sessenta anos atrás? Com humor datado, e da maneira mais tosca possível?

Os 3 Infernais

Crítica – Os 3 Infernais

Sinopse (filmeB): Os irmãos Baby e Otis Firefly conseguem fugir da prisão com a ajuda de Winslow Coltrane. Porém, durante a fuga, eles executam Rondo, um líder do crime mexicano. Agora, “Os 3 Infernais” estão a solta cometendo uma série de assassinatos aleatórios em direção ao México prontos para mais um banho de sangue.

14 anos depois de Rejeitados Pelo Diabo, nos reencontramos com Baby, Otis e o Capitão Spaulding!

Rob Zombie começou a carreira de diretor fazendo videoclipes (o cara é músico, né?). Seu primeiro longa fora do universo musical foi A Casa dos Mil Corpos, de 2003, um filme sujo e violento, com personagens “white trash” sujos e violentos. Dois anos depois, Rejeitados Pelo Diabo trazia a mesma galera suja e violenta, num filme um pouco mais bem elaborado. Rejeitados não tinha muito espaço pra um terceiro filme, e Zombie parecia que não voltaria a esses personagens (apesar de manter o tema “sujo e violento” no resto da carreira).

Mas seu último filme (31) foi tão decepcionante que concordo que foi uma boa voltar ao universo dos “rejeitados”. Mesmo com um filme que não é lá grandes coisas.

Escrito e dirigido por Zombie, Os 3 Infernais (3 from Hell, no original) é exatamente o que se espera quando lembramos dos dois filmes anteriores: um filme “white trash” sujo e violento.

O roteiro consegue resolver de forma convincente o grande intervalo de tempo entre os filmes. Sid Haig, um dos três atores centrais, faleceu recentemente, mas o roteiro consegue inserir um novo personagem para o seu lugar – sem nunca esquecer do personagem de Haig.

Os personagens, sujos e violentos, são propositalmente desagradáveis – não deve rolar nenhuma identificação com a audiência. Mesmo assim, gostei da Baby de Sherry Moon Zombie, no limite da caricatura. Mostrou como a Arlequina deveria ter sido interpretada no fraco Esquadrão Suicida. O elenco ainda traz uma surpresa: Dee Wallace (a mãe do Elliott em ET!). Também no elenco, Bill Moseley, Richard Brake e Jeff Daniel Phillips.

Os 3 Infernais não é um filme pra qualquer um – a estética suja e violenta vai afastar boa parte do público. Mas quem gosta dos outros dois pode curtir.

Halloween II – 2009

Halloween II – 2009

Dois anos atrás, Rob Zombie fez um bom trabalho na refilmagem do clássico slasher Halloween, de John Carpenter. E agora veio a continuação da refilmagem.

A história começa de onde o primeiro parou. Recuperada, Laurie Strode, uma das poucas sobreviventes no primeiro filme, vive com pesadelos sobre a volta de Michael Myers. E o dia das bruxas está chegando novamente…

Fiquei dividido quando acabou Halloween II. Por um lado, a crueza usada nas cenas de morte é muito interessante. Mas por outro lado, o filme é fraquinho…

As cenas slasher não lembram os filmes dos anos 80. Estão mais próximas do estilo mostrado por Zombie em Rejeitados Pelo Diabo, algo mais visceral. Se nos filmes anteriores a gente achava graça nas mortes, estas agora causam incômodo. Sim, este Michael Myers não dá medo, e sim desconforto.

Acho que isso é fruto da humanização de Myers, que funcionou bem no primeiro filme, quando foi mostrada a sua origem. Mas aqui não funciona mais, por um motivo muito simples: assim como seus “companheiros” Jason Vorhees (Sexta Feira 13) e Freddy Krüger (A Hora do Espanto), Myers não é humano! Ele pode ter sido humano um dia (e por isso a humanização da origem funcionou), mas um ser que volta da morte cada vez que morre já deixou de ser humano!

E aí a gente começa a ver os defeitos do filme. Por exemplo, ficamos vendo ao longo do filme o fantasma da mamãe Myers conversando com um alter ego criança do vilãozão. E, para piorar, mamãe Myers está sempre de vestido branco e acompanhada de um cavalo também branco. Posso perguntar qual o sentido destas cenas?

(Claro que sabemos o motivo destas várias cenas longas e enfadonhas com a sra. Myers. Ela é interpretada pela Sheri Moon Zombie, esposa do diretor…)

Se o fantasminha camarada fosse o único problema, Halloween II não seria ruim. Mas aí vemos outros defeitos, como a total falta de carisma da atriz Scout Taylor-Compton, intérprete da protagonista Laurie Strode – principalmente se a gente comparar com a Jamie Lee Curtis, a Laurie do Halloween de trinta anos atrás.

E, meu Deus, o que aconteceu com Malcom McDowell? Ele sempre se destacou em papéis de moral dúbia, desde os anos 70, época de Laranja Mecânica e Caligola. E o seu dr. Loomis era uma das melhores coisas do filme de 2007. Mas aqui, são dois os problemas graves. Em primeiro lugar, Loomis morreu no fim do primeiro filme, lembram? Michael Myers esmagou sua cabeça! Ora, alguém com a força de Myers faz aquilo com a cabeça do colega e ele volta, lépido e faceiro, sem nenhuma explicação??? E, para piorar, tem o segundo lugar: Loomis virou um personagem patético e sem graça, que só pensa nas vendas do seu livro…

Para “fechar a tampa”, os diálogos são muito mal escritos. Se não temos nada de interessante para falar, é fácil, é só colocarmos mais alguns palavrões. Bem, para não dizer que todos os diálogos são de se jogar fora, confesso que gostei de ver um diálogo citando o comediante Mike Myers. Heu sempre achei que o nome do ator que fez o Austin Powers e o Shrek era nome de serial killer!

Como disse lá em cima, fiquei dividido. Realmente gostei do estilo “novo slasher”, mas o filme em si foi uma grande decepção, poderia ter sido bem melhor!

Halloween – O Início

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Halloween – O Início (2007)

Semana passada falei da origem do Leatherface, o assassino serial da série Texas Chainsaw Massacre. E hoje é dia da origem de Michael Myers, da série Halloween!

Na verdade, esse não é um filme inteiramente novo, como o da semana passada. Esse é uma refilmagem do original de 78, dirigido pelo mestre John Carpenter, e estrelado por Jamie Lee Curtis e Donald Pleasance.

Aliás, cabe aqui um comentário: durante os anos 80, Jason Vorhees, de Sexta Feira 13, ficou mais famoso; pouco depois surgiu Freddy Krueger, de A Hora do Pesadelo, que também ficou muito famoso. Mas o primeiro assassino deste estilo é o Michael Myers! Halloween foi o primeiro filme neste estilo assassino-morto-vivo-que-sempre-volta-na-cena-final-pra-justificar-a-continuação!

Confesso que não vejo o filme de John Carpenter já faz um tempo, então não posso comparar esta refilmagem com o original. Mas posso dizer que a refilmagem funcionou.

Rob Zombie tem se mostrado um cara legal com sua carreira cinematográfica. Sim, é aquele mesmo cara, da banda White Zombie. Não sei ele continua sendo músico, mas acertou a mão na sua “nova profissão”. Particularmente, heu prefiro o Zombie diretor… Em 2003, Zombie fez The House of 1000 Corpses, e dois anos depois pegou mais pesado com Rejeitados pelo Diabo. E agora anuncia Tyranossaurus Rex pro ano que vem. A carreira desse cara promete…

Este novo Halloween pega uma onda muito usada atualmente em Hollywood, de recriar as histórias dos filmes, incluindo as origens dos personagens, em vez de simplesmente refilmá-los. Tivemos isso com Batman, com 007 (Cassino Royale)… E aqui funciona bem: Zombie cria um histórico familiar interessante pro pequeno Michael quando tinha 6 anos.

Depois de assassinar brutalmente meia dúzia de pessoas, o garoto é internado, e tratado pelo Dr. Loomis. Se no original era o Donald Pleasance, agora temos Michael McDowell! E McDowell sabe como se portar num filme desses – felizmente!

O resto da história é o previsível. A “maturidade” do assassino Michael Myers. E aqui, mais uma vez, a forma vale mais que o conteúdo. Zombie realmente tem talento pra isso.

Uma cena achei particularmente arrepiante: já adulto, Michael volta para a casa onde morou e acha a faca e a máscara que usou quando criança. E quando coloca a máscara – “a” máscara! – toca aquele teminha clássico. Me lembrei do Star Wars ep. III, quando Darth Vader coloca a máscara e respira artificialmente pela primeira vez!

Bom filme. Recomendo!