Mais uma “cinebiografia de Oscar”…
Durante a guerra do Iraque, o fuzileiro americano Chris Kyle salva inúmeras vidas nos campos de batalha devido à sua pontaria apurada, e acaba virando uma lenda por causa disso. De volta para casa, para sua esposa e seus filhos, ele descobre que não consegue deixar a guerra para trás. Baseado no livro escrito pelo próprio Chris Kyle.
Dirigido por Clint Eastwood, Sniper Americano (American Sniper, no original) tem um problema sério: é muita propaganda militar norte-americana – mais uma vez aquele papo maniqueísta de “matar um soldado americano é um crime horroroso, mas matar um iraquiano é legal”. Como já falei antes, não tenho nada contra os EUA, pelo contrário, sou um admirador do cinema e da música norte-americana. Mas não gosto dessa propaganda militar maniqueísta.
(Pra falar a verdade, me lembrei de Bastardos Inglórios, onde fazem um filme para glorificar um sniper alemão. Sniper Americano me pareceu EXATAMENTE a mesma coisa, só mudou o país e a guerra.)
E aqui tem um agravante: usaram a guerra errada. O cara vira um herói no Iraque, onde os EUA invadiram atrás de “armas de destruição em massa”, mas que até agora não encontraram nada. Assim, fica difícil ter simpatia por Chris Kyle, afinal, a gente sabe que ele era uma marionete do governo norte-americano, numa guerra baseada numa mentira…
Por outro lado, quem for analisar só a parte técnica pode curtir. Sniper Americano é um filme muito bem feito, com boas cenas de batalha e tensão nas doses certas. Tá, algumas cenas são desnecessariamente piegas (tipo, precisa de um cara sem perna pra dizer pro moleque que o pai dele é um herói?), mas acho que esse era o objetivo.
Peço desculpas aos fãs do diretor Eastwood e do ator Bradley Cooper (que está bem, admito). Mas, pra mim, não desceu.