Buriyng the Ex

Buriyng the ExCrítica – Burying the Ex

Filme novo do Joe Dante!

Um jovem que trabalha em uma loja de artigos de filmes de horror tem medo de terminar com sua namorada, uma ecologista vegan que tenta condicioná-lo a seu estilo de vida. Entretanto, o destino age, e ela morre atropelada. O problema é que pouco depois ela volta como um zumbi para perturbar sua vida e interferir no novo relacionamento do rapaz.

Sabe qual o problema da frase “Filme novo do Joe Dante”? É a expectativa de ver “o novo filme do diretor de Gremlins. Burying the Ex é legal, mas, claro, perde na comparação.

Se não é genial, pelo menos Burying the Ex é leve e divertido, e sabe dosar bem entre a comédia e o terror, alem de recriar um delicioso clima oitentista (apesar de se passar nos dias de hoje).

Além disso, a gente tem que reconhecer que a carreira de Dante já viu melhores dias. Se nos anos 80 ele fez Um Grito de Horror, Gremlins, No Limite da Realidade, Viagem ao Mundo dos Sonhos, As Amazonas na Lua e Viagem Insólita; nos últimos 10 anos só fez um filme para o cinema, o mal lançado The Hole (além disso, ele dirigiu algumas produções para a tv).

Burying the Ex tem uma boa dose de humor negro, e várias referências a outros filmes de terror – não só nos diálogos (“tem um filme do Tim Burton na sua sala!”), como também em posters e em trechos de filmes que passam ao fundo – os “conosseurs” dos clássicos do terror vão se divertir! O roteiro tem seus bons momentos, mas às vezes tudo soa forçado demais. Acredito que um “viúvo” precisaria de um pouco mais de tempo de luto, não?

O elenco está bem. Anton Yelchin (o Tchekov do novo Star Trek) funciona bem como o protagonista, e Ashley Greene, auxiliada por um excelente trabalho de maquiagem, está ótima como a namorada obsessiva. Só achei que deveriam escolher outra atriz para o papel da nova namorada – Alexandra Daddario é boa atriz, mas ela me parece muito bonita para fazer uma mulher tão “disponível”. Fechando o elenco principal, Oliver Cooper, o filho de Hank Moody em Californication. Ah, temos Dick Miller numa ponta, ele mesmo, que acho que esteve em absolutamente todos os outros filmes de Dante.

No fim dos créditos, rola uma cena de bastidores. Preferia ver uma cena extra…

CBGB

0-CBGBCrítica – CBGB

Um filme contando a história do lendário clube novaiorquino CBGB? Quero ver!

A sinopse? Simples como um cara criou, meio sem querer, uma das casas mais importantes da história do rock’n’roll.

Em primeiro lugar, preciso falar que não sou muito fã da filosofia musical do punk rock – gosto de música bem tocada ;-). Mas reconheço a importância do movimento punk. E tem mais: o filme é sobre o CBGB, não sobre o punk. Então a gente vê o Talking Heads e o Blondie na tela…

Dito isso, vamos ao filme. Antes de ser um filme sobre o clube, CBGB é sobre Hilly Kristal, o dono do local. Um homem visionário, mas um péssimo administrador (o clube estava sempre lotado, e mesmo assim as contas viviam atrasadas).

(Aliás, o filme explica as inicias “CBGB OMFUG” – que sempre li, mas nunca tive ideia do que significava. Curiosamente, Hilly queria fazer um clube de country e blues, e chamou sua casa de “Country Blue Grass Blues”. Mas só conseguiu músics de outros estilos, então acrescentou “Other Music For Uplifting Gormandizers”…)

O filme escrito e dirigido por Randall Miller é sobre Hilly Kristal, e “o nome do filme” é Alan Rickman. Não sei nada sobre o Hilly original, não sei se a caracterização foi fiel. Rickman é um grande ator, a gente já sabia, e aqui ele constroi um personagem rico, um cara popular e bem sucedido, e, ao mesmo tempo, solitário e fracassado.

Aliás, o elenco inteiro está muito bem. Rupert Grint, o Ron de Harry Potter, impressiona como o guitarrista dos Dead Boys, completamente diferente do seu personagem mais famoso. Malin Akerman pouco aparece, mas ficou bem parecida com a Debbie Harry – outros músicos aparecem e estão ainda mais parecidos, mas são interpretados por atores desconhecidos. Ainda no elenco, Ashley Greene, Johnny Galecki, Stana Katic, Justin Bartha, Richard de Klerk, Freddy Rodríguez e Bradley Whitford.

Gostei muito de ver as bandas caracterizadas no palco do CBGB – Talking Heads, Blondie, Ramones, The Police, Iggy Pop, etc (e confesso que nunca tinha ouvido falar de Dead Boys…). Foi uma boa colocarem atores parecidos com os músicos dublando as músicas originais. O único problema é que o som ficou limpo demais – mas é melhor do que ouvir anônimos tocando e cantando músicas icônicas.

Também gostei da edição usando quadrinhos. Tudo a ver com o estilo do filme!

CBGB é baseado em fatos reais, mas nem tudo o que vemos no filme aconteceu de verdade. O próprio filme avisa isso, nos créditos finais, quando avisa que Iggy Pop nunca cantou no CBGB, e manda um “just deal with it”. Aliás, foi engraçado ler “nenhum animal foi maltratado durante as filmagens, as baratas esmagadas eram biscoitos Fig Newtons” (um biscoito recheado parecido com o nosso goiabinha).

Li no fórum do imdb algumas pessoas criticando a cenografia, porque usou vários props reais tirados do próprio CBGB. Se a gente prestar atenção, pode ver flyers dos anos 80 e 90, e o filme se passa na década de 70. Mas isso não me incomodou, achei que o visual do filme ficou mais rico assim.

Terminado o filme, fiquei com vontade de ver um filme semelhante sobre o Garage, da rua Ceará, aqui no Rio. Se heu tivesse os contatos certos, heu bem que tentava fazer este filme!