O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Terminator3Crítica – O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Continuemos com a saga do Exterminador!

Um T-850, um Exterminador quase igual ao do segundo filme, é mandado ao passado para proteger John Connor, agora com 19 anos, de um modelo muito mais avançado e muito mais letal, a robô TX.

2003. Doze anos se passaram desde o lançamento do segundo Exterminador. Agora, James Cameron estava no hiato pós Titanic (ele passou mais de uma década em projetos menores, antes de voltar com Avatar. A direção ficou com Jonathan Mostow, até então conhecido pelos medianos Breakdown – Implacável PerseguiçãoU-571 – A Batalha do Atlântico.

Não sei se foi pela troca do diretor ou se foi porque forçaram um roteiro meio nada a ver (tipo – por que mudar do T-800 pro T-850?), o fato é que este O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines, no original) é de longe o pior filme da saga – tanto que é ignorado nas referências dos outros filmes.

Sobre o elenco, fiquei com pena da Claire Danes, boa atriz, mas que de vez em quando escolhe os projetos errados. Gosto dela, mas ela não consegue salvar o filme. O resto do elenco é fraco, John Connor é interpretado pelo inexpressivo Nick Stahl, enquanto Kristanna Lokken fax a TX (este é o único filme de expressão na carreira de Lokken, e ela interpreta um robô sem sentimentos). Ah, claro, tem o Arnold Schwarzenegger fazendo o de sempre.

Como falei no texto sobre o segundo filme, tenho uma bronca semelhante com este terceiro. Não gosto quando um filme propõe uma regra e depois ignora esta regra proposta por ele mesmo. No filme anterior, aprendemos que um robô de metal líquido não pode voltar com armas, no máximo ele pode transformar seus membros em lâminas. Por que a Exterminadora daqui pode ter armas embutidas no braço? E aquele papo de controlar carros a distância ficou forçado…

Para piorar, este filme falha no conceito básico de viagem no tempo proposto pelo primeiro Exterminador, onde o passado é imutável, e tudo o que aconteceu se repetirá num eterno loop. A Exterminadora nunca poderia matar os companheiros do John Connor!

Por outro lado, as cenas de ação são ótimas. Aquela perseguição de carro com o caminhão guindaste é excelente. Numa época de pouco cgi, vemos uma bela destruição de carros e prédios pelas ruas. E a cena do Schwarzza carregando um caixão no ombro e uma metralhadora no outro braço é divertida.

Mas é pouco. Só vale pra quem fizer questão de ver toda a saga.

Dogma do Amor

Crítica – Dogma do Amor

Outro dia, uma amiga mandou um e-mail me perguntando sobre um filme com a seguinte descrição: “O plot é mais ou menos assim: tem duas patinadoras no gelo, gêmeas. As pessoas começam a morrer do nada. Desfalecem na rua, mas aquilo vira normal e as outras passam por cima, como se nada tivesse acontecido. Lá pelas tantas o planeta começa a congelar. E o protagonista tá num avião que não pousa e vai ficar voando até… Que filme é esse?“. Caramba, não conhecia, mas precisava ver um filme assim!

Na verdade, Dogma do Amor (It’s All About Love, no original), lançado em 2003, fala sobre um casal e suas tentativas para salvar seu relacionamento num futuro próximo onde o planeta está à beira de um colapso cósmico. E as dicas dadas pela minha amiga estavam parcialmente incorretas. Não são patinadoras gêmeas, mas aparecem quatro patinadoras iguais; e não é o protagonista quem está no avião que não pode pousar. Mesmo assim, ainda parecia ser um filme interessante.

Gosto de filmes com sinopses bizarras – fiz até um Top 10 sobre isso. Não acho que tudo tem que ser explicado, fico satisfeito mesmo quando coisas são deixadas no ar sem explicação. Mas o filme precisa ser bom. E isso não acontece com Dogma do Amor.

Aparentemente, as situações bizarras só estão na trama pra chamar a atenção. São subtramas que não tem nenhuma importância na história, e que são muito pouco exploradas – tem um lance de pessoas sem gravidade em Uganda, que só aparece na última cena, solto, sem nenhuma relação com o resto do filme.

O diretor é Thomas Vinterberg, que ficou famoso com Festa de Família, o menos ruim dentre os filmes do Dogma 95, movimento picareta inventado por ele mesmo ao lado de Lars Von Trier pra chamar a atenção, e que não trouxe nada de qualidade para o cinema. Mas, se o Dogma 95 pregava uma produção cinematográfica espartana (câmera na mão, sem trilha sonora nem iluminação artificial, atores não profissionais, etc.), aqui Vinterberg deixou tudo isso de lado e resolveu abusar dos efeitos especiais – tem até efeito onde não precisa, como a cena desnecessária dos africanos sem gravidade.

(Aliás, o nome brasileiro do filme tenta pegar carona no movimento. “É Tudo Sobre o Amor” virou “Dogma do Amor“…)

O problema é que se você tirar as bizarrices do roteiro, o filme fica vazio e sem graça. Os personagens não são interessantes, a trama não é envolvente, o roteiro tem um monte de furos (por que eles foram parar na neve, no meio do nada, perto do fim do filme?), e tudo fica enfadonho e arrastado.

No elenco, Joaquin Phoenix parece perdido. Claire Danes está um pouco melhor, seu personagem é o único interessante no filme (e tem o lance das cópias). E Sean Penn deve ter ganhado o cachê mais fácil de sua vida: aparece por alguns segundos, falando sozinho ao celular, dentro de um avião. Mais ninguém interessante no elenco.

Enfim, boa sinopse, desperdiçada num filme mal desenvolvido.

Stardust – O Mistério da Estrela

Crítica – Stardust – O Mistério da Estrela

Quem me conhece sabe que quando gosto de um diretor, costumo procurar os outros filmes que o cara fez. Depois de ter visto Kick-Ass e X-Men: Primeira Classe, fui catar mais filmes do Matthew Vaugn. Gostei de Nem Tudo É O Que Parece. E faltava este Stardust – O Mistério da Estreia, seu segundo filme, lançado em 2007.

Num mundo mágico paralelo ao nosso, um jovem promete uma estrela cadente de presente para a sua amada. Mas essa estrela se transforma numa bela mulher, que também está sendo perseguida por uma bruxa e pelos herdeiros do reino de Stormhold.

Stardust – O Mistério da Estrela nem parece ser do mesmo diretor dos outros filmes citados no primeiro parágrafo. Trata-se de uma fantasia, a la O Senhor dos Aneis ou Crônicas de Nárnia, com direito a terras místicas e personagens fantásticos. E o melhor de tudo: com qualidade!

O filme foi baseado no livro de Neil Gaiman (também autor da história que deu origem ao bom Coraline). Não li o livro, não conheço a história original. Mas podemos afirmar que Gaiman foi feliz na criação do universo de Stormhold e seus interessantes personagens.

Stardust – O Mistério da Estrela tem pouco mais de duas horas, mas acontece tanta coisa na trama que nem parece tão longo – aliás, poderia ser mais de um filme, como acontece com tantos filmes de fantasia (Senhor dos Aneis foram três filmes; Harry Potter teve oito; Nárnia está no terceiro; Percy Jackson tem previsão de lançar o segundo ano que vem). Na minha humilde opinião, foi uma boa escolha, a história tem início, meio e fim e um bom ritmo ao longo de toda a projeção.

No elenco, achei curioso o protagonista ser justamente o ator menos conhecido, Charlie Cox. Claire Danes está bem como a principal personagem feminina, mas o melhor do elenco são o capitão pirata e a bruxa feitos por Robert De Niro e Michelle Pfeiffer, cada um melhor que o outro. Ainda no elenco, Ian McKellen, Sienna Miller, Peter O’Toole, Mark Strong, Jason Flemyng, Rupert Everett e Ricky Gervais. E, curiosidade: Henry Cavill, o próximo Superman, num papel minúsculo.

Outros dois destaques são as belíssimas locações na Inglaterra e na Islândia, e os excelentes efeitos especiais, apesar de discretos – o filme não brilha por causa dos efeitos, mas eles estão na dose exata para tornar tudo isso crível.

O lançamento de Stardust – O Mistério da Estrela foi muito mal feito. Sei lá por que nem me lembro quando foi lançado por aqui (segundo o imdb, em outubro de 2007). E mesmo hoje em dia, ouço pouca gente falando do filme. O que é uma grande injustiça, o filme tem qualidade para ser lembrando como um grande épico da fantasia. Se tiver oportunidade de ver, fica aqui a minha recomendação!

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