Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Crítica – Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Sinopse (imdb): O famoso arqueólogo e professor Jones regressa com novos desafios, perigos e aventuras, mas desta vez ele tem o sangue de uma nova geração para o ajudar nas suas descobertas e na sua luta contra um novo vilão.

O que mais tem na Hollywood contemporânea são continuações, remakes e reboots. É mais fácil vender uma ideia reciclada do que algo novo. É por isso que, 15 anos depois, temos mais um Indiana Jones – lembrando que a franquia já teve um “filho temporão” com o quarto filme, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, lançado 19 anos depois do terceiro filme.

Não sei por que, mas Steven Spielberg não dirigiu este filme, o que é uma pena. A direção ficou com James Mangold, que tem um currículo bem irregular – ele dirigiu o fraco Wolverine Imortal, e quatro anos depois, o ótimo Logan. Não sei se a culpa foi a troca de diretor, mas, em alguns momentos, Indiana Jones e a Relíquia do Destino (Indiana Jones and the Dial of Destiny, no original) infelizmente acabou ficando com cara de genérico (apesar de manter várias coisas icônicas, como o Harrison Ford e a trilha do John Williams).

Já tem anos que não revejo o quarto filme, na época lembro que curti, mas acho que minha avaliação vai diminuir quando o filme for revisitado. Por isso não vou comparar. Mas, mantenho o que já disse antes: os melhores são o primeiro e o terceiro. Este quinto pode brigar no ranking com o quarto e com o segundo, que é incensado pela maioria, mas é de longe o pior da trilogia original.

Vamos ao filme? Logo que começa, tenho um mimimi que talvez seja head canon. Mas, caramba, nos outros quatro filmes do Indy vemos a vinheta da Paramount virar alguma coisa na tela. E aqui nada acontece.

Pelo menos logo depois temos uma excelente (e longa) sequência de ação com o Harrison Ford rejuvenescido digitalmente. Talvez a gente reveja essa cena daqui a alguns anos e ache o cgi mal feito, mas, por agora, podemos afirmar que é um dos melhores já apresentados no cinema. E, independente do cgi, a sequência é muito boa e traz tudo o que um fã de Indiana Jones gostaria de ver.

Agora, o roteiro tem um monte de inconsistências. Ok, entendo que os outros filmes também têm falhas de roteiro aqui e ali, mas não é por isso que vou ignorar o que acontece aqui. Teve uma coisa que me incomodou bastante, que é quando os mocinhos dão uma dica de lugar para o vilão, mas conseguem fugir, e só depois que se afastam mudam de rumo – e o vilão consegue adivinhar o destino só por causa daquela leve mudança de rumo. Ou quando tem umas vinte pessoas atirando no Indy e ele se abaixa para desviar dos tiros, mas logo depois ele se levanta e ninguém mais quer atirar nele. Isso porque não estou falando de furos graves como a ponte dentro da caverna, que arrebentou mas depois aparece intacta.

Sobre o elenco: Harrison Ford é o Indiana Jones. Mesmo velho, ele é a cara do personagem, e continua ótimo no papel. E um dos pontos positivos de Indiana Jones e a Relíquia do Destino é o excelente vilão interpretado por Mads Mikkelsen. Por outro lado, a afilhada do arqueólogo, interpretada por Phoebe Waller-Bridge, é uma personagem arrogante, egoísta e antipática. Acho que muita gente vai reclamar da personagem.

Ainda no elenco. Antonio Banderas tem um papel menor, que fiquei me perguntando pra que chamar um ator deste porte para algo tão pequeno. John Rhys-Davies reaparece rapidamente como Sallah, admito que queria ver mais cenas com ele. Tem outro nome, é o segundo nome na lista do imdb, mas não sei se é spoiler, então não vou falar, mas posso dizer que no fim aparece uma participação especial que vai tocar o coração do fã. Também no elenco, Boyd Holbrook e Toby Jones.

(Cabe uma crítica ao cgi de rejuvenescimento? Harrison Ford é vinte e três anos mais velho que Mads Mikelsen. Quando o filme está em 1969, Ford realmente parece bem mais velho que Mikkelsen. Mas, no trecho inicial, que se passa durante a guerra, os dois aparentam a mesma idade. Ficou mal feito.)

Preciso falar da trilha sonora, mais uma vez nas mãos de John Williams. Por um lado, a trilha é muito boa porque é pontuada com os temas clássicos ao longo de todo o filme, e isso é arrepiante. Mas, por outro lado, não existe nada de novo aqui. A trilha parece uma colagem dos temas que a gente já conhece há quarenta anos.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino é um pouco longo demais, duas horas e trinta e quatro minutos, chega a cansar (os anteriores estão entre 1h55 e 2h07). Não precisava ser tão longo.

O final do filme é emocionante, vai ter muito nerd velho chorando na parte final. E aparentemente, agora acabou de verdade. Acho difícil Harrison Ford (que fez 80 anos ano passado) voltar ao papel. Existem boatos sobre uma série com a personagem da Phoebe Waller-Bridge, mas acho que isso só será definido pela bilheteria. Aguardemos.

Ford vs Ferrari

Crítica – Ford vs Ferrari

Sinopse (imdb): O projetista de carros Carroll Shelby e o piloto Ken Miles lutam contra a interferência corporativa e as leis da física para construir um carro de corrida revolucionário para a Ford, a fim de derrotar a Ferrari nas 24 horas de Le Mans em 1966.

Tudo aqui lembrava Rush: baseado numa história real, carros de corrida, dois grandes atores liderando o elenco… Será que ficou tão bom quanto aquele?

Dirigido por James Mangold (Logan), Ford vs Ferrari (Ford v Ferrari no original) é um filme que segue uma fórmula batida. Por um lado isso é ruim, porque torna o filme previsível. A gente já viu outras histórias que usam este formato. A gente já sabe o que vai acontecer. Cenas de desafios e superações, momentos de redenção, etc.

Mas, por outro lado, a fórmula é bem administrada. Tudo aqui é muito bem feito, tanto que o filme tem duas horas e meia e passa rapidinho. E as cenas de corrida são realmente empolgantes.

A produção é muito boa. Não sei o quanto de cgi foi usado, mas nada parece artificial – todas as pistas, todos os carros, tudo parece “estar lá”. Se tem um ponto negativo que nada tem a ver com a fórmula, são os clichês mal utilizados, tipo tratar os italianos como vilões caricatos. Não precisava.

O elenco é muito bom. Matt Damon faz o Matt Damon de sempre, mas o cara tem star power suficiente pra segurar o filme. Já Christian Bale dá show, como sempre. Ainda no elenco, John Bernthal, Caitriona Balfe e Josh Lucas.

No fim, Ford vs Ferrari vai agradar a maior parte do público. Nem todo filme precisa ser revolucionário pra ser bom.

(p.s.: Ford vs Ferrari concorreu a quatro Oscars, incluindo Melhor Filme; e ganhou dois: Melhor Edição, e Melhor Edição de Som.)

Logan

loganCrítica – Logan

Em 2029, escondido na fronteira mexicana, um cansado Logan cuida de um idoso Professor Xavier. Mas suas tentativas de se esconder do mundo e de seu legado acabam quando uma jovem mutante chega e começa a ser perseguida por uma organização paramilitar.

A relação ator x personagem do Hugh Jackman com o Wolverine é curiosa. Já tivemos vários atores interpretando o Batman, o Superman, o Homem Aranha… Mas o Wolverine sempre foi do Jackman. Há 17 anos ele interpreta o personagem – e logo um personagem que não envelhece! Agora, depois de seis filmes (mais dois onde ele só aparece em uma cena), vemos o fim desta longa relação entre o ator e o personagem.

Pelo menos foi um final digno. Logan (idem no original) talvez seja o melhor filme com o super com as garras de adamantium.

A direção coube a James Mangold, que quatro anos atrás fez o fraco Wolverine Imortal. Mas desta vez o cara acertou. Em vez de mega vilões e planos mirabolantes para salvar o mundo, Logan mostra o lado mais humano do herói, é um homem cansado e doente querendo cuidar dos seus próximos.

Outro ponto positivo é a violência. O Wolverine sempre foi naturalmente violento, mas até o ano retrasado os filmes de super heróis seguravam a onda nas cenas mais fortes. Provavelmente com o resultado positivo de Deadpool, resolveram acrescentar um pouco de sangue. Finalmente os fãs do personagem o verão como era pra ser!

No elenco, Hugh Jackman está perfeito como o Logan “velho” – o ator também deve estar cansado do personagem, isso deve ter ajudado. Patrick Stewart também está bem, com um professor Xavier nonagenário. Mas o destaque está com a jovem Dafne Keen, que rouba todas as cenas. Guardemos esse nome, essa menina vai longe! Ainda no elenco, Stephen Merchant e Boyd Holbrook.

Num ano que promete ser bom para os fãs de filmes de super heróis, Logan é um bom começo!

Wolverine Imortal

Crítica – Wolverine Imortal

Quando Wolverine é convocado para ir ao Japão por um velho conhecido, ele é envolvido num conflito que o força a confrontar seus próprios demônios.

Em 2009, lançaram Wolverine – Origens, que desagradou os fãs e a crítica. Mas como se trata de um personagem famoso e importante, e como temos um ator que “veste” perfeitamente o personagem, logo trataram de esquecer este filme e criar um novo. Afinal, em breve teremos mais um filme dos X-Men com o personagem Wolverine

Wolverine Imortal segue a linha do recente Homem de Ferro 3 – um filme mais ligado ao homem do que ao heroi. Aqui, o Logan é mais importante que o Wolverine. Assim, temos um filme mais sério. O problema é que com isso, o filme ficou arrastado…

Não sei se a falha foi terem usado um diretor sem experiência na área. Gosto do James Mangold pelo seu suspense Identidade, de 2003; mas quando ele fez um filme de ação (Encontro Explosivo, de 2010), não foi lá grandes coisas. Outro problema de Wolverine Imortal é o vilão – no caso, a vilã Víbora. E aquele duelo final também não convenceu.

O elenco não tem muitos nomes conhecidos. Tá, Hugh Jackman hoje é super famoso, e ele “é” o Wolverine – já é o seu sexto filme com o personagem (cinco como protagonista; mais um numa ponta). Além dele, temos Famke Janssen de volta como Jean Grey, em cenas completamente desnecessárias (tire as cenas dela, nada muda no filme). Além dos dois, o elenco é desconhecido, pelo menos no cinema ocidental: Tao Okamoto, Rila Fukushima, Hiroyuki Sanada e Svetlana Khodchenkova.

No fim, Wolverine Imortal não chega a ser um filme ruim. Mas fica a sensação de que poderia ser bem melhor.

p.s.1: É Marvel. Então, não se esqueça, tem cena depois dos créditos!

p.s.2: Por que o nome “Wolverine Imortal”? De onde tiraram o nome nacional?

Identidade

Crítica – Identidade

Desde que fiz o Top 10 de finais surpreendentes, tenho vontade de rever Identidade. Tempo livre no fim de semana, revi!

Dez pessoas ficam presas em um motel de beira de estrada por causa de uma forte chuva. Mas, um a um eles começam a ser assassinados. Ao mesmo tempo que procuram o assassino, tentam descobrir o que têm em comum.

Identidade é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Acredito que já foi visto por boa parte dos leitores daqui do Blog, mas, em respeito aos que não viram, vou tomar cuidado para não soltar spoilers.

A estrutura do filme parece o clássico “whodoneit”, tipo os filmes da série Pânico: em um grupo de pessoas, um a um é assassinado, e o filme vai dando pistas para descobrirmos quem é o assassino. O Caso dos Dez Negrinhos, livro de Agatha Christie, é citado por uma personagem.

Mas só parece. A trama vai ficando mais complexa, incluindo até elementos que parecem sobrenaturais, até a sensacional reviravolta final. E é aí que a gente pára, porque é complicado falar mais sem comprometer a diversão de quem ainda não viu Identidade. Por mais que seja um filme de quase 10 anos atrás (foi lançado em 2003), tem gente que ainda não viu…

A direção estava nas mãos de James Mangold, que pouco antes fizera Garota Interrompida e Kate e Leopold, e recentemente dirigiu Encontro Explosivo. O elenco, liderado por John Cusack (competente como sempre), também conta com Amanda Peet, Ray Liotta, Rebecca DeMornay, Clea Duvall, Jake Busey, Alfred Molina, John C McGinley, John Hawkes e William Lee Scott. E, claro, Pruit Taylor Vince e seus olhos “nervosos” dão um toque extra especial ao filme.

Pra quem ainda não viu, fica aqui a recomendação. E pra quem viu, sugiro olhar o Top 10 de finais surpreendentes.

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A Órfã
Desconhecido
Ilha do Medo

Encontro Explosivo


Crítica – Encontro Explosivo

June Havens (Cameron Diaz) levava uma vida simples até esbarrar com o misterioso agente secreto Roy Miller (Tom Cruise) num aeroporto, e ser obrigada a acompanhá-lo em perigosíssimas missões para proteger uma bateria especial, que nunca descarrega.

Encontro Explosivo é uma eficiente mistura de comédia com ação exagerada. A ação tem um ritmo frenético, deve ser pra gente não reparar nas várias inconsistências do roteiro – muita coisa lá é absurda! Mas, relevando o lado impossível, dá pra se divertir.

O grande trunfo de Encontro Explosivo é a dupla de atores protagonistas. Tom Cruise está ótimo como o super agente com ar paternalista, e tem uma boa química com Cameron Diaz (eles já tinham trabalhado juntos em Vanilla Sky). Não é preciso dizer que, se você não gosta de Tom Cruise, passe longe deste filme – é um típico “veículo de ator”… Além deles, o elenco conta com Peter Sarsgaard, Jordi Mollà, Viola Davis, Paul Dano e uma ponta de Maggie Grace.

A direção é de James Mangold, autor de filmes de diversos estilos (Garota Interrompida, Cop Land, Johnny & June), em cima do roteiro do estreante Patrick O’Neill. Os efeitos especiais podiam ser melhores, mas não chegam a atrapalhar, afinal, o filme não se leva a sério nunca.

Enfim, Encontro Explosivo é perfeito para aqueles dias que queremos ver um bom filme pipoca. Divertido, e facilmente esquecível logo depois.

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