A Médium

Crítica – A Médium

Sinopse (imdb): Uma história assustadora sobre a herança de um xamã na região de Isan, na Tailândia. O que pode estar a possuir um membro da família pode não ser a Deusa que eles dizem ser.

O tailandês Banjong Pisanthanakun é o mesmo diretor de Espíritos: A Morte Está ao seu Lado, um filme de 2004 que surpreendeu positivamente boa parte dos espectadores brasileiros – lembro de ter visto no cinema e ter levado sustos de jump scares, coisa que normalmente não acontece comigo.

Guardei o nome do cara, mas ele faz poucos filmes – pelo imdb, o último filme dele foi um drama/ romance de 2016. Claro que um novo filme de terror dele é algo aguardado.

E finalmente, temos A Médium (The Medium, no original), filme que tem pontos positivos e negativos. Vamulá.

Duas coisas me atrapalharam muito: o fato de ser mais um found footage, e o fato da sessão de imprensa online ser com a cópia dublada. Não curto found footage. Acho que é um formato que já deu o que tinha que dar. Gostei de REC, gostei de Caçador de Trolls, mas chega – acho que nem vi todos os Atividade Paranormal. Tudo soa artificial demais. Em vários momentos do filme, o câmera largaria a câmera – ou pra ajudar, ou pra sair correndo. Se o objetivo do found footage era pra parecer algo mais próximo da realidade, no meu caso o efeito foi o oposto. E, ok, entendo o apelo para se dublar um filme falado numa língua exótica, mas, para mim, isso tornou a experiência ainda mais artificial.

Pena, porque algumas das ideias do filme são bem legais.

Uma coisa bacana da gente ver um filme fora do eixo hollywoodiano é que a gente vê coisas fora do óbvio. A Médium tem possessão, mas não tem um padre numa cama ao lado de uma jovem com cara de Regan d’O Exorcista. A Médium tem uma protagonista que não vai até o fim do filme. Além disso, a gente tem contato com religiões bem diferentes das que a gente vê no cinema normalmente.

Aliás, é bom avisar: talvez pelo fato do filme ser tailandês e lá ter gente que come cachorro (ou talvez seja só pra chocar), mas tem uma cena envolvendo um cachorro que dá vontade de parar o filme nesse momento. Se você for um amante dos animais, é a hora de ir ao banheiro.

O filme é longo, duas horas e dez minutos, e achei que teve vários momentos dispensáveis. Agora, a meia hora final é de arrepiar. O ritmo é alucinante, muitas coisas acontecem, e a gente quase esquece o início lento.

No elenco, ninguém conhecido por aqui. Mas preciso dizer que gostei muito da Narilya Gulmongkolpech, que fica realmente assustadora quando é possuída – muito mais assustadora do que as Regans genéricas de Hollywood. Pelo imdb esse é seu único filme até agora (além de duas séries). Tomara que ela faça mais filmes!

No final, ficou aquele gosto ruim na boca. A Médium tinha várias boas ideias, mas um found footage dublado me tirou do filme. Mesmo assim, a experiência foi positiva. Que venham mais filmes de terror de países exóticos!