Os Rejeitados

Crítica – Os Rejeitados

Sinopse (imdb): Um professor mal-humorado é forçado a permanecer no campus para cuidar do grupo de alunos que não tem para onde ir durante as férias de Natal. Ele acaba criando um vínculo improvável com um deles e com a cozinheira-chefe da escola.

Bora continuar com análises dos filmes indicados ao Oscar?

Preciso admitir que acho difícil falar de um filme como Os Rejeitados (The Holdovers, no original). Não é um filme ruim, longe disso, mas, sabe quando acaba um filme e você sente que ele não falou diretamente para você? É o caso aqui. Alguns filmes, saio da sessão já pensando no que vou escrever, quais temas vou abordar, quais cenas, enquadramentos, movimentos de câmera, personagens, trilha sonora, vários detalhes me marcam e quero dividir esses detalhes aqui no heuvi. Mas, em Os Rejeitados, acabou o filme e não tinha nada pra comentar.

Mas, vamulá, se a proposta é comentar todos os filmes do Oscar, vamos aos comentários.

O grande lance de Os Rejeitados é que a produção conseguiu fazer um filme com “cara de anos 70”. Não é só a história que se passa nos anos 70, mas tudo foi filmado tendo em mente grandes filmes da época – o diretor Alexander Payne disse que fez exibições para a equipe de filmes como A Primeira Noite de um Homem (1967), Amor Sem Barreiras (1970), Ensina-me a Viver (1971), A Última Missão (1973), Klute, O Passado Condena (1971) e Lua de Papel (1973). Mais: Os Rejeitados não foi filmado em película, foi filmado digitalmente, mas, na pós produção foram inseridos ruídos na imagem e no som, para “envelhecer” o filme.

Inicialmente achei que a gente veria uma espécie de versão anos 70 de Clube dos Cinco, porque temos uma escola vazia com um professor e cinco alunos. Mas logo acontece um evento que tira quatro alunos da escola, então passamos o filme em cima de três personagens: um aluno, o professor e uma cozinheira. E aí temos um grande trunfo do filme: um elenco inspiradíssimo.

Paul Giamatti está excelente com o seu professor com problemas de sociabilidade – tanto que ganhou o Globo de Ouro e está indicado ao Oscar pelo papel. E o jovem Dominic Sessa também está fantástico, e rola uma boa química entre os dois – nem parece que Sessa está em seu primeiro filme!. Completa o time Da’Vine Joy Randolph como a cozinheira de luto porque seu filho morreu na guerra. Da’Vine também está bem, também ganhou Globo de Ouro e está indicada ao Oscar, mas, na minha humilde opinião, os outros dois chamam mais a atenção.

(Se tenho uma única crítica a Dominic Sessa é que acho que ele parece um pouco velho para o personagem, Sessa tem 21 anos e seu personagem ainda está na escola.)

Ah, Paul Giamatti tem um “lazy eye”, um dos olhos enxerga numa direção diferente do outro. Pesquisei pra saber como ele fez isso, mas só encontrei matérias falando coisas como “não diremos como o olho foi feito”.

Li alguns comentários dizendo que era um filme “muito engraçado”. Discordo. Sim, até podemos classificar como comédia, mas é mais no sentido de deixar um sorriso no rosto do que dar uma gargalhada. Acho que está mais para “dramédia”.

Agora, voltando ao que comentei no início: Os Rejeitados é ruim? Longe disso. Mas… Infelizmente, não achei nada essencial. Um bom filme, mas, na minha humilde opinião, dispensável.

Os Rejeitados está concorrendo a cinco Oscars: Filme, Ator (Paul Giamatti), Atriz Coadjuvante (Da’Vine Joy Randolph), Roteiro Original e Edição. Se for perguntar a minha opinião, o único que tem chances é o Paul Giamatti. Aguardemos.

Os Descendentes

Crítica – Os Descendentes

O “queridinho indie do Oscar 2012″…

Matt King, um dos herdeiros de uma grande área no Havaí, está no meio de um turbilhão. Como sua esposa sofreu um acidente de barco e está em coma, ele precisa se reaproximar das filhas, na mesma época que seus primos querem vender uma grande propriedade da família, num negócio que envolve milhões de dólares. No meio de tudo isso, Matt descobre que sua esposa tinha um amante.

Os Descendentes (The Descendants, no original) não é um filme ruim, mas, na minha humilde opinião, não merece esse hype todo. É apenas mais um filme comum, bem feito, como muitos por aí. Por que está badalado e concorrendo ao Oscar de melhor filme? Mistérios de Hollywoood…

Mas não entendam errado, Os Descendentes não é ruim. A história é atraente, ficamos grudados nos passos de Matt King e seus dramas pessoais. O problema é quando um bom filme é vendido como um dos melhores do ano. Aí a expectativa cresce, e a gente se pergunta por que isso tudo.

O filme foi dirigido por Alexander Payne, ganhador do Oscar de melhor roteiro e indicado para melhor diretor por Sideways – Entre Umas e Outras em 2004. Não vi Sideways, mas pelo que li, Os Descendentes segue a mesma linha – e agora ele concorre a três estatuetas, filme, diretor e roteiro. Ou Payne é bom e heu não reparei; ou ele tem muitos amigos influentes… 😉 (E isso em contar que Os Descendentes já ganhou Globo de Ouro de melhor filme drama e melhor ator!)

George Clooney está cotado para vencer o Oscar de melhor ator hoje por este filme. Ainda falando sobre o hype em torno do filme, Clooney não está mal, mas… Ele está com a mesma cara de George Clooney de sempre! Acho que um prêmio de melhor ator deveria ir para um ator que fizesse algo diferente do usual – e olha que Clooney já tem um Oscar em casa, de ator coadjuvante, por Syriana… Lembro do Tom Hanks, quando ganhou seus dois Oscars, por Filadelfia e Forrest Gump, dois trabalhos realmente impressionantes. Ainda no elenco, Shailene Woodley, Amara Miller, Nick Krause, Beau Bridges, Robert Forster, Matthew Lillard e Judy Greer.

Um filme agradável. Mas supervalorizado.

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