Mestres do Universo (1987)

Crítica – Mestres do Universo (1987)

Sinopse (imdb): O heroico guerreiro He-Man luta contra o malvado Esqueleto e seu exército.

Há tempos heu tinha curiosidade de rever Mestres do Universo, de 1987. Vi no cinema, na época, nunca tinha revisto. E existe um consenso geral hoje em dia de que é um filme ruim. Resolvi catar o filme para rever. E não é que foi uma boa surpresa? Mestres do Universo não é tão ruim assim!

Ok, o filme dirigido por Gary Goddard (segundo o imdb, seu único longa) não é perfeito, tem seus defeitos, efeitos especiais venceram, etc. Mas é bem melhor do que heu esperava.

Acredito que boa parte do problema das pessoas está no head canon. A maior parte das pessoas foi ao cinema assistir um filme baseado no desenho animado do He-Man. E o filme Mestres do Universo é baseado no boneco He-Man, e não no desenho animado.

Lançado pela Mattel, o boneco veio antes do desenho. Rola um rumor que diz que o boneco foi feito para ser o Conan (que teve um filme lançado em 1982, estrelado pelo Arnold Schwarzenegger), e que teria sido desligado do filme porque a Mattel não queria se associar a um filme repleto de nudez e violência. Mas, segundo a Wikipedia, esse rumor nunca foi confirmado. O fato é: a Mattel criou um boneco, colocou no mercado em 1982, e o desenho só foi lançado em 1983.

Algumas coisas características do desenho não estão aqui. Umas por razão orçamentária, como o Gato Guerreiro e o Gorpo (seria difícil com o cgi existente na época); ou o fato de parte da história se passar na Terra (é mais barato filmar em locações que já existem do que criar um mundo novo). Outras alterações não tenho ideia do motivo – por que diabos não tem o príncipe Adam?

Por outro lado, criaram um personagem novo, o Gwildor, que tem bem a cara de personagem de filme de fantasia da época, uma pegada meio Willow / Labirinto / Cristal Encantado. Ah, preciso dizer, o personagem era pra ser um alívio cômico, mas é um personagem bem tosco.

Algumas partes da trama não fazem muito sentido, mas, a gente precisa se lembrar que eram os anos 80, e quase todos os filmes traziam coisas que não faziam muito sentido. E sim, temos conveniências de roteiro, como o único cara que teve acesso à chave que abre portais interdimensionais ser um músico capaz de reproduzir a melodia, ou termos uma cidade quase vazia. Mais uma vez, anos 80, isso era comum.

Algumas pessoas vão reclamar dos efeitos especiais, feitos por Richard Edlund (ganhador de dois Oscars de efeitos especiais, em 1978 por Guerra nas Estrelas e em 82 por Os Caçadores da Arca Perdida). Claro, os efeitos venceram. Mas, caramba, já se passaram 37 anos! Entendendo o contexto de quando foram feitos, os efeitos são aceitáveis. Já a trilha sonora de Bill Conti (Rocky, Karate Kid) é imponente, mas não curti, porque parece muito o tema de Superman.

Tenho alguns comentários sobre o elenco. O primeiro é que o Dolph Lundgren era o ator ideal para o papel. O He-Man era um cara loiro e muito forte, e Lundgren, com 1,96m, tinha o physique du role perfeito. Arrisco dizer que ele é tão perfeito para o papel quanto a incensada Margot Robbie como Barbie – coincidência ou não, outra boneca da Mattel. Na gringa tinha gente reclamando que ele tinha sotaque sueco, mas essa reclamação não cabe aqui no Brasil, quando a maior parte viu dublado.

Outro comentário é sobre Frank Langella como Esqueleto. O cara está ótimo, ele declarou que ia fazer o papel em homenagem a seu filho, fã do desenho. Ele parece estar se divertindo muito no papel, e disse que chegou a escrever alguns dos seus diálogos.

Também preciso falar de Courteney Cox, então com 23 anos, ainda bem longe do estrondoso sucesso como a Monica Geller de Friends. Na época, acho que ela só era famosa por ser “a garota que dança com o Bruce Springsteen no vídeo de Dancing in the Dark”, gravado três anos antes.

Ainda queria falar de Meg Foster, que faz a Maligna (ou Evil Lyn, o nome em inglês é genial!). Meg tem os olhos naturalmente muito mais claros que o padrão. Sugeriram que ela usasse lentes de contato, mas não precisa, aqueles são os olhos reais dela! Ela fala que recebeu muitos convites pra filmes de terror por causa de seus olhos.

Filme divertido e injustiçado!

Pânico VI

Crítica – Pânico VI

Sinopse (imdb): Os sobreviventes dos assassinatos de Ghostface deixam Woodsboro para trás e iniciam um novo capítulo na cidade de Nova York.

Ok, admito logo que não sou fã de franquias. Minha memória não é boa, frequentemente me esqueço de detalhes do(s) outro(s) filme(s). Mas é inevitável, porque é mais fácil vender uma continuação do que um filme novo. Então, bora pro sexto filme da franquia Pânico.

Mais uma vez dirigido pela dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Pânico 5, Casamento Sangrento), Pânico VI (Scream VI, no original) traz os sobreviventes do último filme, que saíram de Woodsboro e agora estão em Nova York para um novo recomeço de vida. E claro que o Ghostface está por perto. E então o filme vira uma espécie de whodoneit para saber quem está debaixo da máscara (pra quem nunca viu Pânico, cada filme troca quem é o assassino).

O problema de ser o sexto filme de uma franquia é que muita coisa é previsível. Tipo a sequência inicial (boa sequência, a propósito), a gente já sabe que são personagens que não vão continuar no resto do filme. E tem outras coisas que são previsíveis pra quem está acostumado com o formato da franquia, tipo quando revelam quem é o assassino – mas não vou entrar em detalhes por causa de spoilers.

O roteiro às vezes parece meio preguiçoso. Tem algumas cenas que poderiam ser melhor escritas. Um exemplo simples: as irmãs Sam e Tara vão pra delegacia, e quando saem são abordadas agressivamente por vários repórteres. Aí aparece a Gale, personagem da Courtney Cox, e todos os outros repórteres desistem de abordá-las! Isso sem contar com algumas “roteirices” que ajudam o Ghostface, como ele entrar numa loja de conveniência, matar algumas pessoas, acontecerem vários tiros, e a polícia chegar logo depois que ele saiu.

Por outro lado, gostei da cena do metrô no halloween e suas inúmeras referências – a franquia Pânico sempre usou muitas referências a outros filmes de terror. Vemos fantasias de Michael Myers, Jason Vorhees, Freddy Krueger, Pinhead, Pennywise, as irmãs de O Iluminado – acho que vi até o coelho de Donnie Darko!

Uma cena bem legal que tinha no Pânico 5 era quando falavam do conceito de requel. Aqui tem uma cena parecida, mas falando sobre clichês de franquias. Pânico sempre brincou com metalinguagem, é bem legal como fazem isso.

Alguns comentários sobre o elenco. A protagonista ainda é Melissa Barrera, mas me parece que Jenna Ortega ganhou um papel maior, provavelmente pelo sucesso de Wandinha (Jasmin Savoy Brown e Mason Gooding completam o quarteto dos “mocinhos” que vieram do filme anterior). Do trio original, só tem a Courtney Cox; Hayden Panettiere, que estava no Pânico 4, volta com o mesmo papel. Samara Weaving e Tony Revolori estão na sequência inicial, e Henry Czerny aparece em uma cena. De novidade, temos Liana Liberato, Devyn Nekoda, Josh Segarra e Jack Champion; e deixei Dermot Mulroney pro fim porque ele está pééésimo! Já vi vários filmes com ele, não me lembrava que ele era tão ruim!

No fim, pelo menos pra mim, Pânico VI foi o que heu esperava: mais um filme. Zero surpresas, mas pelo menos é divertido. E vai agradar o “público do multiplex”

Tem uma cena pós créditos, com uma piadinha bem curta. Heu ri, mas tem gente que vai ficar com raiva.

Pânico 5

Crítica – Pânico 5

Sinopse (imdb): Um novo capítulo da franquia de terror Pânico seguirá uma mulher que volta à sua cidade natal para tentar descobrir quem tem cometido uma série de crimes cruéis.

Lançado em 1996, o primeiro Pânico é um dos melhores slashers já feitos. Slasher é aquele subgênero do terror onde um assassino serial mata boa parte do elenco, gênero que estava meio saturado ao fim dos anos 80, depois de vários Sexta Feira 13, Halloween e A Hora do Pesadelo. Aí veio Pânico, dirigido por Wes Craven (criador do Freddy Kruger), que mostrou um slasher diferente – trazia várias referências a outros slashers, e ainda brincava com os clichês do gênero. Claro que fez sucesso, e claro que teve continuações, em 97, 2000 e 2011, todas dirigidas por Craven.

E agora, sem Wes Craven, que faleceu em 2015, temos o quinto filme. E a boa notícia é que o filme é muito bom!

Dirigido pela dupla Matt Bettinelli e OlpinTyler Gillett (Ready or Not), este novo filme acerta exatamente no mesmos pontos do primeiro filme da franquia: muitas referências a outros filmes de terror e muitas brincadeiras com os clichês. E tudo atualizado: se na cena inicial do primeiro filme rolava um diálogo sobre filmes de terror e Sexta Feira 13 e Halloween eram citados, aqui temos uma cena parecida, mas que cita pós terror – a personagem fala em Babadook, It Follows, Hereditário e A Bruxa.

Preciso falar da metalinguagem! Teoricamente, metalinguagem é quando a gente vê um filme dentro de um filme, e aqui não é exatamente isso. Em alguma das continuações (não me lembro qual), existe o filme “Stab”, que seria a versão cinematográfica da história do filme Pânico. Aqui, várias vezes os personagens se referem ao que está acontecendo como se fosse um novo Stab. Ou seja, estão falando de um filme dentro do filme, e esse filme dentro do filme conta a história do filme. Inception de metalinguagem!

Chega ao ponto de ter uma cena onde explicam o conceito de “requel”, que seria uma mistura de reboot com sequel – como em Halloween e Caça Fantasmas. Ou um vídeo de youtube criticando uma continuação que não tem o número no título, que apenas repete o título do filme original. O filme inteiro consegue fazer auto citações – e ficam boas!

Pânico 5 ainda aproveita pra cutucar a atual mania de certos fãs que se acham donos da verdade sobre a obra original. Me lembrei de várias discussões entre fãs de Guerra nas Estrelas

Nem tudo funciona. Algumas cenas são forçadas – tipo quando a xerife da cidade pede reforços e passa um tempão e ninguém aparece. Ou quando um personagem leva vários tiros e ninguém explica por que saiu andando como se nada tivesse acontecido. Por outro lado, vários clichês são bem utilizados. E os jump scares são bem construídos.

No elenco, os três “de sempre” (Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette) têm participações importantes, mas o filme é da nova geração, de nomes novos e pouco conhecidos – acho que só conhecia Dylan Minnette (de Homem nas Trevas) e Jack Quaid (de The Boys). Marley Shelton, que estava no quarto filme, também volta. Também no elenco, Melissa Barrera, Jenna Ortega, Jasmin Savoy Brown, Sonia Ammar, Mikey Madison e Mason Gooding.

Mantendo o espírito da franquia, Pânico 5 é um presente para fãs de terror.

Friends Reunion

Crítica – Friends Reunion

Finalmente, 17 anos depois, temos algo inédito de Friends!

Vou aproveitar e contar a minha história com Friends. A série começou em 1994. Heu não vi desde o início, comecei a acompanhar durante a terceira ou quarta temporada, alguém me indicou e a série passou a fazer parte da minha rotina.

Vamos contextualizar pra quem não viveu a época. Friends passava na TV a cabo, pela Sony. Os episódios da temporada corrente passavam nas terças, no horário nobre – acho que era entre 21h e 21h30. Mas, de segunda a sexta, meia hora antes, tinha um Friends de temporadas anteriores sendo reprisado às 20h30. Ou seja, se por um lado era complicado porque a gente não sabia qual episódio ia ser exibido naquele dia e por isso muitas vezes a gente via episódios repetidos, por outro lado era fácil ver tudo das temporadas anteriores.

(E se vocês acham que ver séries assim era ruim, um dia conto como era ver séries na época da TV aberta. Era beeem pior.)

A partir da quarta temporada, heu já acompanhava os novos episódios nos dias que eram lançados aqui. Lá em casa a gente tinha a “terça feira feliz”, que era dia de pedir pizza e assistir Friends. Vou além: heu gravava os episódios em fitas VHS, cheguei a ter todas as temporadas em várias fitas – se heu soubesse que no futuro lançariam um box em dvd…

Vi Friends até o fim. As últimas temporadas tiveram alguns momentos meio fracos, mas me lembro que a série terminou bem. Teve um spin off do Joey, que era bem mais fraco e durou uma ou duas temporadas, mas ninguém viu, o que ficou na memória de milhares de fãs pelo mundo foram os bons momentos de uma das maiores sitcoms da história da TV.

E desde então começaram a surgir boatos sobre uma volta. Uma nova temporada, ou um filme, quem sabe? Afinal, existiam milhares de fãs órfãos, e nenhum dos atores teve muito sucesso depois que a série acabou – talvez só a Jennifer Aniston, não sei ao certo.

Dezessete anos se passaram, e finalmente temos algo novo. Mas não vimos Monica, Rachel, Phoebe, Joey, Chandler e Joey. Quem aparece em tela são Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer. Friends Reunion é focado nos atores e não nos personagens.

O filme se divide em alguns ambientes. Temos os seis atores visitando um set igual ao usado nas filmagens (o apartamento e a cafeteria); temos uma entrevista feita com plateia, guiada por James Corden. Temos depoimentos de anônimos e alguns famosos (como Kit Harrington e David Beckham) sobre como Friends marcou suas vidas (curioso notar que depoimentos de anônimos são muito mais interessantes que os dos famosos). Temos entrevistas com os criadores da série, David Crane, Marta Kauffman e Kevin S. Bright; temos um momento onde os seis estão sentados a uma mesa, lendo trechos do roteiro, entremeados dos trechos originais da série (talvez este seja o melhor momento deste especial). Também temos uma participação desnecessária de Cindy Crawford, Cara Delevigne e Justin Bieber – mas, por outro lado, a participação da Lady Gaga foi sensacional. Tem participações de alguns atores recorrentes da série, mas é spoiler então não vou dizer quem aparece.

Na introdução, comentam que desde que a série terminou, os seis só estiveram juntos em uma ocasião, ou seja, por mais que isso desagrade os fãs mais xiitas, eles não são amigos de verdade, são apenas atores. Não achei um exagero, me lembrei que já tive diversos trabalhos com música onde perdi o contato depois com meus ex companheiros de banda. Claro, sei que nunca tive um trabalho tão relevante e de tanto sucesso assim, reconheço que é uma comparação bem distante. Mas, por exemplo, tive uma banda de heavy metal nos anos 90, gravamos cd, tivemos vários shows em outros estados – e não conseguimos reunir a banda toda nem no único show de revival que a gente fez depois de anos – um dos guitarristas estava morando em outro país e não participou. Mas, isso pouco importa para o espectador. Se eles eram amigos ou não, não importa, o que importa é que eles funcionavam bem atuando juntos.

Li uma crítica que fala que Friends Reunion é “chapa branca”, porque não menciona os podres, não fala dos problemas de drogas, não fala do fracasso do spin off, etc. Mas, sério que vc quer comemorar um reencontro e ficar revirando podres? Não é melhor celebrar os muitos bons momentos?

Não sei se Friends Reunion vai agradar a todos os fãs. Muita gente vai achar que faltou algo, muita gente vai querer mais. Mas heu gostei. Sobre a pergunta por que eles nunca fizeram um filme. a Lisa Kudrow fala que a série terminou com finais felizes para todos os seis, e que para voltarem em uma nova temporada ou em um filme, esses finais felizes teriam que ser bagunçados, e ela disse que preferia que deixasse assim.

Para o fã é algo difícil de aceitar, porque o fã quer mais. Mas heu concordo. Prefiro algo que termine bem do que algo que estique e perca a magia. Por isso, adorei o Friends Reunion, e que seja um evento único.

Pânico (1996)

Panico1Crítica – Pânico

Pra preparação de um podcast de filmes slasher, fui catar o primeiro Pânico pra rever.

Um serial killer fanático por filmes de terror aterroriza uma pequena cidade do interior da Califormia, sempre usando uma faca e uma máscara de fantasma.

A boa notícia: revisto hoje, quase vinte anos depois, Pânico (Scream, no original) ainda é um grande filme!

Voltemos um pouco no tempo. Durante os anos 70, o diretor Wes Craven teve alguns bons filmes (como Quadrilha de Sádicos), mas nenhum grande hit. O sucesso veio em 1984, com A Hora do Pesadelo, uma reviravolta na história dos filmes slasher, que colocava o assassino dentro do sonho. Mas Craven perdeu os direitos sobre o filme, que virou franquia e perdeu a qualidade. E Craven voltou ao underground.

Depois de um tempo em baixa (quando ele até fez filmes legais, mas não obteve tanto sucesso, como A Maldição dos Mortos-Vivos e As Criaturas Atrás das Paredes), Craven voltou ao sucesso de público e crítica em 96, com o primeiro Pânico – que logo virou uma trilogia com filmes lançados em 97 e 2000, e que ainda ganhou um quarto filme “temporão” em 2011, (todos dirigidos por Craven).

Primeiro roteiro da carreira de Kevin Williamson (que depois ficaria famoso por ser o criador da série Dawnson’s Creek), Pânico é um presente para fãs de filmes de terror. São inúmeras referências, várias delas bem explícitas – os personagens citam vários filmes clássicos, como Halloween, Sexta Feira 13 e o próprio A Hora do Pesadelo.

Mas Pânico não funciona só como referência. O ritmo é bom, e a trama consegue algo difícil: um assassino slasher convincente – nos anos 90, personagens como Michael Myers, Freddy Krueger e Jason Vorhees já não assustavam ninguém. E tudo isso num filme leve e divertido. Não é à toa que frequenta várias listas de melhores filmes de terror. Além disso, foi um sucesso de bilheteria, foi o sexto filme de terror da história a alcançar a marca de 170 milhões na bilheteria (antes dele, apenas O Exorcista, Tubarão, Tubarão 2, Drácula de Bram Stoker e Entrevista com o Vampiro conseguiram tal sucesso).

Pena que nem tudo sobreviveu à passagem do tempo. Hoje esta trama falharia logo de cara – todos têm celulares com bina! Outra coisa: em 1996 não existia teste de DNA em crimes? Os policiais conseguiram uma fantasia usada pelo assassino! Não tinha nenhum fio de cabelo na máscara?

É curioso analisar o elenco hoje, 19 anos depois. Tirando a Drew Barrymore, que aparece apenas na cena inicial, o resto do elenco era de nomes que ficaram conhecidos na época, mas hoje estão meio sumidos, como Neve Campbell, Courtney Cox (que já era um nome conhecido na tv por causa da série Friends), Skeet Ulrich, David Arquette, Rose McGowan, Jamie Kennedy e Mathew Lillard (sempre caricato, mas aqui perfeito para o papel). Ah, o assassino da mãe de Sidney, que quase não aparece, é Liev Schreiber.

E olhem a coincidência: Pânico está na programação do Festival do Rio de 2015. Quem quiser rever na tela grande é uma oportunidade imperdível!

Agora fiquei com vontade de rever os outros três…

Pânico 4

Crítica – Pânico 4

Ninguém pediu, mas, 11 anos depois do terceiro Pânico, olha o quarto filme da franquia aí! Pelo menos, a boa notícia: o filme é bom!

Dez anos depois dos eventos do último filme, Sidney Prescott, agora escritora, volta para Woodsboro para o lançamento do seu livro. Ao mesmo tempo que ela se reencontra com o casal Dewey e Gale, o assassino mascarado volta a atacar a cidade.

Olha, vou admitir aqui que me lembro muito pouco dos três primeiros filmes. Lembro que o primeiro Pânico, de 1996, foi um excelente filme, que praticamente redefiniu o conceito de slasher, desgastado pelos Jasons e Freddys nos anos anteriores. Logo vieram as continuações (1997 e 2000), que, claro, não mantiveram a qualidade. Uma enxurrada de filmes semelhantes apareceu, como Eu Sei O Que Vocês Fizeram Verão Passado e Lenda Urbana, enfraquecendo o conceito, e a franquia foi deixada de lado.

Uma simples passada de olhos pelos créditos do novo filme dá a impressão de sinais positivos. Afinal, o filme traz de volta o diretor Wes Craven, o roteirista Kevin Williamson e o trio de atores principais, Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette. Mas aí a gente dá uma pesquisada e descobre que as duas continuações de qualidade duvidosa também tiveram esses cinco nomes… O novo filme segue o estilo dos outros, e a boa notícia para os fãs da série (e para os apreciadores de filmes de terror de modo geral) é que desta vez acertaram a mão!

Wes Craven sempre teve uma carreira irregular. Se por um lado, ele fez filmes bons como A Hora do Pesadelo  e A Maldição dos Mortos-Vivos; por outro lado ele “cometeu” coisas como Amaldiçoados. E a irregularidade continua: se este Pânico 4 é legal, há pouco fez o maomeno A Sétima Alma

Pânico 4 começa muito bem – a sequência inicial é excelente! O bom roteiro de Williamson traz personagens bem construídos, e alguns sustos bem colocados pontuando a trama. E o filme traz inúmeras citações a outros filmes, como Jogos Mortais, Premonição e até clássicos como Suspiria – rola até um trecho de Todo Mundo Quase Morto pela tv! Além das muitas referências ao cinema de terror, de quebra, rolam várias piadas sobre continuações. Viva a metalinguagem! (Adorei a piada que cita Bruce Willis, e toda a sátira ao politicamente correto sobre quem sobrevive atualmente nos filmes de terror!)

O elenco soube aproveitar bem a nova geração ao lado do trio “veterano”, com nomes como Emma Roberts, Hayden Panettiere e Marley Shelton. E ainda rolam pontas de gente como Kristen Bell e Anna Paquin.

Curiosamente, os filmes da trilogia original nunca foram lançados em dvd aqui no Brasil. Se alguém quiser rever os primeiros filmes antes desse novo, vai ter que baixar. E depois reclamam da pirataria…

p.s.: Vi o filme na sessão para críticos. Todo mundo teve que assinar um termo de confidencialidade, prometendo não contar o fim do filme para ninguém. Ok, entendo a preocupação dos distribuidores, mas…
– Precisa de algo assim na véspera da estreia? No dia seguinte, o filme já estará nos cinemas!
– O fim do filme é legal. Mas nada tão sensacional assim…

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