Kung Fu Panda 4

Critica – Kung Fu Panda 4

Sinopse (imdb): Após ser escolhido para se tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz, Po precisa encontrar e treinar um novo Dragão Guerreiro, enquanto uma feiticeira perversa busca trazer todos os vilões-mestres já derrotados por Po do reino espiritual.

Heu não ia ver este quarto filme do Kung Fu Panda. Pra ser sincero, não me lembro do primeiro, e, pior, nem me lembro se vi o segundo e o terceiro. E, como comentei aqui num post ano passado, agora que meus filhos estão um pouco mais velho, tenho visto menos filmes infantis. Mas aí lembrei de Gato de Botas 2, que foi uma bela surpresa, e resolvi ir à sessão. Mas, vou fazer meus comentários aqui como um espectador leigo: não trarei nada de head canon relativo aos outros filmes!

O panda Po precisa treinar seu sucessor. Ele escolhe uma ladra e os dois saem “em grandes aventuras”. Claro, tem uma nova e perigosa vilã, mas não achei nada demais, não tem nada de memorável nela. (Li críticas sobre a história não usar os “Cinco Furiosos”, que estavam nos outros filmes. Como falei, me lembro pouco dos outros filmes, então isso não me incomodou.)

Se Gato de Botas 2 trouxe uma textura diferenciada nas imagens (influência de Aranhaverso), aqui a animação não traz muitas novidades técnicas. Algumas cenas de ação ficam com a tela dividida, o que traz um bom efeito visual, e tem uma luta num “contra luz”, onde vemos apenas as silhuetas. Ok, tecnicamente bem feito, mas alguns degraus abaixo dos outros dois filmes citados neste parágrafo.

Claro, o filme é engraçado – as vozes originais são de Jack Black e Awkwafina, ninguém vai esperar algo diferente da comédia. Mas preciso dizer que o que achei mais engraçado foram aqueles coelhinhos “do mal”. Não tem como não lembrar de Monty Python!

Sobre a trilha sonora, preciso dizer que gostei muito de uma versão instrumental de Crazy Train, do Ozzy Osbourne, num daqueles “momento videoclipe”. Se a sequência é clichê, pelo menos criaram uma nova versão da música. O resto da trilha é apenas competente.

Parece que Kung Fu Panda decepcionou os fãs da franquia. Mas, se você for ao cinema apenas atrás de uma hora e meia de uma animação divertida, pode até curtir.

Ruby Marinho, Monstro Adolescente

Crítica – Ruby Marinho, Monstro Adolescente

Sinopse (imdb): A doce e desajeitada Ruby Marinho, de 16 anos, descobre que é descendente direta das rainhas guerreiras Kraken e precisará se esforçar para proteger aqueles que ela mais ama contra sereias vaidosas e famintas por poder.

Talvez seja um problema você colocar no pôster do filme os dizeres “da DreamWorks, que criou Shrek e Como Treinar seu Dragão“. Porque isso vai elevar as expectativas, e às vezes o novo filme é bem bobinho. Como é o caso aqui de Ruby Marinho, Monstro Adolescente.

Dirigido por Kirk DeMicco e Faryn Pearl, Ruby Marinho, Monstro Adolescente (Ruby Gillman, Teenage Kraken, no original) traz uma história que já foi contada um monte de vezes, com uma adolescente vivendo mudanças no seu corpo e com problemas de relacionamento com a mãe, ao mesmo tempo que tem os problemas de sempre na escola, como o medo de convidar seu crush para a festa de fim de ano. Parece uma receita de bolo, tem até os momentos musicais quando ela está nadando no fundo do mar.

Ok, a gente sabe que a Dreamworks tem um histórico de copiar a Disney (Monstros S.A. / Shrek, Vida de Inseto / Formiguinhaz, Procurando Nemo / O Espanta Tubarões). Achei que isso tinha ficado no passado mas Ruby Marinho parece uma cópia de Luca (monstro marinho adolescente que vive entre humanos), com toques de Red (menina adolescente que precisa controlar mudanças no corpo).

(Em Luca o monstro marinho fica igual a um humano. Aqui os krakens são azuis e não têm ossos. Mesmo assim, vivem entre os humanos, e dizem que são diferentes porque são canadenses. Ok, entendi a piada, mas achei forçada.)

Ainda falando em plágios, aqui tem uma sereia que é IGUAL à Ariel. Mas, nesse ponto em particular, achei divertido você colocar uma Ariel como a antagonista. Foi uma boa sacada.

A sessão de imprensa foi dublada. A dublagem brasileira é muito boa, não tenho queixas quanto a isso. Mas, dá pena de ver que perdemos as vozes de Toni Collette como a mãe e Jane Fonda como a avó.

Como falei, Ruby Marinho, Monstro Adolescente não é ruim, mas é tão bobinho que decepciona – assim como aconteceu com o recente Elementos da Pixar, lançado duas semanas atrás. Nessa briga entre Dreamworks e Pixar, quem está se dando bem em 2023 é a Illumination com o seu Super Mario Bros.*

*Não esqueci do Aranhaverso 2, é que considero ele feito para outro público alvo

Gato de Botas 2: O Último Pedido

Crítica – Gato de Botas 2: O Último Pedido

Sinopse (imdb): O Gato de Botas descobre que sua paixão pela aventura cobrou seu preço: ele esgotou oito de suas nove vidas. O Gato de Botas embarca em uma jornada épica para encontrar o mítico Último Desejo e recuperar suas nove vidas.

Lembro de quando a Dreamworks começou. A Disney reinava sozinha nos longas de animação, então surgiram a Pixar e a Dreamworks, e por um tempo eram as três no topo, com algumas poucas exceções. Mas com o passar do tempo, a Dreamworks investiu em várias continuações e spin offs, e, pelo menos pra mim, perdeu parte da graça (tirando Toy Story, a Pixar demorou bastante pra entrar no mundo das continuações).

E finalmente, 11 anos depois do primeiro filme, chegamos a Gato de Botas 2, que é uma continuação de um spin off de Shrek. Mas… Não é que o filme é bom?

Podemos citar dois méritos de Gato de Botas 2: O Último Pedido. O primeiro é meio previsível: uma boa história, com bons personagens. Nem me lembro se vi o primeiro filme do Gato de Botas, só me lembrava do personagem pelos grandes olhos na cara de pidão. Mas pelo menos neste novo filme, é um personagem muito bom: ele é um guerreiro, um espadachim, canta, toca violão, e depois de tudo isso vai beber leite como um gatinho normal.

E não é só ele, mas temos vários bons coadjuvantes. O time formado pela Cachinhos Dourados e os três ursos é genial, e o Perrito é um coadjuvante sensacional. E, de quebra, ainda tem vários easter eggs de contos de fada – coisa que sempre aconteceu na franquia Shrek.

O outro ponto a ser citado é a qualidade da animação. Hoje, em 2023, quando a gente vê um grande lançamento vindo de um grande estúdio, a qualidade da imagem é meio que obrigação. Ver imagens perfeitas não é mais do que obrigação. Não gostei de Os Caras Malvados, mas não gostei por causa da história e dos personagens, não tenho queixas à qualidade da animação.

Mas… Gato de Botas 2 vai um pouco além. Se chegamos a um ponto onde não tem como a animação ser mais perfeita, como fazer para se diferenciar? As cenas de ação aqui trazem um traço diferente, uma textura diferente. Procurei pela Internet elementos técnicos pra trazer aqui, mas não achei nada que explique muito o que foi feito. O que descobri é que depois do sucesso do Homem Aranha no Aranhaverso – que trazia texturas diferentes – outras animações estão pegando este caminho. E aqui a gente vê, nas cenas de ação, que o filme muda o estilo e essas cenas ficam muito mais agradáveis de se ver do que as mesmas cenas de sempre, repetindo o mesmo estilo de sempre.

Longa de animação muitas vezes é exibido dublado em português. Por sorte vi o original em inglês. O lobo é dublado pelo Wagner Moura! Gostei de vê-lo (ouvi-lo?) com uma voz diferente do que estamos acostumados! Outro detalhe que não sei se conseguiram traduzir: os capangas do vilão são os “baker dozen”, que poderia ser traduzido como “uma dúzia de padeiros”, mas na verdade é uma expressão em inglês que significa treze (catei no Google, parece que quando você comprava uma dúzia de pãezinhos e ganhava um extra de cortesia).

Já que falei do Wagner Moura, vamos ao resto do elenco. O gato é dublado pelo Antonio Banderas, e o filme ainda conta com Salma Hayek, Florence Pugh, Olivia Colman, Ray Winstone, Samson Kayo e Harvey Guillén.

Gato de Botas 2 funcionou tão bem que está concorrendo ao Oscar de melhor longa de animação. Claro que acho que não tem chances, porque o Pinóquio do Del Toro é uma coisa de outro mundo. Mas, ser considerado pela Academia um dos cinco melhores desenhos do ano já é uma coisa boa para um filme que a principio seria apenas uma continuação de um spin off.

Os Caras Malvados

Crítica – Os Caras Malvados

Sinopse (imdb): Vários animais criminosos reformados, mas incompreendidos, tentam se tornar bons, com alguns resultados desastrosos ao longo do caminho.

Admito um problema de head canon com relação a este Os Caras Malvados (The Bad Guys, no original). A primeira vez que ouvi falar foi durante a gravação de um podcast sobre expectativas para 2022. GG, host do meu podcast Podcrastinadores, falou de uma animação que supostamente seria uma versão de Cães de Aluguel com animais – sr Lobo, sr. Cobra, sra. Tarântula, sr. Tubarão e sr. Piranha. Taí, esse filme heu queria ver. Os Caras Malvados estava até na minha lista pessoal de expectativas pra 2022 no heuvi.

Passou um tempo descobri que era Dreamworks, o que, neste caso, era uma má notícia. Um estúdio como a Dreamworks provavelmente faria um filme infantil, e a ideia na minha cabeça funcionaria melhor em uma animação adulta.

Mas, é ainda pior que o meu head canon. Os Caras Malvados é um filme bem infantil. Ingênuo acho que é uma boa palavra para descrevê-lo.

Tudo é muito clichê, tudo é muito previsível neste longa de estreia de Pierre Perifel (que já tinha trabalhado no departamento de animação de vários outros desenhos). Pra começar, nenhum dos personagens é cativante, nenhum dá vontade de rever em outro filme, seja continuação ou spin off (como o Gato de Botas ou os Pinguins de Madagascar, pra citar exemplos dentro da Dreamworks). E assim que começa o filme a gente já adivinha os plot twists. E essa história de colocar os bichos “malvados” é um maniqueísmo poucas vezes visto no cinema recente. Por fim, a mensagem do filme é o cúmulo do tatibitati: “seja bom, é melhor que ser ruim”. Esse roteiro foi escrito por alguém que veio do Backyardigans?

Ok, reconheço que não sou o público alvo. Estamos falando de um filme para crianças. Mas, caramba, o cinema de animação evoluiu, temos tido vários exemplos de filmes que agradam as crianças e também os adultos – inclusive filmes da Dreamworks…

Bem, pelo menos quem se desligar desse “detalhe” vai curtir. A parte técnica da animação é perfeita, e rolam algumas piadas muito boas. O ritmo do filme é bom, as cenas de ação são bem executadas, e a trilha sonora funciona muito bem.

Tem uma coisa que achei curiosa. Tirando os sete personagens principais (os 5 do título, mais a governadora (raposa) e o professor Marmelada (porquinho da Índia)), que são antropomorfos, todos os outros são humanos. Estamos em um mundo onde humanos convivem com animais antropomorfos, isso não é muito comum.

Enfim, quem não se importar feito com roteiro pode curtir. Heu prefiro animações mais bem escritas.

Como Treinar Seu Dragão 3

Crítica – Como Treinar Seu Dragão 3

Sinopse (imdb): Quando Soluço descobre que Banguela não é o único Fúria da Noite, ele deve procurar “O Mundo Oculto”, uma secreta Utopia de Dragões, antes que um tirano contratado chamado Grimmel a encontre primeiro.

Depois dos filmes de 2010 e 2014, vamos à conclusão da boa trilogia.

Escrito e dirigido pelo mesmo Dean DeBlois dos dois primeiros filmes, Como Treinar seu Dragão 3 (How to Train Your Dragon: The Hidden World, no original) traz mais uma vez os habitantes de Berk, vikings que aprenderam a viver em paz com os dragões em vez de caçá-los. Agora adulto, Soluço precisa aprender a ser líder, e também aprender a deixar que Banguela siga o seu caminho.

Como Treinar seu Dragão 3 usa bom humor e personagens carismáticos para mostrar uma história de amadurecimento. Não gostei do vilão, achei que faltou um background para ele (como ele consegue dominar dragões daquele jeito? por que ele odeia os Fúrias da Noite?), mas nada que atrapalhe muito.

O visual dos filmes da saga Como Treinar seu Dragão sempre chamou a atenção, e aqui podemos falar o mesmo. A animação é de cair o queixo. Tem uma cena numa praia onde a textura da areia é tão perfeita que parece que alguém filmou. E a sequência do santuário dos dragões é digna de entrar num ranking de melhores visuais fantásticos.

O elenco gringo repete os nomes dos filmes anteriores (Gerard Butler, Cate Blanchett, Jonah Hill, Kit Harington, Kristen Wiig, Jay Baruchel, Christopher Mintz-Plasse e America Ferrera), e ainda traz F. Murray Abraham como o vilão. Mas, por aqui, acho que só dublado mesmo. Pelo menos a dublagem é boa.

Com este terceiro filme, a saga ganha uma boa conclusão. Não termina com um gancho para um quarto filme, mas os gananciosos executivos de Hollywood sempre podem inventar uma nova continuação. Tomara que não. Que a trilogia termine assim, mantendo a qualidade.

Trolls

TrollsCrítica – Trolls

Dreamworks novo!

Trolls são pequenos e coloridos seres que gostam de cantar, dançar e se abraçar. Depois que os malvados Bergens invadem a vila e raptam alguns Trolls, a princesa Poppy, a Troll mais feliz que já nasceu, parte em uma viagem para resgatar seus amigos.

A Dreamworks costuma ser bem mais irregular que a Pixar. Mas desta vez acertou. Trolls é uma das melhores animações do ano!

(Um pequeno parágrafo pra falar sobre “trolls”. Pra mim, troll era um monstro grande e feio, como no filme O Caçador de Trolls, e não bichinhos fofos e coloridos. Descobri que esses trolls do filme são baseados numa boneca criada no fim dos anos 50, e que foi moda nos anos 70 e 80. Aqui no Brasil tivemos uma boneca parecida, mas não sei se tinha o mesmo nome. Mas voltemos ao filme.)

Ok, a história é meio clichê – claro que Tronco vai seguir Poppy, e claro que no fim eles vão cantar juntos. Mesmo assim, o resultado final ainda é acima da média. Sabe quando tudo está no lugar certo? Bom ritmo, personagens carismáticos, boa trilha sonora, um visual alucinante e muito colorido, e com qualidade técnica impecável – tudo em Trolls funciona perfeitamente.

Aliás , a qualidade técnica impressiona mesmo nos dias de hoje, quando nossos olhos já estão acostumados com animações top. A textura dos personagens parece algo palpável. E todos os cenários são impressionantes.

Trolls tem momentos engraçadíssimos – adorei a Nuvem. E ainda tem espaço para momentos emocionantes. A parte onde cantam True Colors vai tirar lágrimas de alguns…

A dublagem está ótima – como costuma ser a dublagem nacional hoje em dia. Mas, mais uma vez, deu vontade de ver com o elenco original: Anna Kendrick, Justin Timberlake, Zooey Deschanel, Christopher Mintz-Plasse, Christine Baranski, Russel Brand, Gwen Stefani e John Cleese, entre outros. Não só pelo elenco, mas também pela trilha sonora, que usa músicas conhecidas inseridas na trama. E, como fazem parte da trama, foram dubladas. E heu preferia ouvir músicas como Hello (Lionel Ritchie), True Colors (Cyndi Lauper) e Total Eclipse of the Heart (Bonnie Tyler) com as letras originais. Entendo a opção pelas versões, por causa da criançada, mas ouvir “Eclipse total do coração” enfraqueceu…

Mais uma bronca sobre as músicas dubladas. Entendo por que dublaram. Mas por que deixar algumas com o som original? Ok, Can’t Stop the Feeling deve ser uma das músicas indicadas ao Oscar ano que vem, mas… por que The Sound of Silence estava em inglês?

Mesmo assim, Trolls ainda é um grande filme . Diversão garantida !

Cada Um Na Sua Casa

0-cada-um-na-sua-casaCrítica – Cada um na sua Casa

Dreamworks novo!

A Terra é invadida pelos boovs, alienígenas que vivem em fuga. Oh, um boov atrapalhado e solitário, fica amigo da menina Tip, que está à procura de sua mãe.

Cada um na sua Casa (Home, no original) é a nova animação da Dreamworks. Talvez este seja um dos filmes mais infantis da história da produtora, mas não é por isso que a qualidade do filme é fraca. A parte técnica, como era de se esperar, é impressionantemente bem feita – os cabelos de Tip parecem reais, e aquela cena da nave Gorgon atravessando os anéis de Saturno foi de encher os olhos.

Cada um na sua Casa foi baseado no livro infantil “The True Meaning of Smekday”, de Adam Rex, e, como toda história infantil, traz uma mensagem. Mas o melhor do filme é a parte comédia – alguns trechos são muito engraçados! Se a história é bobinha, pelo menos os risos estão garantidos.

A sessão para imprensa foi com a versão dublada. A dublagem foi bem feita, como tem sido ultimamente, mas fiquei com vontade de ver com o som original – afinal, os atores principais são Jim Parsons (o Sheldon de The Big Bang Theory) e Steve Martin. As cantoras Rihanna e Jennifer Lopez fecham o elenco principal.

Agora, sobre a Rihanna… Nada contra o seu trabalho como atriz, mas precisava ter um monte de músicas suas? O filme tem sérios problemas de ritmo porque precisa ficar forçando a barra pra encaixar um monte de músicas chatas e melosas – uma delas aparece pelo menos três vezes! Também tem a Jennifer Lopez na trilha sonora, mas pelo menos é só uma música. Ok, entendo o lado do marketing da Dreamworks, mas isso cansou.

Mas acho que os pequenos não vão se importar…

Como Treinar o Seu Dragão 2

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Crítica – Como Treinar o Seu Dragão 2

Este ano não terá nenhum longa da Pixar. Em compensação, chega aos cinemas o segundo dos três Dreamworks de 2014*!

Cinco anos depois dos acontecimentos de Como Treinar Seu Dragão, a aldeia de Berk vive em harmonia com os dragões. Agora com 20 anos, Soluço, sempre acompanhado do dragão Banguela, enfrenta novos obstáculos na busca pela paz.

Continuação do longa de 2010, Como Treinar o Seu Dragão 2 (How To Train Your Dragon 2, no original) consegue ser uma boa diversão tanto pra criançada quanto para os adultos que vão ao cinema acompanhar os pequenos. Baseada na série de livros da escritora inglesa Cressida Cowell, a trama não é uma repetição do primeiro filme – temos um novo personagem importante para a trama, um novo vilão e dragões gigantescos.

E além do humor característico dos longas da Dreamworks, Como Treinar o Seu Dragão 2 traz um forte momento dramático que vai trazer lágrimas ao cinema.

A parte técnica é um assombro de tão bem feita. As paisagens, a água, o fogo e a fumaça são tão perfeitas que parecem filmadas em vez de desenhadas. E tem mais: vemos dezenas de espécies de novos dragões, num espetáculo de cores que lembrou a franquia Rio.

Ah, claro, desenho animado, tem em 3D. Mas não precisa, né?

Enfim, boa opção em cartaz nos cinemas. Até agora, uma das melhores animações do ano.

* Em fevereiro tivemos As Aventuras de Peabody & Sherman; no fim do ano estreia Os Pinguins de Madagascar

As Aventuras de Peabody & Sherman

0-Peabody2Crítica – As Aventuras de Peabody & Sherman

O novo Dreamworks!

O sr. Peabody é um cachorro super inteligente, ganhador do prêmio Nobel, medalhista olímpico, etc, e que resolve adotar Sherman, uma criança abandonada. No seu primeiro dia de escola, Sherman se envolve num caso de bullying, e agora o sr. Peabody precisa resolver o problema para não perder a guarda do filho.

As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman, no original) é uma adaptação do desenho televisivo “Peabody’s Improbable History” do fim dos anos 50 e início dos anos 60, que fazia parte do desenho As Aventuras de Rocky e Bullwinkle, ou Alceu e Dentinho (The Rocky and Bullwinkle Show). Nos anos 90, fizeram um longa metragem “As Aventuras de Alceu e Dentinho”, que não fez muito sucesso. E, até agora, sr. Peabody e Sherman continuavam quase desconhecidos.

Dirigido por Rob Minkoff (O Rei Leão), As Aventuras de Peabody & Sherman tem um problema básico: é um filme para crianças onde as melhores piadas não são para as crianças. O filme trata de viagem no tempo, passa pela Revolução Francesa, pelo Egito dos faraós, pela renascença italiana, pela guerra de Troia – uma criança pequena que não conhece os fatos históricos vai ficar que nem o Sherman quando fala “não entendi”…

Pelo menos o roteiro é leve e o ritmo é rápido, e uma criança pode “passar batido” pelas piadas históricas e se divertir. E a mensagem do filme – amor paterno maior que qualquer coisa – funciona em qualquer idade.

A parte técnica do filme é muito bem feita, claro, é um filme da Dreamworks. Mas nada que impressione – hoje estamos acostumados à qualidade altíssima, um filme precisa se esforçar pra se destacar, o “bem feito” já não chama mais a atenção.

Para os fãs da série Modern Family: vejam o filme com o som original! Ty Burrell faz a voz do sr. Peabody. Em vários momentos o diálogo entre pai e filho é bem parecido com Phil Dunphy conversando com Luke – o cachorro faz até trocadilhos infames! Sei que a primeira opção do estúdio era Robert Downey Jr. – também seria legal, mas seria outra onda. Posso dizer que Ty Burrell se encaixou perfeitamente no papel.

E quem escolher a versão com o áudio original ainda ganha alguns bônus, como Leslie Mann, Allison Janney, Dennis Haysbert, Stanley Tucci, Lake Bell, Stephen Colbert, Patrick Warburton, Stephen Tobolowsky – e Mel Brooks como Einstein! E quem faz a voz da Penny é Ariel Winter, a Alex Dunphy de Modern Family.

Ah, tem em versão 3D. Blé. 3D hoje em dia é tudo igual. Bem feito, mas nada que justifique o ingresso mais caro.

Turbo

Crítica – Turbo

Dreamworks novo…

Um caracol sofre um acidente, ganha super-poderes, e fica tão rápido quanto um carro de corridas. Agora ele quer seguir seu sonho de correr as 500 Milhas de Indianapolis.

Anos atrás, vimos uma revolução na indústria dos longas de animação. Surgiram duas empresas novas, a Pixar e a Dreamworks, que, cheias de boas ideias, elevaram a qualidade do então combalido mercado.

O tempo passou, a Pixar se firmou com vários filmes excelentes, enquanto a Dreamworks alternava entre momentos geniais e outros nem tanto. E, na minha humilde opinião, acho que agora, em 2013, temos o maior abismo entre as produções dos dois estúdios: enquanto Universidade Monstros é quase tão bom quanto Monstros S.A., Turbo ficou devendo.

Antes de qualquer coisa, é preciso uma suspensão de descrença muito grande pra se curtir Turbo. Assim como, para ver Universidade Monstros, temos que acreditar que existe um universo paralelo onde a energia é tirada de sustos de crianças, aqui precisamos acreditar que um caracol pode passar por uma transformação digna de um super-herói de quadrinhos e virar um corredor capaz de correr a 300 km/h. E que depois ele vai conseguir convencer um humano a inscrevê-lo nas 500 Milhas de Indianapolis. Até aí, tudo bem. Mas, daí a ele ser aceito numa corrida com regras reais, achei demais. Segundo o filme, qualquer um com 20 mil dólares pode se inscrever em Indianapolis, independente de ter um carro compatível com as regras da competição.

Além disso, os personagens coadjuvantes são fracos. Li por aí que a ideia da Dreamworks é fazer uma série de TV com eles, semelhante ao que fez com os pinguins de Madagascar. Na TV pode até que funcione, mas no filme, não rolou.

Talvez um dos erros de Turbo seja não se definir entre a narrativa muito infantil e algo mais adulto. Formiguinhaz e Bee Movie são atraentes para os pequenos, e conseguem agradar os pais, nem que seja pelos seus atores originais (quem dubla os protagonistas são, respectivamente, Woody Allen e Jerry Seinfeld). Turbo tem um grande elenco – mas não adianta ter um Samuel L. Jackson se o seu personagem é fraco.

Além de Samuel, o bom elenco conta com Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Michael Peña, Michelle Rodriguez, Maya Rudolf, Bill Hader, Snoop Dog, Luiz Guzmán, Richard Jenkins e Ken Jeong, entre outros.. Vi a versão dublada, deu pena de perder todas essas vozes…

Enfim, Turbo pode até agradar os pequenos. Mas é uma grande decepção, vindo de um estúdio de onde saiu Shrek, Madagascar, Kung Fu Panda, Megamente e Monstros vs Alienígenas