Longlegs: Vínculo Mortal

Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal

Sinopse (imdb): Uma agente do FBI é designada para um caso envolvendo um assassino em série impiedoso. Conforme desvenda pistas, ela se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino, lançando-a em uma corrida contra o tempo.

Longlegs é o novo projeto da produtora Neon, que tem alguns grandes títulos no catálogo, como Parasita e Anatomia de uma Queda, mas que também tem vários títulos bem alternativos, como Pig, Titane, Infinity Pool e Triângulo da Tristeza. Longlegs se encaixa mais nesse segundo grupo, um filme esquisitão, que vai dividir a opinião de boa parte do público.

A direção e o roteiro são de Oz Perkins, filho de Anthony Perkins, aquele mesmo, de Psicose. Lembro de Maria e João, do mesmo diretor, filme com um visual ótimo, mas com um resultado final bem chato. Oz Perkins mandou melhor em Longlegs.

Longlegs parece uma mistura de Silêncio dos Inocentes com Zodíaco, mas em versão terror. Um filme lento e tenso, onde acompanhamos uma agente do FBI envolvida em uma série de crimes que aconteceram nas últimas décadas, crimes misteriosos onde o suspeito nunca estava presente, mas sempre deixava no local uma carta em código.

Longlegs é assumidamente esquisitão. É daquele tipo de filme que não explica muita coisa, e que guarda elementos pra serem expostos nos momentos certos. Heu me senti envolvido pelo mistério de um suposto assassino que nunca aparece até o local do crime – e não falo mais por causa de spoilers.

Um parágrafo à parte pra falar da atuação do Nicolas Cage. Achei estranho quando vi o trailer e reparei que Cage não aparece – como assim você tem um nome importante no seu elenco e escolhe não mostrá-lo no trailer? Mas foi um acerto. Cage aparece pouco, mas é uma atuação muito intensa. Me lembrei de Mandy – Cage é exagerado, ele é conhecido pelo over acting, e Mandy soube usar isso, criando um personagem propositalmente acima do tom. Longlegs faz algo semelhante, Cage aqui está muito exagerado, e isso combina perfeitamente com a proposta do personagem.

Maika Monroe, protagonista, também está bem, mas quem se destaca é Cage, mesmo com muito menos tempo de tela. Ainda no elenco, Alicia Witt, aquela mesma de Duna (84) e Lenda Urbana (98).

Como comentei no início, Longlegs não é pra qualquer público, quem prefere o “terror parque de diversões” à la James Wan vai reclamar. Mas é uma boa opção pra quem curte um filme fora da curva.

Watcher

Crítica – Watcher

Sinopse (imdb): Uma jovem mulher se muda para um novo apartamento com seu noivo apenas para ser atormentada pela sensação de que um observador invisível a está perseguindo em um prédio adjacente.

Longa de estreia da diretora e roteirista Chloe Okuno, este Watcher é um suspense mediano, com pontos positivos e negativos. Vamulá.

Uma coisa incomum e que achei bem construída é deixar o espectador sentir o isolamento da protagonista, ao não traduzir os diálogos em romeno. Ela se mudou para Bucareste porque seu companheiro conseguiu um emprego, então ela passa os dias sozinha, e não entende nada do que é falado em volta. Normalmente quando vemos um filme onde pessoas falam uma língua diferente, ou temos legendas, ou algum personagem que explica o que está acontecendo. Aqui ficamos sem entender, assim como a personagem. (Será que o filme funciona igual pra quem entende romeno?)

Aproveito para falar da protagonista Maika Monroe, que está bem, o que é essencial, já que o filme se baseia no seu personagem. A gente sente o desconforto que ela vive e a crescente paranoia na sua cabeça. Também no elenco, Karl Glusman, Burn Gorman e Madalina Anea.

Agora, tudo é muito lento. O filme tem pouco mais de uma hora e meia, e mesmo assim quando chega a uma hora, parece que já se passaram duas. E pra piorar o fim é bem fraco e previsível. A parte final é bem frustrante.

Acho difícil alguém ficar fã e recomendar Watcher, tampouco terá haters. Uma boa opção mediana.