Noite Infeliz

Crítica – Noite Infeliz

Sinopse (imdb): Quando um grupo de mercenários ataca a propriedade de uma família rica, o Papai Noel deve intervir para salvar o dia (e o Natal).

O tema “papai Noel badass” já me interessava. Mas quando soube que era produção da 87North, passou a ser um dos filmes aguardados do fim do ano!

Pra quem não se ligou no nome, 87North é a produtora fundada por David Leitch, e que está por trás de filmes como Anônimo, Trem Bala e Kate. Ou seja, estamos diante de uma galera que sabe fazer boas cenas de ação. Claro, isso não garante a qualidade do filme, mas pelo menos garante a qualidade das cenas de ação. E quem me conhece sabe que aprecio cenas de ação bem coreografadas e bem filmadas.

Outra coisa que falo sempre aqui é que precisamos entender a proposta do filme. Noite Infeliz (Violent Night, no original) não quer ser um grande filme, é sim uma boa diversão a partir de uma ideia maluca – um Papai Noel real, e bem diferente do que a gente imagina. O resultado é um um bom equilíbrio entre ótimas cenas de ação e sequências engraçadíssimas, com um ator protagonista inspirado, que quando acaba o filme a gente já fica com vontade de rever.

A direção é do norueguês Tommy Wirkola, um nome não muito conhecido, mas que heu acompanho desde Dead Snow, filme nórdico de zumbis lançado em 2009. Já em Hollywood, ele fez o divertido e meio trash João e Maria Caçadores de Bruxas em 2013, e já na era do streaming fez Onde Está Segunda em 2017. Currículo pequeno, mas já tem alguns bons títulos.

Um dos grandes trunfos de Noite Infeliz é não se levar a sério em momento algum – o filme é divertidíssimo! É claro que existem espaços para citações a outros filmes de Natal, como Duro de Matar e Esqueceram de Mim. Aproveito para comentar o “momento Esqueceram de Mim”. Certo momento, parece que o filme pega outra pegada no humor. Isso talvez incomode alguns espectadores, mas hei entendi que era uma homenagem ao filme do Macauley Culkin.

Outra coisa que precisa ser mencionada é a trilha sonora de Dominic Lewis. A trilha é orquestrada, parece um Alan Silvestri dos áureos tempos, e cheia de pequenas citações a temas clássicos de Natal. Há tempos que uma trilha sonora não me chamava tanto a atenção.

O roteiro não é perfeito, tem algumas situações bem forçadas. Mas… o próprio roteiro assume que são forçadas e manda a frase “é a mágica do Natal, não sei como funciona, mas funciona”. Assim, o roteiro não se preocupa com algumas incoerências. Mas, tenho uma crítica. O filme mostra alguns breves flashbacks do passado do Papai Noel, antes dele assumir o cargo. Mas não desenvolve esse plot. Ora, se você vai entrar no assunto, desenvolva. Ficar só na pincelada ficou estranho.

No elenco, todos os elogios possíveis a David Harbour, ótimo como esse Papai Noel politicamente incorreto. Ele bebe demais, ele parece ser um cara egoísta, mas mostra que lá no fundo é coerente com a mitologia do personagem. E Harbour ainda faz cenas de ação, tem uma cena num salão de jogos (a cena que termina com a estrela no olho) que tem um longo plano sequência! O vilão John Leguizamo também está bem. O terceiro nome conhecido do elenco é Beverly D’Angelo – será que seria uma citação implícita a Férias Frustradas de Natal, de 1989? No resto do elenco, ninguém relevante.

Noite Infeliz pode ficar junto de Gremlins e Duro de Matar como filmes para serem revistos a cada Natal!

Onde Está Segunda?

Onde está segundaCrítica – Onde Está Segunda?

Sinopse (imdb): Em um mundo em que as famílias são limitadas a um único filho devido à superpopulação, sete gêmeas idênticas devem evitar ser descobertas pelo governo ao investigar o desaparecimento de uma delas.

Rodando o “cardápio” do Netflix, encontrei um filme sobre uma sociedade distópica, onde a Noomi Rapace interpreta sete gêmeas, dirigido pelo norueguês Tommy Wirkola, o mesmo cara que fez Dead Snow e João & Maria: Caçadores de Bruxas. Taí, um filme assim com certeza entra no meu radar!

Antes de tudo, preciso falar que o clima em Onde Está Segunda? (What Happened to Monday, no original) não tem um pé no trash, como os dois filmes citados no parágrafo anterior. A ambientação aqui é mais séria, o filme é bem mais palatável para o grande público.

Gostei muito do conceito da sociedade distópica proposta aqui. O cinema atual está cheio de distopias “sub Jogos Vorazes“, com jovens bonitinhos, mas essa aqui me lembrou mais um 1984 com tecnologia “blackmirrorana”.

O elenco é outro ponto positivo. Quer dizer, a Noomi Rapace é o ponto positivo. Não que Willem Dafoe e Glenn Close estejam mal, mas é que a Noomi interpreta as sete irmãs, e são sete personalidades bem diferentes. Talvez este seja seu melhor trabalho até hoje. Ah, a personagem criança também é interpretada pela mesma atriz, a menina Clara Read. Também no elenco, Marwan Kenzari e Christian Rubeck.

Onde Está Segunda? tem uma trama empolgante, mas o roteiro tem umas falhas brabas, tipo quando a Glenn Close pede discrição e seu funcionário leva dezenas de soldados que atiram antes e perguntam depois. Mas apesar disso, achei que o resultado final vale a pena.

João e Maria: Caçadores de Bruxas

Crítica – João e Maria: Caçadores de Bruxas

Vocês se lembram do conto de fadas dos irmãos João e Maria, crianças que foram atraídas para uma casa feita de doces e foram capturadas por uma bruxa? E se os irmãos crescessem e virassem caçadores de bruxas?

Depois de matar a bruxa da historinha clássica, os irmãos João e Maria viram caçadores profissionais de bruxas. São contratados por uma pequena cidade onde crianças estão desaparecendo, e se deparam com uma bruxa mais poderosa do que a média.

Dirigido pelo norueguês Tommy Wirkola (Dead Snow), João e Maria: Caçadores de Bruxas (Hansel & Gretel: Witch Hunters, no original) segue a nova onda de adaptações de histórias infantis sob uma nova ótica. Já tivemos bons (Alice no País das Maravilhas, Branca de Neve e o Caçador) e maus (A Garota da Capa Vermelha, Espelho, Espelho Meu) exemplares do estilo.

Se você acha que uma história ambientada em uma vila medieval não combina com roupas de couro e armas de fogo de grosso calibre, então você não vai gostar do filme. Mas se você se deixar levar pelas “liberdades poéticas”, vai se divertir. João e Maria: Caçadores de Bruxas não se leva a sério em nenhum momento. Além das armas de fogo e das roupas de couro, temos um “taser” que dá choques, injeções para tratar diabetes, e aparece até uma vitrola!

A ambientação e os efeitos especiais têm um “pé” no filme B, tornando tudo ainda mais divertido, pelo menos para aqueles no clima certo (não sei por que, me lembrei do Sam Raimi – é ele quem está dirigindo o novo Mágico de Oz, tomara que não nos decepcione). Tudo é meio tosco, e o gore é abundante – não se esqueçam que o filme mais famoso de Wirkola é um terror com zumbis nazistas. O 3D também ajuda o clima B: são várias coisas atiradas na direção da câmera, como um bom 3D de parque de diversões.

A quantidade de gore e de pedaços de corpos arrancados é um problema para a faixa etária do filme – os mais novos podem achar o filme um pouco forte, enquanto os “adultos” não vão se interessar pelo tema. Isso deve ser uma das causas da bilheteria fraca.

O elenco é acima da média para um filme B. Gemma Arterton (Fúria de Titãs, O Príncipe da Pérsia) e Jeremy Renner (Os Vingadores, O Legado Bourne) estão muito bem como os irmãos Hansel e Gretel (por que será que a geração dos nossos pais traduziu para “João e Maria”?). Famke Janssen e Peter Stormare também estão bem como os coadjuvantes.

Enfim, João e Maria: Caçadores de Bruxas não é para todos os gostos. Mas quem curtir uma aventura / terror / fantasia com ar de filme B vai se divertir, e muito.

Dead Snow

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Dead Snow

Uau! Um filme norueguês de zumbis nazistas!!!

Um grupo de amigos vai passsar um feriado numa cabana no meio da neve. Um sinistro visitante noturno aparece lá para contar uma história igualmente sinistra, e o resto da história todo mundo já sabe qual é…

Quem me acompanha por aqui sabe que heu gosto de fugir do óbvio. E ver um filme de terror europeu é sempre bom pra quem tá acostumado com a mesmice de Hollywood. Principalmente porque é de um estilo diferente dos filmes europeus que normalmente chegam por aqui! Ou seja, “encontrar” este filme foi um prazer tão grande quanto Deixe Ela Entrar, o filme sueco de vampiros!

Mas tenho que confessar que não gostei muito destes zumbis noruegueses… Já vimos em outros filmes zumbis que correm. Mas zumbis que não só correm como também sangram? Sei lá, prefiro o “estilo clássico”…

Mesmo assim, isso não tira o brilho do filme. Bons efeitos especiais e um excelente clima de tensão fazem de Dead Snow uma boa pedida. E aquela neve toda faz um belíssimo cenário!

Queremos mais filmes nórdicos de terror!