Crítica – Imaculada
Sinopse (imdb): Cecilia, uma jovem religiosa, se torna freira em um convento isolado na região rural italiana. Após uma gravidez misteriosa, Cecilia é atormentada por forças perversas, enquanto confronta segredos sombrios e horrores do convento.
Há poucas semanas tivemos A Primeiro Profecia, um filme de terror onde uma jovem americana ia pra Itália para virar freira e acabava ficando grávida numa trama que envolvia uma grande conspiração. E agora a gente tem Imaculada, um filme de terror onde uma jovem americana vai pra Itália para virar freira e acaba ficando grávida numa trama que envolve uma grande conspiração. Sim, mais um caso de “filmes gêmeos”, como Vida de Inseto e Formiguinhaz, Volcano e Inferno de Dante, Armageddon e Impacto Profundo, Matrix e 13º Andar, etc (falei sobre isso num podcrastinadores anos atrás)
Apesar de parecidos, A Primeira Profecia e Imaculada são diferentes na motivação das suas conspirações, e, principalmente, no final. Porque o final de Imaculada é MUITO bom. Volto a ele no fim do texto, pode deixar, sem spoilers.
Imaculada tem uma história curiosa nos bastidores. Sydney Sweeney fez uma audição para este filme em 2014, mas não passou no teste, e acabou que o projeto nunca saiu do papel. Anos mais tarde, Sweeney, agora como produtora, procurou o roteirista, adquiriu os direitos, contratou um diretor (Michael Mohan, que já tinha trabalhado com ela em The Voyeurs), conseguiu investidores, levou o filme para a produtora Neon, e finalmente conseguiu o papel.
E Sydney Sweeney está muito bem aqui. Já ouvi elogios sobre sua atuação na serie Euphoria, mas como não vi a série, minhas referências são filmes onde ela não entrega nada demais, tipo The Voyeurs e Madame Teia. Já em Imaculada ela mostra que tem potencial pra ser do primeiro time. Ainda sobre o elenco, um dos papéis principais é de Álvaro Morte, de La Casa de PapeI. É curioso ver o Professor falando em inglês…
Imaculada é curto, menos de uma hora e meia, o que acho perfeito pra filmes de terror. Gostei muito do clima esquisitão dentro do convento. Aparentemente as pessoas aceitam facilmente as coisas estranhas, mas tudo faz sentido no final. E preciso fazer um elogio aos jump scares aqui em Imaculada. Não é “filme de sustinho” à la James Wan, mas tem um ou outro aqui e ali, e são bem construídos. Preciso admitir que um deles me pegou! Ah, e é bom avisar que Imaculada é graficamente muito violento. Tem umas cenas onde o gore lembra os giallos – os personagens falando em italiano ajudam nessa lembrança.
Sobre o final. Já comentei outras vezes que um bom final eleva a nota do filme, assim como um final ruim abaixa a nota. E achei o final aqui muito bom. Sem spoilers, mas é um final que traz três coisas que admiro no cinema. Primeiro, é um final tecnicamente bem feito, é um take longo, quase três minutos sem corte. Segundo, é uma cena que exige muito da atriz, e a Sydney Sweeney não decepciona e entrega uma cena visceral, é quase um “clipe de Oscar”. Por fim, é um final simbolicamente incômodo. Muita gente não vai gostar, por ser um tema delicado, mas, independente de gostar ou não, acho difícil alguém sair do cinema indiferente depois de uma cena dessas.
Não vou comentar mais porque não quero entrar em spoilers. Mas posso dizer que Imaculada vai dar o que falar, principalmente por causa desse final.