Alice Através do Espelho

Alice - posterCrítica – Alice Através do Espelho

Ao atravessar um espelho, Alice volta ao País das Maravilhas, onde encontra o Chapeleiro Maluco doente. Para salvá-lo, ela precisa viajar no tempo e alterar o passado.

Em primeiro lugar, um esclarecimento: Alice Através do Espelho (Alice Through the Looking Glass, no original) parece, mas não é um filme do Tim Burton, que aqui está só como produtor. A direção é de James Bobin, o mesmo dos dois recentes longas dos Muppets. Mas o visual continua chamando a atenção.

O visual é o que Alice Através do Espelho tem de melhor. Bobin conseguiu manter a identidade visual que Tim Burton criou para o primeiro filme, Alice no País das Maravilhas, de 2010. Vemos aqui vários cenários e figurinos bem elaborados – e por mais que a gente saiba que boa parte é cgi, isso não atrapalha.

Por outro lado, a história é fraca. Nunca li o “Através do Espelho” original, não sei o quanto do que vemos na tela está no livro (li por aí que o livro é completamente diferente, e tem lógica, acho difícil um livro antigo ter uma personagem feminina tão forte). Mas essa história da Alice viajando no tempo ficou bem sem graça.

O elenco é ótimo. Todos que estavam no primeiro filme voltaram: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter e as vozes de Alan Rickman, Timothy Spall e Stephen Fry. A única novidade é Sacha Baron Cohen, que está bem como o Tempo. Ah, este foi o último filme de Rickman, homenageado nos créditos.

Alice Através do Espelho não vai desagradar os fãs do filme anterior. Mas é bom não esperar muito.

O Hobbit 2: A Desolação de Smaug

Crítica – O Hobbit 2: A Desolação de Smaug

Dezembro de 2013, hora de ver a segunda parte da “trilogia de um livro só”!

Bilbo Bolseiro continua sua jornada ao lado de Gandalf e dos doze anões, que querem reconquistar Erebor, sua terra, hoje tomada pelo dragão Smaug.

Existe um problema previsível aqui – O Hobbit 2: A Desolação de Smaug é um filme lento. Anos atrás, Peter Jackson pegou três livros e fez a excelente trilogia O Senhor dos Anéis. Agora, pegou apenas um livro, mas resolveu esticar a história para fazer outra trilogia. E o pior é que são filmes longos, este segundo tem duas horas e quarenta e um minutos. Ou seja: é inevitável que o filme fique cansativo. Se fosse um filme de uma hora e quarenta, acho que tudo fluiria melhor.

O Hobbit 2: A Desolação de Smaug tem outro problema, mas a culpa não é do filme, e sim do livro. Na outra trilogia tínhamos nove personagens (quatro hobbits, dois homens, um elfo, um anão e um mago), e já era difícil acompanhar todos – quem nunca confundiu Merry e Pippin, mesmo sabendo que um fica em Gondor enquanto o outro acompanha os Cavaleiros de Rohan? Aqui fica impossível acompanhar cada personagem em uma troupe de quatorze, onde doze são anões. A gente reconhece Thorin, Balin… Kili tem uma trama paralela, e… o resto poderia ser condensado em uns dois ou três personagens. A trama ia ser mais fácil de acompanhar com cinco anões em vez de doze.

(Outro problema menor, mas precisa ser citado: parece que o centro de treinamento dos orcs é junto com o dos stormtroopers. Os orcs erram TUDO!)

Pelo menos Jackson tem talento naquilo que se propõe a fazer. O Hobbit 2: A Desolação de Smaug tem seus momentos sonolentos, mas por outro lado, são várias as sequências eletrizantes ao longo do filme. Jackson consegue tomadas excelentes, com a câmera em movimento, no meio de batalhas épicas.

Aliás, os efeitos especiais, como era de esperar, são excelentes. A sequência dos anões nos barris impressiona pela nitidez que acompanhamos cada gesto e cada golpe, enquanto elfos, anões e orcs brigam entre si. E o dragão é um assombro de tão bem feito. Fico me imaginando o quanto do filme foi realmente filmado e o quanto é cgi.

O elenco repete todos que estavam no primeiro filme, e ainda traz algumas novidades, como Stephen Fry, Luke Evans e Evangeline Lilly, que faz Tauriel, uma elfa que não estava no livro, uma espécie de Arwen mais ativa. Martin Freeman mais uma vez está muito bem no papel título; Ian McKellen repete a competência de sempre no quinto filme como Gandalf. Cate Blanchet pouco aparece com sua Galadriel; Orlando Bloom volta com seu Legolas, aqui num papel menor. Benedict Cumberbatch não aparece, mas sua voz está bem presente – o cara empresta a voz para dois vilões: tanto o Necromante, quanto o dragão Smaug. Aliás, fico me questionando como deve ter sido a gravação de uma cena onde os atores já trabalharam juntos como Sherlock Holmes e Watson…

(O Gollum de Andy Serkis não aparece aqui. Mas Serkis estava por perto, ele foi o diretor de segunda unidade…)

A sessão pra imprensa (que quase não aconteceu por problemas técnicos) foi no tradicional 24 quadros por segundo. Mas parece que algumas salas têm exibições em 48 qps. Pretendo rever no outro formato para comparar. Ah, claro, tem o 3D. Muito bem feito, mas, sei lá, cansei. E achei algumas cenas escuras, não sei se foi por causa dos óculos. E os óculos começam a incomodar depois de mais de duas horas.

O Hobbit 2: A Desolação de Smaug, como era de se esperar, não tem fim. Agora temos que esperar dezembro de 2014 pra ver a conclusão…

Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras

Crítica – Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras

Como o primeiro Sherlock Holmes teve uma boa bilheteria, era certo que teríamos em breve uma continuação!

Enquanto Watson está se preparando para casar, Sherlock Holmes aparece com uma teoria conspiratória onde o seu inimigo, o Professor Moriarty, estaria por trás de uma série de assassinatos com o objetivo de causar uma guerra mundial.

Como falei no post sobre o primeiro filme, o único defeito desta nova versão do Sherlock Holmes é que foge um pouco do estamos acostumados a ver referente ao detetive inglês – aqui, a tônica é a ação, diferente dos livros, onde é tudo mais cerebral. O protagonista é o menos importante aqui, podia ser o Tony Stark ou o John McLane no lugar de Holmes que o filme ia funcionar da mesma maneira.

Isso não significa que Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras seja um filme ruim. Longe disso, assim como o primeiro filme, esta continuação tem uma produção caprichada, um bom diretor, um elenco acima da média. E o mais importante: é um bom filme de ação.

O diretor é o mesmo Guy Ritchie. Sua marca registrada – muitos cortes rápidos, muita câmera lenta – se encaixa bem na vizualização das deduções de Holmes. E o filme traz pelo menos uma sequência memorável: a fuga pela floresta sob tiroteio.

No elenco, Robert Downey Jr. mais uma vez mostra porque é um dos maiores nomes do cinema atual, liderando simultaneamente duas franquias, esta e Homem de Ferro. O seu Sherlock pode não parecer com o dos livros, mas não deixa de ser um personagem com grande carisma. Ao seu lado, Jude Law repete a boa parceria como o dr. Watson. Uma boa aquisição ao elenco foi Jared Harris no papel do prof. Moriarty. Quem heu achei meio perdida foi Noomi Rapace, o principal nome feminino, mas sem muita função no filme. Ainda no elenco, Kelly Reilly, Rachel McAdams e Stephen Fry como Mycroft Holmes, o irmão mais velho de Sherlock.

Como falei, a produção do filme é bem cuidada. A trilha sonora de Hans Zimmer é muito boa, assim como a reconstituição de época, usando elementos steam punk. E o roteiro escrito por Michele e Kieran Mulroney consegue equilibrar bem os momentos bem humorados do filme.

Se é melhor ou pior que o primeiro? Bem, podemos dizer que o bom nível foi mantido.

.

.

Se você gostou de Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras, o Blog do Heu recomenda:
Sherlock Holmes
Homem de Ferro 2
Rockrolla

O Guia do Mochileiro das Galáxias

guiadomochileirodasgalaxias

O Guia do Mochileiro das Galáxias

Outro dia descobri que no dia 25 de maio é comemorado o “dia da toalha”. Se você não sabe o que é isso, é porque você não leu o livro nem viu o filme O Guia do Mochileiro das Galáxias!

Vou aproveitar a ocasião e falar do filme – não ter falado ainda desse filme aqui neste blog é uma falha grave, afinal, gostei tanto quando vi no cinema que logo comprei o livro, e em seguida, compri o dvd para rever…

Arthur Dent (Martin Freeman) é um cara normal, mas que está tendo um péssimo dia. Sua casa está prestes a ser demolida, e ele descobre que Ford Prefect (Mos Def), seu melhor amigo, é um extra-terrestre. Pra completar, fica sabendo que a Terra está prestes a ser destruída para que se possa construir uma nova auto-estrada hiperespacial por burocráticos e desagradáveis Vogons. Arthur só tem uma saída: pegar carona junto com Ford em uma nave espacial que está de passagem. E eles levam com eles, além das toalhas, um importante livro com tudo o que precisam saber sobre sua nova vida: o Guia do Mochileiro das Galáxias.

E a história segue por esse caminho “festa estranha com gente esquisita”. Personagens bizarros em situações ainda mais bizarros! São várias as cenas hilárias e geniais!

A “troupe” de Arthur Dent ainda tem Trillian (Zooey Deschanel), uma humana que também escapou da destruição da Terra e Zaphod Beeblebrox (Sam Rockwell), o presidente da Galáxia – e que tem duas cabeças! Isso sem contar com o genial e depressivo robô Marvin (Warwick Davis e voz de Alan Rickman) – um robô que passa o tempo todo reclamando da vida! Ainda no elenco, temos Bill Nighy como um construtor de planetas (!) e John Malkovich, num papel criado especialmente por Adams para a versão cinematográfica.

Douglas Adams, autor do livro e do roteiro do filme, tem no currículo uma breve participação no seriado Monty Python Flying Circus, como ator e roteirista. Isso levou, claro,  a comparações entre O Guia… e os filmes do Monty Python. Bem, são estilos diferentes, O Guia… não quer ser pythoniano. Mas uma ou outra cena bem que poderia estar num filme do sexteto britânico… Como a sensacional sequência da baleia caindo…

(Não podemos deixar de citar que os Vogons parecem extraídos de um filme do Terry Gilliam!)

Existe uma narração no início do filme, feita por Stephen Fry, que, curiosamente, foi dublada em português nas versões legendadas. Normalmente sou contra dublagens, mas sabe que funcionou?

O “dia da toalha” também é chamado de “dia do orgulho nerd”. Bem, feliz “dia da toalha” atrasado para você, caro leitor nerd!

p.s.: o filme tem a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais! Mas não vou dizer aqui, por causa dos spoilers… 😀