Os Mercenários

Os Mercenários

Um filme que reúne Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenneger, Bruce Willis, Mickey Rourke, Eric Roberts, Jason Statham e Jet Li é um filme que PRECISA ser visto!

A trama do novo filme dirigido, escrito e estrelado por Stallone é simples e eficiente: um grupo de mercenários é contratado pra derrubar o ditador de um pequeno país da América Latina. Claro que coisas dão errado. E claro que tem uma mulher no meio da história.

Mas… Será que alguém vai ver Os Mercenários por causa da história? Não acredito. O legal aqui é ver o dream team dos filmes de ação!

Tá quase todo mundo lá. Pena que Jean Claude Van Damme, Steven Seagal e Wesley Snipes não puderam se juntar ao elenco (o primeiro não gostou do roteiro, o segundo brigou com o produtor, e o terceiro não está autorizado a sair dos EUA). Quem sabe não rola uma continuação e eles aparecem?

O resto do elenco conta com lutadores e ex-lutadores de lutas como Ultimate Fighting, como Randy Couture, Steve Austin e Terry Crews. Ou seja, quem não era “action hero” do cinema, era “action hero” dos ringues!

O filme é pura testosterona, quem gosta de filmes de ação não vai reclamar. Temos brigas (de vários estilos), tiros (de vários calibres), facas, explosões, perseguições de carros, tudo em boa quantidade. E algumas das cenas são tão boçais que causam gargalhadas! Mas, apesar dos momentos engraçados, o filme não é uma comédia. Apenas não se leva a sério, o que é uma grande virtude – não daria pra levar a sério um elenco desses, com a idade que essa galera tem hoje em dia.

Ok, o roteiro tem algumas situações que fogem à lógica. (Aviso de Spoilers leves!) Por exemplo, cinco mercenários americanos (ou quase) vão até um pequeno país latino-americano, matam TODO o exército local, e na despedida, a habitante local – sem governo, sem exército – está feliz. Por que?

Para nós, brasileiros, o filme ainda tem outro atrativo: boa parte foi filmada no Brasil. O palácio do ditador é o Parque Lage, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. E parece que a cidade mostrada é Mangaratiba.

Stallone recentemente se envolveu em uma polêmica, na divulgação do filme na Comic-Con, ele fez comentários politicamente incorretos sobre sua estadia no Brasil. Mas não acho que isso seja motivo para boicotar o filme…

Enfim, uma boa opção para os fãs de um bom e exagerado filme de ação!

Xeque Mate

Xeque Mate

Normalmente, um filme com um elenco desses é para ser visto no cinema e na época do lançamento. Mas comi mosca, nem sabia que esse filme existia!

Slevin (Josh Hartnet) é o cara errado no lugar errado. Ele é confundido com um amigo que deve dinheiro a dois mafiosos rivais e por causa disso, se mete em vários problemas.

Xeque Mate (Lucky Number Slevin no original) é daquele tipo de filme que você tem que prestar atenção nos detalhes. Várias coisas só são revelados no fim do filme. Isso é muito legal, você pega pistas, e no fim, tudo é amarrado. O problema é que você tem que curtir o filme sem pensar muito, aí você não repara numa ponta solta aqui ou num furo no roteiro acolá…

Gostei muito da edição ágil do filme. Algumas das seqüências são muito boas, como a parte inicial, que mostra todo o quebra cabeça em volta da aposta nos cavalos. Me lembrou uma leva de filmes nos anos 90 que queriam seguir a onda aberta com Tarantino e seu Pulp Fiction. Quero mais filmes assim!

O elenco é muito bom. Além de Hartnet, temos Bruce Willis, Morgan Freeman, Ben Kingsley e Lucy Liu, e coadjuvantes de luxo como Stanley Tucci, Danny Aiello e Robert Forster. E o diretor Paul McGuigan foi o mesmo que fez Herois este ano.

Resumindo: não é um filme essencial, mas é um bom programa.

Substitutos

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Substitutos

No futuro, as pessoas não saem de casa. Usam robôs, os “substitutos”, para tudo, enquanto os controlam remotamente, isolados dentro de casa.

Esta é a interessante premissa do novo blockbuster, a ficção científica Substitutos (Surrogates no original), que estreou sexta passada nos cinemas brasileiros.

Uma coisa chama a atenção neste filme. Não sei se foi através de efeitos especiais ou através de maquiagem (ou, provavelmente, uma combinação de ambos), mas quase todos os personagens têm duas versões, o “original”, velho e mal cuidado; e o robô, de aparência mais jovem, mas com menos emoções. O mundo povoado de robôs ficou muito interessante, são várias as cenas protagonizadas apenas pelos substitutos.

Um eficiente Bruce Willis, se dividindo entre robô e humano, encabeça o elenco, que ainda conta com Ving Rhames e James Cromwell, além das mocinhas de rostos não muito conhecidos Rosamund Pike e Radha Mitchell.

A ideia (baseada em quadrinhos) é boa e o filme, curto (pouco menos de uma hora e meia), flui bem. E o roteiro ainda traz algumas reviravoltas interessantes.

Não entrará para a história como um clássico da ficção científica. Mas vale o ingresso.

Planeta Terror

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Planeta Terror

Pra quem não sabe de nada, uma explicacao antes: Quentin Tarantino e Robert Rodriguez resolveram fazer uma homenagem às sessões duplas que rolavam em cinemas poeiras nos anos 70, sempre com filmes vagabundos com roteiros que privilegiavam sexo e violencia gratuitos, não se importando com eventuais erros de continuidade ou falhas no roteiro. O projeto se chamava Grindhouse, e incluía um longa de cada um, e alguns traileres fakes (de filmes que nunca existiram, nem nunca vão existir).

Grindhouse foi lançado assim nos EUA, mas como as sessões ficavam muito longas (mais de 3 horas), resolveram lançar como filmes separados no resto do mundo. O que é uma pena…

Logo no começo da projeção, uma vinheta com cara de anos 70 avisando os traileres. Sim, temos um trailer! Machete, um assassino de aluguel violentíssimo, estrelado por Danny Trejo e Cheech Marin, figurinhas fáceis nos filmes de Rodriguez.

Findo o exagerado e genial trailer (pena que a gente não vai ver o filme), outra vinheta anunciando “our feature presentatio”, Planet Terror!

A historia de Planeta Terror é simples. Um gás venenoso transforma pessoas em zumbis comedores de carne humana. Um grupo forma uma resistência contra os zumbis, e ainda tem que lutar contra militares com motivos para manter o gás.

Mas a história é o menos importante aqui. O que vale é o formato. E um formato cheio de falhas na projeção, com riscos na tela e alterações nas cores. Tudo proposital, claro, pra fazer de conta que a copia do filme é muito velha e surrada. Aliás, no meio da projeção, uma destas “falhas” arrebenta um dos rolos do filme, e perdemos uma parte da história! E perdemos algo importante – de propósito!

Além das falhas, o roteiro é cheio de deliciosas situações caricatas muito engraçadas, como o cientista que coleciona testículos dos seus adversários, ou a médica anestesista com pistolas de seringas, ou ainda o mocinho com mira perfeita andando numa moto miniatura para criancas.

O elenco é otimo. Os televisivos Rose McGowan (Charmed) e Freddy Rodriguez (Six Feet Under) fazem o casal principal, e ainda temos Josh Brolin, Marley Shelton, Naveen Andrews (o Sayid de Lost), Michael Biehn e Stacy Ferguson, além do próprio Tarantino e um não creditado Bruce Willis. Todos eles exercitando ao máximo suas canastrices!

Robert Rodriguez é um gênio sem par em Hollywood. Ele dirige, escreve o roteiro, produz, edita, faz a fotografia e a trilha sonora e ainda trabalha nos efeitos especiais. E não é só isso: o cara tem duas carreiras paralelas. Além dos filmes para adultos (como Sin City e Era uma vez no Mexico), ele ainda faz filmes infantis, como Shark Boy & Lava Girl e a série Pequenos Espiões. Como ele consegue tempo pra isso tudo? Não sei, mas sei que Hollywood ia ser menos divertida se não existissem caras como ele…

O filme é violento e muito escatológico. Não é recomendado para estômagos fracos! Mesmo assim, divertidíssimo. Vários momentos são ao mesmo tempo muito violentos e muito engraçados!

Pena que era pra ser sessão dupla… E À Prova de Morte, a segunda parte de Grindhouse, dirigida pelo Tarantino, inexplicavelmente nunca foi lançada aqui no Brasil…

p.s. – ATUALIZAÇÃO – À Prova de Morte foi lançado no circuito brasileiro em julho de 2010 – três anos de atraso!!!

E estão fazendo um longa Machete! 😀

12 Macacos

12monkeys

12 Macacos

Terry Gilliam era um dos membros do grupo inglês Monty Python – aliás, o único americano entre eles. E quando o Monty Python acabou, ele investiu na carreira de diretor (começada enquanto o grupo ainda existia) e se tornou uma importante referência. Este, ao lado de Brazil, o Filme, é um dos melhores filmes dele.

Num futuro pós apocalíptico onde um vírus matou quase todos, o que sobrou da população vive nos subterrâneos. Algumas pessoas são mandadas ao passado para tentar reverter essa situação.

O elenco foi muito bem escolhido. Bruce Willis neste filme confirmou a opção de variar os papéis, alternando filmes de ação (Duro de Matar) com trabalhos mais elaborados como Pulp Fiction. E Brad Pitt, na época das filmagens ainda era um quase desconhecido ator em ascensão. Só que, entre as filmagens e o lançamento, chegaram ao circuito Entrevista com o Vampiro, Lendas da Paixão e Seven, catapultando a sua carreira.

12 Macacos concorreu a dois Oscars: melhor ator coadjuvante com Brad Pitt (ele está realmente impressionante); e melhor figurino (mas perdeu os dois). Curiosamente, não concorreu a melhor roteiro, apesar de ter um dos melhores roteiros da história de Hollywood. Tudo no roteiro é “redondinho”, tudo se encaixa, o menor detalhe aqui tem sentido acolá. Sim, tem gente que não vai entender a história se não prestar atenção…

O estilo do Terry Gilliam é peculiar: personagens caricatos, cenários grandiosos, ângulos de câmera pouco usuais… Pena que, recentemente, um de seus filmes foi literalmente perdido. Enquanto filmava uma nova versão de Dom Quixote, vários problemas aconteceram durante as filmagens – desde tempestades destruindo os cenários até o ator principal cair de cama doente. Nunca veremos este filme…