Os Suspeitos

Crítica – Os Suspeitos

Há tempos heu queria rever este ótimo filme de quase vinte anos atrás. Aproveitei uma promoção da Amazon com uma edição especial em blu-ray.

Um barco foi destruído, criminosos estão mortos, e a chave para este mistério está com o único sobrevivente e sua estranha e complexa história que começou com cinco malandros escolhidos aleatoriamente para uma linha policial.

Os Suspeitos é um ótimo filme de 1995, que tem dois trunfos: um roteiro perto da perfeição e um ator excelente e inspiradíssimo. Não à toa, o filme ganhou os Oscars de roteiro e de ator coadjuvante (Kevin Spacey).

Os Suspeitos foi o grande momento do diretor Bryan Singer. Antes, ele tinha feito apenas o pouco visto Public Access; depois sua carreira deslanchou. Veio o bom O Aprendiz e depois os elogiados dois primeiros X-Men. (Depois disso, parece que Singer perdeu a mão, Superman – O RetornoOperação Valquíria e Jack, O Caçador de Gigantes ficaram devendo. Ano que vem ele volta à franquia X-Men, será que volta à boa forma?)

O roteiro, escrito por Christopher McQuarrie (que ano passado dirigiu Jack Reacher), é muito bem arquitetado e tem um ritmo excelente. A trama é baseada em personagens muito bem construídos, e traz um dos finais mais surpreendentes dos últimos tempos.

No elenco quase todo masculino, o destaque é Kevin Spacey, mas podemos dizer que todos estão bem, mesmo atores que não têm currículos interessantes, como Kevin Pollack e Stephen Baldwin. Ainda no elenco, Gabriel Byrne, Chazz Palminteri, Pete Postlethwaite, Benicio Del Toro, Giancarlo Esposito e Suzy Amis.

Sobre a edição em blu-ray, tem um livreto bem legal dentro da caixinha. Pena que não tem legendas em português…

Por fim, recomendo Os Suspeitos para quem não viu. Mas, cuidado! Não leia nada sobre o final do filme!

Atração Perigosa

Atração Perigosa

Com uma bem sucedida carreira de ator e um Oscar de melhor roteiro em casa (de 1998, por Gênio Indomável, ao lado de Matt Damon), Ben Affleck agora investe também na carreira de diretor. Este é seu segundo longa, depois de Medo da Verdade, de 2007. E aqui, ele acerta a mão num típico “filmão” hollywoodiano.

O bairro de Charlestown, em Boston, é famoso por ter gerado várias famílias de assaltantes a banco. Doug MacRay (Ben Affleck) é um desses, é líder de uma pequena gangue, enquanto seu pai está na cadeia. Depois de um assalto, eles fazem uma gerente do banco de refém durante a fuga. Ao investigar a refém, Doug descobre que ela também mora em Charlestown e começa a se envolver com ela.

Atração Perigosa é um típico blockbuster hollywoodiano, elenco com grandes nomes, parte técnica redondinha, grandes cenas de roubos e tiroteios. Ok, o roteiro não traz nenhuma reviravolta, tudo é meio previsível, mas pelo menos é simples e eficaz. Affleck fez um bom trabalho, seu filme não vai decepcionar os fãs do estilo.

O elenco está ótimo. Ben Affleck não é tudo isso como ator, a gente sabe disso, mas, em seu trabalho múltiplo de diretor + ator (ele também é um dos roteiristas), ele está ok. Jeremy Renner (Guerra Ao Terror) é o grande nome do elenco, como o explosivo amigo de Doug. As meninas Rebecca Hall e Blake Lively também estão bem, e o elenco ainda conta com o auxílio luxuoso de Pete Postlethwaite e Chris Cooper em pequenos papeis.

Curiosidade no elenco para os fãs de séries de tv: os dois policiais do FBI tinham papeis pequenos em séries já comentadas aqui no blog. John Hamm faz um ex-namorado de Liz Lemmon em 30 Rock, enquanto Titus Welliver era ninguém menos que o “Homem de Preto” em Lost.

Por fim, gostaria de falar do nome do filme. Não gostei nem do original “The Town” (“A Cidade”? Que cidade? Boston? Por que?); nem do nome em português, Atração Perigosa, que valoriza uma trama secindária (a relação do bandido com a refém). Por que não usar o nome do do romance de Chuck Hogan que deu origem ao roteiro, The Prince of Thieves, “O Príncipe dos Ladrões“?

Affleck não chega a ser um Michael Mann, mas seu Atração Perigosa é um bom filme!

A Origem

A Origem

O novo filme de Christopher Nolan, o incensado diretor de Batman – O Cavaleiro das Trevas, chega aqui com algo invejável no currículo: o terceiro lugar no Top 250 dos melhores filmes de todos os tempos do imdb. Impressionante, não?

O filme é bom. Mas não achei tudo isso não…

A trama fala de pessoas com a habilidade de entrar no sonho de outras pessoas. Um homem com habilidade de roubar ideias e conhecimentos de dentro de sonhos alheios é contratado para inserir uma ideia – algo que até agora nunca tinha sido feito.

O filme tem um grande mérito: é uma ideia nova, numa Hollywood repleta de refilmagens e releituras. Ok, esse papo de entrar nos sonhos alheios já estava em Dreamscape – Morte nos Sonhos, de 1984. Mesmo assim, não é uma ideia reciclada, são filmes diferentes.

Os efeitos especiais são impressionantes. Ruas que se dobram, brigas em gravidade zero, edifícios desmoronando como castelos de areia… Rola até uma versão “real” da famosa escada infinita de Escher! E o melhor de tudo é que os efeitos não são daqueles que atrapalham a história, como num Transformers, por exemplo.

O elenco estelar é outro destaque. Leonardo Di Caprio, ainda com resquícios de seu papel em Ilha do Medo, lidera um elenco cheio de atores legais: Joseph Gordon-Levitt (500 Dias Com Ela), Ellen Page (Juno), Marion Cotillard (Inimigos Públicos), Ken Watanabe (O Último Samurai), Cillian Murphy (Extermínio), Tom Berenger, Lukas Haas, Tom Hardy, Dileep Rao, e ainda rolam participações especiais de Michael Caine e Pete Postlethwaite.

(Pequeno parênteses para falar do Joseph Gordon-Levitt. Sou fã dele desde a época que ele era o ator adolescente que fazia o Tommy Solomon em 3rd Rock From The Sun. Parece que ele encontrou o caminho para o estrelato. Depois de Killshot, G.I. Joe e 500 Dias com Ela, aqui ele é o principal coadjuvante. Tommy Solomon vai longe!)

E aí a gente chega no ponto que falei lá em cima. Uma super produção destas merecia um roteiro melhor! O roteiro de A Origem tem um monte de pequenas inconsistências. Por exemplo: quem está sonhando acorda ao sentir que está caindo – mas quando a van capota, ninguém acorda. Ou então o lance de morrer no sonho e, às vezes acordar, às vezes ir pro limbo. Ou ainda a gravidade zero, que rola em um nível, mas não no nível seguinte. Algumas destas falhas são explicadas, mas as explicações são tão forçadas…

(Também tem a péssima mira dos vilões armados, mas isso infelizmente é uma constante nos filmes de ação em Hollywood…)

Christopher Nolan é um cara talentoso. Este é o seu sexto filme nos últimos 10 anos, todos bons (Amnésia, Insônia, O Grande Truque e os dois novos Batman). Com o crescente sucesso de público e crítica, ele escreveu e dirigiu este A Origem, e aredito que ele achava que ia ser a sua obra prima. E o pior é que tem muita gente que concorda com ele, vide a lista do imdb!

Como disse lá em cima, o filme é bom, melhor que a média. Só não espere por uma obra prima, como os outros que estão na lista do imdb.