O Homem de Aço

Crítica – O Homem de Aço

Filme novo do Superman. E aí, será tão fraco quanto o Superman – O Retorno, lançado em 2006; ou manterá o nível da trilogia Batman, o atual top da DC?

A notícia é boa: Homem de Aço é muito bom!

Um menino descobre que tem poderes extraordinários e que não é deste planeta. Mais velho, ele viaja para tentar descobrir de onde veio e por que foi mandado para cá. Mas o heroi deve surgir para salvar o mundo e virar o símbolo de esperança para a humanidade.

A citação ao Batman de Christopher Nolan não é gratuita. Não só por serem os dois principais personagens da DC, mas também pelo fato de Nolan ter atuado aqui como produtor e autor do argumento. E o roteirista é o mesmo David S Goyer, que trabalhou nos três filmes do homem-morcego. Isso tudo é importante, porque a DC quer reunir os herois em um filme da Liga da Justiça tão bem sucedido quanto o ótimo Os Vingadores da Marvel.

E a influência do Batman de Nolan fez de Homem de Aço um filme mais sério do que a maior parte dos filmes de super-herois. O Kal-El / Clark daqui não usa cueca sobre a calça e é cheio de problemas existenciais. Rola até uma sutil comparação com Jesus Cristo – não acredito que tenha sido coincidência Clark estar com 33 anos. Acho que este será o grande diferencial entre DC e Marvel: enquanto uma foca na seriedade, a outra pensa no lema “o cinema é a maior diversão” (ambos os caminhos são válidos, na minha humilde opinião).

A direção coube a Zack Snyder, que já tinha provado seu talento em imagens bem cuidadas em filmes como 300, Watchmen e Sucker Punch. Em Homem de Aço, Snyder teve uma direção mais discreta, acho que não rola nenhuma das suas famosas câmeras super lentas. Mas, mesmo sem a sua “assinatura”, Snyder mostra boa mão na condução das várias cenas de ação.

Não sei o quanto o diretor teve parte nisso, mas os efeitos especiais são absurdamente bem feitos. Os computadores em Krypton tem uma textura diferente de tudo o que estamos acostumados a ver, e a destruição de Metropolis está entre as melhores destruições de cidades já mostradas no cinema. Snyder não usa câmera lenta, mas sua câmera não treme como os “MichaelBays” da vida – conseguimos ver tudo.

Os fãs querem esquecer o filme de 2006, mas a comparação com o clássico de 1978, dirigido por Richard Donner, é inevitável. E a boa notícia: se Homem de Aço não é melhor que o filme de 78, também não é pior. Ambos podem figurar entre as melhores adaptações cinematográficas de quadrinhos de super-herois.

É inevitável pensar no Superman e não lembrar de Christopher Reeve, que imortalizou a personificação do heroi. Henry Cavill faz um bom trabalho, não sentimos falta de Reeve. Mas acho que a tarefa mais difícil era a trilha sonora. A trilha de John Williams para o filme clássico é fantástica, o tema pan-pa-rá pa-ra-ra-ra-rá é um dos temas mais conhecidos da história do cinema (talvez um dos 4 mais conhecidos, ao lado de Tubarão, Guerra nas Estrelas e Caçadores da Arca Perdida – todos de John Williams). Hans Zimmer fez bem em ter ignorado a melodia original, e fez uma trilha competentíssima, que pode não ser tão assoviável quanto a de Williams, mas faz um belíssimo trabalho aqui.

Apesar de O Homem de Aço não ser um filme que exige muito dos atores, Michael Shannon faz um excelente trabalho com o seu general Zod – este sim superior ao anterior de Terence Stamp (que por sua vez também tinha feito um bom trabalho em Superman 2). O resto do elenco, repleto de nomes conhecidos, também está bem: Amy Adams, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner e Laurence Fishburn.

Infelizmente, O Homem de Aço não é perfeito. Como pontos negativos, podemos citar a longa duração, que chega a cansar (Os Vingadores também é longo, mas não é tão cansativo); e alguns pontos do roteiro que ficaram muito mal explicados – como assim, o planeta vai explodir, e os condenados por traição são mandados para fora do planeta???

Não vi em 3D. Atualmente evito pagar mais caro por um efeito que mais atrapalha do que ajuda. E pelo que li por aí, fiz boa escolha.

Resumindo: apesar dos poucos pontos contra, temos um forte candidato ao Top 10 2013!

p.s.: Só heu achei que o nome “Homem de Aço” parece uma tentativa barata de ganhar visibilidade com “Homem de Ferro”? Sei que o Superman sempre foi “Super Homem, o homem de aço”, mas o título assim, solto, me pareceu querer ganhar a rebarba do Tony Stark. Não precisava, DC, seu filme é bom, não é nenhum Asylum (que lançou “Transmorfers” na época do “Transformers”…

Os Muppets

Crítica – Os Muppets

Alvíssaras! Os Muppets estão de volta!

Três fãs dos Muppets convencem o sapo Kermit (antigamente conhecido como sapo Caco) a reunir os ex companheiros, atualmente separados, para recriar o Muppet Show e salvar o teatro da ganância de um milionário do petróleo.

Os bonecos Muppets fizeram sucesso com o Muppet Show, um programa de tv que foi ao ar de 1976 a 1981. Anos depois, veio o desenho animado Muppet Babies, feito entre 1984 e 1990, que os apresentou para outra geração. E ainda tiveram seis filmes, lançados nos cinemas entre 1979 e 1999. Mas há anos não se ouvia nada sobre algo novo relativo aos geniais fantoches – talvez porque o seu criador, Jim Henson, tenha falecido em 1990 (três dos filmes foram feitos depois de sua morte, dois deles dirigidos pelo seu filho Brian Henson).

Aliás, justamente por não ter mais nada a ver com Jim Henson, admito que fiquei com pé atrás quando soube da produção deste filme. Mas tenho que tirar o chapeu: Jason Segel fez um excelente trabalho!

Jason Segel, ator de Eu Te Amo Cara, Professora Sem Classe e da série How I Met Your Mother, já tinha escrito um roteiro, para o fraco Ressaca de Amor. Ele levou a ideia para a Disney, atual dona dos direitos sobre os Muppets, e escreveu (junto com Nicholas Stoller) o roteiro para este filme, também estrelado por ele. E, em vez de parecer uma egotrip de Segel, o novo filme, dirigido pelo pouco conhecido James Bobin, consegue recriar com perfeição o espírito do antigo Muppet Show.

O roteiro tem um bom ritmo, piadas inspiradas (o momento da “edição” é sensacional!) e números musicais bem feitos – e olha que não sou muito fã de musicais. Os personagens são um pouco clichê, mas a gente tem que se lembrar que é um filme Disney, né? Mesmo assim, adorei a música do vilão.

Já falei aqui em outra ocasião que sou fã dos Muppets. O humor é uma perfeita mistura entre o lúdico e o irônico, e assim consegue agradar tanto a criança quanto o adulto. E este novo filme vai exatamente nesta onda: muitas piadas referenciais e muita meta-linguagem – humor pra adulto – em um filme onde a criançada vai se esbaldar com dezenas de fantoches divertidos.

Ah, os efeitos especiais! Preciso falar que era outro dos meus (infundados) medos. Imaginei Muppets em cgi – iam ficar toscos!!! Nada, os Muppets continuam sendo bonecos de pano animados por pessoas. Devem ter efeitos em computador, pra corrigir um detalhe aqui e outro acolá, mas nada que atrapalhe o andamento dos efeitos old school.

O elenco principal, além de Segel e de dezenas de Muppets, conta com Amy Adams, Chris Cooper e Rashida Jones. E, como era tradicional no antigo Muppet Show, muita gente famosa fazendo participações especiais, como Alan Arkin, Zach Galifianakis, Ken Jeong, Sarah Silverman, Neil Patrick Harris, Mickey Rooney, Whoopi Goldberg, Selena Gomez (fazendo piada com a própria idade), Dave Grohl (como o baterista da banda cover “Os Moopets”), Emily Blunt (repetindo o papel de O Diabo Veste Prada) e, last but not least, Jim Parsons, o Sheldon de The Big Bang Theory, como a versão humana do Muppet Walter.

Enfim, heu poderia continuar falando aqui. Mas chega. Prefiro recomendar: vá ao cinema e aproveite que os Muppets estão de volta. Heu pretendo rever antes de sair de cartaz!

p.s.: Acho que a única coisa que não gostei no filme foi terem mudado o nome do Caco. Assim como fizeram antes com o Ursinho Puff (que virou Pooh) e com a fada Sininho (que virou Tinkerbell), agora Caco passou a usar o nome original, Kermit. Fico pensando quando vão mudar Pateta e Tio Patinhas por Goofy e Scrooge McDuck… Proponho uma campanha: que os personagens da Turma da Mônica mantenham os nomes originais em outros países! Quero ver os gringos falando Cascão, Cebolinha e Chico Bento!

O Vencedor

O Vencedor

Mais um filme usando boxe como pano de fundo para contar um drama de superação. Parece que o cinema gosta mais de alguns esportes do que de outros…

O Vencedor mostra o início da carreira do boxeador Micky Ward (Mark Wahlberg), que é ao mesmo tempo apoiado e derrubado por sua possessiva mãe e por seu problemático irmão Dicky Eklund (Christian Bale), um ex-boxeador com algum sucesso no passado, mas envolvido com drogas e criminalidade no presente.

A narrativa de O Vencedor é bem convencional, o filme dirigido por David O. Russell em si não tem nada demais. O que chama a atenção aqui é a atuação de Christian Bale, com boas chances de levar o Oscar de melhor ator coadjuvante amanhã.

Bale está impressionante. Magérrimo, ele convence como o boxeador com algum sucesso no currículo, mas que perdeu a guerra para o crack. Nem parece o fraco protagonista de Exterminador do Futuro : A Salvação, onde ele é “engolido” pelos coadjuvantes…

É curioso notar que Bale concorre a coadjuvante, porque o protagonista de O Vencedor é Mark Wahlberg. Wahlberg é aquilo que a gente já conhece: um ator limitado, mas que funciona bem quando o roteiro ajuda – como aconteceu em Boogie Nights e Rock Star.

Dicky, personagem de Bale, é mais interessante que Micky, personagem de Wahlberg. Mas achei acertada a decisão do roteiro de focar o filme no irmão mais novo. Tenho minhas dúvidas se a história funcionaria tão bem se Dicky fosse o protagonista, ele precisava estar sob a sombra do próprio passado e da ascenção do irmão. Ele está tão mal que acha que a HBO está fazendo um documentário sobre o seu passado glorioso, não repara que o foco real do documentário é a sua atual decadência e seu envolvimento com as drogas.

O bom elenco ainda traz dois destaques femininos: Amy Adams e Melissa Leo. Mas traz um defeito comum em Hollywood: atores com idades incompatíveis com os seus personagens. Se entendi bem, Dicky é 9 anos mais velho que Micky. Ora, por que usar um ator de 39 anos pra fazer o caçula, e um de 36 para ser o seu irmão 9 anos mais velho? E Melissa Leo – a mãe – é apenas 11 anos mais velha que Wahlberg. Na verdade, isso nem atrapalha a fluência do filme, mas acho que seria mais interessante usar um ator mais novo para interpretar Micky. Porque, na tela, Dicky não parece ser mais velho que Micky…

Voltando ao filme… Como falei, a estrutura é bem convencional. Na maior parte do filme, a câmera segue o estilo de documentários. E, sobre as cenas de luta, não espere um novo Touro Indomável. O Vencedor não mostra nada demais, nada de novidades estilísticas.

O resultado final é satisfatório: um filme simples e eficiente. E a atuação de Christian Bale vale o ingresso.

Sunshine Cleaning / Trabalho Sujo

Sunshine Cleaning / Trabalho Sujo

Na escola, Rose foi líder de torcida. Mas agora sua vida não tem nenhum glamour: é mãe solteira, é amante de um homem casado, e trabalha como empregada doméstica. Sua irmã mais nova, Norah, que pula de emprego pra emprego, e seu pai, um vendedor, são outros dois fracassados. Rose, no entanto, está disposta a mudar de vida, e convence Norah a ingressar com ela no milionário ramo da limpeza de cenas de crime.

Dirigido por Christine Jeffs, Sunshine Cleaning é um simples e comovente drama sobre uma família de “losers”.

A atuação do trio principal é muito  boa. Amy Adams, Emily Blunt e Alan Arkin estão ótimos. Também estão no filme Steve Zahn, Mary Lynn Rajskub (a Chloe de 24 Horas), Clifton Collins Jr e o garoto Jason Spevack.

Mas a história é bobinha demais. Acaba o filme e a gente se pergunta “ok, mas, e daí?” O argumento era bom, o elenco era bom, mas a história… É vazia…

O filme está no Festival do Rio de 2010, mas não é tão novo assim, esteve no Festival de Sundance de 2008.

Uma Noite no Museu 2

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Uma Noite no Museu 2

Continuação do “sucesso de bilheteria com cara de sessão da tarde”, essa parte 2 segura a onda muito bem dentro do que se propõe. Afinal, como diz aquele velho bordão, “cinema é a maior diversão”.

Pra quem não viu o primeiro: Larry Daley (Ben Stiller) consegue um emprego como vigia noturno de um Museu de História Natural. E lá descobre que, durante toda a noite,  uma placa egípcia dá vida a todas as estátuas presentes.

O segundo filme começa com Larry trabalhando em outro ofício. Ao visitar o museu, descobre que as estátuas estão sendo enviadas para o museu Smithsonian, um enorme complexo com 19 museus em Washington. E é claro que a placa dará vida a tudo o que está em todos os museus. E é claro que Larry vai até o Smithsonian…

Sim, é uma grande bobagem. Mas uma bobagem divertidíssima! Afinal, algumas das sacadas são geniais! Vejam só: o vilão, um faraó egípcio, pede ajuda a Napoleão, Ivan o Terrível e Al Capone – e este e sua gangue estão em preto e branco!

Algumas cenas são hilariantes. Por exemplo, quando anjinhos barrocos começam a cantar Bee Gees; ou quando um monte de bonequinhos de Einstein cantam e dançam para responder a uma pergunta. Isso sem contar com uma participação especial do Darth Vader!!!

Resumindo: boa diversão para não ser levada a sério!